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FEBRASGO participa de cerimônia de iluminação do Cristo Redentor pela eliminação do câncer do colo de útero

Durante o evento, diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, e ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, estiveram presentes e firmaram aliança com sociedades médicas para ações de combate à doença

 

No dia 17 de novembro, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), sociedades médicas e organizações dedicadas à conscientização   participaram da cerimônia de iluminação do Cristo Redentor pela eliminação do câncer do colo de útero, ao lado do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom e da ministra da Saúde, Dra. Nísia Trindade. Durante o evento, autoridades presentes estabeleceram uma aliança para a eliminação da doença, que apenas no Brasil atinge 17 mil mulheres a cada ano.

A FEBRASGO foi representada pelo Dr. Agnaldo Lopes, Diretor Científico da instituição, que celebrou a ação. "A participação da FEBRASGO neste evento global reforça o nosso compromisso contínuo no combate ao câncer do colo do útero. Como entidade que representa os ginecologistas e obstetras do Brasil, temos o dever de promover a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento para todas as mulheres. Apoiar a iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é um passo fundamental para salvar vidas e eliminar essa doença devastadora”, disse.

Durante o evento, o Dr. Tedros Adhanom parabenizou as ações brasileiras de combate ao câncer do colo de útero e celebrou a escolha do cartão postal do Rio de Janeiro como marco para a aliança entre as organizações. Também foi prestada uma homenagem à ministra da Saúde, Dra. Nísia Trindade, em reconhecimento às ações de grande relevância realizadas em 2024, que marcaram um avanço significativo no combate ao câncer de colo de útero no Brasil. Entre as iniciativas destacadas, esteve o retorno da vacinação contra o HPV nas escolas e a aprovação do rastreamento do câncer do colo do útero por meio do teste de HPV DNA, medidas fundamentais para a prevenção e diagnóstico precoce da doença.

 

O Radar de Controle do Câncer do Colo do Útero, uma ferramenta fundamental para monitorar o progresso das estratégias de combate à doença, também foi lançado durante o evento. Estiveram presentes o Dr. Glauco Baiocchi Neto, que é o diretor presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos EVA, e também a idealizadora e diretora de Planejamento do movimento “Brasil Sem Câncer de Colo do Útero”, Dra. Angélica Nogueira celebrou a ação. “Lançamos também o Radar de Controle do Câncer do Colo do Útero, reforçando que, sem monitoramento, não há segurança nas estratégias de combate à doença”, finaliza a oncologista.

Impactos socioeconômicos e a qualidade do pré-natal em mulheres negras no Brasil

 

Fernanda Garanhani de Castro Surita, Amanda Dantas Silva e Leila Rocha

Em 1991, o censo demográfico consolidou-se no modelo que adotamos até hoje no Brasil no que se refere a cor da pele: branco, preto, pardo, amarelo e indígena. Esse sistema de classificação foi reproduzido nos censos demográficos para as edições a partir de 2000. No último censo (2022), vemos que, pela primeira vez desde o século XX, a população branca deixou de compor a maioria do povo brasileiro. Posteriormente o Estatuto da Igualdade Racial estabelece que são consideradas pessoas negras as que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito usado pelo IBGE.

 As mulheres negras apresentam maior chance de início tardio e não realização de pré-natal, fazem menos consultas de pré-natal, e as consultas têm menor duração e realizam menos exames complementares durante o pré-natal. A maior dificuldade de acesso ao pré-natal entre este grupo de melhores tem causa multifatorial: piores condições socioeconômicas, maior dependência dos serviços públicos de saúde, moradias em locais mais periféricos, maior dificuldade de sair do trabalho para ir às consultas, falta de rede de apoio.

É importante destacar, por outro lado, que o racismo em si, também impacta negativamente não só no acesso ao pré-natal, mas também em desfechos em saúde materna e perinatal.

O racismo obstétrico refere-se às diferentes formas de prejuízo às quais as mulheres negras são expostas durante a gestação, o parto e o pós-parto, como resultado de uma injustiça social. Inclui atrasos nos diagnósticos, negligência e atendimento desrespeitoso, e constitui uma ameaça à saúde materna e neonatal. 

