Revistas

Assembleia Geral

No Rio de Janeiro, em 14 de outubro, a FEBRASGO realizou mais   uma AGF, a Assembleia Geral das Federadas. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente César Eduardo Fernandes, que fez um balanço das ações recentes da atual diretoria, entre elas a organização e o sucesso do Congresso FIGO.

Na pauta, temas importantes como as atividades mais recentes no campo científico, entre elas os lançamentos dos Tratados de Ginecologia e de Obstetrícia e os preparativos para o Congresso Brasileiro de 2019.

O diretor de Defesa Profissional, Juvenal Barreto de Andrade, também fez relato das novidades no campo da valorização dos ginecologistas e obstetras, em segurança para a prática da especialidade. Também aproveitou para destacar o lançamento da série Posicionamentos FEBRASGO, que traz recomendações de conduta para cuidados gerais na assistência ao parto, disponibilidade e sobreaviso, entre outras.

Houve ainda uma exposição sobre finanças, aliás, muito elogiada por todos, em virtude da boa performance obtida em tempos recentes.  Além de outros pontos, como os resultados do TEGO (veja em reportagem nesta News), foram discutidos critérios sobre a admissão de sócios acadêmicos/eventuais e eventuais datas para o CBGO do Rio de Janeiro.

 “Toda AGF é um exercício de transparência e democracia para a FEBRASGO”, analisa César Eduardo Fernandes. “Nesta edição em particular, nos debruçamos sobre avanços e realizações. Temos um saldo extremamente positivo e planos importantes para 2019, quando completaremos 60 anos. Portanto, faço questão de parabenizar um a um os atuais diretores, que transformaram a FEBRASGO em tão pouco tempo em uma entidade mais vibrante, riquíssima em ações científicas, com gestão moderna, austera e equilibrada. Esse é o tipo de resultado que só se consegue com dedicação extrema, principalmente se levarmos em conta que não há remuneração alguma para qualquer um da gestão e que todos tiram horas de sua própria vida para construir uma Ginecologia e Obstetrícia mais forte para todos nós e nossas pacientes”.

 

Reunião de Mortalidade Materna FEBRASGO/OPAS

Representantes da FEBRASGO e da Organização Pan Americana da Saúde aproveitaram o FIGO 2018 para debater em reunião estratégica a mortalidade materna e risco Brasil. Os índices de mortes de gestantes voltaram a subir em 2016 e já são preocupantes. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), em 2015, o País registrou 62 mortes por 100 mil nascidos vivos. Já em 2016, foram mais de 64 óbitos de gestantes por 100 mil.

O professor Marcos Felipe representou a Diretoria Executiva da FEBRASGO e coordenou a reunião juntamente com o Presidente da Comissão nacional especializada de Mortalidade Materna, Rodolfo Pacagnella. Estavam representadas, através de seus Presidentes, as Comissões Nacionais Especializadas de Assistência ao Parto e Puerpério, (Alberto Trapani Júnior, Hiperglicemia na Gestação, Rossana Pulcinelli Francisco, Urgências Obstétricas, Samira El Maerrawi Tebecherane Haddad, Gestação de Alto Risco, Rosiane Mattar, e Pré-Natal, Olímpio Barbosa de Moraes Filho. Representaram a OPAS, a Dra Haicée Padilha e a Enfermeira Mônica Iassanã

Segundo Rossana Pulcinelli, “a grande maioria das mortes maternas poderia ser evitada, se tivéssemos condição para fazer o diagnóstico rápido das complicações, além de investimento na qualificação contínua de recursos humanos”, pondera ela.

A meta acordada pelo Brasil com a Organização Mundial de Saúde (OMS) era de 35 mortes por 100 mil nascidos vivos para o ano de 2015. Mas 2016, em São Paulo, por exemplo, foram observadas 47 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. A situação é ainda pior nos estados do Norte do Brasil, onde os óbitos aumentaram 11%. Amapá e Maranhã apresentam as taxas mais elevadas de mortalidade.

A morte materna é qualquer morte que acontece durante a gestação, parto ou até 42 dias após o parto, desde que decorrente de causa relacionada ou agravada pela gravidez. As principais causas das mortes de gestante são hipertensão, hemorragia, infecção pós-parto e aborto inseguro.

 “O que é trágico, é fundamental destacar, é que são casos de mortes evitáveis”, reafirma César Eduardo Fernandes, presidente da FEBRASGO. “O que acontece na maioria dos casos de mortalidade materna é inadmissível. É um retrocesso da saúde pública. Infelizmente não estamos melhorando em nossos resultados e temos de criar uma força-tarefa para enfrentar esse problema”.  

