62º CBGO: Infertilidade e reprodução assistida
“Atenção aos detalhes é essencial na investigação do casal infértil”, afirma Dr. Roberto de Azevedo Antunes, Diretor da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ), durante a aula “Manejo da infertilidade no consultório ginecológico”.
O ginecologista reforça: nos casos de infertilidade, além da mulher, é fundamental investigar o homem e procurar entender (1) história clínica e estilo de vida, (2) dados do exame físico, (3) dosagem de espermograma, (4) dosagem hormonal, (5) fragmentação do DNA dos espermatozoides e (6) US testicular.
O fator masculino está atrelado a 50% dos casos de infertilidade na Europa, e o número é o mesmo no Brasil, seja por causas isoladas ou associadas. Nos Estados Unidos, esse número chega a 60%.
Dentro da mesma temática, Dr. Paulo Gallo de Sá, membro da Comissão Nacional Especializada de Reprodução Assistida da FEBRASGO, afirma: “Quanto maior o tempo para começar o tratamento de infertilidade, maior o risco de não dar certo”. Ele foi o responsável por trazer insights dentro da pauta “Como a propedêutica feminina para infertilidade deve ser realizada na atualidade”. E indica a investigação dos fatores: (1) masculino, (2) tubário, (3) ovariano e (4) uterino.
A infertilidade em todo mundo acomete cerca de 10% a 20% dos casais, e a endometriose pode estar entre as causas. “A endometriose está presente em 47% dos casais que tentam engravidar”, conta Dr. Paulo.
Durante a aula “Quando encaminhar o casal infértil para um especialista: a importância do timing”, a Dra. Marta Curado Finotti, membro da Comissão Nacional Especializada de Reprodução Assistida e do Núcleo Feminino, explica que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma em cada seis pessoas é afetada pela infertilidade.
Ela comenta que a duração da infertilidade e o tipo de infertilidade (primária ou secundária) devem ser considerados. Entretanto, assim como outros palestrantes da mesma mesa, ela reitera: a idade avançada da mulher é fator de risco para infertilidade, anomalias e perdas fetais.
Sobre quando encaminhar o casal para o especialista, a ginecologista dá dicas: (1) quando a mulher tiver mais de 40 anos, (2) quando tiver amenorreia, (3) quando a mulher tiver doença uterina, (4) se houver subinfertilidade masculina, (5) se existirem disfunções sexuais, (6) abortamento de repetição e (7) quando a mulher vai passar por quimioterapia.
Para Dra. Marta, os ginecologistas devem questionar todas as pacientes sobre planejamento reprodutivo e suas tentativas de engravidar.
Em relação à criopreservação de óvulos e embriões, a médica faz um alerta: “O congelamento mais indicado é o de óvulos, pois o congelamento de embriões pode causar problemas futuros se, por acaso, o casal se separar”.