É preciso abrir o leque da informação e da escuta para a mulher na menopausa

Quarta, 17 Setembro 2025 14:58

A campanha da FEBRASGO “Menopausa – Abra o leque da Informação”, que conta com informações científicas de especialistas em Ginecologia e Obstetrícia da entidade e apoio do Feito Para Ela (@feitoparaelaoficial) e da Astellas, busca ampliar cada vez mais o acesso a informações sobre a menopausa. Afinal, os sintomas vão muito além dos calorões (os temidos e sofríveis fogachos): insônia, irritabilidade, cansaço, falta de lubrificação vaginal, esquecimentos – entre outros – impactam a vida da mulher em diversas esferas da vida cotidiana: física, social, mental e emocional.

“Essa campanha da FEBRASGO tem o objetivo de levar conhecimento às mulheres sobre os sintomas, sentimentos e tratamentos para essa fase da vida. O conhecimento empodera a mulher e permite que ela perceba, entenda e atue buscando ajuda médica para aliviar esses sintomas e desconfortos, permitindo que ela passe por essa fase com mais tranquilidade”, comenta Dra. Lucia Helena Simões da Costa Paiva, presidente da Comissão Nacional Especializada em Climatério da FEBRASGO.

Estudos científicos divulgados no passado, que apresentavam erros metodológicos, acabaram contribuindo para aumentar o estigma em torno da terapia de reposição hormonal (TH). “Porém, antes de falar da reposição hormonal, é preciso acolher essas mulheres, entender como os sintomas da menopausa estão impactando suas vidas e oferecer tratamento individualizado, pois, apesar de os sintomas serem muito parecidos entre elas, cada mulher tem uma história clínica única”, explica o ginecologista Dr. Marcelo Luis Steiner, diretor financeiro da FEBRASGO.

Dr. Steiner acrescenta que a TH é a primeira escolha de tratamento para sintomas climatéricos e pode ser indicada para a maioria das mulheres, respeitando as características clínicas e as contraindicações como história pessoal de câncer de mama e doença cardiovascular. Ela consiste na reposição de estrogênio em mulheres com sintomas e impacto na qualidade de saúde decorrentes da diminuição na produção e atuação desse hormônio. Aquelas mulheres que possuem útero precisam fazer uso de progesterona também. “Mulheres que tiveram câncer de mama não podem fazer reposição hormonal, mas existem outros tipos de câncer em que seu uso é possível, como alguns tumores de ovário”, comenta o especialista.

É sempre importante avaliar a janela de oportunidade para a TH: 10 anos após a data da última menstruação (menopausa), por ser um período em que os benefícios serão maiores e o risco para desfechos cardiovasculares menores.

Suores, palpitações, ansiedade e dores articulares também fazem parte do “combo” de sintomas relacionados à menopausa, com imenso impacto na vida das mulheres – especialmente naquelas que estão no auge de suas carreiras. “Muitas pessoas acabam diminuindo a importância dos sintomas da menopausa. Muitas vezes dizem que é passageiro, que ‘sua mãe passou por isso, sua avó também’, e que seria algo natural. Isso contribui para aumentar o estigma e reduzir a busca por tratamento”, destaca a Dra. Thais Emy Ushikusa, ginecologista diretora médica da Astellas.

Com o aumento da expectativa de vida, é fundamental levar em consideração que as mulheres viverão cerca de um terço de suas vidas na pós-menopausa. Dados indicam que:

  • Existem cerca de 30 milhões de mulheres na menopausa no Brasil (2024);
  • Até 2025, serão 1,1 bilhão de mulheres na pós-menopausa em todo o mundo;
  • 75% sofrem com sintomas vasomotores.

Para as mulheres que apresentam algum tipo de contraindicação à terapia de reposição hormonal, existem alternativas não hormonais como os antidepressivos e fitoterápicos para sintomas vasomotores e tratamento hormonal local ou o uso de hidratantes vaginais para sintomas como secura vaginal.

“Foi-se o tempo em que se dizia ‘todos os sintomas da menopausa são normais’, ‘vão passar’ e nenhum alívio era oferecido. Hoje sabemos o quanto eles podem ser desagradáveis e interferir negativamente na vida e na saúde das mulheres. Felizmente sabemos agora que existe tratamento adequado e como é importante a mudança de hábitos de vida - com dieta adequada e atividade física”, conclui Dra. Lucia Helena.

“Hoje dispomos de muitos recursos terapêuticos. O importante é que nós, ginecologistas, tenhamos uma escuta ativa e acolhedora, para que a mulher se sinta confortável em expor suas dores e fragilidades. Dessa forma, conseguimos criar uma estratégia para preservar sua saúde e manter a melhor autonomia física e mental possível durante o envelhecimento. Essa é uma missão de todos nós”, finaliza Dr. Steiner.


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