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FEBRASGO e SBEM se reúnem com a ANVISA para discutir uso de implantes hormonais manipulados

No dia 19 de agosto de 2025, representantes da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) participaram de reunião com o Diretor-Presidente Substituto da ANVISA, Romilson Rodrigues Mota.

A FEBRASGO esteve representada pela diretora Roseli Nomura, enquanto a SBEM foi representada pelo presidente Newton de Souza e pelo diretor Clayton Maciel.

Durante o encontro, foram debatidos os riscos relacionados à prescrição e ao uso indiscriminado de implantes hormonais manipulados. A FEBRASGO e a SBEM, ao lado de outras entidades médicas, têm atuado para alertar sobre os prejuízos desse tipo de prática e solicitar maior regulação e fiscalização por parte da vigilância sanitária.

A reunião também abordou a necessidade de consolidação e divulgação dos dados de uso, já que desde o ano passado existe a exigência de retenção das receitas médicas relacionadas a esses implantes. Outro ponto discutido foi a atualização da regulação sobre a manipulação de produtos estéreis, processo que, segundo a ANVISA, está em andamento, incluindo a revisão da segurança das moléculas passíveis de manipulação.

Como encaminhamento, foi acordada a realização de um fórum de debate sobre o tema, que reunirá representantes da FEBRASGO, SBEM, ANVISA, AMB e outras entidades médicas, reforçando o compromisso conjunto com a segurança e a saúde da população.

 

FEBRASGO #EuVejoVocê: campanha alerta sobre violência em cada fase da vida da mulher

 

No aniversário de 19 anos da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reforça a necessidade de ação coletiva e imediata no combate à violência contra a mulher em todas as fases da vida. A instituição destaca o papel essencial da escuta médica como ferramenta de proteção, acolhimento e rompimento do ciclo de violência.

“Nós devemos agir e amparar as mulheres na identificação da violência e na capacitação para as tomadas de decisões. O conhecimento permite que o médico atue, desde a escuta adequada, o acolhimento, notificação, registro, acompanhamento e encaminhamento articulado e intersetorial”, afirma a Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da FEBRASGO.

A campanha da FEBRASGO #EuVejoVocê compartilha duas cartilhas para ampliar a conscientização e oferecer orientação prática:

  • Para a população geral: informações claras sobre os tipos de violência mais comuns em cada fase da vida da mulher e orientações sobre como buscar ajuda. Acesse: Cartilha "Eu Vejo Você"
  • Para ginecologistas e obstetras: um checklist com diretrizes práticas para identificar e encaminhar casos de violência contra a mulher.

Acesse: Cartilha Médica Orientativa

As múltiplas faces da violência em cada fase da vida da mulher

Na Infância e Adolescência: (a) Mais de 50% das vítimas de abuso sexual são meninas com menos de 13 anos. (b) Uma em cada 3 meninas sofreu algum tipo de violência antes dos 18 anos.

Na Idade Adulta: (a) O Brasil registra cerca de 2.500 novos processos judiciais por dia ligados à violência contra a mulher. (b) Entre mulheres de 18 a 24 anos, 1 em cada 5 já sofreu abuso sexual. (c) De janeiro a maio de 2024, foram contabilizadas 380.735 ações judiciais por violência doméstica. (d) 30% das brasileiras afirmam já ter sofrido violência dentro de casa.

Mulheres com 60+: (a) Entre 2020 e 2023, o país teve 408.395 denúncias de violência contra idosos. (b) 15% das mulheres idosas sofrem abusos físicos ou psicológicos. (c) A violência contra idosas inclui apropriação de bens, controle financeiro, abandono, isolamento e agressões emocionais e físicas dentro do lar.

Violência invisível: a maioria não denuncia - Segundo levantamento da FEBRASGO, 47,4% das mulheres não procuram ajuda. Isso faz da consulta ginecológica um momento crucial: a escuta do médico pode ser a única chance de a vítima ser acolhida e encaminhada de forma segura. “Cada consulta ginecológica é uma oportunidade de salvar uma vida. Ao enxergar para além do exame físico, oferecemos cuidado integral e esperança às mulheres em situação de vulnerabilidade”, reforça Dra. Maria Celeste.

