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Dia do Obstetra: formação e atualização constante para cuidar da mulher em momentos especiais

Data é oportuna para reconhecer o papel desse médico especialista em oferecer maior segurança e tranquilidade às gestantes e puérperas.

 

Por Letícia Martins, jornalista com foco em saúde

 

O Dia do Obstetra, celebrado em 12 de abril, homenageia os profissionais dedicados ao cuidado da mulher durante todo o processo da maternidade. A essência da profissão está contida na própria palavra obstetra, que vem do latim obstetrix e significa “ficar ao lado de”.

 

Mas para estar ao lado da mulher em momentos tão importantes, quanto a gestação, o parto e o pós-parto, uma longa e intensa jornada de formação é percorrida. Além dos seis anos do curso de medicina e mais três anos em um programa de residência médica em Ginecologia e Obstetrícia, esses especialistas estão em constantes estudos e atualizações científicas para garantir o melhor atendimento possível às suas pacientes.

 

Dra. Lilian de Paiva Rodrigues Hsu, presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) em Assistência Pré-Natal da Febrasgo, ressalta que manter-se atualizado na área implica também participar de conferências, workshops e cursos que abordam os mais recentes avanços, pesquisas e melhores práticas na área da saúde da mulher. “As credenciais de um bom médico inspiram confiança e maior segurança às pacientes que estão sob os cuidados de um profissional de saúde qualificado e capaz para realizar diagnósticos, tratamentos e o seguimento da mulher”, afirmou.

 

Alguns obstetras recebem ainda formação extra em área de atuação (especialidade), como a medicina fetal com acompanhamento da gestação, com enfoque especial no feto ou medicina materno-fetal, voltadas ao cuidado de gestantes com condições que as tornam de alto risco gestacional. “A obtenção do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) também confere conhecimento e competência, e garante que o obstetra possui as habilidades necessárias para prestar um atendimento seguro às suas pacientes”, acrescenta a Dra. Lilian.

 

Além da formação profissional, é importante que os obstetras desenvolvam habilidade de comunicação e adotem uma abordagem colaborativa. “O obstetra deve ser capaz de tomar decisões compartilhadas, reconhecendo que as gestantes são participantes ativas na própria jornada de cuidados de saúde”, explica a presidente da CNE de Pré-Natal da Febrasgo.

 

Reconhecimento e valorização profissional

 

O Brasil conta com cerca de 33 mil ginecologistas e obstetras, segundo o estudo Demografia Médica Brasileira, divulgado pela Associação Médica Brasileira em 2023. Esses profissionais desempenham um papel fundamental na saúde das mulheres, realizando consultas, exames, prevenção e tratamento de doenças ginecológicas, acompanhando gestações e partos, entre outras atribuições.

 

Apesar da importância do trabalho dos ginecologistas e obstetras e do reconhecimento que recebem por parte do público feminino, esses profissionais ainda enfrentam muitos desafios na profissão. Um dos principais obstáculos enfrentados por eles é a sobrecarga de trabalho, devido à alta demanda por atendimentos na rede pública de saúde e também na rede privada.

 

Além disso, a falta de infraestrutura adequada em alguns hospitais e unidades de saúde também é um grande desafio para os ginecologistas e obstetras. Muitas vezes, esses profissionais precisam lidar com a falta de equipamentos, materiais e até de leitos disponíveis, o que acaba comprometendo a qualidade do atendimento prestado às pacientes. “Por isso, a Febrasgo realiza diversas ações para defender a classe e garantir melhores condições de trabalho para os ginecologistas e obstetras, visando assegurar uma assistência de qualidade às mulheres”, declarou a Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da Febrasgo.

 

Ministério da Saúde lança iniciativa para expandir o acesso a especialistas no SUS

Novo modo vai permitir ao paciente um diagnóstico mais ágil e o tratamento adequado

 

Nesta segunda-feira (8), o Ministério da Saúde lançou um ciclo integral de cuidados para a população, visando ampliar a assistência na Atenção Primária. Isso inclui melhorias no acesso a especialistas e a implementação do SUS Digital. O objetivo é oferecer mais opções de encaminhamento para as Unidades Básicas de Saúde, reduzindo os tempos de espera, por meio da telessaúde, permitindo que os pacientes recebam tratamento sem demora, quando necessário.

