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FEBRASGO reunirá especialistas de todo País na 29ª Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

O evento que acontece de 9 a 11 de maio, em Salvador (BA), terá em sua programação temas importantes para a promoção da saúde da mulher brasileira 

De 9 a 11 de maio, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) tem o orgulho de anunciar a realização da 29ª Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. O evento acontecerá em Salvador (BA) e será um importante encontro regional dedicado ao avanço do conhecimento científico e práticas médicas da área.

A jornada contará com debates envolvendo uma ampla gama de temas relacionados à promoção da saúde da mulher, desde questões cotidianas no consultório ginecológico até tópicos mais complexos como violência contra mulher, “Chip da Beleza”, dengue na gestante, as necessidades e desafios da mulher transgênero, entre outros temas atuais. Também ocorrerá um Fórum elaborado junto com o Ministério da Saúde, sobre um tema extremamente relevante: Mortalidade materna da pessoa negra.  Além disso, serão discutidas estratégias para melhorar a realidade das mulheres brasileiras em diferentes contextos.

"Na FEBRASGO, nosso compromisso é incessante em unir profissionais dedicados e comprometidos com a saúde da mulher brasileira. Acreditamos que, ao unir e atualizar nossos esforços e conhecimentos, podemos verdadeiramente impactar a realidade das mulheres, proporcionando-lhes acesso irrestrito a cuidados de saúde de excelência e promovendo seu bem-estar integral, garantindo que cada mulher tenha a oportunidade de viver uma vida com mais saúde", declarou Dra. Maria Celeste, presidente da FEBRASGO.

Entre os temas destacados nas apresentações da jornada, incluem-se abordagens fundamentais para a prática médica contemporânea, desde "Como escolher o melhor anticoncepcional para cada paciente", ministrada pela palestrante Ilza Maria Urbano Monteiro, até "Como abordar a sexualidade na infância e adolescência", conduzida por Fabiene Bernardes Castro Vale.

 

Destaca-se ainda uma sessão especial sobre violência contra a mulher, coordenada por Rosires Pereira de Andrade, que incluirá palestras como "O ginecologista como agente de mudança contra a violência contra a mulher", apresentada por Marla Niag dos Santos Rocha (BA).

 

Para o Diretor Científico da FEBRASGO, Dr. Agnaldo Lopes, a 29ª Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia fortalece o compromisso da Instituição com o avanço contínuo e a excelência na formação e prática médica no Brasil, trazendo em sua programação, além do conteúdo científico extremamente rico, debates importantes da atualidade relacionados à saúde das mulheres brasileiras.  “Este ano, o evento reúne uma pluralidade de assuntos e se apresenta como uma oportunidade singular para profissionais de saúde atualizarem-se sobre os mais recentes avanços na área de ginecologia e obstetrícia, promovendo o fortalecimento do conhecimento científico e da prática médica”, finaliza.

 

 

Comissão executiva

A comissão executiva do evento será liderada pela diretoria da FEBRASGO composta por: Dra. Maria Celeste Wender, Presidente; Dr. Agnaldo Lopes, Diretor Científico; Dra. Lia Cruz, Diretora de Defesa e Valorização Profissional; Dr. Marcelo Luis, Diretor Financeiro e Dra. Roseli Nomura, Diretora Administrativa.

 

Comissão local

A comissão local será composta por: Dra. Claudia Margaret Smith, Presidente da SOGIBA e Dr. Carlos Augusto Pires Costa Lino, VP Nordeste da FEBRASGO.

 

Comissão de trabalhos científicos

A comissão de trabalhos científicos será composta por: Dr. Lucas Schreiner, membro da Comissão Nacional de Uroginecologia da FEBRASGO, Dra. Zsuzsanna Ilona, Assessora da Diretoria Científica da FEBRASGO, Dra. Silvia Regina Piza, Membro da Comissão Nacional do TEGO da FEBRASGO e Dr. Gabriel Costa, Vice-presidente da Comissão Nacional de Urgências Obstétricas.

