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FEBRASGO participa do Simpósio "Eliminação do Câncer do Colo do Útero no Brasil" e discute estratégias para erradicar a doença

II Simpósio "Eliminação do Câncer do Colo do Útero no Brasil

 

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) realizará neste dia 5 de dezembro, quinta-feira, no Hotel Hilton Rio de Janeiro Copacabana, o II Simpósio "Eliminação do Câncer do Colo do Útero no Brasil: Medindo o Progresso", com o objetivo de discutir estratégias para a eliminação e o combate à doença.

O evento contará com a presença da presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Dra. Maria Celeste Wender, que destaca a importância da união de esforços para o enfrentamento do câncer do colo do útero. “Acreditamos que é nosso dever promover a prevenção, o diagnóstico precoce e garantir o acesso ao tratamento para todas as mulheres, independentemente de sua condição social. Sabemos que a educação sobre a importância da vacinação contra o HPV e dos exames de rastreamento são fundamentais para reduzir a incidência dessa doença. Devemos também trabalhar para eliminar as barreiras que dificultam o acesso a esses serviços essenciais, especialmente nas regiões mais carentes do país. O combate ao câncer do colo do útero é uma luta coletiva e estamos comprometidos em fazer a diferença na vida das mulheres brasileiras”, afirma.

O evento também apresentará o Plano Nacional de Eliminação do Câncer do Colo do Útero, que será detalhado por José Barreto Carvalheira, Coordenador-Geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. Eder Gatti, do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), discutirá os compromissos assumidos, as metas cumpridas e os próximos passos para o avanço das políticas públicas.

A programação também incluirá uma apresentação sobre os avanços globais no combate ao câncer do colo do útero, com Lely Stella Guzman, da OPAS. Serão abordados temas como rastreamento organizado, sistemas de informação, capacitação profissional, oferta de cuidados integrados, redução do tempo entre diagnóstico e tratamento, e a organização da linha de cuidado para confirmação diagnóstica e tratamento.

FEBRASGO, Pfizer e Astellas promovem debates sobre saúde da mulher durante gestação e menopausa em evento inovador

Em 29 de novembro, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reuniu especialistas no “Summit FEBRASGO Inovação em Ginecologia e Obstetrícia”, em São Paulo, para debater os avanços tecnológicos e a importância das inovações no cuidado da saúde feminina. O evento contou com o Simpósio Satélite da Pfizer, com o tema “Proteção contra o VSR”, que discutiu o papel dos ginecologistas e obstetras na prevenção do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), com foco em bebês e idosos.

A Dra. Sue Yazaki, professora adjunta de Obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo, destacou a relevância da vacinação durante a gestação para a prevenção do VSR, especialmente nos primeiros três meses de vida, período de maior prevalência do vírus. A médica enfatizou que, até o momento, não existe tratamento específico para a infecção, apenas cuidados de suporte. "Até a pandemia, o impacto do VSR nas crianças era subestimado, mas, com o aumento dos casos, a inclusão da prevenção no calendário de imunização se tornou urgente", afirmou. A ANVISA recentemente autorizou a imunização contra o VSR para gestantes, um avanço crucial no combate à doença. Além disso, a Dra. Sue alertou que, embora fatores como prematuridade e doenças pulmonares crônicas aumentem o risco de infecções graves, muitas hospitalizações ocorrem em bebês sem esses fatores preexistentes.

A vacinação durante a gestação é considerada uma ferramenta essencial para proteger os bebês contra o VSR. A Dra. Sue destacou ainda que, no Brasil, a Anvisa recomenda a administração da vacina entre 24 e 36 semanas de gestação. "Bebês com menos de seis meses têm maior risco de hospitalização por infecção respiratória grave, e a vacinação demonstrou ser eficaz na prevenção. As reações mais comuns são locais, como dor no local da injeção, mas os benefícios superam esses efeitos", defendeu.

