Setembro em Flor: FEBRASGO alerta para sintomas do câncer ginecológico
Especialistas chamam atenção para a prevenção e os sinais
Sentiu alguma alteração na pele da vulva ou vagina, dor, sangramento após a menopausa ou feridas? Atenção: esses podem ser sintomas de algum tipo de câncer ginecológico. O alerta é da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), que apoia a campanha Setembro em Flor, promovida pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA).
“O câncer do colo do útero é o que mais mata mulheres até os 36 anos de idade no país. Não podemos ignorar esta estatística, e é importante lembrar que esse câncer pode ser evitado pela vacinação contra o HPV, indicada a partir dos 9 anos de idade”, explica o ginecologista Dr. Agnaldo Lopes, Diretor Científico da FEBRASGO.
Sinais e sintomas: Sangramento vaginal intermitente ou após relação sexual; Secreção vaginal anormal; Dores pélvicas (que podem piorar após relação sexual); Desconforto urinário recorrente.
Prevenção: Uso de preservativos; Vacinação contra o HPV, disponível pelo SUS para meninas e meninos dos 9 aos 14 anos.
“O câncer de ovário pode surgir em qualquer idade – é o terceiro tipo mais comum entre os tumores ginecológicos. Entre os tipos que mais acometem mulheres jovens estão os tumores de células germinativas, que afetam principalmente pacientes entre 10 e 30 anos e, quando diagnosticados precocemente, podem ser tratados com preservação de um ovário e do útero”, explica a ginecologista Dra. Sophie Françoise Mauricette Derchain, da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da FEBRASGO. O ovário contralateral e o útero também podem ser preservados nos tumores borderlines de ovário e mesmo em alguns carcinomas bem diferenciados que podem acometer mulheres jovens.
De acordo com estimativas globais, mais de 670 mil novos casos de câncer de ovário são diagnosticados anualmente no mundo, com metade das pacientes indo a óbito. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil a estimativa é de cerca de 6 a 7 mil casos por ano, o que reforça a urgência de ações de conscientização e cuidado.
Sinais e sintomas: Aumento do volume abdominal; Desconforto pélvico; Inchaço nas pernas; Alteração súbita do hábito intestinal e/ou urinário.
Prevenção: Atenção ao histórico familiar de câncer de mama e/ou ovário; Manutenção de dieta equilibrada; Prática regular de atividade física; Controle do peso e de comorbidades.
A Campanha Setembro em Flor foi idealizada pela atual presidente do grupo EVA, Dra. Andrea Paiva Gadêlha Guimarães. “O objetivo da campanha durante todo o mês de setembro é levar informação para a população sobre a prevenção dos cânceres que atingem o colo do útero, os ovários, o endométrio, a vagina e a vulva”, afirma Dra. Andrea.
O câncer de endométrio, também chamado de câncer do corpo do útero (já que o endométrio reveste a parte interna do órgão), pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em mulheres na pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal nesse período deve ser cuidadosamente avaliada.
Sinais e sintomas: Sangramento uterino anormal persistente (fora do período menstrual, após relação sexual ou principalmente na pós-menopausa); Aumento do volume abdominal; Dores pélvicas persistentes.
Prevenção: Dieta equilibrada, com baixo teor de gordura; Exercício físico regular; Controle do peso e de comorbidades, como diabetes.
O câncer de vulva é um dos tipos mais raros de câncer ginecológico, atingindo a região externa do aparelho reprodutor feminino — incluindo grandes e pequenos lábios, clitóris e períneo. É mais frequente em mulheres após a menopausa e pode estar associado à infecção pelo HPV. Doenças dermatológicas crônicas e imunossupressão também podem contribuir para o seu desenvolvimento.
Sinais e sintomas: Prurido vaginal persistente; Alterações da pele da vulva (vermelhidão, escurecimento ou clareamento); Lesões ou inchaço na vulva; Feridas que não cicatrizam.
Prevenção: Uso de preservativos; Vacinação contra o HPV.
Apesar de raro, o câncer de vagina é causado principalmente pela infecção por alguns tipos do HPV. Entre os fatores de risco estão a idade acima de 60 anos e o tabagismo.
Sinais e sintomas: Sangramento vaginal intermitente ou após relação sexual; Secreção vaginal anormal; Dores pélvicas (que podem piorar após relação sexual); Desconforto urinário recorrente.
Prevenção: Uso de preservativos; Vacinação contra o HPV.
“Adotar um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e, claro, realizar consultas regulares ao ginecologista para exames como Papanicolau e teste de HPV são atitudes cruciais na prevenção do câncer ginecológico”, reforça a Dra. Sophie.