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Novembro roxo: FEBRASGO participa de audiência pública sobre prematuridade

A convite da deputada estadual Marina Helou, em parceria com a ONG Prematuridade.com, a Dra. Roseli Nomura, diretora administrativa da FEBRASGO, integrou a mesa da audiência pública “Panorama da Prematuridade no Estado de São Paulo”, realizada na manhã desta segunda-feira (03/11), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), ao lado de Denise Sugitani (ONG Prematuridade.com), Marina Helou (deputada), Dra Lilian Sadeck (Sociedade Brasileira de Pediatria), Dra. Cátia Martínez (presidente do Comitê de Vigilância de Morte Materna e Infantil Fetal do Estado de São Paulo) e Dr. Renato Kfouri (presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Imunizações).

O encontro - que reuniu especialistas, gestores públicos profissionais da saúde e parlamentares - discutiu o cenário dos partos prematuros no estado, os principais desafios de prevenção e a equidade no acesso à saúde para bebês prematuros, com apresentação de iniciativas do poder público, de sociedades científicas e de organizações da sociedade civil. A prematuridade, principal causa de óbitos em crianças menores de cinco anos, foi abordada como tema intersetorial, que demanda ações integradas e contínuas.

Na ocasião, foram destacados pontos importantes para reduzir a prematuridade, incluindo planejamento reprodutivo, qualificação do pré-natal, linhas de cuidado materno-infantis articuladas e monitoramento de indicadores. A deputada Marina Helou ressaltou a importância de políticas públicas que enfrentem fatores de risco ao longo de toda a gestação e garantam suporte integral às famílias, reforçando que a mobilização social facilita a priorização do tema e a alocação de recursos.

Representando a sociedade civil, Denise Sugitami, da Prematuridade.com, apresentou o trabalho da ONG — presente em 24 estados, com cerca de 280 voluntários —, que há 11 anos apoia aproximadamente 600 famílias por mês com doações, acolhimento psicológico gratuito, orientação jurídica, campanhas de conscientização e projetos de educação em saúde.

Durante sua fala, Denise destacou os impactos na prematuridade em decorrência das desigualdades étnicas, raciais, geográficas, questões de acessibilidade para mulheres com deficiências, e questões ambientais (poluição, calor extremo, secas, enchentes, crises humanitárias etc.).

“A FEBRASGO tem grande capilaridade, já que estamos presentes em todos estados do Brasil, por meio de nossas associações federadas, portanto temos espaço para ampliar ações sobre prematuridade no país como um todo”, reforçou Dra. Roseli, lembrando que o Dia Nacional da Prematuridade (17/11) foi recentemente instituído pela Lei Federal nº 15.198, de 2025.

A FEBRASGO reforça seu compromisso com a qualificação da atenção materno-infantil, o fortalecimento das políticas públicas baseadas em evidências e a articulação intersetorial para reduzir a prematuridade e seus impactos na saúde das crianças e das famílias.

Atualização das recomendações sobre a imunização das gestantes com a vacina Vírus Sincicial Respiratório (VSR)

Comissão Nacional Especializada (CNE) de Vacinas da Febrasgo

Contextualização

No Brasil, aproximadamente metade dos óbitos em crianças menores de um ano é atribuída a causas evitáveis, frequentemente relacionadas à assistência inadequada durante o pré-natal, parto e puerpério, incluindo baixa cobertura vacinal materna e infantil.¹
A gestação na adolescência permanece um importante desafio de saúde pública: em 2023, foram registrados mais de 300 mil nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos, com taxa de prematuridade em torno de 12%, com maior concentração nas regiões Norte e Nordeste.¹˒²

A vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) com o objetivo de prevenir formas graves da infecção em lactentes. O estudo pivotal MATISSE demonstrou elevada eficácia na redução de doença grave por VSR e hospitalizações em bebês. Os eventos adversos avaliados não mostraram diferença estatisticamente significativa entre o grupo vacinado e o grupo placebo, incluindo parto prematuro, baixo peso ao nascer e hipertensão materna.³–⁵

