FEBRASGO lança campanha "Sempre Com Você"
"Nosso papel vai além da formação e atualização”
A FEBRASGO anuncia o lançamento da campanha "Sempre com Você", uma iniciativa para reforçar o compromisso contínuo com os ginecologistas e obstetras (GOs) de todo o Brasil, numa parceria constante em todas as etapas da vida destes profissionais, compartilhando a missão de cuidar.
A campanha está fundamentada em pilares essenciais de apoio aos GOs, entre eles:
- Defesa e valorização da especialidade;
- Educação médica de excelência (CTS FEBRASGO, Atualiza GO, FEBRASGO Podcasts, FEBRASGO Play);
- Titulações e certificações qualificadas (TEGO, TPI, Áreas de atuação, Robótica);
- Publicações científicas reconhecidas (FEBRASGO Position Statement – FPS; Fluxogramas; Protocolos assistenciais; Posicionamentos FEBRASGO; Orientações e recomendações; Manuais; Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia – RBGO; Femina);
- Eventos científicos de relevância (CBGO, SBGO, Summit FEBRASGO, Inovação em GO, Workshops);
- Ações de conscientização (#EuVejoVocê; Abra o Leque da Informação; Hormônios Sim; O Futuro tá On; Cartilhas informativas).
"A campanha ‘Sempre com Você’ nasce do desejo de estarmos cada vez mais próximos dos ginecologistas e obstetras, acompanhando suas trajetórias desde a formação até a consolidação profissional. Mais do que oferecer benefícios, queremos reforçar esse sentimento de pertencimento e mostrar que a FEBRASGO está aqui para apoiar, representar e valorizar cada um. Essa é uma iniciativa que traduz o nosso compromisso com a especialidade e com quem a faz todos os dias”, afirma Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da FEBRASGO.
A campanha "Sempre com Você" apresenta duas vertentes: a primeira é o tocoginecologista estar presente em todas as fases da vida de uma mulher, desde a maternidade, nascimento, infância, puberdade, adolescência, período reprodutivo, climatério e pós-menopausa.
A segunda vertente da campanha diz respeito à relação da FEBRASGO com cada médico ginecologista e obstetra desse país: ‘Sempre com Você’. “Estamos ao lado desses profissionais em todas as fases de suas carreiras, defendendo seus direitos e valorizando a sua atuação essencial na promoção da saúde da mulher. Queremos que eles se sintam amparados e reconhecidos pela importância que têm na sociedade. A campanha 'Sempre com Você' é a materialização do nosso compromisso com cada tocoginecologista do Brasil", afirma Dra. Lia Cruz Vaz da Costa Damásio, diretora de Defesa e Valorização Profissional da FEBRASGO.
A valorização profissional é um dos pilares fundamentais da FEBRASGO. A entidade dedica-se à representação dos profissionais da Ginecologia e Obstetrícia, defendendo ativamente os direitos dos médicos perante a sociedade em geral. Para tanto, a Federação realiza diversas ações e mantém um diálogo constante com instituições de grande relevância, como a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o poder judiciário e outras entidades relacionadas à área da Saúde.
Entre suas principais metas, a FEBRASGO busca promover um ambiente de trabalho justo e ético para seus associados, fundamentado no respeito aos princípios técnicos, éticos e legais que regem a profissão.
“Com a ‘Sempre com Você’, a FEBRASGO reafirma seu papel de liderança e suporte, consolidando-se como a voz dos ginecologistas e obstetras, profissionais indispensáveis para o bem-estar e a qualidade de vida das mulheres brasileiras”, reforça Dra. Lia Damásio.
FEBRASGO e Grupo EVA lançam cartilha sobre menopausa e desafios após o câncer ginecológico
No Dia Mundial da Menopausa, celebrado em 18 de outubro, a FEBRASGO lança, em parceria com o Grupo EVA (Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos), uma cartilha inédita sobre a menopausa e seus desafios após o câncer ginecológico. O material, com linguagem acessível, tem como objetivo oferecer informação de qualidade, acolhimento e orientação prática a mulheres que vivenciam o climatério após o tratamento oncológico, e conta com a Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da FEBRASGO, como uma das autoras.