As mulheres negras sofrem de vulnerabilidades que se cruzam, resultando em piores resultados em saúde: sofrem discriminação de gênero, de classe e de cor de pele. Neste contexto, é importante trazer o conceito da interseccionalidade: os diversos fatores que contribuem para a maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde de modo geral e ao pré-natal pelas mulheres negras não atuam de forma isolada, mas sim de forma interseccional, integrada, com efeito aditivo e até multiplicativo. A interseccionalidade refere-se à criação de inequidades estruturais a partir da intersecção de sistemas historicamente discriminatórios - racismo, patriarcado e opressão de classe – e permite compreender as disparidades raciais/étnicas nos resultados da saúde sexual e reprodutiva das mulheres.

Impactos socioeconômicos

Existem várias maneiras pelas quais os fatores socioeconômicos impactam na qualidade do pré-natal: as mulheres negras apresentam piores condições de trabalho e de moradia, o que pode dificultar a adesão a tratamentos, como, por exemplo, uma dieta adequada para diabetes gestacional; muitas vezes apresentam dificuldade para faltar no trabalho e realizar exames; possuem lacunas em rede de apoio, sendo difícil conseguir ajuda para deixar os filhos mais velhos, por exemplo, sob o cuidado de outra pessoa enquanto vão às consultas ou realizam exames; a menor escolaridade também impacta em maior dificuldade para compreensão e adesão a possíveis tratamentos. 

Os determinantes sociais de saúde são, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), condições não médicas associadas ao local onde as pessoas vivem, trabalham e crescem, que impactam nos resultados de saúde. Os determinantes estruturais incluem contextos socioeconômicos e políticos que criam e mantêm hierarquias sociais pelas quais as populações são estratificadas de acordo com gênero, cor da pele, renda e educação. Nesse contexto, o racismo estrutural é um determinante da saúde da população e impacta negativamente nos resultados de saúde.

 As piores condições socioeconômicas, por outro lado, não são a única justificativa para a pior qualidade do pré-natal para mulheres negras. A percepção de sofrer discriminação também se associa a piores resultados maternos e perinatais. Experiências autorrelatadas de ter sofrido algum tipo de discriminação se associam a maior chance de início tardio ou não realização de pré-natal, escolha de métodos contraceptivos menos eficazes e maior risco de baixo peso ao nascer e parto pré-termo.

Políticas públicas

As políticas públicas para melhorar o acesso ao pré-natal para mulheres negras devem ser amplas e profundas. Devem incluir mulheres negras nesta implementação. Devem envolver educação e treinamento dos profissionais de saúde para atender essa população, respeitando as suas particularidades, segundo descrito na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.  O primeiro passo é conscientizar sobre a existência de disparidades raciais entre os profissionais de saúde. 

A educação e a conscientização são as principais formas de melhorar a assistência em saúde das mulheres negras. Compreender o Racismo, o Racismo Institucional e considerar a existência das disparidades raciais na tomada de decisões e na construção e implementação de políticas públicas permitem reduzir as iniquidades em saúde.

A existência de crenças e práticas racistas entre os profissionais de saúde em relação a grupos minoritários influência no processo de tomada de decisão por estes profissionais. Por isso, a conscientização torna-se tão importante. 

As pesquisas em saúde devem considerar a variável cor de pele como uma construção social, que implica em várias outras variáveis sobrepostas, e não como um fator biológico isolado, como peso ou altura. 

Consequências

Mulheres negras apresentam maior risco de prematuridade, hemorragia pós-parto, hipertensão e pré-eclâmpsia, recebem menos analgesia durante o parto e pós-parto. 

Mulheres pretas apresentam maiores taxas de mortalidade materna em comparação a todas as outras cores de pele, no Brasil - pardas, brancas, indígenas e amarelas. 

Além disso, a qualidade do cuidado oferecido durante o parto influencia não só na saúde da parturiente e do recém-nascido, mas também na relação com os serviços de saúde ao longo da vida das mulheres.

Como mudar o cenário

Reconhecer a existência das disparidades raciais em saúde, da multiculturalidade e do racismo obstétrico é o primeiro passo para poder enfrentá-lo. A educação dos profissionais de saúde deve começar ainda na graduação com disciplinas incluindo os temas de disparidades raciais em saúde e de racismo. 

