Revistas

Dia da Não Violência: FEBRASGO enfatiza a importância do treinamento de ginecologistas e obstetras na identificação de casos de violência sexual

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, o Brasil registrou mais de 74 mil casos de estupro no último ano, o maior número da história, sendo  61% das vítimas crianças e adolescentes de até 13 anos de idade. Esses dados refletem casos notificados às autoridades policiais, abrangendo apenas uma parcela da violência sexual vivenciada por mulheres, homens, meninas e meninos de todas as faixas etárias.

 

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), comprometida com o pleno respeito à saúde e bem-estar das mulheres, destaca a importância da preparação dos médicos ginecologistas e obstetras para a identificação de casos de violência durante o atendimento. A Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente da FEBRASGO, enfatiza que a compreensão mais aprofundada dos mecanismos e formas de violência contra a mulher representa o primeiro e indispensável passo para uma atuação adequada do ginecologista e obstetra.

“Nós devemos agir e amparar essas mulheres na identificação dessa violência e na capacitação para as tomadas de decisões. A capacitação e o conhecimento é que podem permitir que o médico atue, desde a escuta adequada, o acolhimento, notificação, registro, acompanhamento e encaminhamento articulado e intersetorial”, enfatiza a Dra. Maria Celeste.

O artigo elaborado para a revista Femina, uma publicação disponível no site da FEBRASGO, pela Dra. Maria Celeste em colaboração com a Dra. Lia Cruz Vaz da Costa Damásio, enfatiza a necessidade contínua de debater a questão da violência contra a mulher. O objetivo é desconstruir os discursos que sustentam essa prática, promovendo uma reflexão constante sobre o tema.

“Todos os profissionais de saúde devem entender seu papel nos casos de violência intrafamiliar e atuar no seu enfrentamento. O silêncio é conivente com o agressor”, aponta Maria Celeste.

Neste cenário, o médico ginecologista e obstetra desempenha um papel crucial. Ao compreender que são a porta de entrada e frequentemente a oportunidade para a manifestação e descoberta de diversas formas de violência contra a mulher, é imperativo que deve unir-se em prol dessa causa. Essa união implica na disseminação de informações de alta qualidade, no encorajamento de mulheres e meninas a não tolerarem tais comportamentos, na educação de nossos alunos, residentes e internos sobre o assunto e, acima de tudo, no acolhimento seguro e responsável das pacientes. “A FEBRASGO, por meio da Diretoria de Defesa, fortalecerá essa missão, contribuindo com a divulgação de informações relevantes e participando ativamente em eventos e normativas relacionados a essa temática”, completa a presidente.

Nota de repúdio pela suspensão do Serviço de Atenção às vítimas de Violência Sexual e de aborto previsto em lei do Hospital Municipal e Maternidade Escola de Vila Nova de

22 de dezembro de 2023

 

A FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, associação representativa dos 17 mil médicos ginecologistas e obstetras brasileiros vem manifestar perante a sociedade paulistana sua preocupação com a possível desassistência, bem como nosso repúdio pela suspensão do serviço do Hospital Municipal Maternidade Escola de Vila Nova de Cachoeirinha, região norte da cidade, referência nacional para a atenção às vítimas de violência sexual e aborto legal, e em casos complexos de interrupção gestacional nas situações de risco de vida e em gestantes com fetos anencéfalos.

A Unidade Hospitalar tem importante papel assistencial à população paulistana, além de ser um centro formador de especialistas em ginecologia e obstetrícia, tendo em sua grade curricular o aprendizado e treinamento em direitos sexuais e reprodutivos, com protocolos clínicos baseados na legalidade1 e nas melhores evidências científicas respaldadas pela FEBRASGO2,3,4.

A FEBRASGO defende os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, e solicita a reabertura do serviço de referência na atenção às vítimas de violência sexual e aborto previsto em lei do Hospital Municipal e Maternidade Escola de Vila Nova de Cachoeirinha, na região norte de São Paulo.

 

Referências

1) Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - artigos 5०, incisos III e IX.

2) Diretrizes para o atendimento em violência sexual: o papel da formação médica: o papel da formação médica. FEBRASGO POSITION STATEMENT. Número 4 – Abril 2021 https://www.febrasgo.org.br/images/pec/anticoncepcao/FPS---N4---Abril-2021---portugues.pdf

3) Febrasgo - Nota informativa aos tocoginecologistas brasileiros sobre o aborto legal na gestação decorrente de estupro de vulnerável. Junho 2022. https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1470-nota-informativa-aos-tocoginecologistas-brasileiros-sobre-o-aborto-legal-na-gestacao-decorrente-de-estupro-de-vulneravel

4) Interrupção da gravidez com fundamento e amparo legais. Protocolos Febrasgo. Obstetrícia, nº 69, 2021. https://www.febrasgo.org.br/images/pec/anticoncepcao/n69---O---Interrupes-da-gravidez-com-fundamento-e-amparo-legais.pdf

FEBRASGO realiza primeiro Fórum sobre Vacinação da Mulher

O evento destacou a importância das vacinas essenciais para mulheres desde a adolescência até a idade adulta, incluindo o período gestacional

 

Em 20 de outubro, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), com a Comissão Nacional Especializada em Vacinas (CNE) , promoveu o Primeiro Fórum sobre Vacinação da Mulher. Esse encontro teve o objetivo de atualizar o calendário vacinal das mulheres e enfatizar a importância dos cuidados com a saúde feminina, destacando a relevância das vacinas essenciais para as mulheres desde a adolescência até a idade adulta, incluindo o período gestacional.