 

Serviço do Evento:

 

Evento: 29ª Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

Data: 9 a 11 de maio de 2024

Local: Salvador (BA) - Brasil

Centro de Convenções de Salvador

Av. Octávio Mangabeira, 5.490

 

Para mais informações e inscrições, visite: https://jbgo2024.com.br/

Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose: 6 mitos e verdades sobre a doença

No Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose, 7 de maio, a Comissão Nacional de Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) faz um alerta sobre a doença que afeta 1 em cada 10 brasileiras. O Dr. Ricardo Quintairos, ginecologista e presidente da Comissão, destaca que a endometriose é uma condição caracterizada pela presença do tecido que reveste o útero (endométrio) fora do seu local habitual: os implantes de tecido podem ser encontrados nos ovários, bexiga, intestino e até no sistema respiratório.

A condição, que muitas vezes é silenciosa e também se confunde com outras doenças ginecológicas, causa uma série de dúvidas entre as mulheres. Por isso, o especialista esclarece mitos e verdades relacionados ao tema.

 

  1.  A endometriose não tem cura

Verdade. A  endometriose é uma condição crônica, ou seja, persistirá ao longo da vida da mulher. Embora comprometa o sistema reprodutor feminino, pode ser gerenciada por meio de diversos tratamentos. Portanto, é essencial que a mulher mantenha consultas regulares com o médico, relate todos os sintomas e siga as orientações recomendadas. Desta maneira, é possível alcançar uma melhor qualidade de vida e minimizar os desconfortos causados pela doença.

 

  1. A prática de exercícios físicos pode contribuir para aliviar os sintomas da endometriose.

Verdade. Incorporar exercícios físicos pode, de fato, complementar os tratamentos para aliviar os sintomas da endometriose. Isso ocorre porque as atividades físicas, especialmente as aeróbicas, promovem a liberação de endorfinas e ajudam a regular a produção excessiva de estrógeno, o hormônio associado à doença. Além disso, os exercícios também contribuem para fortalecer o sistema imunológico, o que é fundamental para prevenir complicações e melhorar o processo de recuperação.

  1. Infertilidade é sinal de endometriose.

Mito. É verdade que a infertilidade é um dos sinais mais comuns da endometriose. No entanto, isso não é uma regra absoluta. Algumas pessoas que sofrem com a doença não experimentam problemas de fertilidade. A gravidade dessa infertilidade pode variar dependendo da extensão e das características da doença endometriótica. É fundamental destacar que existem tratamentos e métodos eficazes disponíveis que possibilitam às pessoas com endometriose a chance de engravidar e ter filhos saudáveis.

      4. A endometriose pode impactar diferentes órgãos do corpo.

Verdade. Embora a endometriose não seja uma condição que se propaga, pode impactar vários órgãos. Sendo mais comum na cavidade pélvica, pode se manifestar também em outros órgãos situados nas cavidades abdominal e torácica. É importante destacar que existem diferentes tipos de endometriose, classificados de acordo com a localização das lesões, bem como o grau de comprometimento dos órgãos afetados e sua profundidade.

  1. A doença tem prevenção.

Mito. Infelizmente, ainda não há formas conhecidas de prevenção primária da endometriose, pois sua causa ainda não é totalmente compreendida. No entanto, é possível adotar medidas de prevenção secundária. Uma abordagem eficaz de prevenção secundária é agir precocemente, especialmente em jovens que apresentam suspeita de desenvolver a condição. Uma estratégia fundamental é suprimir a menstruação, evitando assim a estimulação hormonal, que contribui para o crescimento das lesões endometrióticas. Ao inibir a menstruação, é possível reduzir a produção de estrogênio, o que pode retardar o avanço da doença. Embora não seja possível interromper completamente o seu desenvolvimento, essa abordagem pode proporcionar uma evolução mais lenta da endometriose, possibilitando uma vida reprodutiva mais saudável.