*Autoras:

 

Dra. Fernanda Garanhani de Castro Surita

Vice-Presidente da CNE de Violência Sexual e Abortamento Previsto por Lei da FEBRASGO e Professora Titular de Obstetrícia, Departamento de Tocoginecologia, UNICAMP.

Dra. Amanda Dantas Silva

Médica Ginecologista e Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Tocoginecologia da UNICAMP.

Leila Rocha

Enfermeira e Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Tocoginecologia da UNICAMP.

 

REFERÊNCIAS

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Brasil é o 10ª país do ranking mundial com mais nascimentos de bebês prematuros

No Dia Mundial da Prematuridade, FEBRASGO alerta para o número expressivo de partos com gestação inferior a 37 semanas

 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 300 mil bebês prematuros nascem todos os anos no País. No Dia Mundial da Prematuridade, 17 de novembro, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) esclarece que o nascimento é considerado prematuro quando o parto ocorre antes da 37ª semana de gestação. Entre os fatores de risco que podem contribuir para o nascimento prematuro estão as gestações múltiplas, partos prematuros anteriores, infecções maternas, insuficiência istmo-cervical, pré-eclâmpsia, placenta prévia, tabagismo, uso de substâncias ilícitas e doenças crônicas maternas, como diabetes e hipertensão arterial.

A vice-presidente da Comissão Nacional Especializada de Gestação de Alto Risco da FEBRASGO e ginecologista obstetra, Dra. Inessa Beraldo de A. Bonomi, esclarece que a prematuridade pode ter implicações significativas no desenvolvimento físico e mental da criança, dependendo da gravidade e da idade gestacional no momento do nascimento. “Recém-nascidos prematuros têm maior probabilidade de apresentar complicações respiratórias e neurológicas, dificuldades alimentares e risco aumentado de infecções, como hemorragias intracranianas. Em longo prazo, a prematuridade pode estar associada a atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor, déficits cognitivos e dificuldades de aprendizado, particularmente em casos de prematuridade extrema”, afirma.

Sobre os sinais de alerta para uma possível prematuridade durante a gestação, a especialista indica atenção nos casos de contrações uterinas regulares e frequentes antes da 37ª semana gestacional, dor lombar persistente, sensação de pressão pélvica, alterações no corrimento vaginal e ruptura prematura das membranas.

A médica reforça que apesar do alto número de nascimentos de bebês prematuros no Brasil, o pré-natal adequado tem um papel importante na prevenção, na identificação precoce e no manejo dos fatores de risco para o parto prematuro. “Esse acompanhamento inclui o tratamento de infecções, o controle de condições crônicas como diabetes e hipertensão e o uso preventivo de progesterona para mulheres com histórico de prematuridade. Além disso, orientações sobre estilo de vida saudável durante a gestação podem contribuir para a redução de complicações”, explica.

O tratamento das complicações decorrentes da prematuridade é realizado de forma individualizada, de acordo com as necessidades de cada recém-nascido. Inclui cuidados intensivos em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN), com suporte respiratório, nutrição parenteral ou enteral, monitoramento e controle de infecções, além de suporte de outras funções vitais. “O acompanhamento multidisciplinar, com a participação de pediatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outros especialistas, é essencial para promover o desenvolvimento adequado do recém-nascido em curto e longo prazo”, finaliza a Dra. Inessa Beraldo de A. Bonomi.

 

Monitorizar a glicemia é fundamental durante a gestação

No Dia Nacional e Mundial do Diabetes, FEBRASGO faz um alerta sobre os impactos da doença na saúde da mulher e do bebê

 

Em 1991, a Federação Internacional de Diabetes (IDF) e a Organização Mundial da Saúde estabeleceram a data de 14 de novembro como o Dia Mundial do Diabetes com o objetivo de chamar a atenção da população sobre os impactos da doença e a prevenção.

O Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela insuficiência da produção ou na função da insulina, hormônio responsável por auxiliar no metabolismo da glicose (açúcar), permitindo que ela entre nas células do organismo para ser transformada e utilizada como energia. Quando não há insulina suficiente ou há deficiência em sua ação nas células, existe um aumento da glicose na corrente sanguínea, gerando diversas complicações à saúde.