 

O encontro reuniu todos os atuais membros da CNE vacinas da FEBRASGO, contando com a presença do atual presidente da Federação, Agnaldo Lopes, juntamente com a participação da presidente da CNE Dra. Cecilia Roteli-Martins.

 

“Atualmente, o ginecologista obstetra desempenha o papel de clínico especializado na saúde da mulher. Diante do avanço na proteção contra doenças imunopreveníveis proporcionada pela vacinação, torna-se cada vez mais essencial no processo de educação e atualização do ginecologista. É fundamental que esses profissionais estejam bem informados sobre todo o panorama da recomendação de vacinação, alinhando seus objetivos aos dos pediatras no que diz respeito à imunização. A transformação no comportamento do ginecologista deve ir além da abordagem de doenças, direcionando-se também à ênfase na prevenção por meio da vacinação”, destacou a Dra. Cecília Roteli.

 

Dentre os temas discutidos, destacou-se a apresentação do projeto para as demais sociedades, a análise e atualização de pontos polêmicos e a busca por consensos, entre eles:

 

Imunização contra o HPV

 

Um dos painéis de destaque foi dedicado ao HPV, composto pelos especialistas Julio Teixeira, André Santos e Valentino Magno, que abordaram questões como o esquema reduzido de doses, o uso pós-cirúrgico e pós-violência sexual, além da aplicação em grupos de risco.

 

No contexto da vacinação contra o HPV, ressaltou-se a importância de sua administração desde a pré-adolescência até os 45 anos. Destacou-se a recomendação de pelo menos uma dose para todas as mulheres, sendo que, entre 15 e 25 anos, a eficácia atinge 100% já na primeira aplicação. Para indivíduos imunossuprimidos, a orientação é a administração de pelo menos duas doses. Além disso, discutiu-se o papel da vacinação como tratamento adjuvante em pacientes, e, em situações excepcionais cirúrgicas para indivíduos com 22 anos ou mais, observou-se uma associação com um risco reduzido de lesões recorrentes, especialmente aquelas relacionadas aos tipos 16 e 18 do HPV, contidos na vacina.

 

Imunização contra VSR

 

A discussão na mesa sobre o VSR contou com a expertise dos especialistas Renato Kfouri, Isabella Balali e Susana Aide, abordando temas como a carga e impacto da doença em idosos e crianças, as vacinas recomendadas para gestantes e idosas.

Foi ressaltada a maior susceptibilidade de idosos à influenza, especialmente aqueles com doenças pulmonares crônicas, diabetes, cardiopatias e transplantados, que apresentam maior risco de mortalidade pelo VSR. Destacou-se a importância da vacinação de gestantes, garantindo a imunização dos bebês até o primeiro semestre de vida. A vacinação entre 24 e 36 semanas de gravidez foi indicada, com acompanhamento das crianças até os seis meses, visando prevenir hospitalizações por infecção pelo VSR. Adicionalmente, a vacinação da mulher a partir da 32ª semana de gestação é recomendada para evitar possíveis partos prematuros.

 

Vacinação da Gestante

 

Na discussão sobre a vacinação em gestantes, participaram os especialistas Giuliane Lajos e Fabiola Fridman, abordando temas como coqueluche, tétano, hepatite B, COVID-19 e influenza.

 

A prevenção da coqueluche é vital, sendo a vacina inativada segura durante a gestação, não apresentando riscos de causar a doença. Destaca-se a importância de manter a vacinação em dia entre as gestantes, especialmente durante o pré-natal, onde a vacina dTpa oferece proteção contra difteria, tétano e coqueluche, doenças potencialmente perigosas. Embora alguns pacientes possam desenvolver alergias aos coadjuvantes presentes nas vacinas, é primordial que toda gestante, a cada gestação, receba a vacina após as 20 semanas.

 

Outro tópico debatido foi a vacinação contra o tétano, que é essencial para aquelas que não possuem esquema completo, com a cobertura vacinal diretamente relacionada à redução da incidência. Estratégias que visam garantir uma alta cobertura durante o pré-natal fortalecem o vínculo entre gestantes e equipe de saúde.

 

No que diz respeito à influenza, as opções disponíveis incluem a tetravalente na rede privada e a bivalente na rede pública. A gestante é considerada um grupo de risco, e a vacinação durante a gestação contribui para a imunização do feto. Nos primeiros seis meses após o nascimento, o bebê não deve receber a vacina, mas as vacinas são consideradas seguras na gestação, com risco mínimo de efeitos, geralmente locais. A vacina sazonal é recomendada anualmente, independentemente do histórico anterior de vacinação, durante as campanhas de imunização.

 

 

 

REALIZAÇÃO:

APOIO:

Página 24 de 131
-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site