Carta das Sociedades Médicas à ANVISA
Sete Sociedades Científicas uniram forças para encaminhar uma carta à Anvisa, cobrando medidas diante do uso indiscriminado de implantes hormonais manipulados no Brasil. No documento, as entidades expressam grande preocupação com a crescente exposição da população aos riscos decorrentes do uso inadequado desses implantes, que frequentemente contêm esteróides anabolizantes.
A divulgação desses dispositivos muitas vezes promove ideais de um corpo considerado ideal e uma suposta abordagem saudável à vida, contrariando os verdadeiros princípios da saúde, uma vez que os efeitos colaterais são imprevisíveis e podem ser graves, incluindo infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo, acidente vascular cerebral, bem como complicações hepáticas, renais, musculares e infecções associadas aos implantes.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) tem consistentemente chamado a atenção para esse problema, baseando-se em fundamentos técnicos e pesquisas científicas. A entidade faz um apelo urgente para que a Anvisa cumpra seu papel fundamental na proteção da saúde da população.
Conhecidos como "chips de beleza", esses dispositivos são promovidos por “pseudo-especialistas” e comercializados como representantes da "medicina moderna". No entanto, substâncias antigas como gestrinona e oxandrolona, presentes nesses implantes, há muito foram abandonadas pela Medicina baseada em evidências científicas. Além disso, sua comercialização e produção, exceto para o etonogestrel, indicado como anticoncepcional, possuem uma aprovação relativa, sendo manipulados sem bula, sem informações de absorção, estabilidade, duração e efeitos adversos.
As Sociedades enfatizam à Anvisa que a comercialização desses dispositivos, seja por venda direta ou parcerias comissionadas, assim como a promoção de cursos não científicos, violam princípios éticos, legais e humanos.
Além da FEBRASGO, assinam a carta a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), a SBMEE (Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte), a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) e a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia).
Para ler a carta, detalhando o cenário e os argumentos, clique aqui.FEBRASGO participa do 32º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia de Ribeirão Preto no Simpósio “Prevenção, diagnóstico e Tratamento da Dengue em Gestantes e Puérperas”
Durante o evento, especialistas receberam orientações do “Manual de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento da Dengue na Gestação e no Puerpério” produzido pelo Grupo de Trabalho da CNE de Doenças infectocontagiosas da FEBRASGO
A Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (FEBRASGO) apresentou o Simpósio “Prevenção, diagnóstico e Tratamento da Dengue em Gestantes e Puérperas” durante o 32º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia de Ribeirão Preto, que ocorreu de 6 a 9 de março em Ribeirão Preto. Considerado o principal fórum de discussões sobre a saúde da mulher da região, o encontro levou aos profissionais da saúde e participantes o "Manual de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento da Dengue na Gestação e no Puerpério", desenvolvido pelo Grupo de Trabalho da FEBRASGO em parceria com o Ministério da Saúde e a OPAS.
Este evento foi organizado pelo Dr. Geraldo Duarte, representante do Grupo de Trabalho de Dengue e Gestação (GT) e um dos coordenadores do GT da FEBRASGO. As aulas foram ministradas pelo Dr Geraldo, Dra. Roseli Nomura e a Dra. Patrícia Melli. Também participaram do Simpósio o Dr. Luiz Alberto Ferriani, Presidente do Congresso, a Dra. Leticia Cebrian, representante da Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto, a Dra. Andrea Ruzene, Diretora do Departamento Regional de Saúde de Ribeirão Preto e o Dr. Edmundo Baracat, Coordenador da Área da Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde-SP.
Dentre os destaques, o Dr. Geraldo Duarte abordou temas fundamentais relacionados à dengue como epidemiologia, prognóstico materno/perinatal, diagnóstico e prevenção avançada. “É essencial refletir sobre a trajetória da dengue, abordando aspectos do passado, concluindo que a falta de um protocolo para atendimento de gestantes e puérperas configura-se em uma dívida com as mulheres brasileiras. A FEBRASGO elaborou o conteúdo deste Manual de maneira ágil e eficiente. Com este material nos preparamos para o agora e para o amanhã, evitando surpresas e garantindo conhecimento sobre como lidar com a dengue. Isso representa progresso, ao compreendermos o passado, agirmos no presente e planejarmos o futuro”, salientou.