Neste contexto, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), que tem o compromisso com a saúde da mulher em todas as fases da vida, destaca a importância da avaliação e controle da glicemia (nível do “açúcar no sangue”) durante o pré-natal, considerando as possíveis repercussões para a saúde da mãe e de seu/sua filho/a, tanto durante o desenvolvimento no útero materno quanto após o nascimento.

A presidente da Comissão de Hiperglicemia e Gestação da FEBRASGO, Dra. Elaine Christine Dantas Moisés, explica que a hiperglicemia (aumento do nível da glicose no sangue) durante a gravidez pode ter diferentes origens. Ela pode surgir a partir de um quadro de Diabetes Mellitus (DM) que a mulher já tinha antes de engravidar, seja um diagnóstico prévio ou um caso identificado pela primeira vez durante a gestação. Também pode se tratar do Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), que ocorre exclusivamente na gravidez. “Essa diferenciação é importante porque o momento em que a hiperglicemia se estabeleceu pode levar a diferentes prognósticos tanto para a saúde da mãe quanto para o desenvolvimento do bebê”, diz.

As mulheres que possuem diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM) e desejam engravidar devem planejar a gestação para um momento de adequado controle dos níveis glicêmicos. E as gestantes sem esse diagnóstico prévio devem realizar a avaliação da glicemia durante gestação com objetivo de identificá-lo precocemente e, consequentemente, iniciarem seu tratamento oportunamente

O controle adequado da glicemia durante toda a gestação é muito importante para evitar as possíveis complicações decorrentes da hiperglicemia. Mulheres com DMG têm mais chance de desenvolver pressão alta, o que pode evoluir para uma condição grave chamada pré-eclâmpsia. Essa condição afeta o funcionamento dos órgãos e a saúde da placenta, que alimenta o bebê. O diabetes descompensado está também a associado a polidrâmnio (aumento da quantidade de líquido amniótico) e parto pré-termo (parto antes do tempo ideal). “Além disso, como o feto pode crescer mais do que o esperado, o parto normal pode ser mais difícil, aumentando o risco de a mãe precisar de uma cesariana. A mulher que desenvolve diabetes gestacional apresenta ainda risco aumentado para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 no futuro”, explica.

Por sua vez, a hiperglicemia pode ocasionar complicações também para o feto, estando associada inclusive a risco de perda gestacional. Quando a hiperglicemia ocorre durante o período de formação dos órgãos do feto, aumenta a probabilidade de ocorrer abortos espontâneos, morte intrauterina ou malformações congênitas. Quando o descontrole glicêmico ao longo da gestação, o neonato pode nascer maior do que o normal, dificultando o parto, como previamente mencionado e ainda apresentar problemas respiratórios logo ao nascer. Como estava acostumado a receber mais açúcar da mãe durante a gestação, o bebê pode apresentar hipoglicemia (queda no nível de açúcar no sangue) e icterícia ao nascer. Além disso, a exposição a altos níveis de glicose durante a gestação aumenta o risco de obesidade e diabetes na infância e vida adulta.

Segundo a Dra. Elaine Christine Dantas Moisés, além de monitorar a glicemia, o tratamento da hiperglicemia durante a gravidez envolve adotar um estilo de vida mais saudável. Isso inclui mudanças na alimentação com uma terapia nutricional específica e a prática de atividades físicas, conforme orientações da equipe de saúde especializada. Quando essas medidas não são suficientes para controlar os níveis de glicose, é recomendado o uso de insulina. A Dra. Elaine ressalta que a insulina é uma opção eficaz e segura para tratar a hiperglicemia na gestação, ajudando a prevenir complicações tanto para a mãe quanto para o bebê.

A especialista ressalta que as equipes de saúde desempenham um papel essencial na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), especialmente no cuidado de mulheres e seus filhos que enfrentaram complicações na gravidez causadas por hiperglicemia. “Para isso, é necessário implementar uma estrutura de saúde adequada e interdisciplinar, envolvendo profissionais de diferentes áreas para oferecer suporte contínuo e preventivo”, reforça.

Para Dra. Elaine Christine Dantas Moisés, o foco deve estar na prevenção do desenvolvimento do Diabetes Mellitus Gestacional (DMG). No entanto, se a prevenção não for suficiente, os esforços devem ser direcionados para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Dessa forma, busca-se interromper o ciclo transgeracional de “obesidade-diabetes”, evitando que a condição se perpetue entre gerações e promovendo melhores condições de saúde para mães e filhos no longo prazo.