Dados regionais expõem a gravidade da crise

Números alarmantes divulgados pelas Associações Regionais de Ginecologia e Obstetrícia:

Estado

Dados (2023/2024)

Paraná

31.879 casos de violência contra mulheres; 46% por violência física, 76,8% em casa.

Santa Catarina

7.328 denúncias de violência sexual entre janeiro e junho de 2024.

Mato Grosso do Sul

23.243 vítimas de estupro, feminicídio e violência doméstica em 2024.

São Paulo

10.484 vítimas de estupro de vulnerável em 2024.

Minas Gerais

155.895 casos registrados em 2024.

Bahia

5.024 abusos sexuais contra crianças e adolescentes em 2023; 68% ocorreram em casa.

Pernambuco

1.716 casos registrados no 1º trimestre de 2024; 87,6% das vítimas entre 5 e 14 anos.

Cinco principais tipos de violência contra a mulher:

  1. Física – Agressões que causam dor ou ferimentos.
  2. Psicológica – Controle emocional, intimidação e manipulação.
  3. Sexual – Qualquer ato sem consentimento.
  4. Patrimonial – Apropriação ou destruição de bens e recursos.
  5. Moral – Calúnias, difamações e insultos à honra.

Neste marco de 19 anos da Lei Maria da Penha, a FEBRASGO faz um apelo a todos – cidadãos, profissionais de saúde, autoridades e instituições – para unirem forças pelo fim da violência contra a mulher.

 

Semana Nacional de Conscientização sobre os Cuidados com Gestantes e Mães

A Dra. Lia Cruz Vaz da Costa Damásio, diretora de Defesa e Valorização Profissional da FEBRASGO, participou de audiência pública, no dia 08/07, da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), sobre o Projeto de Lei nº 853, de 2019, que institui a Semana Nacional de Conscientização sobre os Cuidados com as Gestantes e as Mães com foco nos primeiros 1.000 dias de vida (da gestação até o fim do segundo ano do bebê). A semana será celebrada anualmente na semana do dia 15 de agosto.

“Nós apoiamos a instituição desta Semana em toda sua integridade. Temos muito a contribuir em várias vertentes, a começar pelo apoio técnico das nossas Comissões Nacionais Especializadas, como a do Aleitamento Materno, da Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério, das Vacinas, da Assistência Pré-Natal e da Gestação de Alto Risco, por exemplo. Além disso, nossas diretrizes, posicionamentos e guidelines científicos - e a capilaridade da FEBRASGO em todo o Brasil - são, certamente, instrumentos de apoio para a ampliação de campanhas e para qualificar e valorizar a atenção à saúde da mulher”, comenta Dra. Lia.

Entre os principais pontos do projeto sobre a Semana, estão:

  1. Divulgação dos direitos e cuidados em saúde para gestantes, mães e bebês – incluindo assistência desde a preparação para a gestação até o puerpério.
  2. Informação sobre os direitos trabalhistas da gestante, da mãe trabalhadora e da mãe estudante.
  3. Promoção dos direitos da mulher relacionados ao bebê, como:
    • Aleitamento materno em qualquer ambiente
    • Fortalecimento do vínculo afetivo
    • Alimentação saudável complementar
    • Vacinação
    • Acompanhamento pediátrico
    • Acesso à creche.
  4. Promoção do apoio paterno à saúde da mulher durante a gestação, parto, puerpério e nas tarefas domésticas, além de destacar os benefícios do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses do bebê.
  5. Valorização do envolvimento do pai, com estímulo à sua participação no pré-natal, no parto, na creche e em serviços voltados a gestantes e crianças.
  6. Prevenção de acidentes e proteção da infância, com foco na redução da exposição precoce à publicidade, telas e alimentos ultraprocessados, conforme diretrizes do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Durante sua participação na reunião do CAS, Dra. Lia pontuou que a FEBRASGO representa mais de 17 mil ginecologistas e obstetras, reforçando a atuação da federação como referência científica em políticas públicas. Na ocasião, aproveitou para alertar sobre os altos índices de mortalidade materna evitável no Brasil, destacando a necessidade de melhorias no pré-natal, no puerpério e no acesso à informação; e ressaltou o valor do planejamento reprodutivo e elogiou a inclusão do implante contraceptivo no SUS.

O inteiro teor do Projeto de Lei nº 853, de 2019, pode ser acessado neste link: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2192288

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