Conforme Rodolfo Pacagnella, a morte materna é causada por uma somatória de erros e demoras na assistência à mulher.

“Só o pré-natal não reduz mortes maternas. A mulher pode ter um pré-natal normal, mas apresentar uma complicação no final da gestação e morrer pela demora em receber assistência adequada.”

A reunião que ocorreu no Rio de Janeiro teve como objetivo alinhavar propostas que a Febrasgo, com o apoio da OPAS, e deverá propor ao Ministério da Saúde para reduzir a mortalidade materna no Brasil. “A proposta implica, se aprovada pelo MS, em um pacote de intervenções que irá apoiar os ginecologistas e obstetras na identificação e manejo de condições que podem levar à morte materna”, complementa Dr. Rodolfo. Essa proposta deverá em breve estar à disposição dos obstetras e maternidades de todo o Brasil.

Parto Adequado avança durante o FIGO

Importante reunião sobre o projeto Parto Adequado foi realizada por inciativa da FEBRASGO durante o Congresso da FIGO no Rio de Janeiro. Além do presidente César Eduardo Fernandes, participaram, entre outros, os diretores Corintio Mariani Neto e Juvenal Barreto de Andrade, além de Rita de Cássia Sanchez, do Hospital Albert Einstein, Dra Jaqueline Torres da ANS .

O debate ocorreu em momento bastante propício, pois, às vésperas do congresso, a OMS divulgou os resultados de um estudo internacional, de renomados professores, como Luz Gibbons, José M. Belizán, Jeremy A Lauer, Ana P. Betrán, Mario Merialdi e Fernando Althabe, com os números globais e custos adicionais decorrentes da prática de cesarianas desnecessárias.

Atualmente, o Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial, superado apenas pela República Dominicana. Aliás, dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2016, 55,6% dos nascimentos no Brasil foram por cesarianas e que, na rede privada, este número sobe para 82,6%.

O projeto Parto Adequado visa identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de cesarianas sem indicação clínica, tanto na saúde pública, quanto na suplementar, especialmente nesta última.

A iniciativa visa ainda oferecer às mulheres e aos bebês o cuidado certo, na hora certa, ao longo da gestação, durante todo o trabalho de parto e pós-parto, considerando a estrutura e o preparo da equipe multiprofissional, a medicina baseada em evidências e as condições socioculturais e afetivas da gestante e da família.

Segundo Mariani Neto, “as maternidades brasileiras que participaram na segunda fase do Parto Adequado aumentaram em 8% o total de partos normais em um ano, de acordo com resultados preliminares referentes a 2017, divulgados em abril passado. Cento e trinta e sete hospitais privados, 25 hospitais públicos e 65 operadoras de planos de saúde participam  deste  esforço”.

César Fernandes compreende que é preciso agir com celeridade para mudar o padrão atual, reduzindo o número de cesarianas.

“Desde que esteja correndo tudo bem e este for o seu desejo, o melhor parto para essa mulher, certamente, é o normal. Quando não for possível, e for mandatória, que se faça a cesárea porque, nestas circunstâncias, será benéfica para a mãe e o recém-nascido. Todos nós temos de atender a expectativa das parturientes; afinal, são elas as protagonistas.”

Orientações e Recomendações Febrasgo: Amamentação

Uma seção de autógrafos de Corintio Mariani Neto, presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Aleitamento Materno, marcou o lançamento de mais um capítulo da série Orientações e Recomendações Febrasgo: Amamentação. Foi um dos momentos muito concorridos do estande da Grünenthal, apoiadora da publicação, no FIGO 2018.

A obra, coordenada por Mariani Neto, foi elaborada por vários membros da CNE de Amamentação e autores convidados. Nela, são abordados os distintos aspectos da amamentação, incluindo as técnicas de proteção e apoio ao aleitamento, as vantagens do aleitamento materno exclusivo, as intercorrências locais na mama (diagnóstico, prevenção e tratamento), entre outros.

Também discorre sobre temas relevantes na promoção do ato de amamentar, como abordagem das lactantes adolescentes, as cirurgias prévias sobre as mamas (mamoplastias) e a legislação atual que dá proteção à amamentação no Brasil.

Em todo este processo, o papel do especialista em GO é fundamental. São medidas simples de encorajamento e orientação para as mães e este processo começa desde o período pré-natal. O texto é rico em informações.

