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62º CBGO: Situações Especiais na Gestação: Asma, Cardiopatias, Lúpus e Infecção Urinária

O que o obstetra precisa saber para lidar com situações especiais durante a gestação? Esse questionamento envolve quatro situações delicadas que merecem um cuidado especial dos médicos.

A mesa, coordenada pela Dra. Rosiane Mattar, presidente da CNE de Gestação de Alto Risco, também foi especial por ser composta apenas por mulheres. A Dra. Rosiane destacou a satisfação de ter um grupo feminino discutindo pontos tão sensíveis.

A Dra. Sara Toassa Gomes Solha, membro da mesma CNE, abordou a asma no contexto das mudanças fisiológicas na gestação, os principais fatores de risco, os resultados adversos e o tratamento tanto para a mãe quanto para o bebê. A especialista reforçou que o corticoide inalatório é o carro-chefe do tratamento e que, ao contrário do que se imagina, o parto normal traz benefícios para a prole.

Se a cardiopatia já é preocupante no dia a dia, na gestação a condição requer um acompanhamento muito cuidadoso, sendo uma das principais causas indiretas de morte materna. A Dra. Vera Therezinha Medeiros, também membro da CNE de Gestação de Alto Risco, listou pontos-chave para o acompanhamento dessas gestantes: avaliar as medicações em uso, controlar o peso, manter a suplementação de ferro, prevenir e controlar possíveis infecções devem ser rotina no acompanhamento dessas pacientes. A especialista recomenda que não há necessidade de antecipação do parto e a alta não deve ocorrer antes de cinco dias após o nascimento do bebê.

São mais de 4 milhões de infecções a cada ano na Europa. Esses foram alguns dos dados apresentados pela Dra. Helaine Maria Milanez, secretária da CNE de Doenças Infectocontagiosas, durante a apresentação em que abordou a ITU (Infecção do Trato Urinário). Ela orienta que, nas rotinas de pré-natal, entre outros pontos, é preciso rastrear ITU com urocultura na primeira consulta e novamente com 28 semanas, considerando o perfil de sensibilidade/resistência do agente infeccioso.

O lúpus é uma doença autoimune crônica que acomete mulheres em idade fértil, com pico entre 20 e 35 anos. A Dra. Janete Vettorazi, membro da CNE de Gestação de Alto Risco, reforçou a importância de iniciar a consulta com mulheres que têm lúpus de forma simples e objetiva: "Você está planejando engravidar no próximo ano?" Dependendo da resposta da paciente, a doença precisa estar controlada há pelo menos seis meses. Ela sugere a revisão das medicações e a solicitação de exames específicos (anti-RO/SSA, anti-La/SSB, antifosfolípides e anticoagulante lúpico).

Alguns dos materiais mencionados nas apresentações estão em documentos e guidelines disponíveis no site da FEBRASGO.

Rio de Janeiro é ponto de encontro da Ginecologia e Obstetrícia

São cerca de 12 mil metros quadrados do RioCentro ocupados pelo 62º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia da FEBRASGO, onde cerca de cinco mil congressistas estarão circulando. A programação é abrangente com 718 aulas, que acontecem até sábado.

O início do evento, nesta quarta-feira, dia 14 de maio, contou com 13 cursos na programação científica, além da Assembleia Geral da Federação, para definições de projetos, planejamento e o futuro da entidade, e a cerimônia de abertura.

Já a área de exposição foi liberada desde o início das atividades, contando com 47 expositores que já iniciaram um networking com os participantes, compartilhando as recentes novidades do mercado. A FEBRASGO aproveita para convidar todos os congressistas para visitarem o estande da entidade, que está localizado no centro da exposição. Uma parada obrigatória para rever amigos e conhecer lançamentos e produtos.

Rio de Janeiro em Maio

Para quem gosta de se planejar, vale a pena observar que maio é um mês especial na Cidade Maravilhosa, com temperaturas amenas, tempo quase sempre aberto e perfeito para observar a cidade.

A chegada até o RioCentro é sempre mais fácil, em função do contrafluxo do trânsito na cidade. Ou seja, com essas informações, os congressistas já podem se organizar e chegar com tranquilidade, como aconteceu neste primeiro dia. O local de retiradas de materiais e crachá está montado na entrada do Centro de Convenções, para agilizar a entrada. Para facilitar à circulação, foram colocadas faixas no piso sinalizando todas as salas.