O Dr. Roberto Dischinger Miranda, também presente no evento, abordou a carga significativa do VSR, especialmente entre os idosos. Ele explicou que, embora o VSR seja frequentemente comparado à influenza, ele é responsável por um número elevado de hospitalizações e complicações respiratórias, com maior risco conforme a idade avança. "Pacientes com doenças cardíacas ou respiratórias têm risco ainda maior", alertou. O especialista reforçou a importância da vacinação e das medidas preventivas, destacando que essas devem ser incorporadas à rotina de cuidados de saúde, principalmente para a população idosa e com comorbidades. "É essencial implementar estratégias de imunização e manejo das condições pré-existentes para reduzir os impactos desse vírus", concluiu o Dr. Roberto.

Inovações no cuidado do climatério

O Summit também promoveu uma discussão sobre “Inovações no Cuidado da Menopausa”, com o apoio da Astellas. A mesa, moderada pela Dra. Maria Celeste Wender, presidente da FEBRASGO, trouxe atualizações relevantes sobre o manejo da menopausa. O Dr. Luciano Pompei, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Climatério da FEBRASGO e presidente da SOGESP, compartilhou insights importantes sobre os avanços na área.

O Dr. Marcelo Steiner, diretor administrativo da FEBRASGO, destacou a crescente incidência de obesidade entre as mulheres no climatério, evidenciando o impacto do sobrepeso e do acúmulo de massa gorda nessa fase da vida. "Cerca de 60% da população apresenta sobrepeso, e 30% sofre de obesidade. Esses números são ainda mais alarmantes entre mulheres de 40 a 60 anos, quando há um aumento significativo dessas condições", alertou o médico.

Além disso, o Dr. Marcelo ressaltou que mulheres com maior índice de massa corporal (IMC) têm maiores chances de sofrer com sintomas como os fogachos, que impactam não só a qualidade de vida, mas também o Sistema Nervoso Central. "Compreender e agir sobre o sobrepeso e a obesidade nesse período é fundamental, pois essas condições podem gerar inúmeras consequências à saúde das mulheres", concluiu o especialista.

Febrasgo, Feito Para Ela e Sociedade Brasileira de Cardiologia lançam manual sobre a saúde cardiovascular no climatério e na menopausa

Em linguagem acessível, guia explica as 20 principais dúvidas sobre as mudanças que acontecem no organismo feminino a partir dos 40 anos.

A menopausa é um marco importante na vida da mulher, pois representa o fim da menstruação e do período reprodutivo. Até chegar na menopausa, a mulher passa pelo climatério, que ocorre entre 40 e 65 anos e é marcado por uma série de mudanças hormonais e físicas que podem afetar a saúde cardiovascular, metabólica e óssea da mulher. Vale destacar que o climatério é o período que precede e ultrapassa a idade da menopausa.

Até 2025, mais de 1,1 bilhão de mulheres no mundo estarão na pós-menopausa, o que representa cerca de 12% da população global. No Brasil, em 2024, estima-se que 30 milhões de mulheres estejam vivendo essa fase.

Para ajudar todas elas a entenderem melhor esse período, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o Feito Para Ela, o Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DCM/SBC) e a Sociedade Interamericana de Cardiologia (SIAC) elaboraram a “Diretriz sobre a Saúde Cardiovascular no Climatério e na Menopausa”, um guia em linguagem acessível, com informações claras e baseadas em evidências científicas para uma vida saudável.

O manual traz 20 respostas para as principais dúvidas das mulheres sobre menopausa e será lançado no dia 02 de dezembro, às 19h, durante live nas redes sociais da Febrasgo e do Feito Para Ela (saiba mais informações sobre a live no final do texto).

“Com linguagem acessível, esse manual tem como objetivo oferecer informações claras, baseadas em evidências científicas, para ajudar as mulheres a compreenderem melhor os desafios do climatério e da menopausa e a adotarem cuidados essenciais para uma vida saudável”, declarou a Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da Febrasgo.

A Dra. Marta Finotti, coordenadora do Feito Para Ela e do Núcleo Feminino da Febrasgo, acrescenta: “Escrito por uma equipe de especialistas, o manual oferece respostas às dúvidas mais comuns para as mulheres que estão enfrentando os desafios desta nova fase, e aborda desde as questões hormonais e os sintomas típicos até as formas de prevenção e tratamento para manter a saúde cardiovascular e mental.

Mesmo com a divulgação do documento, que pode ser acessado aqui, a Febrasgo ressalta a importância do acompanhamento médico com um profissional de confiança, além das recomendações de autocuidado, como adotar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e controle do estresse.