  1. A mulher com endometriose engorda com mais facilidade.

Mito. O ganho de peso é complexo e multifatorial. A ansiedade e o estresse decorrentes das dores e da redução da qualidade de vida podem contribuir para a falta de atividade física e uma dieta inadequada, o que, em pessoas predispostas, pode resultar em obesidade. O uso de medicações hormonais para o tratamento da endometriose pode contribuir, embora geralmente não seja significativo. A adoção de uma dieta anti-inflamatória e a prática regular de atividade física são pilares no tratamento da endometriose e, ao mesmo tempo, ajudam a combater o ganho de peso.

 

 

Dor Pélvica pode ser indicativo de doenças ginecológicas, alertam especialistas

Sintomas podem ser indicativos de endometriose, adenomiose, miomas uterinos e outras condições

 

Maio é o Mês de Conscientização da Dor Pélvica, uma iniciativa destinada a oferecer esclarecimentos sobre essa condição que impacta milhares de mulheres em todas as faixas etárias. Por muito tempo, dores pélvicas, incluindo cólicas menstruais intensas, foram vistas como algo comum entre as mulheres. No entanto, esses sintomas podem ser indicativos de doenças ginecológicas, tais como endometriose, adenomiose, miomas uterinos e outras condições.

 

A Dra. Marcia Mendonça, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esclarece que a dor pélvica pode ser classificada em dois tipos: aguda e crônica. A dor pélvica aguda é localizada na região abaixo do umbigo e tem uma duração de 1 a 5 dias, enquanto a dor pélvica crônica (DPC) apresenta a mesma localização, porém persiste por um período prolongado, em geral superior a  6 meses.

 

A especialista explica que existem diversos fatores que podem estar relacionados à causa da dor. A dor aguda pode estar ligada a processos infecciosos ou inflamatórios, como a doença inflamatória pélvica, infecções cervicais, cólicas ou dor ovulatória. Já a dor crônica pode ter diversas origens, tanto ginecológicas quanto não ginecológicas. “Entre as causas ginecológicas, destacam-se a endometriose, as dores relacionadas ao útero, como a dismenorreia, e miomas uterinos. Quanto às causas não ginecológicas, incluem-se a constipação intestinal crônica, alterações intestinais e esqueléticas", destaca a médica.

 

Causas

A dor pélvica é frequentemente associada ao ciclo menstrual ou a problemas ginecológicos comuns. No entanto, diversos distúrbios urinários e gastrointestinais podem levar à dor pélvica e abdominal, tais como a infecção urinária, pielonefrite e apendicite.

Esses distúrbios podem ser classificados em:

  • Distúrbios ginecológicos, que afetam os órgãos reprodutores (vagina, colo do útero, útero, trompas de Falópio e ovários).
  • Distúrbios que impactam outros órgãos pélvicos, como a bexiga, a parte inferior dos ureteres, a uretra, o reto, o apêndice ou o assoalho pélvico (músculos, ligamentos e tecidos que sustentam os órgãos pélvicos).
  • Distúrbios que afetam estruturas próximas à pelve, mas fora dela, como a parede abdominal, o intestino, os rins ou a parte superior dos ureteres.

 

Outras Doenças

 

A médica da FEBRASGO enfatiza que a endometriose é uma causa significativa de dor pélvica crônica (DPC), podendo estar presente em até 40% dos casos. É crucial salientar que, quando uma mulher apresenta dor pélvica crônica, a avaliação médica completa é essencial.  Não podemos esquecer que existem diversos fatores associados à dor, como alterações músculo-esqueléticas, problemas relacionados ao assoalho pélvico, doença miofascial, alterações urinárias, constipação intestinal e síndrome do intestino irritável, os quais precisam ser considerados para um diagnóstico diferencial adequado.

 

O tratamento da endometriose é amplo e deve envolver uma equipe multidisciplinar, visto que é uma condição benigna associada à dor e à infertilidade. Pode-se usar  medicamentos para controlar a dor e suspender os ciclos menstruais naquelas que não desejam engravidar. Além disso, é preciso incluir fisioterapia, atividade física, ajustes na dieta e outras medidas, como acupuntura. A cirurgia está indicada em casos selecionados e deve ser realizada por profissionais com expertise no tratamento da doença. Em caso de infertilidade, as técnicas de reprodução assistida como a fertilização in vitro (FIV) são a melhor opção. Em qualquer  situação , o foco é a melhoria da qualidade de vida da mulher.

