Passo a passo para se associar

Confira abaixo os valores da anuidade de 2024 e contatos da sua Federada, clicando no link do Estado correspondente.


AGOAP - Associação de Ginecologia e Obstetrícia Do Amapá
Contato:ledagfarias@uol.com.br
96 98114-8132


ASSAGO - Associação Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia
Contato:
(92) 3307-7703
assago2017@gmail.com


SOGIBA - Associação de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia
Contato:
(71) 3351-5907 / 3353-6518 / WhatsApp: (71) 98622 3664
sogiba@sogiba.com.br/ sogiba2@hotmail.com


SOCEGO - Associação Cearense de Ginecologia e Obstetrícia
Contato:
(85) 3244-2423 | 99987-5840 / 99961-4350
socego@socego.com.br


SOGOES - Associação de Ginecologistas e Obstetras do Espírito Santo
Contato:
Fixos: 27 3325-1765 / 3227-4468 Celular: 27 98806-4468 (WhatsApp)
sogoes@sogoes.com.br; eventos@sogoes.com.br; sogoes.mail@gmail.com


SGGO - Associação Goiana de Ginecologia e Obstetrícia
Contato:
(62) 3285-4607 | 99902-9038
ginecologia@sggo.com.br


SOGIMA - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Maranhão
Contato:
(98) 3221-2931 /(98) 3227-0856 Ramal 216
sogima2009@yahoo.com.br


SOMAGO - Associação Mato-Grossense de Ginecologia e Obstetrícia
Contato:
(65) 3322-6146
somago@terra.com.br


SOGOMAT-SUL - Associação de Ginecologia e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul
Contato:
(67) 3321-8209 e 98404-7127
sulsogomat@gmail.com


SOGIMIG - Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais
Contato:
(31) 3222-6599 / 3274-2452
sogimig@sogimig.org.br


APGO - Associação Paraense de Ginecologia e Obstetrícia
Contato:
(91) 3249-3888
secretaria_apgo@yahoo.com.br


SOGOPA - Associação de Ginecologia e Obstetrícia da Paraíba
Contato:
(83) 99961-4091
sogopapb@yahoo.com.br


SOGIPA - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná
Contato:
(41) 3232-2535
sogipa2002@terra.com.br


SOGOPE - Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco
Contato:
(81) 3097-2011 | 98206-7003
secretaria@sogope.com.br


SOPIGO - Associação Piauiense de Ginecologia e Obstetrícia
Contato:
(86) 3223-6252
sopigo.pi@hotmail.com


SGORJ - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro
Contato:
21-2285-0892 / 21-2265-1525 / Whatsapp: 21-98691-2833
sgorj@sgorj.org.br


SOGORN - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte
Contato:
(84) 3222-7415 / 3221-5523 /3222-7415
sogorn@sogorn.com.br


SOGIRGS - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Sul
Contato:
(51) 3339-3609 e (51) 3339-6494 / Whatsapp: (51) 99857-4410
sogirgs@sogirgs.org.br


ASSOGIRO - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Rondônia
Contato:
(69) 99263-8199
contato@assogiro.org.br
presidente@assogiro.org.br


ASGORR - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de Roraima
Contato:
(95) 3623-0431
Email: asgorr2016@gmail.com


SOGISC - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina
Contato:
(48) 3231-0318 / (48)99157-9438
secretaria@sogisc.org.br


SOGESP - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo
Contato:
Telefone fixo: (11) 3884-7100 / Whatsapp: (11) 97681-0698 / (11) 95667-8753
contato@sogesp.org.br


SOGISE - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Sergipe
Contato:
(79) 3211-0976 | 99901-7038
sogise@sogise.com.br


SOGITO - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Tocantins
Contato:
(63) 3225-5396 / 99241-2228
sogito@sogito.org.br


SGOB - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal
Contato:
(61) 3245-4530 / (61) 99622-2865
sgob@sgob.org.br
Caso tenha alguma dúvida, por favor entre em contato no e-mail: associados@febrasgo.org.br
Assessoria de Relações Institucionais