A cartilha foi desenvolvida com base em diretrizes científicas e na experiência de especialistas em ginecologia oncológica e climatério, reunindo explicações claras e atualizadas sobre as transformações hormonais, físicas e emocionais dessa fase.
Entendendo a menopausa e suas causas
O conteúdo explica o que é a menopausa e o que ocorre quando ela acontece de forma precoce, como na insuficiência ovariana prematura. Também aborda porque o tratamento do câncer pode provocar menopausa, seja por cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, e traz um panorama de como está a saúde das mulheres brasileiras durante o climatério.
Outro ponto importante é o diagnóstico da menopausa, especialmente após o câncer, quando os sintomas podem se confundir com os efeitos colaterais dos tratamentos. A cartilha esclarece quando é indicado realizar exames, quais são os principais sintomas e o papel dos hormônios sexuais femininos — como o estrogênio e a progesterona — no equilíbrio do organismo.
Terapia hormonal: indicações, riscos e alternativas
O material dedica um capítulo à terapia de reposição hormonal (TRH), explicando suas indicações, contraindicações, riscos e benefícios, com foco especial nas mulheres que tiveram câncer ginecológico.
Há, ainda, informações específicas para mulheres portadoras das mutações BRCA1 e BRCA2, que podem apresentar dúvidas quanto à segurança do uso de hormônios. O conteúdo orienta sobre as decisões terapêuticas com base em evidências e acompanhamento médico especializado.
Saúde íntima e bem-estar
Um dos temas importantes é a atrofia genital, condição comum na menopausa e especialmente frequente em mulheres que passaram por tratamentos oncológicos. A cartilha explica o que acontece na região vaginal com a queda do estrogênio, quais são os sintomas mais comuns, os impactos na vida sexual e emocional e as opções de tratamento, incluindo terapia hormonal local, lubrificantes, cremes, comprimidos vaginais e até dispositivos de energia (como laser vaginal e radiofrequência).
Também são apresentadas estratégias de cuidado com a mente e o corpo — como técnicas de relaxamento, exercícios físicos e práticas integrativas — para auxiliar no alívio dos sintomas e na melhora da qualidade de vida.
Orientações para quem vai iniciar o tratamento oncológico
O documento oferece recomendações específicas para mulheres em menopausa que irão iniciar o tratamento contra o câncer, reforçando a importância de um cuidado multidisciplinar.
Com esta cartilha, a FEBRASGO e o Grupo EVA reafirmam o compromisso de informar, acolher e promover o cuidado integral da mulher, oferecendo um material de referência tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde.
Dia do Médico: FEBRASGO reafirma compromisso com a valorização da Ginecologia e Obstetrícia
No Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro, a FEBRASGO reafirma seu compromisso em promover o desenvolvimento científico e profissional da especialidade, congregando e representando ginecologistas e obstetras de todo o país. A entidade atua continuamente na produção e divulgação de informações confiáveis, diretrizes e ações voltadas à valorização da saúde da mulher.
Segundo Dra. Roseli Nomura, diretora administrativa da FEBRASGO, a Federação tem buscado ampliar o diálogo com o Ministério da Saúde para fortalecer programas e políticas públicas de atenção integral à mulher.
“A FEBRASGO tem buscado parceria com o Ministério da Saúde em programas de cuidado à saúde da mulher em todas as fases da vida — desde a vacinação de meninas, passando pela vida reprodutiva, gestação, parto e pós-parto, até a menopausa”, destaca a médica.
Entre as iniciativas de aprimoramento profissional da entidade está o Centro de Treinamento e Simulação da FEBRASGO, que oferece capacitação prática e técnica exclusiva para ginecologistas e obstetras, com foco em urgências e emergências obstétricas e situações de alta complexidade.
Outra importante frente de atualização é o Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO) — o maior evento da especialidade no país —, que em 2026 será realizado em Minas Gerais, de 27 a 30 de maio, reunindo especialistas, residentes e pesquisadores em torno dos mais recentes avanços científicos.