 

Prevenção

 

De acordo com a Dra. Marcia Mendonça, a prevenção da DPC pode ser difícil, pois doenças como a endometriose não são passíveis de prevenção. No entanto, a adoção de medidas de saúde em geral, como manter uma dieta equilibrada, praticar atividade física e ingerir alimentos ricos em fibras e não inflamatórios podem melhorar o funcionamento do intestino e promover uma boa saúde geral. “Quando uma mulher apresenta dor, especialmente aquela que compromete sua qualidade de vida, é fundamental que ela seja avaliada clinicamente por um médico, com a realização de exames e eventualmente procedimentos complementares, que serão definidos após a consulta médica”, explica a especialista. “Entre os exames comumente solicitados estão ultrassonografia ou, em alguns casos, uma ressonância magnética”, conclui.

 

 

 

 

Dia Nacional da Mulher: Conheça os principais cuidados no climatério

O Dia Nacional da Mulher é celebrado anualmente em 30 de abril no Brasil, sendo uma ocasião importante para promover a igualdade de gênero e os direitos das mulheres na sociedade. Neste contexto, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) ressalta a importância do atendimento à mulher durante o período da menopausa, destacando a necessidade de cuidados específicos e apoio médico adequado para essa fase da vida feminina.

 

A Dra. Lucia Helena, presidente da Comissão de Climatério da FEBRASGO, ressalta que os cuidados ao longo da vida são essenciais, mas neste momento devem receber uma atenção especial. A médica recomenda uma boa alimentação, com o consumo de alimentos ricos em cálcio, que é muito importante nessa fase da vida para a elevação da qualidade óssea, controlar o peso, evitar o ganho de peso, e evitar o tabagismo. Praticar atividade física também é fundamental para a saúde de um modo geral e colher benefícios para um envelhecimento saudável no futuro. “Conversar sempre com o ginecologista é essencial, pois cada mulher pode ter necessidades específicas dependendo da condição de saúde que ela tem. Mas tudo o que ela pode fazer para passar por esse momento de uma forma mais saudável e também ter saúde para ter uma boa fase de envelhecimento, é o que recomendamos”, afirmou.

 

Segundo a especialista, não há uma idade precisa ou um momento definido que seja igual para todas as mulheres quando se trata da menopausa. A partir dos 40 anos, no entanto, muitas mulheres podem começar a experimentar alterações em seus ciclos menstruais. Isso pode se manifestar como irregularidade menstrual, com períodos que falham em chegar regularmente todos os meses. Além disso, algumas mulheres podem começar a experimentar sintomas como ondas de calor, distúrbios do sono e irritabilidade, que são comuns durante a transição para a menopausa. Esses sintomas podem ocorrer antes de completar um ano sem menstruação, o que é considerado o marco oficial da menopausa.

 

É possível atravessar a menopausa sem sintomas perceptíveis?

 

A Dra. Lucia enfatiza que a menopausa marca a cessação da menstruação, ocorrendo quando uma mulher passa 12 meses sem menstruar. Embora a média de ocorrência seja aos 50 anos, é comum começarem a ocorrer alterações antes dessa idade.No entanto, é importante notar que cerca de 80% das mulheres experimentam algum tipo de sintoma durante essa fase, e a intensidade desses sintomas pode variar significativamente de uma mulher para outra. “Nem todas as mulheres precisam necessariamente procurar tratamento médico ou tomar medicamentos, pois a intensidade dos sintomas pode ser leve para algumas e mais intensa para outras”, frisou a médica.