 

A Dra. Roseli Nomura, diretora administrativa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) participou do evento de lançamento, reconhecendo a importância de um atendimento qualificado e ágil para a população. O novo modelo de cuidados visa centralizar a atenção no paciente e suas necessidades, reduzindo a necessidade de deslocamentos e integrando exames, consultas e acompanhamento da saúde ao longo do processo.

 

Para a especialista, neste ciclo integral de cuidado à saúde da mulher é de extrema relevância, uma vez que abrange diversos aspectos, desde a prevenção do câncer de colo uterino e de mama até a assistência pré-natal. Esses cuidados são realizados nas unidades básicas de saúde, com foco na atenção primária. “À medida que observamos o fortalecimento da atenção primária, reconhecemos que as mulheres terão uma assistência melhorada, abrangendo desde a fase de prevenção, contracepção e planejamento familiar até o acompanhamento durante a gravidez e o encaminhamento para o parto. Isso, por sua vez, agilizará a realização de exames, fortalecendo ainda mais a rede de cuidados à saúde da mulher”, declarou a Dra. Roseli.

A iniciativa também proporciona a cada cidadão e profissional de saúde a capacidade de monitorar o ciclo de cuidados do SUS através de tecnologias como o aplicativo "Meu SUS Digital". Esse aplicativo serve como a interface do programa SUS Digital com a população, permitindo acesso a informações e serviços de saúde. Trata-se do prontuário do cidadão disponível na palma da mão, contendo todo o seu histórico médico, o que possibilita a tomada de decisões voltadas ao autocuidado.

No momento, há 24 núcleos de telessaúde operando no país, dos quais três oferecem serviços de telediagnóstico especializado em nível nacional. Através desses núcleos, especialistas como cardiologistas e oftalmologistas realizam consultas online e revisam diagnósticos de médicos que trabalham na atenção primária.

FEBRASGO participa do Fórum sobre o Uso de Esteroides Androgênicos Anabolizantes promovido pelo CFM

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), participou do primeiro Fórum sobre o Uso de Esteroides Androgênicos Anabolizantes, organizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no dia 3 de abril. O propósito do evento foi promover uma discussão abrangente sobre diversos elementos relacionados a essas substâncias, visando propor medidas para controlar o excesso em sua prescrição ou uso indevido.

 

Entre os temas abordados,  o distúrbio androgênico do envelhecimento masculino foi apresentado por Rodrigo Barros de Castro, da Sociedade Brasileira de Urologia, e o uso da terapia de reposição com testosterona em pacientes com obesidade apresentado por Rodrigo de Oliveira Moreira, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Na ocasião, a Dra. Maria Celeste Wender, presidente da FEBRASGO,  falou sobre a síndrome do desejo sexual hipoativo.

 

“Na FEBRASGO, temos uma postura de oposição aos implantes hormonais, tanto para a terapia hormonal da menopausa quanto para a contracepção, através das nossas Comissões especializadas. Não apoiamos o uso desses medicamentos hormonais manipulados, pois não há dados publicados sobre sua eficácia e segurança na literatura científica médica”, declarou a presidente durante o evento.

 

Também foram discutidos os efeitos adversos associados ao uso de esteroides anabolizantes. Médicos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Urologia, e Associação para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, e outros, apresentaram e analisaram uma variedade de efeitos colaterais abrangendo diversas áreas, como cardiovasculares (tais como hipertensão arterial, aumento da adiposidade visceral, arritmias), hepáticos (incluindo aumento de enzimas hepáticas, esteatosis tóxica, neoplasia hepática), e infecciosos (como hepatites virais, abcessos, infecções sistêmicas e sepses), entre outros.

 

 

De acordo com a Dra. Celeste Wender, para avançar, precisamos pensar em relação aos pacientes que procuram esses hormônios, implementando uma busca ativa por efeitos adversos de forma eficaz. Ela reforça que as especialidades devem utilizar os canais existentes (SITE DA ANVISA) e criar novos para relatar efeitos adversos, visando orientar e informar a população, sendo  fundamental considerar tanto as violações éticas que podem ser encaminhadas aos Conselhos Regionais quanto outras violações . “Se um profissional prescreveu inadequadamente ou realizou uma intervenção prejudicial, causando danos graves ao paciente, isso deve ser reportado. Portanto, é fundamental debatermos esses temas em conjunto, com a participação de especialistas comprometidos com o mesmo propósito”, frisou a presidente.