Terapia hormonal sim, com ética e segurança sempre

O que é o chip da beleza?

O "chip da beleza" é um termo popular que se refere a um implante subcutâneo que, supostamente, atua na regulação de hormônios relacionados à beleza, como os que influenciam o emagrecimento, a pele e os cabelos. Embora tenha sido extensamente comercializado, não há evidências científicas sólidas que comprovem sua eficácia. Esse conceito é frequentemente associado a promessas de resultados rápidos e melhorias na aparência física, mas existem riscos e efeitos colaterais que podem acompanhar procedimentos não regulamentados. Além disso, a ideia de um "chip" que poderia magicamente melhorar a beleza pode levar a uma percepção distorcida sobre saúde e estética.

Qual é o tipo de hormônio utilizado no chip da beleza?

Os implantes hormonais podem conter inúmeras substâncias, embora normalmente sejam compostos por testosterona ou por gestrinona. Combinações contendo estradiol, oxandrolona, metformina, ocitocina, outros hormônios e NADH também são produzidas.

O que é gestrinona?

A gestrinona é um hormônio esteroide progestágeno sintético derivado da 19- nortestosterona que possui propriedades androgênicas, antiestrogênicas e antiprogestogênica, além de inibir a liberação de gonadotrofinas pela hipófise. A gestrinona também é um hormônio com ações anabolizantes e, por isso, está na lista de substâncias proibidas no esporte da World Anti-Doping Agency (WADA). O chip pode ainda estar associado a outros hormônios.

Quais os efeitos da gestrinona?

Por seus possíveis efeitos androgênicos (como diminuição de massa gorda, aumento de massa muscular, aumento de libido), a gestrinona têm sido usada erroneamente por mulheres na busca de melhora da performance física e estética. Como atualmente não existe produção de gestrinona oral pela indústria farmacêutica no Brasil, o uso abusivo de gestrinona tem sido feito por meio de implantes hormonais (isolada ou associada a outros hormônios).

A gestrinona é um medicamento liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)?

A gestrinona começou a ser estudada para tratamento da endometriose por via oral no final dos anos 70. O registro da gestrinona via oral para essa finalidade na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foi feito em 1996 (Registro ANVISA nº 1112402040010 - GESTRINONA). Entretanto, não existem estudos de segurança e eficácia da gestrinona para tratamento de endometriose por uso parenteral, particularmente, por meio de implantes.

Qual o motivo da proibição dos implantes hormonais manipulados?

A proibição visa garantir a segurança das pacientes, já que a ANVISA identificou falta de controle de qualidade e riscos relacionados ao uso de implantes hormonais manipulados sem aprovação formal.
A Anvisa não aprovou o chip da beleza devido à falta de estudos clínicos que comprovem sua segurança e eficácia, além dos riscos associados ao uso inadequado de hormônios.

Quem será impactado por essa nova resolução?

A resolução impacta tanto pacientes que utilizam implantes hormonais manipulados quanto os profissionais de saúde que prescrevem e utilizam esses métodos na prática ginecológica.

A resolução afeta todos os tipos de implantes hormonais?

Não, a proibição é específica para implantes hormonais manipulados. Implantes hormonais industrializados aprovados pela ANVISA continuam permitidos e disponíveis para uso, como por exemplo o IMPLANON.

Existe algum implante hormonal liberado pela ANVISA para uso médico?

Sim. Somente o chip de etonogestrel (Implanon) é aprovado como anticoncepcional. Outros implantes hormonais não são aprovados para uso comercial e produção industrial pela ANVISA. São manipulados, não possuem bula ou informações adequadas de farmacocinética, eficácia ou segurança. Os desfechos a longo prazo são desconhecidos.

Quais são as alternativas seguras para quem deseja implantes hormonais?

Pacientes e profissionais de saúde devem optar por implantes industrializados devidamente aprovados pela ANVISA, garantindo a segurança e eficácia do tratamento.

O que as pacientes que já possuem implantes manipulados devem fazer?