Fiquem atentos às mensagens sobre o Shuttle, que estão no aplicativo, e para quem vem de carro, o acesso é pelo portão 6, com um amplo estacionamento.

Cerimônia de Abertura

Depois de meses de espera, “chegou a hora de trocar experiências, compartilhar conhecimento e reencontrar os colegas e amigos”. Com essa mensagem de boas-vindas, a FEBRASGO deu início à cerimônia de abertura do 62º CBGO, na noite desta quarta-feira.

Na composição da mesa: Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da FEBRASGO e do 62º CBGO; os diretores – Dr. Agnaldo Lopes da Silva Filho (científico), Dra. Roseli Mieko Yamamoto Nomura (administrativo), Dr. Marcelo Luís Steiner (financeiro), Dra. Lia Cruz Vaz da Costa Damasio (defesa e valorização profissional); Raphael Câmara Medeiros Parente (representante do Conselho Federal de Medicina); Dr. Cézar Eduardo Fernandes (presidente da Associação Médica Brasileira); e Jorge Fonte de Rezende Filho (representando a Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro).

Em seu discurso, a Dra. Maria Celeste lembrou que o “congresso representa o compromisso da FEBRASGO com a atualização científica, a valorização da prática médica baseada em evidências e a defesa da saúde da mulher em todas as fases da vida”. Ela citou alguns destaques do 62º CBGO, incluindo a série de Cursos práticos no Hands On, as conferências com os principais especialistas brasileiros, assim como o FebraQuiz e os Fóruns dedicados a temas sensíveis e relevantes, como a Saúde da Mulher no Climatério, Mortalidade Materna e Eliminação do Câncer de Colo Uterino.

"Todas as ações de educação continuada e todas as diretrizes, que são construídas pela FEBRASGO, são motivo de grande orgulho para nós", disse Dr. César Eduardo Fernande, presidente da AMB.

A cerimônia também foi de homenagens com a entrega do Prêmio Mérito FEBRASGO, que reconhece o trabalho de profissionais que contribuíram para o crescimento da Ginecologia e Obstetrícia no Brasil. A FEBRASGO agradece a todos por fazerem parte da história da especialidade no país.

Cursos Pré-Congresso

Os 13 cursos programados para o primeiro dia abordaram desde as ferramentas digitais; passando por situações especiais, como asma, lúpus, perinatologia, cardiopatias, infecções urinárias; até sexualidade no climatério; sexologia; tratamento cirúrgico; endocrinologia; infertilidade; ultrassonografia, entre outros.

Mensagens importantes para o dia a dia sobre o que o ginecologista e o obstetra precisam saber foram passadas ao longo do dia.

 

NOTA OFICIAL – FEBRASGO Sobre o “Protocolo Super Bebê” e a importância da Medicina Baseada em Evidências

A FEBRASGO, através da sua Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal, vem a público alertar sobre a divulgação, nas redes sociais, de um chamado “Protocolo Super Bebê”, que propõe o uso de vitaminas orais e injetáveis em gestantes com promessas de aumento do QI do bebê e fortalecimento imunológico.

Tais práticas não possuem respaldo em evidências científicas robustas, nem estão incluídas em diretrizes clínicas reconhecidas. A adoção indiscriminada de suplementos e substâncias injetáveis na gestação, fora de indicações clínicas comprovadas, pode representar riscos sérios à saúde materna e fetal.

A FEBRASGO reforça seu compromisso com: A assistência pré-natal baseada em evidência; a segurança da materna e fetal; o combate à medicalização excessiva e à desinformação.

Práticas clínicas devem sempre ser orientadas por especialistas e embasadas em ciência de qualidade. Promessas infundadas, mesmo que com aparência de sofisticação, não substituem a boa medicina e podem expor as gestantes a riscos inaceitáveis.

Recomendamos fortemente que condutas terapêuticas voltadas à gestação sejam sempre orientadas por especialistas, com base em protocolos clínicos e diretrizes estabelecidos por sociedades médicas reconhecidas.

