Influenza: o que esperar da doença e das vacinas em 2018.
A gripe, doença respiratória altamente contagiosa, é causada pelo Myxovirus influenzae. Os vírus influenza que tem relevância em humanos são os tipos A e B. Os tipos A são classificados segundo os antígenos da hemaglutinina (H) e da neuraminidase (N), existindo 18 subtipos H e 11 subtipos N. Já o tipo B tem duas linhagens geneticamente distintas, Yamagata e Victoria.
No Brasil: como foi em 2017 e como iniciamos 2018
Em 2017, entre os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), 61,9% estavam relacionados ao influenza A(H3N2), 1,8% ao A(H1N1)pdm2009 e 27,2% ao influenza B. Entre os 498 indivíduos que foram a óbito, 78,9% apresentavam algum fator de risco para complicação, com destaque para adultos com 60 anos ou mais, cardiopatas, diabéticos e pneumopatas. Nesse grupo, também predominou o influenza tipo A.
Já em 2018, até 7 de abril, foram registrados 286 casos de SRAG pelo vírus influenza, com predomínio do vírus A(H1N1) (117 casos, 40,9%), seguido do influenza A(H3N2) com 71 (24,8%), e do influenza B (52 casos, 18,2%). Do total de 381 óbitos por SRAG notificados no período, 41 (10,8%) foram confirmados para vírus influenza, sendo 16 (39,0%) A(H1N1)pdm09, 12 (29,3%) A(H3N2), 7 (17,1%) A não subtipado, 6 (14,6%) influenza B.
A circulação viral até o momento aponta, para as regiões Sudeste e Sul, um destaque para Influenza B e A(H3N2), para as regiões Nordeste e Centro-Oeste a circulação do Influenza A(H1N1)pdm09 e, para a região Norte, de Influenza B.
Circulação do A(H3N2)
Dentre os relatos internacionais sobre a última estação no hemisfério norte, os Estados Unidos em especial, mostraram uma importante circulação do A(H3N2), acometendo com maior gravidade crianças e pessoas acima de 50 anos. No Brasil, até o início de abril de 2018, não há modificação evidente no padrão epidemiológico.
Tratamento
Os antivirais para tratamento de influenza são inibidores da neuraminidase (Oseltamivir ou Zanamivir) e adamantanas (amantadina ou rimantadina), todos classificados como Categoria C na gestação. Uso precoce, dentro das primeiras 24-48h, pode diminuir tempo e gravidade da doença.
Gestantes com suspeita de gripe devem receber rapidamente antivirais, independentemente de ter sido vacinada.
Prevenção
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir a infecção pelo influenza. Cuidados de higiene como a lavagem de mãos, etiqueta respiratória, evitar ambientes fechados e, em ambientes públicos, não tocar na mucosa nasal, oral ou ocular são sempre recomendados.
Vacinas
A composição da vacina é revisada e modificada pela OMS, em função da prevalência mundial do vírus para cada hemisfério. Para o hemisfério sul a OMS definiu a composição em setembro de 2017, com alterações em relação a vacina de 2017 e do hemisfério norte. Assim, no Brasil, em 2018, teremos vacinas trivalentes e tetravalentes.
No Brasil, desde 2015, duas vacinas influenza estão disponíveis, ambas inativadas, portanto recomendadas inclusive para gestantes e imunodeprimidos. A diferença entre as duas está na composição. As vacinas trivalentes são compostas por três cepas inativadas: Influenza A(H1N1), Influenza A(H3N2) e uma linhagem da Influenza B, e serão as utilizadas na rede pública. Já as vacinas tetravalentes, contêm, além das três cepas inativadas da vacina trivalente, uma linhagem B adicional e estão disponíveis somente na rede privada. A tendência mundial é que a vacina trivalente seja gradativamente substituída pela tetravalente (a medida que haja produção suficiente). O motivo para isso se baseia no fato de que em cerca de 50% das últimas dez sazonalidades em diferentes países, inclusive o Brasil, a linhagem B que circulou na comunidade não coincidia com a linhagem prevista na vacina, causando prejuízos nos resultados com a vacinação e registros de surtos.
Importante saber: qual a eficácia vacinal?
Historicamente, a vacina tem uma eficácia contra a infecção por influenza A de 50-60% e de 70% contra o B, sendo efetiva após 10-14 dias da vacinação. A eficácia vacinal depende de muitos fatores, sendo o principal, a concordância entre os vírus circulantes com os vacinais. Outros fatores relacionados são idade (pior resposta em idosos), doenças de base (pior em situações que levem a imunossupressão).
Nos Estados Unidos, na temporada de 2017/18, a eficácia vacinal contra os vírus A(H3N2) foi de 25%; 67% para o A(H1N1) e 42% para o B. As hipóteses para essa baixa proteção do A(H3N2), envolvem mutações antigênicas, respostas individuais (idade), infecções prévias, história de vacinação e dificuldade em se obter boa resposta antigênica ao A(H3N2) com a tecnologia de produção com ovos embrionados, que é a metodologia empregada na produção da maioria das vacinas da gripe.
Eventos adversos
Pouco comuns, a maioria locais. Em geral leves e transitórios.