É recomendável que pacientes com implantes hormonais manipulados consultem seu ginecologista para discutir a continuidade do tratamento e explorar alternativas seguras.

Os implantes manipulados aqui no Brasil ainda não foram avaliados e portanto, não nos parecem seguros, e isso vem aparecendo em vários casos relatados por colegas de várias especialidades.

Existem trabalhos confiáveis e de longo prazo que comprovem a segurança destas drogas em meu corpo?

Não existem estudos científicos de boa qualidade que demostrem segurança e benefício no longo prazo.

Quando o chip da beleza é implantado eu tenho segurança que ele irá agir somente por 6 meses como foi me dito antes da colocação?

Não. Cada organismo pode responder diferentemente quanto aos níveis de liberação e absorção da droga.

Caso eu tenha sangramento com o chip da beleza como eu devo proceder?

Se você estiver experimentando muito sangramento após a aplicação do chip da beleza, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente. O sangramento excessivo pode indicar uma complicação ou reação adversa que precisa ser avaliada por um profissional de saúde.

E se não for possível retirar o chip da beleza?

Se você estiver enfrentando efeitos colaterais ou complicações, siga estas etapas: Procure um profissional de saúde o mais rápido possível. Ele poderá avaliar a situação e fornecer orientação específica. Informe ao médico todos os sintomas que você está enfrentando, incluindo a gravidade e a duração. O médico pode sugerir tratamentos ou intervenções para gerenciar os sintomas ou efeitos colaterais. Pergunte ao seu médico sobre as opções disponíveis e os riscos associados ao implante.

Quais os riscos dos níveis de testosterona elevados em meu corpo?

O excesso de testosterona pode causar efeitos de virilização, como crescimento excessivo de pelos no rosto e no corpo (hirsutismo), engrossamento da voz, aumento do clitóris (clitoromegalia), e até aumento de acne e oleosidade da pele. Esses efeitos podem ser permanentes se o uso da testosterona não for controlado. Além desses efeitos podemos observar risco aumentado de problemas cardiovasculares (infarto e AVC) pelo aumento do colesterol ruim (LDL) e diminuição do colesterol bom (HDL), alterações no seu fígado pela elevação de enzimas, alterações psicológicas e comportamentais, alteração na fertilidade.

Se eu desistir de usar, como devo proceder?

Deve procurar o médico que implantou os dispositivos, para saber se será possível removê-los. Pode ser necessário cirurgia com anestesia para remover esses implantes, que por vezes ficam muito profundos. Outros implantes são ditos absorvíveis, e não será possível removê-los

Se eu tiver câncer de mama ou de endométrio, ou se tiver uma trombose durante o uso de implantes, o que devo fazer?

Nesses casos, o implante hormonal pode prejudicar o tratamento dessas doenças, e deve-se fazer todo o possível para retirar todos os implantes colocados. Como isso nem sempre é possível, o risco dessas doenças serem influenciadas pelos implantes é muito grande.

Qual o risco da utilização de medicações não aprovadas pela ANVISA?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem como função principal proteger a saúde da população, e para isso, realiza diversas atividades, como: regular, fiscalizar, monitorar e registrar produtos e intervir nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços, além de outros. Utilizar um medicamento que não foi aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pode acarretar vários riscos, incluindo: eficácia incerta, segurança não comprovada, qualidade variável, falta de orientação médica e consequências legais para os profissionais que os prescrevem. No Brasil, a utilização de implantes hormonais utilizando esteroides sexuais e seus derivados aumenta de forma avassaladora. Por serem apresentações customizáveis, existe um real risco de superdosagem e de subdosagem.

Mas e se a minha testosterona estiver baixa?

O argumento comumente utilizado pelos prescritores de implantes hormonais, desprovido de base científica e nitidamente comercial é de que “A sua testosterona está baixa. Prescrevemos testosterona e a vida da mulher se transforma – Testo é vida”. Mas na verdade não há indicação para dosar testosterona na mulher, exceto na presença de sinais de excesso de hormônio e o nível baixo de testosterona na mulher é normal e não acarreta manifestação clínica.

Em que situações existe a indicação do uso de testosterona em mulheres?