 

Dra. Lilian de Paiva Rodrigues Hsu

Presidente da Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal FEBRASGO – Ciência, compromisso e ética pela saúde da mulher

Dor pélvica crônica pode estar ligada à endometriose, adenomiose e outras condições: especialista alerta para a importância do diagnóstico

Tema será abordado no 62º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia – CBGO, que acontece de 14 a 17 de maio, no Riocentro, RJ

Uma das principais queixas femininas , em diferentes fases da vida, a dor pélvica crônica (DPC) pode estar associada a diversos fatores – desde condições ginecológicas como endometriose e miomas, até disfunções no trato urinário e intestinal. O problema afeta cerca de 26% das mulheres em idade reprodutiva, sendo responsável por aproximadamente 10% das consultas ginecológicas, 40 % das laparoscopias e 12% das histerectomias.

Apesar da alta incidência, o sintoma é frequentemente negligenciado ou confundido com desconfortos passageiros, atrasando o diagnóstico de doenças graves como a endometriose. O alerta é da médica ginecologista Dra. Márcia Mendonça Carneiro, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).   “A dor pélvica crônica é uma dor não cíclica, com duração de pelo menos seis meses, localizada na pelve, parte inferior do abdome, região lombar e nádegas. A gravidade costuma ser suficiente para causar incapacidade e levar à busca por atendimento médico. Ela não é uma doença em si, mas um sintoma que pode estar associado a diferentes afecções ginecológicas e não ginecológicas.””, explica a médica.

Principais causas

Entre as causas ginecológicas mais comuns da dor pélvica estão a endometriose, a adenomiose, miomas, aderências pélvicas e a doença inflamatória pélvica. Já as causas não ginecológicas incluem síndrome do intestino irritável, colite, doença celíaca, infecções urinárias recorrentes e até distúrbios musculoesqueléticos. De acordo com a especialista, cerca de 37,7% dos casos têm origem gastrointestinal, 30,8% urinária e apenas 20,2% estão ligados diretamente a fatores ginecológicos.

“Apesar de a endometriose ser mais comum em mulheres jovens e a adenomiose ter sido tradicionalmente associada àquelas acima dos 40 anos, os avanços nos métodos de imagem têm permitido diagnósticos mais precoces, inclusive em mulheres mais jovens”, pontua Dra. Márcia.

Como chegar ao diagnóstico?

O caminho até o diagnóstico definitivo, no entanto, costuma ser longo e desgastante. Estudos indicam que mulheres com endometriose levam entre 5 e 12 anos para obter o diagnóstico correto — no Brasil, esse tempo varia entre 4 e 7 anos. “Cerca de 61% dessas mulheres ouviram de um médico que não havia nada errado, e 47% passaram por cinco ou mais profissionais até serem diagnosticadas. Muitas vezes, essa dor é tratada como algo ‘normal’, o que contribui para o sofrimento prolongado e desnecessário”, alerta a ginecologista.

A orientação médica inicial deve incluir anamnese detalhada, exame físico completo, exames laboratoriais e de imagem como ultrassonografia transvaginal. Em casos mais complexos, podem ser necessários exames como ressonância magnética e videolaparoscopia.

Tratamentos

O tratamento da dor pélvica crônica deve ser individualizado, considerando todas as possíveis causas e particularidades de cada paciente. “Não existe um único tratamento que resolva o problema por completo. Em geral, é necessário o envolvimento de uma equipe multidisciplinar formada por ginecologistas, especialistas em dor, fisioterapeutas e psicólogos”, ressalta a médica.

Entre as abordagens disponíveis estão terapias medicamentosas, bloqueios anestésicos, neuromodulação, fisioterapia do assoalho pélvico, acupuntura e psicoterapia. Mudanças no estilo de vida, alimentação e práticas integrativas também fazem parte do arsenal terapêutico.

Prevenção e conscientização

A dor pélvica crônica afeta não apenas o corpo, mas também a mente. Mulheres com DPC frequentemente enfrentam ansiedade, depressão, baixa autoestima e dificuldades nas relações afetivas e profissionais. “Essas pacientes estão, muitas vezes, exaustas, frustradas por não encontrarem solução para seu sofrimento. É fundamental que o médico demonstre credibilidade diante da dor relatada e acolha essa mulher com empatia”, afirma a vice-presidente da CNE-Endometriose da Febrasgo.