O manual também orienta sobre os riscos de doenças crônicas e como o uso de medicamentos e terapias hormonais pode ser uma estratégia importante para minimizar os impactos da menopausa no corpo.

PARA BAIXAR O MANUAL

Clique aqui para baixar a diretriz sobre a saúde cardiovascular no climatério e na menopausa.

Sobre a live Ela Talks

Tema: Saúde na menopausa: proteja seu coração
Data: 02/12/2024 (2ª feira)
Horário: às 19h

Onde assistir:
YouTube Febrasgo
YouTube Feito Para Ela
Facebook Febrasgo

Nova regra da ANVISA para Implantes Hormonais prevê fiscalização rigorosa e proibição para fins estéticos

FEBRASGO defende tratamento individualizado, baseado em evidências científicas e regulamentado, garantindo eficácia e segurança para a paciente

Na última segunda-feira (25), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou medidas complementares que intensificam o controle sobre a manipulação de implantes hormonais à base de esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos. A Resolução 4.353/2024 atualiza as condições excepcionais para a manipulação desses implantes, além de proibir sua fabricação, comercialização e utilização para fins estéticos, esportivos ou de aumento de massa muscular. A nova normativa também reforça a proibição da propaganda de produtos manipulados ao público em geral, um aspecto que já é vedado pela legislação vigente.

Entre as novas condições estabelecidas pela Anvisa está  o Termo de Responsabilidade e Esclarecimento  que deverá ser entregue ao paciente, junto com a prescrição do medicamento, para informá-lo sobre os riscos associados ao implante hormonal manipulado. O documento deverá ser emitido em três vias, todas devidamente assinadas. A primeira via deve ser arquivada no prontuário médico, a segunda na farmácia de manipulação e a terceira entregue ao paciente.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) tem se envolvido ativamente nos debates sobre o tema, reafirmando seu compromisso com a defesa e proteção da saúde das mulheres brasileiras, e ressalta que, em qualquer contexto médico, é responsabilidade do profissional de saúde prescrever terapias que não comprometam a saúde das pacientes, sempre com base em evidências científicas sólidas e confiáveis.

“É importante frisar que, como membros e representantes das sociedades médicas científicas, apoiamos a terapia hormonal, desde que seja realizada com ética, respaldo científico e segurança. Também somos favoráveis ao desenvolvimento de novas modalidades de tratamento, incluindo futuros implantes, desde que sejam devidamente aprovados pelos protocolos nacionais e pelas normas sanitárias, garantindo a segurança tanto para os médicos que prescrevem quanto para os pacientes que utilizam esses tratamentos”, diz a Dra. Lia Cruz, diretora de defesa profissional da FEBRASGO.

A partir de agora, o médico que prescrever implantes hormonais deverá fornecer uma receita de controle especial, que será registrada no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) pelas farmácias, facilitando o controle e evitando abusos. A receita deverá incluir o CID, especificando a doença para o qual o tratamento é indicado, sendo proibido o uso para fins estéticos. Além disso, agora é obrigatória a notificação de qualquer efeito colateral, permitindo maior controle dos órgãos de saúde sobre os casos. Até o momento, os dados foram subnotificados devido à falta dessa exigência.

A nova medida também destaca que os medicamentos manipulados devem ser utilizados apenas quando o produto industrializado, registrado na Anvisa, estiver indisponível na dosagem ou forma farmacêutica específica necessária para o paciente, e desde que haja uma avaliação e prescrição do médico responsável. O registro de um medicamento é a comprovação de sua segurança e eficácia, aprovadas pela Anvisa. Por isso, apenas insumos farmacêuticos que atendam a essas condições podem ser manipulados.

A especialista afirma que, até o momento, não existem evidências científicas que comprovem a segurança e os benefícios do uso de implantes hormonais manipulados. “A simples plausibilidade biológica de uma molécula ou relatos de boas experiências sintomáticas não são suficientes para justificar o lançamento e a comercialização de um novo medicamento. Para que isso ocorra, é necessário seguir protocolos rigorosos. A pesquisa pré-clínica e clínica desempenha um papel fundamental, pois permite uma análise detalhada dos efeitos da substância no organismo, determinando a dose e a via adequada de administração, além de identificar possíveis efeitos colaterais. Por essas razões, defendemos o tratamento individualizado da paciente, baseado em evidências científicas e regulamentado, assegurando tanto a eficácia da terapia quanto a segurança da paciente”, enfatizou a médica.

