62º CBGO: O cuidado integral das mulheres no climatério – Parte 2
A Dra. Lucia Costa Paiva, presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Climatério, trouxe insights sobre “Terapia hormonal (TH): indicações e efeitos colaterais”.
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O climatério é um evento fisiológico que proporciona aos médicos e às mulheres uma oportunidade de promoção de saúde.
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A TH reduz em 75% a intensidade e frequência das ondas de calor semanais.
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A terapia hormonal pode ser indicada para: (1) tratamento de sintomas vasomotores; (2) síndrome geniturinária; (3) insuficiência ovariana prematura (antes dos 40 anos); e (4) prevenção da perda de massa óssea.
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É essencial que ginecologistas questionem sobre sinais da síndrome geniturinária, tais como ressecamento vaginal, infecção urinária e atrofia externa.
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Embora não seja indicada diretamente para esses fins, a TH também traz benefícios para: humor, sono, função sexual; pode reduzir o risco de diabetes tipo 2, de câncer colorretal (quando utilizada em terapia combinada) e reduzir o risco de eventos cardiovasculares, além de melhorar a qualidade de vida.
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“Educação médica, informação para pacientes e fornecimento (e aquisição) de medicamentos são importantes para darmos qualidade de vida e saúde adequadas às mulheres no climatério”, pontuou Dra. Lucia.
TH e Prevenção da Massa Óssea
“O que eu quero para minha paciente é que ela nunca frature. Nós, ginecologistas, precisamos olhar a saúde óssea da mulher que entra na menopausa”, declarou Dr. Marcelo Luis Steiner, diretor da FEBRASGO, logo no início de sua aula durante o Fórum – Saúde Mulher no Climatério. Dr. Marcelo trouxe dados do estudo Swan, que indica: durante a menopausa, ocorre perda de 10,6% de massa óssea na coluna lombar e 9,1% no colo do fêmur.
O diretor da FEBRASGO comenta ainda que é importante que ginecologistas se preocupem com as ondas de calor, porém não podem esquecer de questionar sobre a massa óssea.
Os ginecologistas desempenham um papel crucial na prevenção, identificação e tratamento das mulheres propensas a desenvolver doenças ósseas. A saúde óssea deve ser acompanhada desde a infância, com um período crucial de ganho de massa óssea e desenvolvimento do tecido ósseo na adolescência, atingindo o pico entre os 25 e 30 anos.
Após os 30 anos, a massa óssea estabiliza e começa a diminuir gradualmente após os 40 anos. De acordo com o ginecologista, a genética é responsável por cerca de 70 a 80% do pico de massa óssea, enquanto os hábitos de vida influenciam aproximadamente 20%. “Devemos ser ativos para determinar o risco de fraturas e realizar as intervenções recomendadas”, comenta Dr. Steiner.