Contraindicações
Alergia grave a qualquer componente da vacina contraindica seu uso, mesmo em grávidas. Alergia a ovo, mesmo grave, não é mais considerada contraindicação.
Quem deve receber a vacina?
As Recomendações da FEBRASGO e o Calendário de Vacinação da Mulher orientam a vacinação de forma universal, isto é, para todos a partir dos 6 meses de idade.
Na Campanha de Vacinação da rede pública em 2018 estará disponível para:
- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos;
- Gestantes;
- Puérperas (até 45 dias após o parto);
- Trabalhadores de saúde;
- Povos indígenas;
- Indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
- População privada de liberdade;
- Funcionários do sistema prisional;
- Professores da rede pública e privada;
- Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis;
- Pessoas portadoras de outras condições clínicas especiais (doença respiratória crônica, doença cardíaca crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica, doença neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias).
Importância do médico ser vacinado e prescrever a vacinação
A vacinação do médico e outros profissionais da saúde é recomendada, não só para protege-los, mas também para que não sejam fonte de infecção para seus pacientes. A prescrição médica e, mesmo sua decisão pessoal, são fundamentais para que seus pacientes se vacinem. Embora as vacinas ainda não sejam ideais, elas são consideradas a principal estratégia para o combate à influenza.
Abaixo a cobertura vacinal da Campanha do MS do Brasil em 2017:
- Geral 87,8%
- Trabalhadores da Saúde 88,0%
- Gestantes 79,3%
- Puérperas 99,5%
- Comorbidades informação não disponível
Vacine-se e prescreva a vacina para as suas pacientes!
Autores :
Juarez Cunha
Isabella de Assis Martins Ballalai
Este documento tem o suporte da Comissão Nacional Especializadas de Vacinas da FEBRASGO. Presidente: Dr Júlio César Teixeira
Teste de Progresso para médicos residentes.
Objetivo do exame FEBRASGO é avaliar performance no processo de formação individualA partir de 2018, o Teste de Progresso Individual (TPI) será oferecido a todos os médicos residentes em Ginecologia e Obstetrícia do Brasil.
“O intuito é qualificar a formação do especialista em GO a partir de sua avaliação progressiva ao longo do Programa de Residência”, afirma Gustavo Salata Romão, presidente da Comissão de Residência Médica da Febrasgo.
Ele explica que em algumas especialidades o teste já é realizado em todo o País, mas na Ginecologia e Obstetrícia é a primeira vez que ocorrerá em todo o território nacional. Vale frisar que, na GO, o TPI já é aplicado há mais de 15 anos em países como Estados Unidos e Holanda.
Estão aptos a participar os residentes de primeiro, segundo e terceiro ano (R1, R2 e R3), devendo comprovar matrícula em algum Programa de Residência Médica credenciado pela Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação (CNRM/MEC), no primeiro semestre de 2018.
O exame é composto por uma prova teórica de múltipla escolha, com 50 questões de Ginecologia e 50 de Obstetrícia.
A nota de corte é de 60% do total. No entanto, aos participantes matriculados no R3, exige-se ainda que respondam corretamente 60% das questões de Ginecologia e 60% das questões de Obstetrícia.
“Os candidatos situados entre os 40% melhores em relação a todos os outros residentes do seu mesmo nível de progressão (R1, R2 e R3) em pelo menos duas versões da prova, incluindo necessariamente o terceiro ano de residência (R3), poderão ser dispensados da Prova Teórica para o Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) do ano subsequente à conclusão do Programa”, adianta Salata.
As inscrições podem ser feitas somente pela Internet, no portal www.febrasgo.org.br, até às 18h de 6 de julho de 2018. “O teste possibilita que o participante faça uma avaliação e reconheça os pontos fortes da sua formação e os aspectos em que ainda precisam ser melhorados, aprimorados ou reforçados. Finalmente, o consolidado de desempenho geral dos participantes trará uma visão mais realística da qualidade da formação especializada em GO, em todo o Brasil e em cada região”.
O Teste de Progresso Individual é um método utilizado como avaliação de residentes e programas de residência médica.
Brasil bate recorde em submissões de trabalhos no Congresso Mundial da FIGO.
Abertas as inscrições para o Tego 2018
DETALHES DA INSCRIÇÃO
58º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia
O 58º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO) tem datas e local definidos: 13 a 16 de novembro de 2019, em Porto Alegre. Aliás, a FEBRASGO já trabalha ativamente para que se transforme em mais um marco para a Ginecologia e Obstetrícia, tanto no parâmetro programação científica, quanto em organização, conforto e bons serviços a especialistas, patrocinadores e demais participantes.
Portal e mídias sociais Febrasgo: Investimento em prol da qualidade, agilidade e efetividade.
Desde a posse da gestão de César Eduardo Fernandes, em janeiro de 2016, quem coordena esta missão é o ginecologista Sérgio Podgaec, professor livre docente da disciplina de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Trabalha ao lado de uma equipe de especialistas centrada em deixar as mídias mais consistentes, elevando a efetividade do fluxo de informações, em especial o portal.
Dr. Gustavo Salata Romão - Comissão de Residência Médica.
Dr. Gustavo Salata Romão, Presidente da Comissão de Residência Médica fala sobre a Matriz de Competências para orientar o processo de formação e treinamento dos residentes.