Embora o número de gestantes menores de 18 anos incluídas nos estudos clínicos tenha sido limitado, dados internacionais e decisões regulatórias convergem para a recomendação de vacinação nesse grupo. Considerando o perfil de segurança da plataforma vacinal, os benefícios à saúde neonatal — particularmente entre prematuros —, a alta prevalência de gravidez na adolescência no país e a vulnerabilidade social dessa população, recomenda-se a vacinação universal de gestantes.⁶

Recomendações

Conforme recomendações previamente publicadas pela CNE de Vacinas da Febrasgo:⁷

  • Vacina: VSR (Abrysvo® – Pfizer), incorporada ao PNI.

  • Indicação: todas as gestantes, incluindo menores de 18 anos.

  • Esquema: uma dose, via intramuscular.

  • Início da vacinação: a partir de 28 semanas de gestação, sem limite superior de idade gestacional.

  • Aplicação: ao longo de todo o ano, independentemente da sazonalidade.

  • Repetir: em cada gestação.

  • Coadministração: permitida com demais vacinas recomendadas no pré-natal.

  • Observação: a vacina é licenciada pela ANVISA para uso entre 24 e 36 semanas; assim, aplicações entre 24–27 semanas e após 36 semanas devem ser avaliadas a critério médico.

  • Intervalo mínimo: recomenda-se ao menos 14 dias entre a vacinação e o parto para adequada transferência transplacentária de anticorpos.


Conclusões

A vacinação contra o VSR representa intervenção essencial para redução da morbimortalidade infantil, especialmente em populações vulneráveis como gestantes adolescentes e bebês prematuros.
A aplicação da vacina Abrysvo® em todas as gestantes, com início preferencial a partir de 28 semanas, constitui medida alinhada às evidências científicas e às políticas públicas nacionais de proteção materno-infantil.


Referências bibliográficas

  1. Fundação ABRINQ. Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2025.

  2. Barros AJ, Blumenberg C, Costa JC, et al. Maternidade na adolescência no Brasil: altas taxas de fecundidade e desigualdades marcantes entre municípios e regiões. Disponível em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.11537

  3. Kampmann B, Madhi AS, Munjal I, et al. Bivalent Prefusion F Vaccine in Pregnancy to Prevent RSV Illness in Infants. N Engl J Med. 2023;388(16):1451–64. doi:10.1056/NEJMoa2216480.

  4. Gonzalo Pérez Marc GP, Vizzotti C, Fell DB, et al. Real-world effectiveness of RSVpreF vaccination during pregnancy against RSV-associated lower respiratory tract disease leading to hospitalisation in infants during the 2024 RSV season in Argentina (BERNI study): a multicentre, retrospective, test-negative, case–control study. Lancet Infect Dis. 2025. https://doi.org/10.1016/S1473-3099(25)00156-2

  5. Organização Pan-Americana da Saúde. Guia de campo sobre a imunização materna e neonatal para Latinoamérica e o Caribe: anexo sobre a vacina materna contra o vírus respiratório sincicial. Washington, D.C.; 2024.

  6. Australian Government. Pregnant women are recommended to receive an RSV vaccine during pregnancy to protect their infant. Disponível em: https://immunisationhandbook.health.gov.au/recommendations/pregnant-women-are-recommended-to-receive-an-rsv-vaccine-during-pregnancy-to-protect-their-infant

  7. Febrasgo. Recomendações da vacina vírus sincicial respiratório para gestantes. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/2150-recomendacoes-da-vacina-virus-sincicial-respiratorio-para-gestantes

CNE de Vacinas da Febrasgo

Presidente: Susana Cristina Aidé Viviani Fialho
Vice-presidente: Nilma Antas Neves
Secretária: Cecilia Maria Roteli Martins