Educar a população sobre o fato de que sentir dor não é normal, explicando o que é uma dor esperada e o que deve ser investigado, é essencial para prevenir complicações e melhorar o prognóstico das pacientes. Dra. Márcia ressalta ainda que conscientizar mulheres e suas famílias de que dor não é normal é o primeiro passo para mudar essa realidade. “As mulheres precisam ser acolhidas, ouvidas e tratadas de forma humanizada e integral. O acesso a equipes multidisciplinares ainda é um desafio no Brasil, mas é o caminho mais eficaz para lidar com esse problema de saúde pública”, finaliza a Dra. Márcia Mendonça Carneiro. 

62º CBGO

Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

https://cbgo2025.com.br/

#CBGO2025

Data: 14 a 17 de maio de 2025

Local: Riocentro - Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ

Credenciamento para imprensa: imprensa@gengibrecomunicacao.com.br

Câncer de ovário: o desafio silencioso que exige atenção redobrada das mulheres, especialmente após a menopausa

Maio - Mês da Conscientização do Câncer de Ovário.

Apesar de menos prevalente que outros tipos de câncer ginecológico, como o de colo do útero, o câncer de ovário continua sendo um dos mais letais. Conhecido por sua evolução silenciosa, o tumor frequentemente é diagnosticado em estágios avançados, -o que reduz drasticamente as chances de cura. Segundo o ginecologista Eduardo Batista Cândido, Presidente da Comissão Nacional de Ginecologia Oncológica da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), cerca de 65% das pacientes recebem o diagnóstico quando a doença já está em estágio avançado. “Por isso, nos anos 2000, o câncer de ovário era conhecido como o ‘matador silencioso’, já que apresenta sintomas pouco específicos”, alerta o especialista.

De acordo com estimativas globais, mais de 670 mil novos casos de câncer de ovário são diagnosticados por ano no mundo, com metade dessas pacientes vindo a óbito. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, a estimativa é de cerca de 6 a 7 mil casos anuais, o que reforça a urgência de ações de conscientização e cuidado.

Principais sintomas da doença

Os sinais mais comuns do câncer de ovário costumam ser confundidos com alterações gastrointestinais corriqueiras. Sensação de empachamento, aumento do volume abdominal, flatulência, alterações no apetite e mudança no hábito intestinal (constipação alternada com diarreia) podem surgir até seis meses antes do diagnóstico. “Esses sintomas precisam ser levados a sério, sobretudo em mulheres pós-menopausa”, orienta o Dr. Eduardo Cândido.

 

Fatores de risco e prevenção

A idade é um fator determinante. O câncer de ovário acomete majoritariamente mulheres após a menopausa, com pico de incidência por volta dos 60 anos. O histórico familiar também deve ser observado com atenção. Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, por exemplo, aumentam significativamente o risco da doença e do câncer de mama. “Pacientes com essas mutações genéticas se beneficiam de uma abordagem preventiva, como a salpingooforectomia bilateral, que consiste na retirada dos ovários e trompas. Isso pode reduzir drasticamente a mortalidade por câncer de ovário”, explica o médico.

Diagnóstico ainda é um desafio

Diferente do câncer de colo do útero, o de ovário não possui um método eficaz de rastreamento. Exames como o ultrassom transvaginal e o marcador tumoral CA-125 demonstraram baixa sensibilidade e especificidade em grandes estudos clínicos. “Esses métodos só detectam alterações quando o tumor já está avançado, o que compromete a efetividade do diagnóstico precoce”, pontua Cândido. Ensaios clínicos com mais de 100 mil mulheres evidenciaram que o rastreamento rotineiro não reduz a mortalidade.


Possíveis tratamentos

O tratamento convencional se baseia em cirurgia radical para retirada de toda a doença visível e em quimioterapia com drogas como platinas e taxanos. No entanto, mesmo com a abordagem correta, até 75% das pacientes apresentam o reaparecimento da doença - fato que  obriga a repetir ciclos de cirurgia e quimioterapia, até o momento em que os tratamentos se tornam ineficazes.

Nos últimos anos, porém, surgiram terapias inovadoras. Os inibidores de PARP, por exemplo, mostraram resultados promissores em pacientes com mutações genéticas específicas, ajudando a interromper o ciclo de recidivas e prolongando a sobrevida com qualidade de vida. Além disso, a imunoterapia tem se consolidado como um recurso importante no combate ao câncer de ovário.