Apesar da medida, é importante destacar que não se trata de uma liberação irrestrita ou de uma liberalidade no uso de implantes, mas sim de uma conciliação entre a autonomia médica e a segurança. A população deve estar ciente de que esses tratamentos são considerados de exceção, sendo essencial observar todos os critérios estabelecidos, como a correta prescrição da receita e a estrita indicação médica.

“É fundamental ressaltar, novamente, que esses tratamentos devem ser utilizados exclusivamente para casos excepcionais, devidamente justificados, e nunca para fins estéticos. Além disso, é indispensável que sejam respaldados por estudos que comprovem sua eficácia, segurança e os potenciais riscos de efeitos adversos, conforme exigido pelos termos de segurança vigentes”, sinalizou a médica.

A FEBRASGO destaca que existem relatos de efeitos colaterais graves associados ao uso de implantes hormonais manipulados, como infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo, acidente vascular cerebral (AVC), além de complicações hepáticas, dermatológicas, psiquiátricas, renais, musculares e infecções. Alguns desses efeitos podem ser irreversíveis, como a alteração da voz, o aumento do clitóris e problemas de infertilidade. Outras mulheres podem também apresentar queda de cabelo, aumento da oleosidade da pele e acne severa.

Para conferir a publicação do despacho publicado no Diário Oficial da União, acesse:

? Despacho nº 163 de 25 de novembro de 2024 - DOU

 

 

Dezembro Vermelho: Pré-natal do parceiro é essencial para a prevenção de ISTs e proteção da gestante

FEBRASGO destaca que a transmissão do HIV e de outras ISTs pode ocorrer de mãe para filho durante a gestação

O Dezembro Vermelho é uma importante campanha nacional de mobilização na luta contra o HIV, a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Neste contexto, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca que a transmissão do HIV e de outras ISTs pode ocorrer de mãe para filho, durante a gestação, no parto ou até mesmo durante a amamentação.

O Dr. Régis Kreitchmann, membro da Comissão Especializada em Doenças Infectocontagiosas da FEBRASGO, explica que durante a gravidez o risco de contágio pelo HIV é ainda mais grave devido à vulnerabilidade imunológica da gestante, que está mais propensa a infecções. "É um período em que é fundamental proteger a gestante de maneira rigorosa, seja com o uso de preservativos ou com medicamentos preventivos", afirma. Ele destaca o crescente uso da profilaxia pré-exposição (PrEP), um medicamento utilizado para prevenir a infecção antes da exposição ao HIV, e a profilaxia pós-exposição (PEP), que pode ser usada em casos de violência sexual para evitar a transmissão.

 

O médico enfatiza a importância da realização de exames do parceiro quando há intenção do casal em engravidar e durante o pré-natal também.  "O pré-natal do parceiro é fundamental, pois, se ele for soropositivo, podemos torná-lo indetectável, o que impede a transmissão para a gestante. O primeiro passo é evitar que a gestante seja exposta ao vírus, o que é essencial para a segurança dela e do bebê”, alerta.

Durante todo o pré-natal, os obstetras preparam as gestantes para a decisão sobre a amamentação. Embora a amamentação seja extremamente importante para a maioria das mães, representa um risco maior de transmissão do HIV, especialmente se a gestante se infectar durante o período de lactação. O Ministério da Saúde tem trabalhado nessa linha, reforçando a necessidade de proteger o bebê e evitando qualquer risco à sua saúde, especialmente após o sucesso do tratamento antirretroviral que visa reduzir a carga viral a níveis indetectáveis.

“Ainda que existam estudos que mostram taxas de transmissão mais baixas em gestantes com carga viral suprimida, o aleitamento materno continua sendo uma prática arriscada para mães com HIV. No Brasil e em muitos outros países, a recomendação predominante é o aleitamento artificial, utilizando leite em pó e água de boa qualidade. O aleitamento materno, para gestantes com HIV, pode comprometer a proteção que foi alcançada por meio do tratamento antirretroviral”, ressalta o médico.