 

Além disso, o evento também contou com a presença de Rui Alberto Ferriani, encarregado das relações institucionais da FEBRASGO e membro da Câmara Técnica de Reprodução Assistida do CFM. A participação do presidente da AMB, César Fernandes, e do presidente do CFM, José Hiran Gallo, também foi destacada.

 

 

Assista ao vídeo completo do Fórum clicando no link .

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Febrasgo expõe seu planejamento estratégico durante workshop no Rio de Janeiro

Diretoria executiva, presidentes das Federadas e representantes das diversas Comissões Nacionais Especializadas se reuniram para conhecer e participar dos próximos passos da Febrasgo.

 

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) realizou no dia 16 de março, no Rio de Janeiro (RJ), a primeira reunião de trabalho da gestão 2024-2027 com o objetivo de unificar ideias e discutir as estratégias para os próximos quatro anos.

 

Com o lema “Avança GO”, o workshop contou com a presença da diretoria executiva, dos vice-presidentes das cinco regiões brasileiras, dos presidentes das Federadas e das Comissões Nacionais Especializadas (CNEs).  Além deles, o presidente da Academia Nacional de Ginecologia e Obstetrícia (Anago), Dr. César Eduardo Fernandes, o editor-chefe das revistas RBGO e Femina, Dr. Marcos Felipe Silva de Sá, e a coordenadora do Núcleo Feminino e do Feito Para Ela, Dra. Marta Finotti, também participaram da reunião, assim como o presidente da Comissão de Residência Médica, Dr. Gustavo Salata Romão, e a presidente da Comissão Nacional do TEGO (Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia), Dra. Ana Carolina Japur de Sá Rosa e Silva.

 

“A reunião foi uma ótima oportunidade para alinharmos os objetivos e posicionamentos da Febrasgo no cenário atual. Prevaleceu o clima de entusiasmo e colaboração, revelando o comprometimento de todos os presentes com o aprimoramento científico e a defesa dos ginecologistas e obstetras, elementos essenciais para o crescimento e o fortalecimento da Febrasgo”, declarou a Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da entidade.

 

Todos os participantes receberam uma camiseta e um boné com o lema da gestão atual da Febrasgo, simbolizando que estão jogando no mesmo time. “Somos uma grande equipe com representantes de todas as regiões do Brasil, que dedicam seu tempo e experiência em benefício da assistência da saúde da mulher brasileira”, ressaltou a presidente da entidade.

 

Principais ações

 

Maior integração entre as Federadas, melhorias na área educativa, renovação do site e do aplicativo Febrasgo, expansão da presença da entidade nas redes sociais, fortalecimento nacional e a internacionalização da Febrasgo são alguns dos objetivos da Febrasgo para o próximo quadriênio.

 

Na área da atualização científica e formação médica, Dra. Maria Celeste destacou a construção do Centro de Treinamento e Simulação, que será inaugurado em breve e promete revolucionar a forma como a assistência médica à mulher é realizada no Brasil, e a criação de um projeto de rodízio entre os residentes. “Muitas vezes, os residentes desejam se aprimorar em uma subespecialidade que não é oferecida no seu local de formação. A Febrasgo pretende facilitar o caminho para que eles consigam passar um período de tempo em um programa de residência que ofereça condições para praticar ativamente suas habilidades nessa subespecialidade”, explicou Dra. Maria Celeste, destacando que essa é uma ideia antiga que irá ajudar na formação profissional dos futuros ginecologistas e obstetras.

Dia Mundial de Luta Contra o Câncer: Terapias inovadoras elevam a qualidade de vida de quem recebe o diagnóstico de Câncer de Ovário

Diagnóstico precoce deste tipo de tumor ainda é um desafio para a medicina e novos tipos de tratamento podem melhorar a qualidade de vida das pacientes

 

No Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, 8 de abril, a Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (FEBRASGO) destaca a importância da conscientização sobre o câncer de ovário, uma doença de difícil diagnóstico que afeta muitas mulheres. Classificado como o sétimo tipo mais comum, representa a nona causa de morte por câncer entre mulheres em todo o mundo. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que entre os anos de 2023 e 2025 sejam diagnosticados anualmente mais de 7 mil novos casos dessa neoplasia.