Ao longo deste ano, os médicos da área acompanharam pautas relevantes para a saúde da mulher e para a formação médica no Brasil, como a aprovação do Projeto de Lei 876/25, que prevê a criação de um protocolo clínico para o tratamento dos sintomas do climatério no Sistema Único de Saúde (SUS), e a recomendação da mamografia a partir dos 40 anos. Também segue em debate o Projeto de Lei que cria o Exame Nacional de Proficiência em Medicina, além da recente suspensão, por 120 dias, do edital para novos cursos de Medicina, medida que tem gerado atenção e expectativa no meio acadêmico.
A FEBRASGO segue atenta a essas discussões, reforçando sua disposição ao diálogo com órgãos públicos, entidades médicas e instituições de ensino, em defesa da formação qualificada e ética das futuras gerações de ginecologistas e obstetras.
“Esperamos que os jovens médicos se aprimorem cada vez mais na especialidade, sempre buscando o melhor cuidado para a saúde da mulher, em todas as fases da vida”, conclui Dra. Roseli Nomura.
Mulheres sobreviventes de câncer ginecológico maioria não tem contraindicação para reposição hormonal
- Cerca de 40% dessas mulheres estão na pré-menopausa ou perimenopausa
- 18 de outubro – Dia Mundial da Menopausa
“Antes de falar de reposição hormonal sistêmica (via oral ou por adesivos), é importante reforçar que não há contraindicação para o uso de estrógeno em creme vaginal. Pela via vaginal, a absorção do hormônio é muito pequena e o benefício para a saúde geniturinária é significativo. A maioria dos médicos já prescreve de rotina”, informa a Dra. Sophie Françoise Mauricette Derchain, ginecologista da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Ela comenta ainda que cerca de 40% das mulheres com câncer ginecológico estão na pré-menopausa ou perimenopausa.
Dra. Sophie explica também que em relação à reposição hormonal sistêmica, apesar do medo de pacientes e profissionais de saúde, a maioria das mulheres sobreviventes de câncer ginecológico não tem contraindicação. Segundo o Posicionamento da FEBRASGO – Menopausa em sobreviventes de câncer ginecológico: evidências para tomada de decisão (2025), desde que não haja contraindicações, a terapia hormonal sistêmica pode ser recomendada a mulheres com menos de 45 anos com menopausa induzida.
“O tratamento deve ser personalizado, considerando a idade, o tipo de câncer, o tempo de diagnóstico, a qualidade de vida, a presença de outras doenças, fatores de risco para doenças crônicas e sempre priorizando a preferência da paciente”, explica a médica.
Ainda de acordo com ela, a reposição com estrógeno pode ser indicada para a maior parte das mulheres com câncer de endométrio em estágios iniciais. Não há evidências de segurança em casos de câncer de endométrio avançado, de alto grau ou sarcomas.
No câncer de ovário, a terapia estrogênica é benéfica, exceto em casos raros como carcinoma seroso de baixo grau, carcinoma endometrioide e tumor de células da granulosa, onde as evidências ainda são insuficientes. Já para sobreviventes de carcinoma escamoso de colo do útero, não existe contraindicação para reposição hormonal. Quando o útero está presente, o estrógeno deve ser associado à progesterona, mesmo após quimiorradiação.
“De maneira muito pessoal, eu acredito que os sintomas e os efeitos deletérios da menopausa induzida ou normal, precoce ou não, sejam negligenciados em todas as mulheres sobreviventes de câncer. Tem-se uma impressão totalmente desatualizada de que os efeitos colaterais do tratamento devem ser aceitos como consequência inevitável. O câncer assusta e fragiliza, e muitas vezes estar viva e sem doença é considerado o máximo. Mas a sobrevida por câncer é bem maior do que se imagina, e essa sobrevida pode ser muito, muito longa. Sobreviver a um câncer é natural quando ele é diagnosticado precocemente e bem tratado. A vida após o câncer pode e deve ser aproveitada em todos os seus aspectos, desde uma boa saúde mental, óssea, cardiovascular e sexual. Por outro lado, o medo infundado do aumento de recidiva leva muitos médicos e muitas mulheres a não considerar a reposição hormonal. Esse paradigma pode ser revertido”, finaliza Dra. Sophie.