Durante sua apresentação, o Dr. Geraldo realçou a relevância de alguns tópicos abordados no manual, como complicações gestacionais, incluindo abortamentos, TPPT, DPPNI, pré-eclâmpsia, internações em UTI, hemorragias, entre outras. Ele também abordou complicações perinatais, como prematuridade, RCIU, óbitos fetais, baixo peso ao nascer, dengue neonatal, e complicações puerperais, como choque, hemorragias obstétricas, tromboembolismo e internações em UTI.
A Dra. Roseli Nomura, representando a FEBRASGO no evento, discorreu sobre a abordagem clínica em gestantes e puérperas.“A realização deste Simpósio é de extrema importância, especialmente neste momento em que as ações não podem ser adiadas, elas precisam ser imediatas e rápidas. A resposta da FEBRASGO diante das notícias sobre o aumento da incidência de dengue no início deste ano foi ágil e eficaz. A Federação mobilizou um grupo de 15 especialistas, liderado pelos professores Geraldo e Dr. Regis, que iniciaram os movimentos dentro de nossa Comissão Nacional Especializada. Todo o grupo de trabalho se dedicou a atender a essa demanda, e é importante destacar o papel fundamental do professor Luiz Feriani, presidente do Congresso, que criou as condições de espaço que permitiram a realização deste simpósio”, declarou o Dr. Geraldo Duarte.
A Dra. Roseli enfatizou ainda que a iniciativa de elaborar este Manual transcende a comunidade de ginecologistas obstetras brasileiros; trata-se de uma ação voltada para toda a sociedade, uma medida de saúde pública. “É motivo de grande orgulho testemunhar a resposta ágil da FEBRASGO e a conquista de espaço em um evento tão renomado e sério como este. Participar deste encontro é verdadeiramente gratificante, e como cidadã brasileira, sinto-me imensamente orgulhosa ao presenciar nossa prontidão. Não podemos permitir falhas na assistência, pois os custos, sobretudo em casos de morte materna, seriam demasiadamente elevados”, afirma.
Integrando o grupo de palestrantes do simpósio, a Dra. Patrícia dos Santos compartilhou sua expertise em uma palestra dedicada à abordagem pré-natal obstétrica e puerperal, enriquecendo as práticas clínicas com seu conhecimento: "É uma verdadeira honra participar da criação deste manual, fornecendo orientações essenciais aos profissionais de saúde sobre o cuidado da dengue. É imperativo que as mulheres com dengue recebam atendimento imediato, com vigilância e atenção, evitando assim a progressão para formas mais graves da doença, sendo a hidratação a base fundamental do tratamento".
Na ocasião, o presidente do congresso, Luís Alberto Ferriani, expressou sua gratidão pela presença de mais de 500 pessoas no local, considerando uma honra que pudesse colaborar para viabilizar o evento. Ele ressaltou a importância do manual da dengue, desempenhando papel vital na educação continuada. Destacou ainda a importância dos médicos estarem atentos às situações da realidade nacional e assumirem a responsabilidade nesse contexto.
Este congresso representa uma oportunidade ímpar para profissionais da saúde atualizarem-se e trocarem experiências, promovendo avanços significativos no cuidado com a saúde da mulher. A FEBRASGO reitera seu compromisso com a disseminação de conhecimento de alta qualidade e aprimoramento contínuo da prática médica.
SUS otimiza o diagnóstico do HPV com a implementação de um novo teste molecular
A testagem emerge como uma opção eficaz para prevenção e identificação precoce do câncer de colo do útero
O extermínio do câncer do colo do útero assumiu posição central na agenda de saúde pública no Brasil. Como parte das iniciativas de aprimoramento, o Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) a tecnologia de testagem molecular para detecção do vírus HPV e rastreamento do câncer do colo do útero. A formalização dessa medida ocorreu por meio da publicação da portaria no Diário Oficial da União na última sexta-feira (8), visando agilizar diagnósticos e aumentar a precisão, fundamentais para uma abordagem eficaz diante desse sério desafio de saúde.