 

Dificilmente detectado em estágio inicial, o câncer de ovário pode progredir com poucos sintomas, tais como sensação de aumento do volume abdominal, empachamento, alteração do hábito intestinal. O Dr. Eduardo Candido, presidente da Comissão de Ginecologia Oncológica da FEBRASGO, destaca que estes sinais e sintomas podem ser confundidos com outras patologias mais comuns e que muitas vezes não se considera a possibilidade da presença desta doença. Tal situação resulta em mais de 2/3 dos casos diagnosticados em estágios avançados, comprometendo a qualidade e a expectativa de vida das pacientes.

 

“Grande parte dos fatores de risco relacionados ao câncer dos ovários não são modificáveis, tais como uma história familiar de parentes com câncer de mama, ovário, endométrio ou colorretal, mutações em alguns genes como os chamados BRCA 1 e 2, idade entre 50 e 79 anos. Situações que expõem as pacientes ao constante processo ovulatório (primeira menstruação precoce, menopausa tardia, ausência de gestação, não amamentação e não uso de contraceptivos que bloqueiam a menstruação) também predispõem ao desenvolvimento deste tumor. Pesquisas recentes mostram uma possível origem de neoplasias ovarianas originando-se das tubas e, por isso, algumas sociedades internacionais de especialidades, recomendam, em determinadas situações, a realização da retirada das tubas, como uma possibilidade de redução do risco deste tumor”, alerta o médico.

 

Até o momento, não há um exame preventivo para o diagnóstico precoce do câncer de ovário, semelhante ao Papanicolau para o câncer de colo uterino. Alguns estudos tentaram avaliar o papel da detecção precoce do câncer de ovário, mas os resultados não foram satisfatórios em mulheres sem histórico familiar positivo para essa neoplasia ou síndromes genéticas.

 

“Na prevenção do câncer, adotar hábitos saudáveis é como construir uma fortaleza para o nosso corpo, fortalecendo-o contra as investidas da doença. Cuidar da alimentação, praticar atividades físicas regularmente, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de buscar acompanhamento médico regular, são as melhores armas que temos para defender nossa saúde”, reforça o Dr. Eduardo.

 

Tratamento

 

A cirurgia é o principal tratamento para o câncer de ovário. A remoção completa do tumor é fundamental, pois a presença de qualquer resíduo tumoral pode afetar significativamente o prognóstico da paciente. “Quando há tumor residual, mesmo que pequeno, o prognóstico piora consideravelmente. Portanto, é essencial que o especialista em ginecologia oncológica avalie cuidadosamente a possibilidade de remover ou não o tumor, levando em consideração o exame físico e os exames de imagem, como a Ressonância Magnética”, pontuou o ginecologista.

 

Outro pilar efetivo para o combate a esta doença, se faz pela quimioterapia, que pode ser utilizada em associação com a cirurgia, antes ou depois desta, a depender do julgamento de uma equipe multidisciplinar, que avalia os casos individualmente estabelecendo a melhor forma do cuidado com as pacientes.

 

Por exemplo, quando, pela avaliação das imagens ou mesmo na fase inicial da cirurgia observa-se que a remoção completa do tumor não é viável, a quimioterapia surge como opção primária no tratamento.

 

Terapia Alvo

 

O médico da FEBRASGO destaca que já estão bem estabelecidos novos modelos de tratamento. Os medicamentos empregados como terapias-alvo em oncologia com tecnologia especializada, quando corretamente indicados, podem aumentar a expectativa de vida das pacientes. Para tanto, as pacientes precisam realizar análises genéticas para identificar tais mutações e se submeterem a terapia adequada.

 

"Isso tem mudado muito o ciclo deletério das pacientes com câncer de ovário avançado. Essas novas drogas podem alterar os aspectos negativos da doença. Temos observado um significativo aumento de sobrevida e melhoria na qualidade de vida, sem a necessidade de repetidas cirurgias ou ciclos de quimioterapia, com o suporte desses medicamentos”, finaliza o ginecologista.

Saúde Feminina: Infecções vaginais são uma das queixas mais comuns entre as mulheres que buscam atendimento ginecológico

Compreender o funcionamento da flora vaginal é fundamental para promover a saúde íntima feminina, especialmente no Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril. As infecções vaginais são uma das queixas mais comuns entre as mulheres que buscam atendimento ginecológico. Sintomas como corrimento, irritação, coceira e ardor, experimentados por cerca de 75% das mulheres, são indicativos dessas infecções, causadas por micro-organismos como a candidíase, vaginose bacteriana e tricomoníase.

