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Luto materno: como oferecer apoio adequado após a perda de um bebê

Especialista da FEBRASGO explica como identificar sinais de sofrimento psíquico e orienta sobre o acolhimento à mulher enlutada

O puerpério é, por si só, um período de grande vulnerabilidade emocional. Quando, além das mudanças hormonais e da exaustão física, a mulher enfrenta a perda do recém-nascido, o risco de desenvolver transtornos psíquicos se intensifica. A psiquiatra Dra. Carmita Helena Najjar Abdo, membro da Comissão Nacional Especializada em Sexologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), explica que o luto materno pode desencadear quadros depressivos graves — e que o acolhimento adequado é essencial para a saúde da mulher.

“Se essa depressão for leve e passageira, é chamada de blues. Mas podem ocorrer situações mais graves, inclusive com características psicóticas. Imagine uma mulher que dá à luz e, em seguida, perde o bebê. Se ela já tiver tendência depressiva, pode desenvolver um quadro severo, dependendo de fatores como genética, recursos internos, rede de apoio e seu histórico de vida”, explica a especialista.

Para Dra. Carmita, o primeiro passo é avaliar o quanto esse luto afetou a saúde física e emocional da mulher. “Em razão da depressão, ela pode deixar de se alimentar adequadamente, ter distúrbios do sono e isso compromete o corpo também. Um acompanhamento cuidadoso, feito por psicólogo e/ou psiquiatra, é fundamental.”

Uma vez identificado um quadro depressivo, ansioso ou de estresse pós-traumático, não há espaço para negligência. “A mulher está num momento de extrema fragilidade, em que o funcionamento hormonal não está equilibrado. Isso pode agravar ainda mais os sintomas psíquicos”, alerta a psiquiatra.

Despedida simbólica e rede de apoio - Do ponto de vista psíquico, é importante que os pais tenham a oportunidade de se despedir do bebê e de contar com apoio mútuo e familiar. “A dor precisa ser compartilhada. Foram meses de espera, sonhos alimentados — e de repente, tudo isso desaparece. A expectativa era de receber alguém, não de perdê-lo. É uma dor imensa, que exige cuidado e escuta. E o papel da família é fundamental nesse processo.”

A caixa do bebê - Algumas maternidades oferecem a chamada “caixa do bebê” — um conjunto de objetos simbólicos que pertenceriam à criança que não sobreviveu. Para a especialista, esse recurso pode ajudar no processo de elaboração do luto. “Se os pais concordarem, a caixa pode representar uma forma de dar limite à dor. É um espaço simbólico que guarda a lembrança, não permitindo que o sofrimento ocupe toda a existência. Não se trata de negar a perda, mas de aprender a conviver com ela, aos poucos retomando a vida.”

 

26/06 – Dia Nacional do Diabetes: Os riscos do diabetes durante a gestação

589 milhões de adultos vivem com a doença, segundo Atlas de Diabetes 2025

O diabetes gestacional, condição em que os níveis de açúcar no sangue (glicose) aumentam durante a gravidez, pode trazer sérios riscos tanto para a mãe quanto para o bebê e alguns fatores aumentam significativamente as chances de a doença surgir durante a gestação: gravidez em idade avançada, sobrepeso ou obesidade, história familiar de diabetes, síndrome dos ovários policísticos, hipertensão ou pré-eclâmpsia e fetos com crescimento excessivo durante gestações anteriores.

No caso de diabetes prévio à gestação, “Se a gestante engravida com níveis elevados de glicemia no momento da organogênese (conjunto de processos que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário), há um risco muito maior de abortamento”, alerta a Dra. Rosiane Mattar - Presidente da Comissão Nacional Especializada em Gestação De Alto Risco da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

A especialista explica que o diabetes descompensado pode trazer consequências graves. Para o feto, pode causar hiperglicemia, hiperinsulinemia, aumento da hemoglobina glicada e até ambiente hipóxico fetal (situação em que o feto não recebe oxigénio suficiente), e - para se defender - aumenta o número de glóbulos vermelhos, o que pode levar à morte do bebê. “Para a mãe, aumentam as chances de cetoacidose diabética, nefropatia, pré-eclâmpsia grave e infecções de difícil controle, especialmente em mulheres que já têm diabetes tipo 1 ou 2 antes da gravidez”, alerta a médica.