O diretor científico da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Dr. Agnaldo Lopes, esclarece que a Organização Mundial de Saúde já preconiza a transição da citologia oncótica de Papanicolau para o teste de DNA do HPV. “O teste em questão visa identificar o vírus responsável pela grande maioria dos casos de câncer do colo do útero, o papiloma vírus humano (HPV). Sua sensibilidade é notavelmente superior tanto à citologia quanto ao exame de Papanicolau. Por essa razão, sua implementação é fundamental em qualquer país que almeje um controle eficaz do câncer cervical. Além disso, destaca-se pela facilidade de padronização, tornando-se uma opção viável e eficiente”, destacou.
O câncer de colo uterino representa um desafio significativo para a saúde pública global, e o Brasil não está imune a essa realidade. Anualmente, o país registra aproximadamente 17 mil novos casos e 7 mil mortes por câncer cervical, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A Organização Mundial de Saúde lançou a campanha "Call to Action" há algum tempo, estabelecendo três pilares fundamentais para a possibilidade de erradicação do câncer cervical em todo o mundo. Esses pilares incluem a vacinação, o rastreamento do câncer de colo uterino, bem como o tratamento de lesões precursoras como componentes cruciais.
A decisão de implementar essa estratégia em todo o País representa um benefício significativo para as mulheres. Além de ser uma tecnologia eficiente para detecção e diagnóstico precoce, ela oferece o ganho de ampliar o intervalo entre os exames. Enquanto o método atual de rastreamento, através do exame de Papanicolau, requer uma frequência trienal, aumentando para anual em caso de detecção de alguma lesão, a testagem é recomendada a cada cinco anos. Essa modificação promove uma maior adesão e simplifica o acesso ao exame.
Confira a portaria no site oficial.
A FEBRASGO apoia e defende as melhores condições de trabalho para todos os médicos ginecologistas e obstetras do Brasil que atuam nos serviços de interrupção legal da gravidez
O tema da interrupção da gravidez é sempre polêmico na esfera social e política. Na posição de Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, atuando no âmbito científico e profissional, defendendo e valorizando os especialistas, a nossa participação é sempre em prol da melhor ASSISTÊNCIA às mulheres, de acordo com as evidências científicas e preocupação ética com TODOS os nossos médicos.
O tema do abortamento legal e seguro, para evitar a mortalidade materna pelo abortamento clandestino é fundamental. A definição do que se enquadra como abortamento legal, por outro lado, é discussão profunda e representativa em cada realidade, e em cada cultura e, certamente, deve seguir os ritos democráticos, parlamentares e sociais necessários para a construção dessa definição, e esse não é o ponto deste posicionamento FEBRASGO .
O ponto de esclarecimento necessário no atual momento social é a identificação de alguns aspectos médicos e clínicos que não podem deixar de ser considerados nessa construção social.
Existem atualmente, pelo Código Penal e Supremo Tribunal Federal, três situações que justificam e permitem o abortamento legal: quando não há outro meio de salvar a vida da gestante, quando resulta de estupro ou violência sexual (com o devido consentimento da gestante ou seu representante legal) e nos casos de anencefalia.
Apesar da legislação brasileira permitir a interrupção nos casos de estupro ou violência sexual, na prática existem pouquíssimos serviços devidamente habilitados e efetivos no Brasil, e a mulher que busca o exercício do seu direito nessa condição, tem enormes dificuldades de acesso e seguimento. Essas dificuldades são majoradas por movimentos sociais por vezes extremistas, de limitar a liberdade dessas mulheres/crianças, confinando-as para que não cheguem aos serviços de interrupção legal a tempo, hoje estipulado idealmente de até 22 semanas.