A amamentação é extremamente importante pois traz inúmeros benefícios para a mãe e para o filho. “O leite materno é o alimento ideal para o recém-nascido, pois é completo, protege contra doenças graves, especialmente em prematuros, e previne doenças futuras, como a asma, obesidade, diabete tipo I e doenças cardiovasculares” explica Mariani Neto.

Urgências e Emergências em GO

Outro lançamento importante ocorrido durante o Congresso FIGO foi o da obra Urgências e Emergências em GO, de Editada por  Almir Antonio Urbanetz, professor Titular e Chefe do Departamento de Tocoginecologia do Setor de Ciências da Saúde da UFPR e presidente da Comissão de Ética e Jurídica da Febrasgo (2016-2019).

A obra oferece um compêndio prático dos temas relativos às emergências ginecológicas e obstétricas, em capítulos escritos pelos mais renomados especialistas brasileiros. Reúne, por exemplo, as afecções mais prevalentes a serem conduzidas por estudantes, residentes, médicos e especialistas da saúde da mulher que prestam assistência em unidades de saúde, ambulatórios e consultórios privados.

Nela são encontradas as orientações científicas relevantes sobre manejo de intercorrências clínicas e cirúrgicas, instruções sobre prevenção das doenças e aconselhamento às pacientes, além de esquemas terapêuticos apropriados para cada situação, entre outras informações essenciais à boa prática da GO.

Trata de temas como eclampsia, gravidez ectópica, trabalho de parto prematuro, emergências cardiológicas na gestação, doença inflamatória pélvica, só para citar alguns.

O compêndio abrande 65 capítulos, assim distribuídos: 42 capítulos de Obstetrícia, 21 temas de Ginecologia e 2 capítulos de Mastologia.

Lançados Tratados de Ginecologia e Obstetrícia

O estande da FEBRASGO foi um dos mais movimentados da feira de exposições do FIGO 2018. Isso por ser palco de momentos importantes para a Ginecologia e Obstetrícia do País. Um exemplo foi o lançamento do Tratado de Obstetrícia e do Tratado de Ginecologia.

A edição das obras é de responsabilidade de César Eduardo Fernandes e Marcos Felipe Silva de Sá, respectivamente presidente e diretor científico da FEBRASGO. A coordenação do Tratado de Obstetrícia foi de Corintio Mariani Neto, Eduardo Cordioli e Olímpio Barbosa de Moraes Filho e do Tratado de Ginecologia ficou a cargo de Agnaldo Lopes Silva Filho, Luciano de Melo Pompei, Rogério Bonassi Machado e Sergio Podgaec.  

Os Tratados servirão de base para a formação e atualização tanto dos residentes quanto dos especialistas, para que possam diagnosticar e tratar com êxito os desafios que a saúde feminina pode apresentar. Elaborados pelos membros das Comissões Nacionais Especializadas (CNE) da Febrasgo e alguns autores convidados, os Tratados de Obstetrícia e de Ginecologia foram produzidos para servir como guia e referência aos médicos dessas especialidades.

Sérgio Podgaec, um dos coordenadores, ressalta que “o ginecologista e obstetra que precisa procurar informações para sua prática diária, com certeza vai encontrar nos Tratados”.

Com 119 capítulos, divididos em 10 seções, o Tratado de Obstetrícia apresenta os principais temas da área, que inclui anatomia e fisiologia da reprodução, assistência pré-natal, doenças e complicações ligadas ao processo gestacional, intercorrências clinicas e cirúrgicas na gravidez, e muitos outros.

“Conseguimos entregar a nossos associados um Tratado que traz o estado da arte da obstetrícia de forma muito abrangente e completa, todos os assuntos de obstetrícia na maneira mais atualizada possível”, destaca Cesar Eduardo Fernandes, presidente da FEBRASGO.

Por sua vez, o Tratado de Ginecologia é dividido em 88 capítulos, com 13 seções, que abordam temas como diagnóstico em ginecologia, infecções, ginecologia endócrina e reprodução humana, entre outros.

Programação especial em português faz sucesso

O XXII Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia teve 17 sessões em português. Abordaram temas como redução de cesárias, da mortalidade materna, infecção por sífilis na gravidez, diabetes gestacional, climatério, insuficiência ovariana prematura, Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), o Projeto Parto Adequado, anticoncepção, entre outros.