Prevenção

A adoção de hábitos saudáveis pode contribuir para a redução de riscos. “Manutenção do peso, alimentação rica em fibras, prática regular de atividade física e visitas regulares ao ginecologista são pilares fundamentais do autocuidado”, explica o Dr. Eduardo Cândido. Ele ainda reforça que mulheres com histórico familiar relevante devem procurar aconselhamento genético.

O câncer de ovário, embora silencioso, exige um olhar atento, especialmente em mulheres com fatores de risco. O diagnóstico precoce ainda é um desafio, mas avanços terapêuticos vêm abrindo novos caminhos para um enfrentamento mais eficaz e humanizado da doença.

  

#EuVejoVocê – Pelo fim da violência contra a mulher

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), comprometida com o pleno respeito à saúde e bem-estar das mulheres, lançou a Campanha #EuVejoVocê – Pelo fim da violência contra a mulher, em todas as fases da vida junto com as Sociedades Estaduais.

A iniciativa também tem como objetivo discutir ações que possam impactar na redução da violência contra a mulher em todas as fases da vida, incluindo a mulher médica em exercício.

O objetivo da campanha é desconstruir os discursos que sustentam a violência, promovendo uma reflexão constante sobre o tema.

A FEBRASGO junto com as Sociedades Estaduais de Ginecologia e Obstetrícia estarão unidas na organização de debates e encontros entre os profissionais das especialidades para a discussão de ações efetivas em prol a redução da violência contra a mulher, além da produção de conteúdo para sensibilizar e informar a sociedade, celebrando e empoderando a profissão de ginecologista, destacando sua relevância no cuidado à mulher.


Confira a cartilha



 

Uso de testosterona em mulheres: Entidades médicas alertam para os riscos e a prescrição Indevida

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e o Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DCM – SBC), divulgou uma nota de alerta sobre os riscos e limitações do uso de testosterona em mulheres. Segundo as entidades, a prescrição de testosterona só é sustentada por evidências médicas em situações muito específicas, como no tratamento do transtorno do desejo sexual hipoativo em mulheres na pós-menopausa e, mesmo nesses casos, apenas após uma avaliação criteriosa para descartar outras causas para a condição.

“Não existe benefício comprovado isento de riscos do uso de testosterona para fins estéticos, aumento de massa muscular, emagrecimento ou rejuvenescimento. Toda mulher deve procurar um médico qualificado antes de iniciar qualquer terapia hormonal”, reforça a presidente da FEBRASGO, Dra. Maria Celeste Osorio Wender.

De acordo com as diretrizes internacionais e nacionais, a testosterona só deve ser utilizada em mulheres após a menopausa para tratamento do transtorno do desejo sexual hipoativo, e apenas após uma avaliação completa para descartar outros fatores como alterações hormonais (como o hipoestrogenismo da menopausa, que deve ser tratado antes), depressão, efeitos colaterais de medicamentos, problemas de relacionamento e questões emocionais.

As entidades esclarecem que não há recomendação para o uso de testosterona para ganho de massa muscular, emagrecimento, rejuvenescimento, melhora de disposição ou energia, prevenção de doenças cardiovasculares ou para a chamada "regulação hormonal" na menopausa. O uso de implantes subcutâneos manipulados de testosterona também é desaconselhado, pois não possuem aprovação da Anvisa, apresentam doses imprevisíveis e são associados a riscos aumentados de efeitos colaterais.

Além disso, a dosagem de testosterona no sangue não é necessária na investigação de mulheres com queixa de baixa libido, exceto quando houver suspeita de excesso do hormônio, como nos casos de síndrome dos ovários policísticos ou tumores hormonais. A nota destaca ainda os principais riscos do uso inadequado de testosterona, como excesso de pelos no rosto e corpo, acne, queda de cabelo, alterações nos níveis de colesterol, problemas hepáticos, risco cardiovascular aumentado, engrossamento da voz, desenvolvimento de características masculinas e dependência psicológica.

“Em tempos de pseudociência e divulgação de tantas notícias falsas, errôneas e com informações pela metade, a FEBRASGO reafirma o seu papel na divulgação e na consolidação da informação científica de qualidade”, comenta Dra. Lia Cruz Vaz da Costa Damásio, Diretora de Defesa e Valorização Profissional da FEBRASGO.