Estilo de vida é base essencial para o cuidado da menopausa
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 17 milhões de mulheres no climatério — fase que marca a transição para a menopausa. Já na menopausa, quando há a interrupção definitiva dos ciclos menstruais (entre 50 e 65 anos de idade), estima-se que existam 9,2 milhões de brasileiras.
Com o apoio e a atuação da FEBRASGO, o tema ganha destaque em outubro, mês em que é lembrado o Dia Mundial da Menopausa (18 de outubro), criado pela Sociedade Internacional de Menopausa (IMS) em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2009, para conscientizar sobre os desafios dessa fase e os avanços na pesquisa, na educação e no cuidado com a saúde da mulher.
A data é apoiada em todo o mundo pelas sociedades científicas pertinentes — entre elas, a SOBRAC (Associação Brasileira de Climatério), que promove, durante esta semana, uma série de conteúdos sobre o tema.
Neste ano, o “White Paper” da IMS 2025 reforça o papel central da Medicina do Estilo de Vida como base sólida e não farmacológica para o bem-estar antes, durante e após a menopausa.
O assunto é tão relevante que o artigo científico intitulado “O papel da medicina do estilo de vida na saúde da menopausa: uma revisão de intervenções não farmacológicas” foi publicado na prestigiada revista Climacteric (publicação da Sociedade Internacional de Menopausa), tendo a Dra. Chika V. Anekwe como autora principal do estudo. De acordo com o trabalho, o foco em nutrição, atividade física, gerenciamento do estresse, prevenção de substâncias de risco, sono reparador e conexões sociais fortes pode capacitar cada mulher a assumir o controle de sua saúde e melhorar sua qualidade de vida durante essa transição crucial.
“A menopausa não é uma doença, mas pode trazer sintomas e riscos à saúde que exigem um cuidado personalizado. Junto a outros tratamentos baseados em evidências, quando necessários, essas abordagens oferecem às mulheres as ferramentas para fazer escolhas informadas e se sentirem fortes e bem durante essa fase da vida”, destaca a presidente da Sociedade Internacional de Menopausa, Profª Rossella Nappi.
A abordagem proposta pela IMS se apoia em seis pilares fundamentais:
- Alimentação saudável;
- Atividade física regular;
- Saúde mental e manejo do estresse;
- Controle e abstinência de substâncias nocivas;
- Sono reparador;
- Relacionamentos e conexões sociais saudáveis.
Esses elementos, em conjunto, oferecem suporte integral à saúde e ao bem-estar das mulheres durante o climatério e a menopausa.
Alimentação saudável: impacto direto nos sintomas e na prevenção de doenças
A alimentação desempenha papel central em como a mulher vivencia a menopausa. Mudanças hormonais podem influenciar o peso, a composição corporal, a saúde cardiovascular e a densidade óssea. Escolhas alimentares adequadas ajudam a controlar sintomas, reduzir riscos de doenças e melhorar a qualidade de vida.
Uma dieta saudável deve ser nutricionalmente adequada, culturalmente aceitável e ambientalmente sustentável — com ênfase em alimentos de origem vegetal, menor consumo de carnes vermelhas, embutidos e açúcares adicionados.
A vitamina D e o cálcio continuam sendo nutrientes essenciais para a saúde óssea após a menopausa. Além disso, dietas ricas em frutas e vegetais podem aliviar sintomas como ondas de calor e suores noturnos.
A principal lição, segundo o documento, é que mudanças pequenas, consistentes e sustentáveis são mais eficazes do que soluções imediatistas. Cada passo em direção a uma alimentação equilibrada faz diferença na energia, no bem-estar e na saúde a longo prazo.
