Mudanças climáticas podem aumentar a demanda pela doação de leite humano

Sábado, 17 Maio 2025 09:55

19 de maio é o Dia Nacional de Doação de Leite Humano

 

“A questão da doação de leite humano sempre foi relevante, porém com as mudanças climáticas dos tempos atuais (enchentes, deslizamentos) pode ocorrer a falta deste alimento para os bebês das populações vulneráveis, pois a mãe pode estar impedida de fazer o aleitamento. Isso é grave, pois acaba elevando a mortalidade neonatal”, ressalta Dra. Silvia Regina Piza, ginecologista e Assessora da Diretoria Científica da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)

O Brasil é referência sobre o tema. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2024, foram coletados 245,7 mil litros de leite humano, graças à contribuição de 193 mil mulheres lactantes, beneficiando 219,3 mil recém-nascidos.

 

A doação de leite humano para bebês prematuros ou de baixo peso e que ficam internados nas Unidades de Terapia Intensiva por muito tempo, é essencial. O leite humano estimula a formação do microbioma intestinal dessas crianças, é rico em nutrientes e micronutrientes que são adequados nessa fase da vida. De acordo com especialistas, é muito mais saudável ao bebê prematuro que esteja em UTI - e cuja mãe está impossibilitada de amamentar - receber o leite humano do banco de leite do que fórmulas lácteas.

 

A Dra. Silvia explica que a maioria das mulheres pode ser doadora de leite humano, desde que estejam saudáveis, ou seja, sem nenhuma contraindicação médica, e que tenham uma produção de leite além da suficiente para o seu bebê.

 

“Antes da doação, essas mulheres passam por processo de seleção, anamnese, exame físico, histórico e sorologia, porque elas não podem ter doenças infectocontagiosas, que eventualmente prejudiquem ou que sejam transmitidas através do leite”, comenta a ginecologista. Essas mães doadoras de leite também não podem ser usuárias de medicamentos contraindicados para o aleitamento materno, tampouco terem histórico de serem usuárias de drogas ilícitas ou alcoolismo.

 

O processo de doação envolve a coleta por meio de bombas, com a higienização e assepsia adequadas. Antes do armazenamento, o leite humano para doação é submetido a um processo como o de pasteurização, para destruir eventuais microorganismos. Posteriormente, esse leite é aquecido numa temperatura de 62,5 graus, por um tempo mínimo de 30 minutos, sendo então resfriado e armazenado para ser disponibilizado.

 

“Para mulheres que desejam doar, aconselhamos que busquem os postos de coleta (bancos de leite) em suas cidades, pois nesses locais há pessoas especializadas para orientá-las durante as dificuldades eventuais que acontecem no aleitamento”, reforça Dra. Silvia.

 

Benefícios para doadora - a mulher que doa o leite tem o benefício de manter o fluxo e funcionamento da produção e da saída do leite da mama, sustentando o aleitamento em si. O aleitamento pode prevenir doenças nas mulheres, como o câncer de mama.

 


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