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Audiência Pública na Câmara destaca urgência da ampliação da analgesia de parto no SUS

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou a audiência pública “Parto Humanizado no SUS (PL 6567/13)”, que reuniu especialistas de diversas instituições de referência no país. Participaram representantes da Fiocruz, UFBA / Centro Colaborador para Redução da Mortalidade Materna, Sociedade Brasileira de Anestesiologia, ABENFO e Ministério da Saúde, além de membros da sociedade civil. O Dr. Rômulo Negrini, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Abortamento, Parto e Puerpério da FEBRASGO, representou a FEBRASGO. O encontro promoveu um debate amplo e qualificado sobre a humanização da assistência e os desafios estruturais relacionados ao parto no Brasil.

O Dr. Rômulo reforçou a importância de democratizar esse recurso como medida de saúde pública. “O foco principal foi o acesso amplo e irrestrito à analgesia de parto. A FEBRASGO, assim como as outras instituições presentes, colocou essa medida como premissa para a redução de cesarianas no Brasil. Assim, defendemos a educação das mulheres para uma escolha consciente da via de parto e a disponibilidade universal de analgesia, para que essa seja uma opção viável de alívio da dor”, declarou.

A Dra. Roseli Nomura, diretora administrativa da FEBRASGO, ressaltou que o tema colocou em evidência a necessidade de ampliar o acesso à analgesia de parto. Para ela “Trata-se de uma política estratégica de humanização que pode contribuir para diminuir a epidemia de cesarianas no país.”

Pesquisas apontam que cerca de 80% das mulheres que optam pela cesariana o fazem por medo da dor, muitas vezes em razão da falta de acesso à analgesia ou à pouca disponibilidade no SUS.

Nota Conjunta SBEM, FEBRASGO e SBC Sobre o Uso de Testosterona na Mulher

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), com base nas melhores evidências científicas e em consonância com princípios éticos e regulatórios, esclarecem os pontos essenciais relacionados ao uso de testosterona em mulheres.

Indicação clínica

A única indicação cientificamente reconhecida para o uso terapêutico de testosterona na mulher é o tratamento do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH) em mulheres na pós-menopausa, após diagnóstico clínico criterioso e por exclusão. Antes de qualquer consideração terapêutica, devem ser avaliadas e tratadas as causas frequentes de diminuição da libido, como hipoestrogenismo, síndrome urogenital da menopausa, depressão e outros transtornos psiquiátricos, efeitos de medicamentos (especialmente antidepressivos), obesidade e fatores psicossociais ou de relacionamento conjugal.

Ressalta-se que a “deficiência de testosterona” não é causa reconhecida de baixa libido na mulher.

Aspectos fisiológicos

A testosterona não apresenta queda abrupta com a menopausa, havendo redução gradual ao longo da vida adulta. Não há valores de referência validados que definam deficiência androgênica feminina passível de tratamento clínico.

Dosagem de testosterona

Não existe indicação de dosagem de testosterona para investigar valores baixos ou suposta deficiência androgênica feminina.

A única indicação formal de dosagem sérica é a investigação de hiperandrogenismo – excesso hormonal, como na síndrome dos ovários policísticos, tumores ovarianos ou adrenais, hiperplasia adrenal congênita e síndrome de Cushing. A dosagem rotineira fora desse contexto não tem respaldo científico.

Formulações, segurança e riscos

Não existe no Brasil formulação de testosterona aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso em mulheres. Não se recomendam implantes subcutâneos manipulados em razão da farmacocinética imprevisível e da ausência de dados robustos de eficácia e segurança.

O uso de testosterona fora da única indicação em mulheres aumenta o risco de eventos adversos, incluindo: efeitos virilizantes como acne, queda de cabelo, crescimento de pelos, aumento do clitóris e engrossamento irreversível da voz, toxicidade e tumores de
fígado, alterações psicológicas e psiquiátricas, infertilidade e potenciais repercussões cardiovasculares como hipertensão arterial, arritmias, embolias, tromboses, infarto, AVC e aumento da mortalidade, além de alterações de outros exames laboratoriais, como os de colesterol e triglicerídeos.

Vedação para fins estéticos e de performance

O uso de testosterona para fins estéticos, de melhora de composição corporal, desempenho físico, disposição ou antienvelhecimento, em mulheres ou em homens, é vedado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e não reconhecido pela ANVISA, carecendo de base científica e regulatória.