O compromisso das entidades é com a saúde da mulher: (1) ressaltar a importância de combater os mitos que circulam nas redes sociais e (2) alertar sobre os reais riscos do uso indiscriminado de testosterona. Mais do que prometer resultados rápidos, o objetivo é garantir qualidade de vida, sempre com segurança e rigor científico.

7 de maio é o Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose

Brasil tem 7 milhões de mulheres com endometriose

 

A endometriose faz parte do 62º CBGO, de 14 a 17 de maio no Riocentro

 

“O Brasil tem cerca de 7 milhões de mulheres com endometriose, número que chega a 186 milhões em todo mundo, de acordo com o último censo. A endometriose surge devido a combinação de fatores genéticos e imunológicos. Um mecanismo importante no desenvolvimento da doença é a menstruação retrógrada, quando o fluxo menstrual retorna à cavidade abdominal, permitindo que as células se implantem fora do útero. A dificuldade do sistema imunológico em destruir essas células contribui para a progressão da doença”, explica Dr. Ricardo de Almeida Quintairos, ginecologista e Presidente da Comissão de Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

 

Identificada pelos médicos como a "doença dos seis D's", os sintomas incluem:

 

  • Dismenorreia: dor intensa durante a menstruação;
  • Dispareunia: dor durante a relação sexual;
  • Disquesia: dor ou dificuldade para defecar;
  • Disúria: dor ou dificuldade ao urinar;
  • Dificuldade para engravidar: um dos principais fatores de infertilidade;
  • Dor pélvica crônica: dor constante na região pélvica.

 

A gravidade da endometriose pode ser dividida em dois grandes binômios: a dor e a infertilidade. A dor pélvica é um dos sintomas mais intensos, frequentemente causada por infiltrações nos órgãos próximos ao útero, como o reto, a bexiga, os ovários ou as trompas de Falópio. Essa dor pode ser debilitante e afetar significativamente a qualidade de vida das mulheres. “Por outro lado, a infertilidade também é um sintoma grave da endometriose. Embora algumas mulheres não sintam dor intensa, elas enfrentam dificuldades para engravidar e o diagnóstico da doença vem, muitas vezes, quando a mulher apresenta a dificuldade em conceber”, explica Dr. Quintairos, que vai palestrar sobre o tema durante o 62º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia – CBGO, que acontece de 14 a 17 de maio, no Riocentro, RJ.

A endometriose é uma doença inflamatória e, como tal, adotar um estilo de vida saudável pode melhorar significativamente a qualidade de vida das mulheres afetadas. Manter-se ativa, praticando exercícios físicos regularmente, evitar o ganho de peso, beber bastante água e reduzir o consumo de substâncias oxidantes, como carnes em excesso e alimentos ricos em açúcar, são estratégias que podem ajudar a controlar o processo inflamatório no corpo. Além disso, seguir uma dieta equilibrada e evitar alimentos que promovem a inflamação contribui para o bem-estar geral.

 

“O tratamento da endometriose deve sempre começar com uma abordagem clínica, o que pode incluir melhorar a dieta ou usar hormônios que inibem a ovulação. Caso o controle da dor e a melhora na qualidade de vida não sejam alcançados, e a paciente continue sofrendo com os sintomas, o tratamento cirúrgico pode ser considerado. A decisão de partir para a cirurgia depende da localização da endometriose, seja no intestino, no peritônio, nos nervos ou nos ovários”, conta Dr. Quintairos.

 

É fundamental destacar que a endometriose, muitas vezes, se apresenta em quadros graves devido à falta de diagnóstico precoce. “Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais eficaz será o tratamento, evitando que a paciente desenvolva sequelas irreversíveis, como dores crônicas e dificuldades digestivas. O diagnóstico precoce é crucial não apenas para identificar a doença, mas também para impedir que ela se torne grave, minimizando os danos secundários”, comenta o ginecologista.

 

Ele reforça ainda a necessidade de preparação de médicos para o diagnóstico precoce e o esclarecimento para as mulheres portadoras da doença, por meio de palestras e ações de conscientização para que elas possam se familiarizar com os sintomas e compreender a doença. “O objetivo é que as mulheres possam procurar ajuda de forma espontânea e, com isso, reduzir o impacto da endometriose em suas vidas”, finaliza o médico.

 

62º CBGO

Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

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Data: 14 a 17 de maio de 2025

Local: Riocentro - Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ

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