Membros:
André Luis Ferreira Santos
Caroline de Oliveira Alves Martins
Fabiola Zoppas Fridman
Giuliane Jesus Lajos
Isabella de Assis Martins Ballalai
Juarez Cunha
Julio Cesar Teixeira
Marcia Marly Winck Yamamoto de Medeiros
Maria Carolina Pessoa Valença Rygaard
Mônica Levi
Newton Carvalho
Renato de Ávila Kfouri
Valentino Antonio Magno

Dia do Ginecologista e Obstetra, e a fundação da Febrasgo

Hoje a celebração é em dose dupla. A FEBRASGO completa 66 anos — fundada em 30 de outubro de 1959, em Belo Horizonte — e, ao longo desse percurso, consolidou-se como entidade que reúne 27 federadas em todo o Brasil, promovendo educação e atualização baseadas em evidências. Na mesma data nasceu o Dia do Ginecologista, criado para homenagear a especialidade que cuida da saúde da mulher em todas as fases da vida, com olhar integral, preventivo e científico.

E o reconhecimento oficial da competência técnica e científica do médico nessa área vem pela obtenção do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) concedido pela FEBRASGO, em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), após uma rigorosa avaliação teórica e prática.

“Celebrar o Dia do Ginecologista e os 66 anos da FEBRASGO é reconhecer a força de uma especialidade que se renova a cada dia, guiada pela ciência, pelo compromisso com a mulher e pela excelência profissional. O TEGO é mais do que um título — é o símbolo da nossa responsabilidade com a saúde feminina e da credibilidade que une toda a comunidade gineco-obstétrica do Brasil”, declara Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da FEBRASGO.

As titulações e certificações qualificadas (TEGO, TPI, Áreas de atuação, Robótica) da FEBRASGO fazem parte dos pilares essenciais de apoio aos ginecologistas e obstetras (GOs), reforçados pela campanha "Sempre com Você", que visa (1) reiterar o compromisso contínuo da FEBRASGO com os GOs de todo o Brasil, numa parceria constante em todas as etapas da vida destes profissionais, compartilhando a missão de cuidar, e (2) reforçar o papel do tocoginecologista em todas as fases da vida de uma mulher, desde a maternidade, nascimento, infância, puberdade, adolescência, período reprodutivo, climatério e pós-menopausa.

O TEGO como chancela da especialidade

Ter o título significa que o profissional passou por uma formação sólida em Medicina (em instituição reconhecida pelo MEC) e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia, demonstrando domínio sobre os temas que envolvem a saúde da mulher em todas as fases da vida.

Além de garantir credibilidade e segurança ao paciente, o Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia reforça o compromisso com a educação continuada e a atualização científica. Em um cenário em que a Medicina evolui rapidamente, o TEGO diferencia o médico que segue as diretrizes baseadas em evidências e atua com ética e responsabilidade.

Na prática, o título também é fundamental para o exercício pleno da especialidade, pois é reconhecido pelos conselhos de Medicina, hospitais e planos de saúde, e frequentemente exigido em concursos e cargos públicos.

Para endossar a importância do TEGO, a FEBRASGO lança o selo do Título de Especialidade em Ginecologia e Obstetrícia nas versões digital e impressa. O selo é uma forma prática e segura de assinar documentos médicos e mostrar o seu diferencial como GO titulado, além de contribuir para reforçar a confiança das suas pacientes.

Para solicitar o selo na versão impressa, acesse: https://www.evolutioncustoms.net/product-page/1000-selos-especialista-febrasgo

 

Para solicitar o selo na versão digital, siga o passo a passo:

  1. Acesse: https://www.evolutioncustoms.net/product-page/certmed-plataforma-de-assinatura-digital
  2. Aguarde o prazo de 72 horas para validação do TEGO.
  3. Depois, acesse a plataforma www.certmed.com.br e faça seu login.
  4. Faça upload do PDF e posicione o selo.
  5. Clique em ‘assinar documento’.