Em casos muito selecionados, em que a gestante está com a carga viral indetectável há um longo período e a condição clínica é estável, a amamentação pode ser pontualmente considerada, mas essas situações são raras e precisam ser analisadas de forma individual. No entanto, de forma geral, a recomendação atual, conforme os protocolos brasileiros, é não amamentar, priorizando a segurança do bebê com a alternativa do aleitamento artificial.

A gestante com HIV pode ter um parto natural?

O especialista explica que gestantes que seguem o pré-natal especializado e realizam os exames necessários, incluindo o monitoramento da carga viral, têm grandes chances de ter uma gestação segura. A carga viral é monitorada, especialmente entre 34 e 35 semanas, para definir a melhor abordagem para o parto. Caso a gestante tenha uma carga viral abaixo de mil cópias, ela pode optar por um parto vaginal, sem risco de transmissão do HIV. A grande maioria das gestantes em tratamento antirretroviral durante a gestação alcançam uma carga viral indetectável, o que possibilita um parto normal sem complicações.

“Vale ressaltar que para as gestantes que não iniciaram o tratamento de forma adequada ou no tempo correto, a carga viral pode ser superior a mil cópias. Nesse caso, a cesariana é indicada para prevenir a transmissão do HIV ao bebê. A cesárea é agendada de forma controlada, e, nesse cenário, a gestante recebe medicação injetável (AZT) antes do parto, enquanto o bebê também faz uso de medicamentos após o nascimento”, pontuou o Dr. Kreitchmann.

Após o nascimento, os médicos realizam a avaliação da carga viral do bebê nas primeiras 24 horas de vida. Em seguida, o exame é repetido aos 1 e 4 meses de idade. Se todos os exames deram resultado negativo, o bebê é considerado livre do HIV.

É seguro usar a PrEP na gestação?

“É fundamental que as pessoas saibam que existe a possibilidade de utilizar a PrEP durante a gestação e o aleitamento. Os antivirais usados na PrEP são absolutamente seguros para a gestante, pois envolvem dois medicamentos que também fazem parte do tratamento contra o HIV. Eles são eficazes e altamente protetores. Quando usados corretamente, a PrEP oferece mais de 90% de proteção, o que equivale a uma eficácia semelhante à de uma vacina. Para garantir essa proteção, é essencial que a gestante siga rigorosamente o esquema de doses, tomando todas ou a maioria das doses recomendadas”, enfatizou o ginecologista.

A PrEP é particularmente importante em situações de risco, como quando a gestante tem um parceiro HIV positivo ou se encontra em contextos de maior vulnerabilidade. Nessas situações, a paciente deve ser considerada uma candidata à PrEP, e qualquer profissional de saúde pode, e deve, prescrever a medicação, garantindo uma proteção eficaz durante a gestação e o aleitamento.

Rede de apoio à gestante

Para gestantes que não se sentem à vontade para discutir o assunto com seus familiares, é importante buscar apoio em outros profissionais e organizações, como ONGs, que oferecem um espaço seguro para conhecer pessoas que estão enfrentando a mesma situação. A luta contra o HIV vai além das estatísticas e exige um suporte contínuo. Organizações como o Projeto Criança Aids desempenham um papel fundamental no apoio a famílias impactadas pelo HIV/AIDS, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. A presidente do Projeto Criança Aids, Adriana Galvão Ferrazini, ressalta a persistência dos desafios globais relacionados ao HIV/AIDS, enfatizando a importância do apoio comunitário e institucional para combater esses obstáculos.

"Nossa casa é um espaço de pertencimento para essas pessoas, que enfrentam não apenas os desafios da doença, mas também a carga adicional do estigma. Nosso time acolhe, oferece suporte e acompanha o desenvolvimento dessas crianças e suas famílias. Não apenas na adesão ao tratamento com antirretrovirais, mas também no apoio e aceitação do diagnóstico, além de enfrentar a culpa que algumas mães carregam pela transmissão vertical da infecção aos filhos. Nosso compromisso vai além, ajudando, quando solicitado, na delicada revelação do diagnóstico para essas crianças e adolescentes", destaca Ferrazini.

 

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