Posicionamento final

A prescrição de testosterona deve restringir-se estritamente à única indicação formalmente reconhecida (Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo -TDSH), após avaliação clínica adequada, sendo potencialmente danosa quando utilizada sem indicação, com base em dosagens isoladas ou com objetivos não terapêuticos.


Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

FEBRASGO declara apoio à Política Nacional Integral em Reprodução Humana Assistida

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), da Câmara Federal, aprovou o Projeto de Lei nº 1.508/2024, que propõe modificar as Leis nº 9.263/1996 e nº 11.664/2008 para criar a Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana Assistida e determinar que o Sistema Único de Saúde (SUS) deva garantir o acesso da população aos serviços de reprodução assistida.

Entre as medidas previstas, o projeto deverá garantir ações específicas para proteger a fertilidade de mulheres que passam por tratamento contra o câncer.

Segundo a Dra. Rivia Maria Lamaita, presidente da Comissão Nacional Especial em Reprodução Assistida da FEBRASGO, o projeto é positivo, meritório e estratégico para o Brasil. Seu potencial de impacto é elevado, sobretudo para mulheres oncológicas, casais inférteis e populações historicamente excluídas. Contudo, ajustes estruturais podem aprimorar viabilidade, sustentabilidade financeira e equidade de acesso.

“Esse projeto vem ao encontro de uma aspiração muito antiga de todas as mulheres, dos casais que desejam ter filhos e das pessoas em tratamento de câncer que podem, eventualmente, perder sua fertilidade. Ele permite conservar essa fertilidade por meio do congelamento de óvulos, além de contemplar outras possibilidades oferecidas pela fertilização in vitro, como diagnósticos genéticos”, reforça o Dr. Rui Alberto Ferrani, vice-presidente da Comissão Nacional Especial em Reprodução Assistida da FEBRASGO.

CBGO 2026: as atividades prometem muita interação

A grade científica do maior e mais completo evento de Ginecologia e Obstetrícia do Brasil será disponibilizada em breve. Os cursos Hands-on já têm lugar garantido nas especialidades de Sexologia, Urgências Obstétricas, Patologia do Trato Genital Inferior, Endoscopia Ginecológica e Uroginecologia.

Os fóruns de Residência Médica e de Defesa e Valorização Profissional já estão designados às comissões específicas, e as sessões conjuntas com as sociedades correlatas também estão em fase final de ajustes. E claro que o Febraquiz faz parte da programação, contemplando atividades para residentes e estudantes.

“Uma das novidades para o CBGO 2026 é a parceria com a Sociedade de Cirurgia Robótica (SRS), para debater, entre outros assuntos, as inovações em telecirurgia”, declara o Dr. Agnaldo Lopes da Silva Filho, diretor científico da FEBRASGO.

“Entre as atividades inéditas, haverá uma arena comandada pelo Prof. Dr. Jorge Leão sobre USG em GO. Estamos muito animados para encontrar os colegas em Belo Horizonte e debater ciência com base em evidência”, afirma a Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da FEBRASGO.

No 63º CBGO acontecerá, pela primeira vez, o GO Experience — 1º Congresso da CNLIGAS FEBRASGO. “Agendado para dois dias, a proposta é uma programação focada nos acadêmicos de Medicina, especialmente aqueles das Ligas Acadêmicas. Haverá aulas teóricas, com participação ativa desses acadêmicos, além de atividades Hands-on, inserção de DIU e técnicas cirúrgicas. É a FEBRASGO, novamente, investindo no conhecimento dos futuros GOs”, explica o Dr. Agnaldo, que coordena a atividade ao lado do Dr. Alexandre Nozaki, secretário da CNE de Urgências Obstétricas.

O GO Experience — 1º Congresso da CNLIGAS FEBRASGO será exclusivo para acadêmicos e acontecerá nos dias 28 e 29 de maio de 2026. As vagas são limitadas e os inscritos terão acesso ao CBGO nos dias 27/05 e 30/05 à Se você é acadêmico, clique no link para garantir a sua vaga: https://cbgo2026.com.br/site/cbgo2026/go-experience-2026

Para demais inscrições e mais informações sobre o CBGO 2026: https://cbgo2026.com.br/

Doenças infectocontagiosas no Brasil: especialista alerta para o avanço da sífilis

#DezembroVermelho

 

O Brasil vive um cenário de alerta em relação às doenças infectocontagiosas, com destaque para a sífilis e o HIV/AIDS, que representam desafios importantes para a saúde pública. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em outubro de 2025, apontam que a sífilis segue em ritmo acelerado de crescimento, acompanhando uma tendência mundial. Em 2022, mais de 1 milhão de novos casos foram registrados globalmente, totalizando cerca de 8 milhões de pessoas infectadas.