A indicação de uso de derivados androgênicos em mulheres (incluindo a testosterona) é restrita a poucas situações, como o transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH) em mulheres na pós-menopausa. Não existe indicação médica formal de uso de testosterona e outros derivados androgênicos (incluindo a gestrinona) para mulheres na pré-menopausa com TDSH. Importante ressaltar que o uso de testosterona para o tratamento de homens trans é balizado por evidências científicas e resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Ministério da Saúde.

Quais são os riscos associados ao uso de chips hormonais?

Os efeitos colaterais podem ser imprevisíveis e graves, com os riscos ultrapassando qualquer possível benefício. Casos de infarto agudo do miocárdio, de tromboembolismo e de acidente vascular cerebral vêm se tornando frequentes. Complicações cutâneas, hepáticas, renais, musculares e infecções estão associadas ao uso dos implantes. Manifestações psicológicas e psiquiátricas, como ansiedade, agressividade, dependência, abstinência e depressão são cada vez mais comuns. Além destes efeitos, nas mulheres os riscos envolvem desenvolvimento de acne, hirsutismo, queda de cabelo, aumento do clitóris, engrossamento da voz (irreversível), irregularidade menstrual, infertilidade, mal formação fetal, entre outros. Em caso de alguma complicação do uso de implantes hormonais, dificuldades técnicas para a sua retirada podem existir.

Existe algum documento legal sanitário onde posso procurar informações ou orientações sobre o modo de uso dos implantes hormonais?

NÃO. Outro ponto importante é a falta de rótulo e de bula completa destes implantes, deixando a paciente sem as devidas informações básicas sobre indicações aprovadas pela agência regulatória, posologia, interações medicamentosas, estudos de segurança e eficácia e efeitos adversos. O Bulário Eletrônico da ANVISA tem como objetivo facilitar o acesso rápido e gratuito pela população e profissional de saúde às bases de dados das bulas de medicamentos. Nesse momento, a gestrinona não se encontra no bulário eletrônico da agência.

Quais as Sociedades brasileiras NÃO aprovam o uso do implante hormonal?

AMB – Associação Médica Brasileira, FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, SBU – Sociedade Brasileira de Urologia, SBGG – Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia, SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia, ABESO – Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes, SBRH – Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, SOBRAC – Sociedade Brasileira de Climatério e Menopausa, SBH – Sociedade Brasileira de Hepatologia, SBPT – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, SBCO – Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria.

Posso confiar em qualquer informação se ela vier de um profissional da saúde?

Infelizmente NÃO. A divulgação de conteúdos sobre saúde sem embasamento técnico, especialmente em redes sociais, coloca em risco a saúde da população. A “chipagem hormonal”, proposta por falsos especialistas e vendida como a “medicina moderna” é, na realidade, algo antigo e ultrapassado, pois usa medicamentos abandonados pela Medicina Baseada em Evidências. A monetização desse comércio através de venda direta ou parcerias comissionadas, bem como a promoção de cursos não científicos ferem todos os princípios éticos, legais e humanos.

Porque existe tanta propaganda e disseminação da utilização dos implantes hormonais, mesmo não sendo uma medicação aprovada e com riscos de efeitos colaterais?

A aplicação desses implantes está atrelada a um viés altamente comercial, sendo vendidos nos próprios consultórios médicos como “chip da beleza”, tratamento da menopausa, antienvelhecimento, para redução da gordura corporal, para aumento da libido e da massa muscular. A prescrição desses agentes está banalizada e disseminada, com divulgação livre nas redes sociais, sem o devido respaldo ético e científico da Medicina Baseada em Evidências

Se os implantes hormonais não são aprovados pela ANVISA como eles são comercializados?

Os implantes hormonais são feitos em farmácias de manipulação e não têm um controle rigoroso sobre a quantidade e os efeitos colaterais. Como esses produtos não seguem os mesmos testes que medicamentos aprovados, não podemos ter certeza de que são seguros ou eficazes. Apenas a teoria de que algo pode funcionar ou relatos isolados de pessoas não são suficientes para permitir que um novo remédio seja vendido. Para que um medicamento seja liberado, existem regras e pesquisas que precisam ser seguidas.

Quais alternativas saudáveis existem para melhorar a performance sexual e o bem-estar?

Alternativas saudáveis incluem exercícios físicos regulares, alimentação equilibrada, manejo do estresse e terapia sexual, sempre com orientação profissional.