 

A doutora Adriana Campaner, presidente da Comissão de Trato Genital Inferior da Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (FEBRASGO), alerta que existem medidas simples que a mulher pode adotar para uma higiene adequada. "A primeira em relação à limpeza, quando for ao toalete, limpe sempre de frente para trás e, ao evacuar, prefira realizar uma lavagem ou utilizar lenços umedecidos neutros, como aqueles próprios para bebês, limpando a área para remover os resíduos de fezes e bactérias. Na hora da limpeza, evite utilizar sabonetes muito perfumados, pois esses podem irritar a região. Se possível, utilize produtos específicos para higiene íntima, pois eles podem ser utilizados todos os dias", ressaltou.

 

Há uma variedade de produtos de higiene íntima disponíveis no mercado, e é recomendável que as mulheres optem por aqueles produzidos por laboratórios farmacêuticos conhecidos. “É importante ter cautela, pois muitos desses produtos contêm fragrâncias intensas, o que pode resultar em irritação, alergias, coceira, e até mesmo lesões na pele se utilizados inadequadamente”, alerta a especialistas.

 

A falta de higiene pode resultar em odor vaginal e desconforto, especialmente porque na região da vulva, mesmo na ausência de infecção vaginal, há produção de glândulas de suor e gordura, além de uma proliferação bacteriana. Os pelos longos também podem contribuir para esse desconforto, ao abafar a área. Dessa forma, mesmo sem qualquer infecção vaginal, a mulher pode experimentar um aumento no odor vaginal se não mantiver uma higiene adequada. Ao despir-se, a vulva pode apresentar odor devido a essa proliferação de bactérias e suor. Como alternativa, para pacientes com pelos longos, ao invés de depilar, recomenda-se simplesmente cortá-los com tesoura para mantê-los aparados.

 

A médica reforça que quando não se mantém uma higiene adequada, a mulher pode ficar exposta à contaminação por bactérias provenientes do intestino, o que aumenta o risco de infecções na vagina. Em relação a essas infecções, podem ocorrer infecções urinárias, que exigem o uso de antibióticos. “Quanto às infecções vaginais, as pacientes podem apresentar corrimento, cuja coloração varia de acordo com o agente causador. Por exemplo, na candidíase, o corrimento é branco e lembra nata de leite; na tricomoníase, de cor amarelada, assemelha-se a pus. Já na vaginose bacteriana, o corrimento é de cor branca ou cinza em pequena quantidade, e a paciente relata um odor desagradável, semelhante ao peixe podre Além do corrimento, a paciente pode experimentar ardor local e irritação. O tratamento varia conforme a condição diagnosticada”, destacou.

 

A longo prazo, essas infecções podem se propagar para o útero, especialmente se ocorrerem repetidamente, o que pode resultar em inflamação das trompas. Se não tratada adequadamente, essa inflamação pode levar à infertilidade ou à dor pélvica. Além disso, infecções urinárias recorrentes podem se agravar e também resultar em complicações.

 

Cuidados com as peças íntimas

 

A atenção à escolha dos tecidos das roupas íntimas é fundamental para a higiene feminina. O algodão, por exemplo, é altamente recomendado devido à sua capacidade de permitir uma melhor circulação de ar, tornando as roupas mais respiráveis. Isso contribui para evitar o acúmulo de sujeira e odor nas peças íntimas.

 

Optar por tecidos mais confortáveis também reduz os riscos de irritações na pele, especialmente na região genital. Portanto, escolher roupas íntimas feitas de materiais adequados é parte essencial dos cuidados diários com a saúde íntima.

 

 

Cuidados durante a menstruação

 

Intensificar os cuidados durante o período da menstruação é essencial para manter a saúde íntima. Aqui estão algumas recomendações para diferentes tipos de absorvente:

  • Absorventes internos (tampões): Troque de preferência a cada 4 horas, dependendo do fluxo menstrual; a manutenção do absorvente por muito tempo no meio vaginal pode levar a proliferação bacteriana e risco de infecções.
  • Absorventes externos: Em geral, devem ser trocados a cada 3 a 4 horas, variando de acordo com a intensidade do fluxo.
  • Absorventes reutilizáveis (feitos de materiais laváveis, como pano ou silicone): As instruções de troca podem variar, mas costumam ser semelhantes às dos absorventes externos descartáveis. Sempre leia as orientações do fabricante.
Coletor menstrual: Esvazie de preferência a cada 4 horas, também dependendo da intensidade do fluxo menstrual e das instruções do fabricante. A manutenção do coletor por muito tempo no meio vaginal pode levar a proliferação bacteriana e risco de infecções.