 

Sintomas

 

Em relação aos sintomas da menopausa, há uma grande variedade. Entre os sintomas físicos, um dos mais incômodos e frequentemente relatados pelas mulheres é o fenômeno das ondas de calor. Essas ondas de calor consistem em uma sensação súbita de calor que afeta principalmente a parte superior do corpo, como o rosto e o pescoço, acompanhada por transpiração e, por vezes, palpitações e taquicardia. As sensações podem ser bastante desconfortáveis ​​e geralmente motivam as mulheres a procurar ajuda médica. Além das ondas de calor, as alterações de sono, como insônia, e as alterações psicológicas, como irritabilidade e alterações de humor, também são comuns durante a menopausa.

 

Terapia Hormonal

 

Não é necessário que toda mulher faça terapia de reposição hormonal, mas aquelas que experimentam sintomas da menopausa e acham que esses sintomas estão afetando significativamente sua qualidade de vida são aconselhadas a considerar a terapia de reposição hormonal. “Essa terapia pode ajudar a aliviar os sintomas desconfortáveis da menopausa. É importante ressaltar que nem todas as mulheres experimentam sintomas, como mencionado anteriormente”, destacou a especialista.

 

Toda mulher deve fazer reposição hormonal?

 

Fazer reposição hormonal está indicado para mulheres que passam por uma condição conhecida como menopausa precoce, onde a menopausa ocorre antes dos 40 anos. Mesmo que essas mulheres não apresentem sintomas, como no caso de uma paciente que teve o útero e os ovários removidos por cirurgia aos 35 anos, é importante considerar a reposição hormonal até por volta dos 50 anos, quando a menopausa naturalmente ocorreria. Isso porque a ausência desses hormônios pode levar a uma série de consequências negativas a longo prazo. Para essas mulheres com menopausa precoce, a reposição hormonal é recomendada, mesmo na ausência de sintomas.

Em outras situações, a reposição hormonal é realizada para aliviar os sintomas da menopausa, e também sabemos que traz benefícios adicionais, como a prevenção da osteoporose e a redução do risco de doenças cardiovasculares. “Embora esses benefícios não sejam necessariamente percebidos de imediato, são importantes a longo prazo para a saúde da mulher”, finaliza Dr. Lucia.

 

Nota de Falecimento

É com profundo pesar que a diretoria da FEBRASGO comunica o falecimento de seu sócio, Dr. Cesar Pereira Lima, ocorrido em Porto Alegre no dia 26/04/2024. Cesar Pereira Lima foi um brilhante professor de Ginecologia e Obstetrícia das Faculdades de Medicina da PUC-RS e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Presidiu a SOGIRGS entre 1991 e 1994 e foi Vice-Presidente da Região Sul da FEBRASGO entre 1998 e 2001. Cesar Pereira Lima teve intensa atuação associativa na SOGIRGS e na FEBRASGO, constituindo-se uma das grandes lideranças da nossa entidade.

Hipertensão arterial e os impactos significativos na saúde da mulher em diferentes fases da vida

FEBRASGO faz um alerta sobre a doença que pode permanecer silenciosa e sem sintomas evidentes

 

Em 26 de abril, destacamos a importância de enfrentar uma das principais ameaças à saúde cardiovascular: a hipertensão arterial. Este é um momento fundamental para conscientizar sobre a vital importância de reconhecer e tratar essa condição, que afeta aproximadamente 30% da população brasileira, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A doença pode permanecer silenciosa, sem manifestar sintomas evidentes em muitos casos.

 

A Dra. Gabriela Pravatta, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esclarece que a hipertensão arterial é uma condição bastante comum, com impactos significativos na saúde da mulher em diferentes fases da vida. “Durante o período reprodutivo, conhecido como menacme, a hipertensão arterial representa uma contraindicação relativa ao uso de certos métodos contraceptivos, especialmente aqueles que contêm estrogênio, devido ao potencial de aumento do risco de picos de pressão e eventos tromboembólicos. Além disso, a hipertensão pode estar relacionada a condições como a Síndrome dos Ovários Policísticos, uma das endocrinopatias mais comuns em mulheres durante o menacme”, afirmou a ginecologista.