O que fazer se você já usou ou usa um chip hormonal?

Se você já usou ou está com um chip hormonal, consulte imediatamente um bom profissional da saúde, que atue conforme protocolos clínicos instituídos, para avaliar sua saúde e discutir possíveis efeitos colaterais e tratamentos.

Como posso me proteger de práticas médicas inadequadas?

Sempre busque informações em fontes confiáveis e converse com profissionais de saúde que atuem com medicina baseada em evidências científicas antes de iniciar qualquer tratamento. Desconfie de soluções "milagrosas" e não regulamentadas.


Gestantes | conduta pré-concepcional

É seguro engravidar com implantes hormonais?

Não, não é seguro engravidar com implantes hormonais. O uso contínuo de hormônios sintéticos pode impactar negativamente a gestação e o desenvolvimento do feto. A terapia hormonal deve ser interrompida assim que a gravidez for confirmada. Eles podem ser de difícil remoção, representando um desafio adicional, especialmente os absorvíveis, que não podem ser retirados.

Quais os possíveis impactos dos implantes hormonais para as gestantes?

Os pallets são implantes hormonais subdérmicos, inabsorvíveis ou bioabsorvíveis, customizáveis e compostos por um ou mais hormônios (como gestrinona, testosterona, estradiol, nomegestrol, levonorgestrel, entre outros), em várias doses, muitas vezes não mensuráveis. Os implantes hormonais são utilizados com finalidades estéticas e de performance (aumento de massa muscular, aumento da libido, aumento da disposição física e perda de gordura). No entanto, eles podem causar:
- Virilização: aumento da oleosidade da pele, acne, queda de cabelo, aumento de pelos, mudanças no timbre da voz e clitoromegalia.
- Aumento da resistência insulínica e hiperglicemia.
- Aumento do risco de trombose.

Quais os riscos dos implantes hormonais para o feto?

Os efeitos podem variar de acordo com os hormônios contidos nos implantes:
Gestrinona: alguns estudos indicam efeitos hormonais prejudiciais em embriões de certas espécies.
Testosterona: pode causar virilização de fetos femininos, alterações neurológicas e comportamentais, restrição de crescimento intrauterino (CIUR) e malformações congênitas.
Estradiol: pode resultar na feminilização de fetos masculinos, restrição de crescimento, risco de malformações congênitas, alterações no desenvolvimento neurológico e aumento do risco de alguns tipos de câncer.

O que o obstetra, que trabalha com gestação de alto risco, deve fazer ao identificar uma gestante com implante?

O pré-natal de gestantes com implantes hormonais constitui um desafio. Até o momento, a literatura sobre o tema é escassa. O obstetra deve indicar a retirada do implante, o que muitas vezes não é possível; conhecer a composição do implante para prever as possíveis complicações maternas e fetais; monitorar a gestante quanto ao risco de hiperglicemia, alterações tireoidianas, trombose e outros possíveis efeitos colaterais. Também deve estar atento aos possíveis efeitos para o feto e acompanhar o crescimento fetal.

Como conduzir a conduta pré-concepcional de uma mulher que usa implantes?

Mulheres que planejam engravidar devem descontinuar o uso de implantes hormonais. Na consulta pré-concepcional, elas devem ser informadas de que não existem estudos robustos avaliando a gestrinona para melhora da libido ou ganho de massa magra, dos efeitos a longo prazo, como possível risco carcinogênico ou infertilidade secundária, e dos prováveis efeitos colaterais dos implantes hormonais, que incluem aumento da resistência insulínica, hiperglicemia, aumento do risco de trombose, aumento da oleosidade da pele, aumento de pelos, mudança do timbre da voz e clitoromegalia, além dos potenciais riscos ao feto.



Elaboração dos Conteúdos

• Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal - FEBRASGO. Presidente: Lílian De Paiva Rodrigues Hsu
• Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco. Presidente: Rosiane Mattar
• Comissão Nacional Especializada em Uroginecologia e Cirurgia Vagina - FEBRASGO. Presidente: Marair Gracio Ferreira Sartori
• Comissão Nacional Especializada em Urgências Obstétricas - FEBRASGO. Presidente: Alvaro Luiz Lage Alves

UMA INICIATIVA

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