Para a gestante com diabetes tipo 1, o cuidado deve ser ainda mais criterioso. “É fundamental que a mulher planeje a gravidez para garantir que entre nesse momento com hemoglobina glicada abaixo de 6,5 e com as comorbidades controladas. O acompanhamento multidisciplinar e a profilaxia de complicações, como a pré-eclâmpsia, fazem toda a diferença para um desfecho positivo”, ressalta Dra. Rosiane Mattar.

A FEBRASGO reforça que a conscientização sobre os riscos do diabetes na gestação e o acompanhamento especializado são essenciais para proteger a saúde de mães e bebês. “Com acompanhamento adequado e controle rigoroso, é possível minimizar drasticamente os riscos”, comenta a Dra. Rosiane Mattar.

Estatísticas – O Atlas de Diabetes 2025, divulgado pela International Diabetes Federation, mostra que 589 milhões de adultos (20-79 anos) vivem com diabetes e as estimativas é que esse número aumente para 853 milhões até 2050. O diabetes foi responsável por 3,4 milhões de mortes em 2024 – 1 a cada 9 segundos.

 

Menopausa - Abra o Leque da Informação

Médico Ginecologista e Obstetra, você é peça-chave nesta fase da vida da mulher.

A campanha “Abra o Leque da Informação”, desenvolvida pela Febrasgo com apoio do Feito Para Ela e Astellas, convida você a ampliar o olhar sobre a menopausa. Muito além dos fogachos, os sintomas vasomotores impactam o sono, a saúde mental, o trabalho e a vida íntima da mulher.

Informar é cuidar. Acolher é tratar.

Vamos juntos abrir esse leque de possibilidades?

PERIMENOPAUSA

Os primeiros sinais da transição hormonal podem surgir ainda com ciclos menstruais ativos. A partir dos 40-45 anos, fase chamada de perimenopausa ou climatério, a mulher pode enfrentar sintomas que afetam profundamente sua rotina e bem-estar. Sua escuta é essencial nesta fase.


O DESAFIO EM NÚMEROS

A expectativa de vida aumentou e, com ela, o número de mulheres que passam pela menopausa. Estima-se que elas viverão cerca de 1/3 da vida na pós-menopausa.

● 30 milhões de mulheres na menopausa no Brasil (2024)
● 1,1 bilhão de mulheres na pós-menopausa até 2025
● 75% sofrem com sintomas vasomotores
Médico, você está preparado para orientar suas pacientes?


OS SINTOMAS – muito além dos fogachos

Os sintomas da perimenopausa e menopausa afetam o corpo, a mente e as emoções da mulher. Identificar esse conjunto de sinais é essencial para um cuidado mais humano, amplo e eficaz.

Mais comuns:
● Ondas de calor
● Sudorese noturna
● Insônia
● Irritabilidade
● Ansiedade
● Falta de energia
● Lapsos de memória

Nem sempre relacionados com a menopausa:
● Palpitações
● Dores articulares
● Queda de cabelo
● Pele ressecada


TRATAMENTO

Médico, a escolha do tratamento deve ser personalizada. A Terapia Hormonal (TH) continua sendo a abordagem mais eficaz para os sintomas vasomotores, mas há alternativas para cada perfil de paciente.

● TH sistêmica ou local
● Terapias não hormonais, como antidepressivos
● Hidratantes vaginais
● Suporte psicológico
● Estilo de vida saudável


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Informativo: Confira
Vídeos Informativos: Confira
Quizz Rápido: Confira
Materiais Paciente: Confira
Materiais Especialista: Confira

Elaboração dos Conteúdos:
Comissão Nacional Especializada em Climatério da Febrasgo – Presidente: Dra. Lucia Costa Paiva

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