E aí entra o mais polêmico item: a idade gestacional no momento da interrupção. Reste claro que, mesmo nos casos previstos por lei, o ideal para os médicos é realizar a interrupção o mais precocemente possível, de modo a minimizar o risco de complicações para a mulher, eventuais dificuldades técnicas e a questão da viabilidade fetal.
O que apresenta diferenças ferrenhas de posicionamento é o que fazer depois dessa fase, e aí se não utilizada a máxima da Medicina, “nem nunca, nem sempre”, podem ser afrontados princípios éticos inegociáveis no exercício da Medicina: a beneficência, a não-maleficência, a autonomia e a justiça.
Se por um lado não se pode banalizar do ponto de vista médico o fato de que a interrupção de uma gravidez após o limite da viabilidade fetal ser absurdamente diferente de antes de 22 semanas, por outro não se pode deixar que uma limitação fixa e inegociável de limite de idade gestacional cerceie definitivamente o exercício do direito de mulheres que se encontrem na situação de acesso aos abortos previstos em lei.
Hoje, esta manifestação da FEBRASGO quer ter o cuidado de respeitar igualmente os médicos que defendem irrestritamente o abortamento, os médicos que tem inegociáveis objeções de consciência. Mas, principalmente, quer manifestar e defender o que é o desejo de todos esses grupos e função de todos nós, no caso do abortamento legal e atualmente previsto em lei, excluídos aqui dessa discussão o outro inquietante e grave tema da interrupção voluntária da gravidez:
• Que as mulheres que assim o desejam tenham a possibilidade de exercer o seu direito de interrupção da gravidez previsto em lei, com (muitos) mais centros de referência habilitados, recursos humanos e capacitações, além da atuação social e política na prevenção e combate a todos os tipos de violência contra a mulher;
• Que os esforços da saúde e da política sejam no sentido de fornecer essa possibilidade legal o mais precocemente possível, por inúmeros motivos médicos, clínicos, assistenciais e psicológicos. Mundo ideal, até 12 semanas, boa indicação clínica: até 22 semanas e nos demais casos seja individualizado de acordo com critérios clínicos, de modo a nem impedir o exercício do direito, nem cair no conceito bioético da “ladeira escorregadia”(slippery slope) e banalizar interrupções tardias;
• Que os médicos, com nossa especial atenção, ginecologistas e obstetras que trabalham nesses serviços de referência tenham seus direitos trabalhistas e legais assegurados, num ambiente de trabalho organizado, bem estruturado, com as equipes, materiais e documentações necessárias e com o respaldo das instituições públicas para proteção e respeito das suas difíceis atividades;
• Que a sociedade, a justiça e os próprios médicos evoluam na discussão a fim de evitar equívocos e injustiças que atribuam aos profissionais de saúde responsabilidades individuais na garantia do exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher, desde a anticoncepção até os casos de interrupção legal da gravidez. Essa responsabilidade é, em última análise e em verdade, do Estado Brasileiro e não pode ser atribuída, exigida e ainda de forma muitas vezes massacrante pela própria sociedade, ao trabalho diário dos médicos e profissionais de saúde que atuam, corajosamente, na ponta, no dia a dia de frente com a população.
A FEBRASGO manifesta o seu apoio e respeito a todos os profissionais que atuam nos serviços de interrupção legal da gravidez no Brasil e acolhe e valoriza o seu esforço hercúleo diário na tentativa de defender e proteger as meninas e mulheres nessa dificílima situação.
Avanços e desafios: o que podemos comemorar e reivindicar no Dia Internacional da Mulher
Febrasgo e Feito Para Ela destacam conquistas em prol da saúde feminina e defendem a importância da informação para combater a violência contra a mulher.
Por Letícia Martins, jornalista com foco em saúde
O Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta sexta-feira 8 de março, é uma data importante para celebrar as conquistas em prol da saúde das mulheres, que, em diversos momentos da história, se uniram e ainda se unem para lutar pelos seus direitos.