“A língua oficial dos Congressos da FIGO é o inglês.  Em alguns países é oferecida a tradução simultânea para a língua local”, lembra o diretor científico da FEBRASGO, Marcos Felipe Silva de Sá. “Aqui no Brasil, pleiteamos e tivemos a aprovação pelo Comitê Científico da FIGO para que realizássemos sessões em língua portuguesa, o chamado Brazilian Track da programação científica. .

A meta era garantir que os ginecologistas e obstetras que não dominam o idioma inglês também tivessem acesso aos principais temas   do Congresso Mundial. Deu certíssimo.

“A procura e a participação foram realmente gigantes. Ficamos envaidecidos, pois demos um exemplo ao mundo, de entrega, amor à Medicina e compromisso com a saúde das mulheres. Os professores convidados pela FEBRASGO para as aulas em língua portuguesa saíram exultantes com a resposta e interface da audiência, comenta César Eduardo Fernandes, presidente da FEBRASGO. Ao “Brazilian Track” foi oferecida a 2ª maior sala do evento, com capacidade de 700 lugares, o que não foi, obviamente, suficiente. Esta sala permaneceu lotada durante todas as sessões e a FIGO criou três espaços com telões no hall do Rio Centro, oferecendo mais 1.000 lugares, medida que solucionou o problema com o total de 1.700 lugares

Em algumas situações, houve superlotação logo no primeiro dia. A FIGO foi obrigada a agir rapidamente, com zelo e eficácia, para ampliar o número de assentos e propiciar mais conforto aos congressistas na continuidade do encontro. 

 

Abertura marcada por elogios

A cerimônia de abertura oficial teve participação do ministro da Saúde, Gilberto Magalhães Occhi, do prof. CN Purandare, presidente da FIGO, do presidente da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia, César Eduardo Fernandes, Diretor Executivo da FIGO, Johan Vos, Natalia Kanem, diretora executiva do Fundo de População das Nações Unidas, Nozer Shriar, Ptesidente da Comissão Científica do  Congresso , e outras personalidades.

Johan Vos considerou que o Congresso no Brasil é extremamente importante, uma vez que multiplica a mensagem da FIGO para ser a voz global da saúde da mulher. Ele enfatizou que, apesar do fato de o País fornecer bons exemplos de políticas públicas, o alto número de cesarianas deve ser considerado. É fato: hoje, o Brasil detém o segundo maior nível de cesarianas no ranking mundial. 

O presidente da FEBRASGO, César Eduardo Fernandes, ao dar as boas festas no papel de apresentador do Congresso, lembrou que aqui, no País, o patrimônio mais importante é o brasileiro:  “Somos marcados pela diversidade. Nossa população é o resultado da confluência de pessoas de diferentes origens étnicas: indígenas, negros,  portugueses   e outras populações que se mudaram para o Brasil em fluxos migratórios posteriores, incluindo europeus, judeus, árabes e japoneses, além de outros grupos da Ásia e da América do Sul. Essa mistura de influências formou o atual povo brasileiro e se expressa em nossa cultura, com exemplos notáveis ​​em música, culinária, folclore, artesanato e festas populares.  Nosso vasto território e as características históricas de cada região do país também contribuíram para a nossa riqueza cultural, acrescentando características locais. A singularidade e beleza dos festivais que celebram as tradições de nossas regiões impressionam os visitantes. Infelizmente, não tenho tempo para mencioná-los individualmente. Desta forma, vou mencionar apenas o Carnaval a maior festa popular brasileira. É realizado em várias cidades do país, mas tem sua maior expressão aqui na cidade do Rio de Janeiro, com o maravilhoso e mundialmente famoso desfile de escolas de samba com grande participação popular. Por esse motivo, muitos estrangeiros identificam o Brasil como o país do carnaval. Eu gostaria de convidá-lo a visitar nosso país novamente para participar desta festa maravilhosa. É nesse cenário de encantamento  que acontecerá o XXII Congresso FIGO. Prometemos uma estadia agradável em nosso país e uma calorosa recepção fraterna do povo brasileiro.”

Por fim, o Ministro da Saúde, Gilberto Magalhães Occhi, enalteceu a realização do Congresso no Brasil e os esforços da FIGO para qualificar e oferecer mais segurança à assistência à mulher.

“É fundamental para nós sediar e promover um evento como esse. Em especial para a mulher, desde o nascimento, adolescência, gestação, pós-parto, maturidade. O País promulgou a Lei Maria da Penha para proteger a mulher, dando um passo relevante para cuidar da mulher com respeito e dignidade”.

 

 

Página 99 de 138
-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site