O documento apresenta dados preocupantes em relação às gestantes. Entre 2005 e junho de 2025, o país registrou 810.246 casos de sífilis em gestantes, com 45,7% dos diagnósticos na Região Sudeste, 21,1% no Nordeste, 14,4% no Sul, 10,2% no Norte e 8,6% no Centro-Oeste. A taxa nacional de detecção atingiu 35,4 casos por 1.000 nascidos vivos em 2024, o que revela o avanço da transmissão vertical, quando a infecção passa da mãe para o bebê.

Segundo a ginecologista Dra. Helaine Maria Besteti Pires Mayer Milanez, membro da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), o aumento de casos está ligado a múltiplos fatores sociais e epidemiológicos. “A sífilis é uma infecção bacteriana de transmissão sexual, passível de prevenção e com tratamento disponível e eficaz. O crescimento da doença está associado à baixa percepção de risco, ao desconhecimento da população e às desigualdades no acesso ao diagnóstico e ao tratamento”, explica.

A especialista reforça que muitas mulheres descobrem a infecção apenas por meio de exames de rastreamento, já que a apresentação clínica pode ser discreta ou passar despercebida. “Na fase primária, a sífilis costuma manifestar-se por uma úlcera única, indolor e de bordas elevadas, conhecida como cancro sifilítico. Nas mulheres, essa lesão pode ficar escondida no fundo da vagina ou no colo do útero, o que dificulta o reconhecimento. Já nos homens, costuma ser mais evidente”, afirma.

Sem tratamento, a infecção pode evoluir para a fase secundária, caracterizada por um exantema difuso (manchas na pele), que atinge inclusive as palmas das mãos e as plantas dos pés. A doença também pode provocar alopecia em “caminho de rato” e condiloma plano (lesão genital). “A fase secundária apresenta grande quantidade de treponemas circulantes (altos níveis da bactéria no sangue). Em gestantes, a chance de acometimento fetal chega a 100% quando a gestante apresenta a sífilis recente, o que torna o diagnóstico e o tratamento ainda mais urgentes”, destaca a médica.

A sífilis pode permanecer assintomática por longos períodos, o que facilita a transmissão e dificulta a contenção dos casos. Por isso, a orientação é que mulheres sexualmente ativas se protejam contra a infecção por meio do uso de métodos de barreira e da realização regular de triagens sorológicas”, explica a Dra. Helaine.

SUMMIT FEBRASGO - Inovação em GO: Como será o futuro da saúde?

Com coordenação do Dr. Agnaldo Lopes da Silva Filho, diretor científico da FEBRASGO, a última sessão do SUMMIT FEBRASGO - Inovação em GO teve a participação do Dr. Adilson Cunha Ferreira, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, com aula sobre “Como será a ultrassonografia do futuro”.

Segundo o especialista, o ultrassom tem avançado de forma significativa, “diferentemente do cartão de pré-natal”, observa ele, ressaltando que a evolução da ultrassonografia ocorreu até antes de os GOs saberem exatamente como utilizá-la, já que as imagens passaram a se aprimorar de maneira inimaginável — “quem poderia imaginar ser possível falar de neurossonoanatomia fetal? (...) Estamos deixando de apenas ver o que está acontecendo e estamos começando a prever o que pode acontecer. O ultrassom é uma ferramenta de vigilância preditiva”, conclui Dr. Adilson com imagens muito ilustrativas sobre o avanço em US.

O Dr. Julio Cesar Rosa e Silva, membro da CNE de Endometriose, também esteve nesta sessão apresentando o tema “Wearables e monitoramento remoto: aplicações práticas na GO”. Foram apresentadas aplicações práticas, tecnologias atuais e reflexões sobre o futuro desses dispositivos vestíveis (wearable devices). “Pensando em saúde da mulher, um dos primeiros aplicativos de celular criados foi, talvez, o do calendário menstrual”, relembra.

