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Nota de Solidariedade da FEBRASGO e da ASSAGO aos Ginecologistas e Obstetras de Manaus

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e a Associação Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia (ASSAGO) manifestam profunda solidariedade aos ginecologistas e obstetras de Manaus diante das recentes dificuldades enfrentadas por esses profissionais após o anúncio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) sobre a contratação da Organização Social de Saúde (OSS) para a administração do Complexo Hospitalar Sul (CHS), composto pelo Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e pelo Instituto da Mulher Dona Lindu.

As denúncias relatadas sobre a situação atual das unidades citadas são preocupantes e comprometem a qualidade do atendimento à saúde da população, sendo de extrema importância a atenção das autoridades competentes para garantir a integridade dos serviços prestados e a valorização dos profissionais de saúde.

Reiteramos nosso apoio incondicional aos profissionais afetados e enfatizamos a importância de condições dignas de trabalho para a manutenção de um serviço de saúde eficiente e humanizado .

O Brasil retrocede na defesa da saúde sexual e reprodutiva de suas meninas e mulheres

Uma Breve Comunicação (BRIEF COMMUNICATION) foi publicada no periódico International Journal of Gynecology and Obstetrics, intitulada Brazil regresses in defending the sexual and reproductive health of its girls and women, cujos autores são todos membros da Comissão Nacional Especializada de Violência Sexual e Interrupção Gestacional Prevista em Lei.

Enfatiza-se a dificuldade de acesso que as mulheres brasileiras têm em nosso país para a realização do aborto previsto em lei, o que tem resultado numa procura por atendimento quando as gestações já estão mais avançadas, com mais de 22 semanas.

É feita uma crítica veemente ao Projeto de Lei 1904/2024, em discussão na Câmara dos Deputados, que considera que todas as mulheres e meninas adolescentes que se submetam a um aborto em gestação de mais de 22 semanas devam ser consideradas criminosas e sejam punidas.

Clique aqui e confira o material.

PUC-SP, Febrasgo, Sogesp e Prefeitura de Sorocaba se unem em programa pioneiro no estado contra pré-eclâmpsia

Em cerimônia realizada em 3/12/2024, Sorocaba tornou-se a primeira cidade do estado de São Paulo e a segunda do país a implementar um sistema integrado de prevenção à pré-eclâmpsia na rede pública de saúde. O Programa Código Laranja, representa uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Sorocaba, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG) e a Faculdade de Medicina da PUC-SP.

O evento, aberto pelo Secretário da Saúde da Cidade, Dr Cláudio Pompeo, contou com palestras sobre Mortalidade Materna no Brasil e em São Paulo, Diagnóstico e Seguimento de pacientes com pré-eclâmpsia, indicações do uso do Sulfato de Magnésio e seu manejo na rede pré-hospitalar. Os professores responsáveis pelas aulas foram:

  • Maria Laura Costa do Nascimento - Membro fundadora da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão da Gravidez, membro da Comissão Nacional Especializada em Hipertensão da Febrasgo e representante brasileira na Sociedade Internacional de Hipertensão da Gestação;
  • Sara Toassa Gomes Solha - Coordenadora da maternidade do Hospital Modelo, responsável pelo Programa de Pré-Natal de Alto Risco da Prefeitura de Sorocaba, instrutora do curso de emergências obstétricas da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) e membro da Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco da Febrasgo.
  • Henri Augusto Korkes - Professor assistente-doutor da Clínica Obstétrica e chefe do Departamento de Reprodução Humana e Infância da FCMS/PUC-SP, doutor pela Unifesp e PhD pela Harvard Medical School, coordenador acadêmico da Obstetrícia no Hospital Santa Lucinda, membro fundador da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez e membro da Comissão Nacional Especializada em Hipertensão da Febrasgo.
  • Ivan Fernandes - Professor auxiliar de Obstetrícia no Departamento de Reprodução Humana e Infância da FCMS e integrante do setor de Pré-natal de Alto Risco da Policlínica de Sorocaba.
  • Renato José Bauer - Professor de Obstetrícia no Departamento de Reprodução Humana em Infância da FCMS e presidente da Sogesp Regional Sorocaba e Vale do Ribeira.

 Este primeiro encontro, foi marcado pela presença de Gestores da Saúde, Coordenadores de Unidade Básicas, Assistência Secundária, Prontos Atendimentos, UPAS e Coordenadores do SAMU. As próximas oficinas serão realizadas a partir de Fevereiro de 2025, com treinamento em formato de Estações Práticas e Simulação Realística, para todos os profissionais de saúde que trabalham nestes locais.

 O Código Laranja será adotado em toda a rede pública de saúde de Sorocaba, incluindo UBSs, UPAs, atendimento terciário e Samu. Ao ser acionado, ele ativará protocolos específicos para reduzir a mortalidade materna. Desta forma, Sorocaba dá um passo importante na direção de redução de morte materna em sua região, e servirá de exemplo para outras cidades, implementarem estratégias semelhantes.

