FEBRASGO reforça a campanha #EuVejoVocê e alerta: violência contra a mulher é uma realidade em todas as fases da vida
- Violência contra mulheres idosas: números que preocupam
- 1º de outubro é o Dia Internacional das Pessoas Idosas
A violência contra a mulher não tem idade, classe social ou ambiente específico. Ela pode se manifestar na juventude, na vida adulta e na velhice — em casa, no trabalho ou em espaços públicos. É com esse alerta que a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reforça a Campanha #EuVejoVocê – Pelo fim da violência contra a mulher, que busca desconstruir discursos que sustentam a violência e promover uma reflexão permanente sobre o tema.
“A Ginecologia e a Obstetrícia são especialidades médicas presentes no dia a dia da mulher, na vida real, e talvez sejamos a especialidade com o maior vínculo com a história de vida das mulheres”, destaca a Dra. Maria Auxiliadora Budib, ginecologista do Núcleo Feminino da FEBRASGO.
Violência contra mulheres idosas: números que preocupam
A violência contra pessoas idosas é uma preocupação mundial e, no Brasil, os dados mostram a gravidade do problema. Entre 2020 e 2023, foram mais 408.395 denúncias de violência contra pessoas idosas em todo o país, e 70% das vítimas eram mulheres. Pesquisas apontam ainda que aproximadamente 15% das mulheres idosas no Brasil sofrem abuso físico ou psicológico.
De 2018 a 2022, o Ministério da Saúde registrou 120 mil notificações de situações de violência contra idosos. Em 58,6% dos casos as vítimas eram mulheres, e 29,5% dos agressores eram filhos ou filhas da própria vítima.
No cenário internacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 em cada 6 pessoas com 60 anos ou mais sofreu algum tipo de abuso em ambientes comunitários no último ano. A subnotificação, no entanto, é considerada um dos maiores desafios: medo, vergonha e dependência em relação ao agressor silenciam milhares de vítimas.
As múltiplas faces da violência contra a mulher idosa:
- Negligência: ausência de cuidados essenciais, como higiene, alimentação e medicação.
- Psicológica: ofensas, humilhações e ameaças.
- Financeira: uso indevido de bens ou recursos.
- Física: agressões que causam dor ou lesões.
- Sexual: atos sem consentimento, de qualquer natureza sexual.
Informação como ferramenta de combate
Para a FEBRASGO, a informação é peça-chave para sensibilizar a sociedade e empoderar profissionais de saúde. A campanha #EuVejoVocê reforça a necessidade de vigilância e ação em todas as fases da vida da mulher, com foco no acolhimento e na construção de uma rede de apoio eficiente.
“Violência contra a mulher é um problema social, de saúde pública e de direitos humanos. Não podemos fechar os olhos. Precisamos ver, acolher e agir”, reforça Dra. Budib.
Se você é mulher e vítima de violência, procure a Delegacia da Mulher em seu município ou ligue 180, linha gratuita e sigilosa da Central de Atendimento à Mulher no Brasil.
Saúde mental durante a maternidade: especialista alerta para cuidados emocionais antes, durante e após a gestação
- Silvia Regina Piza reforça a importância de uma abordagem integral da saúde da mulher, com atenção especial ao bem-estar emocional
- De 12 a quase 39% de mulheres que engravidam têm agravos ou alterações à saúde mental, revela especialista
A decisão de gerar uma nova vida vai muito além dos exames laboratoriais e do acompanhamento médico. “A saúde mental da mulher que pretende engravidar, está grávida ou já está no puerpério deve ser acompanhada de forma rigorosa e acolhedora”. É o que defende a médica Dra. Silvia Regina Piza, ginecologista, obstetra e assessora da diretoria científica para região Sudeste da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
A médica comenta sobre as alterações que ocorrem no corpo da mulher durante este período: “A gravidez traz uma série de adaptações no organismo materno, físicas e emocionais. Muitas vezes, a condição de saúde mental é negligenciada nesse período, durante o parto e na amamentação”. “A mulher que pretende engravidar também deve ser acompanhada emocionalmente e receber apoio e assistência caso haja qualquer sinal de alteração que possa impactar no resultado da gravidez.”
Dra. Silvia destaca a ansiedade como o sentimento mais comum durante a gestação. “É o medo do desconhecido, a insegurança diante de uma experiência que não tem volta. A ansiedade cresce ao longo da gestação e atinge o ápice no parto, quando o desejo de saber o que vai acontecer se intensifica, muitas vezes com manifestações diversas – desde pequenos rituais ou manias até sintomas mais graves.”
De acordo com dados mencionados pela especialista, entre 12 e 39% das mulheres grávidas apresentam algum tipo de agravo na saúde mental. A depressão, em especial, é recorrente e muitas vezes subnotificada, já que há um estigma em torno da expectativa de felicidade associada à gravidez. “A mulher se sente cobrada a estar feliz o tempo todo, e quando isso não acontece, pode sentir vergonha de reconhecer sua tristeza ou buscar ajuda. É preciso escutar essa mulher com sensibilidade e sem julgamentos.”
No pós-parto, os desafios emocionais se intensificam. O puerpério é um período crítico, marcado por sobrecarga emocional, adaptação à nova rotina, amamentação e exigência de novos papéis sociais. “É uma fase de grande vulnerabilidade. A rede de apoio familiar e profissional é essencial para oferecer acolhimento e detectar sinais de depressão pós-parto. A ausência de diagnóstico e tratamento pode evoluir para quadros graves, como ideação suicida”, pontua.
A médica também ressalta a importância de instrumentos clínicos para rastreamento precoce de transtornos mentais. “Um olhar atento no pré-natal e o uso de escalas de depressão ajudam a mensurar o grau de sofrimento psíquico da gestante e embasam uma orientação terapêutica adequada.”
O tratamento, conforme explica, pode iniciar com terapias comportamentais e se estender, quando necessário, para o uso criterioso de antidepressivos. “Há muita resistência, tanto por parte das pacientes quanto dos profissionais, no uso de medicamentos, por receio de efeitos colaterais. Mas, quando bem indicados, eles são fundamentais para preservar a saúde da mãe e do bebê. O mais importante é garantir segurança e informação, sem banalização, mas também sem omissão.”
Para Dra. Silvia, quando bem assimilada, a transformação emocional trazida pela gravidez pode fortalecer o vínculo entre mãe e bebê, contribuindo para a construção de um núcleo familiar saudável. “Mas quando essa transformação não é bem conduzida, os riscos aumentam. Por isso, cuidar da saúde mental da mulher em todas as fases da maternidade é uma medida de proteção à vida”, conclui.
Videos Informativos.
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Vídeo Informativo 06 – 15 sintomas da menopausa
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