Atividade física: um aliado poderoso da saúde hormonal e mental
O exercício físico é uma das ferramentas mais eficazes para combater os efeitos da queda de estrogênio durante a menopausa. Ele melhora a saúde cardiovascular, óssea, metabólica e mental.
A recomendação é realizar pelo menos 150 minutos semanais de atividades aeróbicas moderadas, como caminhada ou ciclismo, e incluir dois dias de treino de força. Atividades prazerosas aumentam a adesão e tornam o exercício sustentável.
Além de fortalecer músculos e ossos, o exercício melhora o humor e a qualidade do sono, fatores frequentemente comprometidos nessa fase.
Saúde mental e gerenciamento do estresse
O período da menopausa pode ser marcado por múltiplas demandas: responsabilidades familiares, vida profissional e mudanças físicas e emocionais. O estresse pode intensificar sintomas como ondas de calor e suores noturnos.
Cuidar da saúde mental é, portanto, essencial. Práticas como mindfulness, terapia cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento, arte e música têm mostrado eficácia na redução do estresse e na melhora do bem-estar.
A tecnologia também vem ampliando o acesso a programas de cuidado mental personalizados e acessíveis, possibilitando que cada mulher encontre a combinação de abordagens que melhor se adapte à sua realidade.
Controle e abstinência de substâncias nocivas
O consumo de álcool pode interferir no equilíbrio hormonal e elevar os níveis de estrogênio, aumentando o risco de câncer de mama. Embora o consumo leve a moderado possa estar ligado a um discreto atraso da menopausa, o uso excessivo está associado à menopausa precoce, perda óssea e maior risco de fraturas.
As evidências indicam que os possíveis benefícios cardiovasculares do consumo moderado não superam os riscos, especialmente para a saúde das mulheres. As diretrizes recomendam não ultrapassar 10 a 20 gramas de álcool por dia e manter dias sem ingestão ao longo da semana.
Sono reparador
As alterações no sono durante a menopausa podem comprometer a memória, a atenção e a concentração. Estudos indicam que dormir mal nessa fase está associado à piora cognitiva subjetiva e que problemas persistentes de sono na meia-idade aumentam o risco de demência ao longo da vida.
O sono reparador é essencial para a saúde do cérebro, do coração, dos ossos e para o equilíbrio emocional durante e após a menopausa. Pequenos hábitos diários — como manter um horário regular para dormir e reduzir o consumo de cafeína — podem melhorar significativamente a qualidade do sono. Investir em um sono melhor é uma das formas mais eficazes de promover a saúde e o bem-estar a longo prazo.
Relacionamentos e conexões sociais saudáveis
Relações sociais fortes são fundamentais para um envelhecimento saudável. Elas estão associadas a maior longevidade, melhor controle de doenças crônicas e melhor qualidade de vida. Em contrapartida, a solidão e o isolamento social aumentam o risco de doenças, limitações físicas e mortalidade precoce.
Durante a transição da menopausa, relações de apoio têm papel protetor, ajudando a aliviar sintomas, preservar a saúde mental e fortalecer a resiliência das mulheres. Manter vínculos saudáveis — com parceiros, amigos, familiares ou comunidades — é um dos pilares mais importantes da saúde na menopausa, contribuindo para uma vida mais longa, equilibrada e com bem-estar físico e emocional.
A FEBRASGO tem como missão promover a educação e a atualização científica, fornecendo informações confiáveis e diretrizes com foco na valorização da saúde da mulher. As diretrizes sobre menopausa e terapia hormonal ou menopausa e saúde cardiovascular podem ser acessadas aqui no site, na aba Publicações e Orientações: https://www.febrasgo.org.br/pt/diretrizes
Mulheres no climatério ainda têm baixa atenção médica à osteoporose, revela especialista da FEBRASGO
- Terapia hormonal é eficaz em interromper a perda óssea e prevenir fraturas
- 20 de outubro é o Dia Mundial da Osteoporose
A menopausa marca uma fase de profundas mudanças no corpo da mulher, sendo a saúde óssea uma das áreas mais afetadas. A queda na produção de estrogênio aumenta a perda de massa óssea e eleva significativamente o risco de osteoporose – doença silenciosa que, segundo dados internacionais, já atinge mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo.