Você pode usar o selo diretamente pela plataforma CertMed ou utilizar o seu navegador com a extensão CertMed no Google Chrome ou Windows Edge. O sistema garante que todo o documento seja imutável e rastreável, preservando sua autenticidade.

Se você já tem o TEGO, adquira seu selo do Título de Especialidade em Ginecologia e Obstetrícia e transforme sua rotina médica com agilidade, segurança e credibilidade.

FEBRASGO segue atenta às movimentações do Legislativo sobre a saúde da mulher

A FEBRASGO acompanha a movimentação de pautas que tramitaram em caráter de urgência no Congresso Nacional, relacionadas à mulher e à saúde da mulher, em programação alusiva ao Outubro Rosa.

Nesta semana, a Câmara dos Deputados aprovou dois projetos relevantes:

  • PL 1249/2022 — após os pareceres das comissões segue com o seguinte texto: Propõe alteração na CLT para licença de até dois dias consecutivos para mulheres com sintomas debilitantes associados ao ciclo menstrual.

Íntegra do parecer:

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2169876&filename=PL%201249/2022

 

  • PL 2112/2024 — Institui, no SUS, ações para a redução da morbimortalidade materna.

Íntegra do parecer:

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2430409&filename=PL%202112/2024

 

“Ambos seguem para o Senado e a FEBRASGO está atenta a estas e outras movimentações legislativas relacionadas ao exercício profissional da Ginecologia e Obstetrícia e à saúde das mulheres”, afirma Dra. Lia Cruz Vaz da Costa Damásio, diretora de Defesa e Valorização Profissional da FEBRASGO.

 

Pautas previstas para votação hoje (29/10):

  • PL 1527/2025 — Estabelece normas e diretrizes para a prevenção e o combate à má prática obstétrica contra mulheres indígenas, garantindo respeito às particularidades culturais e à integridade física e psicológica na gestação, no parto e no pós-parto.

Íntegra do texto:

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2881862&filename=PL%201527/2025

 

  • PL 2768/2025 — Dispõe sobre a proibição da prática rotineira de episiotomia na assistência ao parto normal no âmbito das instituições públicas e privadas, por profissional de saúde legalmente habilitado.

Íntegra do texto:

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2931441&filename=PL%202768/2025

 

Em relação aos projetos previstos para votaçāo, destaca-se a importância de debater e aprimorar as práticas assistenciais e o respeito à mulher.

Apoiamos o propósito legislativo desses dois PLs. Somos veementemente contra qualquer tipo de violência contra a mulher indígena. A FEBRASGO reitera que não concorda com o termo “violência obstétrica” pois leva a estigmatização dos profissionais de saúde. O termo não abrange todas as formas de violência que atingem as mulheres nos períodos de parto, abortamento e puerpério, incluindo a violência institucional, a falta de recursos humanos e materiais, a escassez de vagas em UTI e de bolsas de sangue, por exemplo. Uma nomenclatura mais adequada seria “violência contra a mulher indígena nos períodos de parto e abortamento”.

Já no que se refere ao projeto que visa proibir a episiotomia de rotina, a médica ressalta a necessidade de cautela para que avanços legislativos não limitem decisões clínicas em situações excepcionais. Há fundamental importância da modernização e da humanização nos procedimentos, essa prática de forma rotineira, isso já não consta nos guidelines nacionais e internacionais há muito tempo e não é recomendada a episiotomia de rotina. Deve-se atentar ao risco de excesso de interferência legislativa em decisões e práticas que devem ser técnicas e cuidadosamente individualizadas.

A FEBRASGO reforça seu compromisso com a defesa da qualidade assistencial, a valorização profissional e a promoção de políticas públicas baseadas em evidências para a saúde da mulher em todas as fases da vida.Para consultar o posicionamento da FEBRASGO sobre o termo “violência obstétrica”, acesse: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1435-posicionamento-febrasgo-contra-violencia-obstetrica

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