Adenomiose e Infertilidade: Ginecologistas explicam sobre o impacto dessa condição no período reprodutivo

Abril Roxo é um mês importante para a conscientização sobre a adenomiose, doença em que o tecido endometrial cresce dentro das paredes musculares do útero, causando dor e problemas de fertilidade. A doença afeta uma em cada dez mulheres segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), representando uma condição comum durante o período reprodutivo.

 

O Dr. Ricardo Quintairos, presidente da Comissão de Endometriose da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esclarece que a adenomiose refere-se à presença das células do endométrio infiltradas no miométrio (músculo uterino), enquanto a endometriose envolve a presença dessas células fora do útero, disseminadas pelo abdome (ovário, intestino, bexiga, trompas, etc.), locais onde normalmente não deveriam estar.

 

Evitar que a doença se desenvolva é desafiador, uma vez que é uma condição influenciada por fatores genéticos e imunológicos, dificultando a prevenção primária. No entanto, a prevenção secundária é possível e consiste em intervir para impedir a progressão da doença.

“Uma abordagem eficaz de prevenção secundária é agir precocemente, especialmente em jovens que apresentam suspeita de desenvolver a condição. Uma estratégia fundamental é suprimir a menstruação, evitando assim a estimulação hormonal, que contribui para o crescimento das lesões endometrióticas. Ao inibir a menstruação, é possível reduzir a produção de estrogênio, o que pode retardar o avanço da doença. Embora não seja possível interromper completamente o seu desenvolvimento, essa abordagem pode proporcionar uma evolução mais lenta da endometriose, possibilitando uma vida reprodutiva mais saudável”, alerta o especialista.

 

 

Sintomas

 

Os sintomas e são predominantemente caracterizados pela dor, manifestando-se através de dispareunia (dor durante a relação sexual), dismenorreia (cólicas menstruais intensas, sendo o sintoma mais marcante), sangramento uterino anormal (hipermenorreia, caracterizada por um fluxo menstrual excessivo), e dor pélvica crônica, persistindo ao longo do mês. As consequências a longo prazo incluem o agravamento da dor e do fluxo menstrual, podendo resultar em anemia significativa. Além disso, a infertilidade é uma complicação grave, especialmente prevalente em mulheres mais jovens, dificultando a concepção. A gravidade dessa infertilidade pode variar de acordo com a extensão e características da doença endometriótica.

 

Tratamento

 

O tratamento clínico, que visa inibir a ação do estrogênio. Este hormônio, responsável pela proliferação celular, estimula o crescimento das células endometriais. O médico da FEBRASGO explica que qualquer tratamento para a endometriose, seja ela interna (adenomiose) ou externa, deve incluir a inibição do hormônio estrogênio. Para isso, são utilizados diversos métodos contraceptivos e anticoncepcionais, que atuam de maneira eficaz. Além disso, progestágenos isolados também são empregados com sucesso no tratamento.

“Destaca-se entre esses métodos o sistema intrauterino de levonorgestrel, conhecido como DIU medicado. Este dispositivo tem um papel relevante no alívio da dor e na redução do sangramento uterino, especialmente em pacientes sem endometriomas, uma vez que não interfere na ovulação, mas sim na ação estrogênica na cavidade uterina”, enfatiza.

 

Casos cirúrgicos

O tratamento cirúrgico em casos de preservação da fertilidade é considerado heróico, sendo realizado principalmente em centros especializados. Essas cirurgias visam preservar a capacidade reprodutiva das pacientes, especialmente em condições como endometriose e adenomiose. Uma das técnicas utilizadas é a ressecção das paredes afetadas, que é realizada com precisão para minimizar danos aos tecidos.

“É importante destacar que a principal consequência da cirurgia, especialmente da histerectomia (remoção do útero), é a impossibilidade de uma gestação futura. Nesses casos, a mulher não pode mais engravidar ou dar à luz naturalmente”, destaca o médico.

Neste contexto, a cirurgia só é recomendada quando a paciente tem absoluta certeza de que não deseja mais ter filhos biológicos. No entanto, em certos casos, é possível preservar os ovários para que a mulher possa, dentro das normas regulamentadas pelo Conselho Federal, recorrer à ajuda de outras mulheres, como primas ou irmãs, para engravidar por meio de técnicas de reprodução assistida.

 

 

 

 

 

 

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