Na área da saúde, diversos direitos e avanços transformaram para melhor a vida sexual, ginecológica e reprodutiva delas. “A expansão do acesso aos métodos contraceptivos, inclusive os de longa duração, nos serviços de saúde públicos e privados é um exemplo disso, pois permite que as mulheres tenham maior controle sobre sua saúde reprodutiva e planejamento familiar”, declarou a Dra. Fabiene Bernardes Castro Vale, presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Sexologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
As técnicas de reprodução assistida (TRA), como Fertilização In Vitro e Inseminação Artificial Intrauterina, também aumentaram as chances de realização do sonho da maternidade e “evoluem rapidamente, oferecendo esperança para casais e indivíduos que enfrentam desafios de infertilidade”.
Vale destacar as campanhas nacionais de rastreamento de diversas enfermidades que, se não tratadas a tempo, podem levar à morte. Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, doenças como o câncer de mama e o câncer do colo de útero têm grandes chances de cura.
Dra. Fabiene analisa que tais avanços refletem o progresso da ciência, da medicina e da tecnologia e sinalizam as mudanças culturais e sociais na forma como a sociedade compreende e valoriza a saúde e os direitos das mulheres. “É importante reconhecer que ainda há desafios a serem enfrentados para garantir que todos esses avanços sejam acessíveis de maneira equitativa a todas as mulheres, independentemente de sua localização geográfica, status socioeconômico, raça ou orientação sexual”, ressalta a médica.
Violência contra a mulher: o desafio do século
Outro grande desafio atual, reconhecido como um grave problema de saúde pública e de violação dos direitos humanos, é a violência contra a mulher, que se apresenta em diferentes aspectos e traz profundas repercussões na saúde física, emocional, sexual e ginecológica das vítimas.
Nos dois primeiros anos da pandemia (2020 e 2021), um total de 7.691 mulheres foram assassinadas no Brasil, número trágico que revela a violência brutal que ceifa mais de 10 vidas femininas a cada dia no país, de acordo com o Atlas da Violência 2023, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Além do feminicídio, as mulheres também sofrem cotidianamente com outros tipos de agressão. A cada 4 minutos, uma mulher é vítima de violência física. Por ano, ocorre cerca de 822 mil casos de estupro no Brasil, sendo 80% contra mulheres. Apenas 8,5% deles chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo sistema de saúde. “Os efeitos do abuso sexual nas vítimas são vastos e podem ser físicos, psicológicos, emocionais e sociais, afetando a qualidade de vida dessas mulheres”, acentua Dra. Fabiene.
Ações da Febrasgo para mudar esse cenário
Diante desses números preocupantes e em atenção ao Dia Internacional da Mulher, a Febrasgo inicia uma jornada de informação para disseminar conteúdos importantes sobre os diferentes tipos de violência contra a mulher, como identificá-los e como ajudar as vítimas dessas agressões.
Os conteúdos serão divulgados mensalmente nos canais da Febrasgo e da plataforma Feito Para Ela. “O primeiro passo para reduzirmos o número de casos de violência contra a mulher é divulgar informações e orientar tanto as vítimas quanto os familiares e a sociedade em geral de que a violência existe e é papel de todos combatê-la. Sem informação, não há saúde”, afirmou a Dra. Marta Finotti, coordenadora do Feito Para Ela e do Núcleo Feminino da Febrasgo.
Essas ações se somarão a outras iniciativas da entidade, como:
- Capacitação e atualização dos ginecologistas e obstetras, para que possam atender e orientar as mulheres vítimas de violência.
- Criação do Núcleo Feminino: grupo composto inicialmente por 12 médicas para, entre outros objetivos, aumentar a conscientização sobre questões de saúde das mulheres e promover políticas e iniciativas que apoiem a saúde feminina. [https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1619-no-mes-de-celebracao-do-dia-internacional-da-mulher-febrasgo-anuncia-criacao-de-nucleo-feminino]
- Parcerias com outras entidades para fortalecer a rede de informação e de apoio às mulheres vítimas de violência.
Ainda há um longo caminho a ser percorrido para que o dia 8 de março seja apenas de celebração, mas a Febrasgo está firme no compromisso de construir um presente e um futuro com mais saúde e segurança para todas as mulheres.