A partir desses aplicativos, surgiram outros dispositivos, desenvolvidos para facilitar o trabalho do ginecologista e do obstetra, além de empoderar a paciente, permitindo que ela compreenda melhor o que está acontecendo com o próprio corpo e as mudanças pelas quais está passando.

“Precisamos entender que muitos desses dispositivos são testados, validados e aprovados por instituições regulatórias — no caso do Brasil, a Anvisa. Outros, nem tanto. Por isso, é necessário cuidado com dispositivos que não são validados”, alerta.

Qual é o futuro? – De acordo com o Dr. Julio Cesar, os endosensores representam uma verdadeira revolução no diagnóstico e no monitoramento médico ao utilizarem sensores minimamente invasivos capazes de oferecer um cuidado mais preciso e personalizado. Esses biossensores em miniatura são projetados para serem implantados ou inseridos no corpo, permitindo a detecção e medição, em tempo real, de sinais biológicos, químicos e físicos, como glicose, pH, oxigênio e pressão. Todas as informações obtidas são transmitidas sem fio para dispositivos externos, garantindo análise rápida e eficiente. Sua principal vantagem é possibilitar um monitoramento contínuo e direto, superando as limitações de métodos tradicionais baseados em testes laboratoriais ou exames de imagem pontuais.

Summit FEBRASGO Inovação em GO destaca telecirurgia, cirurgia verde e navegação guiada na prática ginecológica

O Summit FEBRASGO, Inovação em Ginecologia e Obstetrícia aprofundou o debate sobre tecnologias aplicadas à cirurgia ginecológica, destacando avanços que ampliam o acesso, promovem sustentabilidade e elevam a segurança dos procedimentos. A primeira aula, ministrada pelo Dr. Agnaldo Lopes da Silva Filho, diretor científico da FEBRASGO, abordou a telecirurgia e a telementoria como estratégias essenciais para reduzir desigualdades assistenciais. O médico ressaltou que o encontro foi “superprodutivo”, especialmente no campo da cirurgia, onde a telecirurgia surge como “a última fronteira para oferecer treinamento e equidade do ponto de vista da cirurgia ginecológica”. Ele enfatizou que, diante do grande número de mulheres sem acesso a procedimentos seguros pela falta de profissionais, a inovação tecnológica torna-se um caminho para ampliar cuidado e qualificação.

A programação também contou com a participação internacional do professor Michel Canis, especialista da França, que trouxe ao debate a importância da sustentabilidade e da chamada “cirurgia verde”. Segundo ele, “temos que cuidar da vida de todas as mulheres, e para isso, temos que cuidar do ambiente para garantir qualidade de vida e saúde”. O especialista explicou que repensar o ciclo de vida dos materiais, evitar desperdícios e reduzir emissões associadas aos procedimentos cirúrgicos são medidas urgentes para transformar a prática ginecológica de forma responsável. “Não abram instrumentos que não vão ser utilizados”, alertou, destacando que até o uso de determinados anestésicos deve ser reavaliado devido ao impacto ambiental significativo.

O terceiro tema da sessão ficou a cargo do Dr. Mariano Tamura Vieira Gomes, membro da CNE de Endoscopia Ginecológica, que apresentou as aplicações da cirurgia guiada por navegação, com foco no ultrassom intraoperatório e na fluorescência por ICG. O médico explicou que esse conjunto de tecnologias auxilia na identificação precisa de estruturas como miomas, lesões de endometriose profunda, ureteres, vasos e linfonodos. Ele reforçou que a combinação de recursos - ultrassom para definir anatomia, fluorescência para revelar perfusão e estruturas críticas - resulta em procedimentos mais seguros e precisos. E destacou: “Já temos cirurgia guiada em tempo real, com ultrassom e fluorescência, e isso estará cada vez mais presente na nossa vida, trazendo segurança e nos ajudando em decisões críticas.”

A sessão foi coordenada pelo Dr. Sérgio Podgaec, vice-presidente da Região Sudeste da FEBRASGO, que elogiou a qualidade das discussões e a relevância dos temas apresentados. “Eu adorei a mesa também. Acho que abre a cabeça da gente. O Summit FEBRASGO Inovação em GO é um momento de bastante reflexão para a nossa prática do dia a dia.

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