De acordo com a Dra. Adriana Orcesi Pedro, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Osteoporose, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), que é presidida pelo Professor César Eduardo Fernandes, a prevenção deve começar cedo, mas a atenção deve der redobrada no climatério. “A saúde óssea precisa ser construída ao longo de toda a vida, com hábitos saudáveis e atenção aos fatores de risco. No entanto, na menopausa, quando há a parada de produção do estrogênio, a proteção natural do osso é reduzida. A partir desse momento, a mulher começa a perder massa óssea de forma acelerada, aumentando a fragilidade e, consequentemente, o risco de fraturas, que podem ocorrer em situações de baixo impacto ou até espontaneamente”, explica a especialista. O professor César corrobora as posições da Dra. Adriana e enfatiza o papel do ginecologista na prevenção da doença.
Segundo dados recentes do Ministério da Saúde (2023 e 2025), cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil convivem com a osteoporose. Embora silenciosa, a doença causa aproximadamente 200 mil mortes por ano e é a principal responsável por fraturas em idosos e mulheres na menopausa. Esta estatística só tende a aumentar devido ao envelhecimento populacional.
Um dos tratamentos indicados para mulheres saudáveis, com menos de 60 anos, é a terapia hormonal. “A terapia hormonal é eficaz em interromper a perda óssea e prevenir fraturas, além de trazer outros benefícios importantes para a saúde da mulher. Porém, no Brasil, apenas 20% das mulheres no climatério recebem prescrição médica adequada. Muitas recorrem a fitoterápicos ou antidepressivos, que podem aliviar ondas de calor, mas não protegem os ossos, o coração ou a saúde íntima”, alerta a Dra. Adriana e o Prof. César.
Os números reforçam a gravidade da situação. Segundo a médica, estima-se que ocorram mais de 37 milhões de fraturas por fragilidade óssea por ano no mundo, o que representa mais de uma fratura por segundo. A mais grave delas é a de fêmur: entre 20% e 24% das pacientes que sofrem essa fratura morrem nos primeiros seis meses após o evento, e cerca de 30% ficam com incapacidade permanente, dependendo de cuidadores e gerando alto impacto pessoal, familiar, social e econômico. Importante ressaltar que 75% das fraturas de fêmur ocorrem em mulheres.
“O Ministério da Saúde gasta mais tratando fraturas decorrentes da osteoporose do que câncer de mama. Porém, enquanto o câncer de mama conta com protocolos de rastreamento bem estabelecidos, a osteoporose ainda carece de políticas públicas consistentes para diagnóstico precoce e tratamento”, destacam os ginecologistas.
A especialista reforça que, apesar da gravidade da doença, menos de 20% dos pacientes recebem diagnóstico, e menos de 30% dos que sofrem uma fratura iniciam o tratamento adequado e menos de 50% aderem ao tratamento, ressaltando que uma fratura prévia aumenta substancialmente o risco de novos episódios. Estes dados são tão impactantes, que a maior e mais influente sociedade médica em osteometabolismo, a Fundação Internacional de Osteoporose (International Osteoporosis Foundation - IOF), a qual a FEBRASGO é afiliada, escolheu o tema central da campanha 2025 do Dia Mundial de Combate à Osteoporose, o tema “É INACEITÁVEL. PARE DE NEGLIGENCIAR A SAÚDE ÓSSEA”. A campanha mostra casos reais de fraturas em pacientes sob risco em que a saúde óssea foi negligenciada.
https://www.osteoporosis.foundation/system/files/eh/2025-05/emilie_pt.pdf
https://www.osteoporosis.foundation/system/files/eh/2025-05/mary_pt.pdf
A osteoporose é uma verdadeira epidemia silenciosa do século. Precisamos conscientizar as mulheres, especialmente as que estão na menopausa e as que tem fatores de risco, sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento correto. Cuidar da saúde óssea é investir em qualidade de vida e longevidade com dignidade, autonomia e independência”, alerta.