 

 

Nesta foto: Dr. Henri A korkes, Dra. Maria Laura Costa do Nascimento, Dra. Sara Toassa Gomes Solha, secretário municipal de saúde de Sorocaba, Dr. Ivan Fernandes e Dr. Renato José Bauer

FEBRASGO alerta para intensificação e ampliação da vacinação contra a coqueluche devido ao aumento de casos no Brasil

Em 2024, já foram registrados 3.253 casos notificados de coqueluche, tornando-se o ano com o maior número de ocorrências desde 2014, quando foram contabilizados 8.622 casos da doença. Em 2013, o total foi de 3.113 casos, segundo o painel epidemiológico do Ministério da Saúde (MS). Diante desse cenário preocupante, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) emite um alerta sobre a importância da vacinação, especialmente em gestantes, para prevenir a transmissão da doença para os recém-nascidos, que estão entre os mais vulneráveis.

A Dra. Susana Aidé, presidente da Comissão de Vacinas da FEBRASGO, destaca que o Brasil está enfrentando um surto de coqueluche, popularmente conhecida como "tosse comprida". Ela explica que, embora a doença cause um quadro de tosse prolongada e desconfortável, as vítimas mais graves são, principalmente, os bebês menores de um ano, especialmente os abaixo de seis meses, que ainda não foram vacinados. Esses casos podem evoluir para complicações severas, necessitando de internação, UTI, intubação e até levando ao óbito.

“A estratégia de vacinar gestantes com a vacina tríplice bacteriana tipo adulto, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, visa não apenas proteger a mãe, mas principalmente transferir anticorpos pela placenta, garantindo proteção ao bebê nos primeiros meses de vida, período de maior vulnerabilidade. O SUS oferece a vacina dTpa para todas as gestantes desde 2014 e reforça a importância dessa vacina para a saúde dos filhos”, afirma a médica.

Entidades como o Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI/SVSA/MS), por meio da Coordenação-Geral de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis (CGVDI/DPNI/SVSA/MS) e da Coordenação-Geral de Incorporação de Ciências e Imunização (CGICI/DPNI/SVSA/MS), também emitiram um alerta por meio de uma nota técnica sobre surtos de coqueluche em países da Ásia e Europa. Em resposta, recomendam a ampliação excepcional e intensificação da vacinação contra a doença, além do reforço nas ações de vigilância epidemiológica no Brasil. A nota destaca a importância de manter as estratégias de imunização atualizadas e de garantir que todos os grupos-alvo, incluindo gestantes, bebês e profissionais de saúde, recebam as vacinas recomendadas, de forma a prevenir a disseminação da coqueluche no país. O documento também enfatiza a necessidade de monitoramento constante da incidência da doença e da implementação de medidas para garantir o acesso à vacinação, visando a proteção da população, especialmente os mais vulneráveis, como crianças pequenas e gestantes.

Prevenção e controle

O esquema vacinal primário consiste em 3 doses da vacina pentavalente (penta), administradas aos 2, 4 e 6 meses de vida, com intervalo mínimo de 30 dias e máximo de 60 dias entre as doses. A vacina penta é composta por antígenos contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae tipo b (conjugada). Após o esquema primário, são realizados reforços com a vacina DTP (tríplice bacteriana), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Essas vacinas devem ser administradas em crianças a partir dos 2 meses de vida e menores de 7 anos, conforme as orientações do Calendário Nacional de Vacinação da Criança, disponível online.

Desde 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda, para gestantes, a administração de uma dose da vacina dTpa (vacina adsorvida contra difteria, tétano e coqueluche acelular) a partir da 20ª semana gestacional, com o objetivo de promover a imunização passiva do recém-nascido, transferindo anticorpos via transplacentária, até que o bebê possa iniciar a vacinação contra a doença aos 2 meses de vida. Para gestantes que não receberam a vacina durante a gravidez, é recomendado que a dose de dTpa seja administrada o mais precocemente possível no puerpério, até 45 dias após o parto, conforme o Calendário Nacional de Vacinação da Gestante.

Em 2019, a recomendação para o uso da vacina dTpa foi ampliada para todos os profissionais de saúde, parteiras tradicionais e estagiários da área da saúde atuantes em UTIs neonatais, UCIs Canguru, berçários, entre outros, como parte do esquema vacinal para difteria e tétano (vacina dT) ou como reforço (a cada 10 anos, ou a cada 5 anos em caso de ferimentos graves), para aqueles que já completaram o esquema vacinal para difteria e tétano (composto por 3 doses).

Com o aumento do número de casos nesse ano, o PNI amplia a indicação de uso da vacina dTpa [vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular)] tipo adulto, em caráter excepcional, para: trabalhadores da saúde que atuam nos serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar; com o atendimento em ginecologia e obstetrícia; parto e pós-parto imediato, incluindo as Casas de Parto. Além de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) neonatal convencional, UCI Canguru etc; berçários (baixo, médio e alto risco); e pediatria. Ainda, profissionais que atuam como Doula, acompanhando a gestante durante o período de gravidez, parto e período pós-parto; e trabalhadores que atuam em berçários e creches, com atendimento de crianças até 4 anos de idade.

O PNI tem como meta alcançar uma cobertura vacinal de 95% com a vacina penta para crianças menores de 1 ano (esquema primário completo) e com a vacina DTP (1º reforço) aos 15 meses de vida. Além disso, o PNI busca garantir a homogeneidade das coberturas vacinais nos 5.570 municípios brasileiros.

"Manter altas taxas de vacinação e garantir a cobertura de todos os grupos-alvo são fundamentais para o controle de doenças como a coqueluche, protegendo não apenas os indivíduos, mas também a saúde pública como um todo", finaliza a Dra. Susana.

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