 

Na menopausa, a hipertensão pode surgir ou se agravar devido às mudanças nos níveis hormonais, especialmente à diminuição do estrogênio, que possui efeito vasoprotetor. Mulheres com hipertensão podem enfrentar uma menopausa mais sintomática ou apresentar um aumento do risco cardiovascular durante essa fase. Ao longo da vida, as mulheres hipertensas têm um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares em geral.

  

“Existem várias medidas que as mulheres podem adotar para melhorar o controle da pressão arterial e reduzir os riscos associados. Uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, e com restrição de sódio, gorduras saturadas e colesterol, é especialmente recomendada. Inclusive, há uma dieta específica para pessoas hipertensas, conhecida como DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension). Além disso, a prática regular de atividade física pode contribuir significativamente para o controle da pressão arterial”, enfatizou a Dra. Gabriela.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. Outras medidas não farmacológicas importantes incluem parar de fumar, reduzir ou eliminar o consumo de álcool e monitorar regularmente a pressão arterial, tanto em casa quanto durante consultas médicas.

 

Hipertensão Gestacional

 

A Dra. Joeline Cerqueira, membro da Comissão de Pré-natal da FEBRASGO, alerta que a doença é uma das principais causas de mortalidade materna. “A condição tem alto índice de internações, principalmente no SUS, representando risco em todas as esferas para mãe e para o feto. A medida da pressão arterial deve ser feita em todas as consultas, independentemente de ter sintomas ou não", frisa a médica.

 

Sintomas

 

A Dra. Gabriela explica que os sintomas mais frequentes são dores de cabeça, especialmente quando severas e persistentes, tontura, alterações visuais como visão turva ou embaçada, palpitações e fadiga. Devido à natureza inespecífica dos sintomas e à possibilidade de o quadro ser assintomático, o monitoramento da pressão arterial é fundamental para identificar a hipertensão. Portanto, é recomendado que a pressão arterial seja aferida pelo menos duas vezes ao dia. É importante que a pessoa esteja sentada e relaxada por pelo menos 5 minutos antes de realizar a medição, e que tente medir a pressão arterial sempre nas mesmas condições para obter resultados consistentes. É aconselhável anotar os valores pressóricos obtidos e levá-los ao médico para interpretação dos resultados.

 

Tratamento

 

A hipertensão arterial tem tratamento, que deve ser realizado de forma individualizada. Em algumas situações, medidas não farmacológicas isoladas podem ser adotadas, tais como controle da dieta, perda de peso e prática de exercícios regulares. Em outros casos, o uso de medicamentos é necessário, podendo incluir diuréticos, betabloqueadores, inibidores do canal de cálcio ou outras classes farmacológicas, dependendo de cada situação específica.

 

 Hipertensão arterial e o Ciclo Menstrual

 

A hipertensão arterial pode afetar o ciclo menstrual e a saúde relacionada à menstruação de várias maneiras, mesmo que não seja tão evidente quanto outras complicações de saúde. Alguns efeitos possíveis incluem:

  • Alterações hormonais: A hipertensão pode causar desequilíbrios hormonais que afetam o ciclo menstrual, como na síndrome do ovário policístico.
  • Uso de medicamentos: Alguns medicamentos para hipertensão podem ter efeitos colaterais que influenciam o ciclo menstrual, como os betabloqueadores.
  • Estresse e saúde vascular: A hipertensão está ligada ao estresse, que pode afetar os hormônios reguladores do ciclo menstrual, além de comprometer a saúde vascular, afetando a circulação sanguínea em órgãos reprodutivos.
  • Impacto na fertilidade: A hipertensão pode afetar a saúde dos vasos sanguíneos no útero, prejudicando a fertilidade.
  • Menopausa precoce: Mulheres com hipertensão podem ter maior probabilidade de entrar na menopausa mais cedo, aumentando o risco de outras condições de saúde.

“É importante que mulheres com hipertensão conversem com seus médicos sobre essas questões, para receber orientações personalizadas sobre o manejo da hipertensão e seus efeitos na saúde reprodutiva. Um controle eficaz da pressão arterial e uma abordagem holística para a saúde geral podem ajudar a minimizar esses impactos”, ressalta a Dra. Gabriela.

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