Dr. Rui Alberto Ferriani
Professor Titular ginecologia e Obstetricia USP Ribeirao Preto Chefe Setor Reprodução Humana Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto Membro CNE FEBRASGO Reprodução Humana "
Joinville será líder no tratamento de emergências hipertensivas durante a gravidez
A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Joinville promoveu um evento entre os dias 4 e 6 de junho, sediado na Univille, que marcou um importante avanço na capacitação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em "Emergências Hipertensivas na Gravidez". O evento reuniu mais de 150 profissionais de saúde de Joinville e região e contou com a presença de palestrantes renomados de vários estados, que fazem parte da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Hipertensão na Gravidez da Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG).
Entre eles, destacam-se os membros da CNE, Dr. Sérgio Martins Costa, Dr. Henri Korkes, Dra Maria Laura Costa do Nascimento, Dr Mario Dias Correa e também o Dr. Giorgio Tondello e José Paulo Guida, membros da RBEHG.
O treinamento iniciou na atenção secundária (atendimentos de urgência e emergência) e, em seguida, será implementado também na atenção primária (Unidades Básicas de Saúde da Família) previsto para outubro ou novembro deste ano. O Dr. Giorgio Tondello ressalta, o Sulfato de Magnésio e a hidralazina ou nifedipina são utilizados em pacientes com pré-eclâmpsia com sinais de gravidade, como crise hipertensiva e sinais de iminência de eclâmpsia, e em gestantes que apresentaram quadro de eclâmpsia.
“Os profissionais de saúde foram capacitados por meio de um programa de treinamento em Urgências e Emergências Hipertensivas na Gravidez, conduzido por uma equipe de médicos obstetras membros da RBEHG. O programa inclui aulas teóricas abrangentes sobre o tema, seguidas de simulações práticas envolvendo cenários de urgências e emergências hipertensivas na gravidez. Após as simulações, se fez uma discussão para revisar os pontos destacados durante as atividades práticas, e cada gestor ou coordenador recebeu um banner e materiais educativos para orientar a prática das equipes em seus respectivos locais”, disse o Dr.Giorgio.
Todas as unidades de atenção secundária e o SAMU já possuem sulfato de magnésio na concentração de 10%. Foi solicitada a inclusão da apresentação de sulfato de magnésio a 50%, hidralazina e nifedipina, para padronizar o fluxo e o atendimento às gestantes.
"O sulfato de magnésio previne novas convulsões na paciente e é altamente seguro. Joinville será pioneira no Brasil ao adotá-lo como tratamento imediato na rede básica de saúde, local onde habitualmente as pacientes com eclâmpsia recebem o primeiro atendimento. No país, mais de 500 mortes por ano são registradas devido a crises de hipertensão na gravidez, as quais poderiam ser evitadas", ressaltou o Dr. Sergio.Dia Nacional da Imunização: FEBRASGO ressalta a importância da atualização do calendário da mulher em fase adulta
Em 9 de junho, celebramos o Dia Nacional da Imunização, um momento que destaca a importância crucial das vacinas na prevenção de doenças imunopreveníveis. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) alerta que a proteção proporcionada pelas vacinas não se restringe apenas a crianças e idosos. É fundamental destacar que ao longo da vida adulta, as mulheres também necessitam de atenção especial, pois certas imunizações desempenham um papel crucial na prevenção de doenças infecciosas e suas complicações.
A Doutora Susana Aidé, presidente da Comissão Nacional Especializada de vacinas da FEBRASGO, explica que quando falamos de mulher adulta, nos referimos a idade entre 20 e 59 anos de idade, portanto, um período extenso da vida da mulher em que haverá indicações mais específicas a depender da idade e situação em dado momento de vida da mulher adulta. “Vacinas são importantes instrumentos de prevenção e devem fazer parte do planejamento de saúde de todos, mulheres e homens, do nascimento à terceira idade. Entretanto, há algumas condições associadas ao gênero feminino que fazem com que haja um planejamento diferenciado”, frisou a médica.
“As vacinas direcionadas às mulheres adultas gestantes incluem a hepatite B, a tríplice bacteriana acelular do adulto (dTpa) - para difteria, tétano e coqueluche (a partir da 20ª semana de gestação até 45 dias após o parto), a vacina contra influenza e a vacina contra a Covid-19. Algumas outras vacinas são recomendadas em situações especiais, enquanto outras são contra indicadas, especialmente aquelas que contêm vírus vivos atenuados”, destacou a Dra. Susana.
Para as mulheres adultas, são recomendadas as seguintes vacinas: Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa ou dTpa-VIP), Dupla adulto (dT), Influenza (gripe), Pneumocócicas, Herpes zóster, Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), Hepatites A, B ou A e B, Papilomavírus humano (HPV), Varicela (catapora), Meningocócicas conjugadas ACWY ou C, Meningocócica B, Febre amarela, Dengue e Covid-19. Algumas vacinas podem ser especialmente recomendadas para pacientes com comorbidades ou em outras situações especiais, portanto, é importante consultar os calendários de vacinação para esses casos específicos.
A especialista da FEBRASGO ressalta a importância de as mulheres garantirem que estejam atualizadas com todas as vacinas recomendadas para sua faixa etária. Ela destaca que a vacinação da mulher adulta antes da concepção permite a atualização do calendário vacinal e prepara a mulher para uma gravidez sem riscos de infecções imunopreveníveis para ela e seu futuro filho. Algumas infecções maternas durante a gestação têm um potencial significativo de afetar o feto, podendo resultar em aborto, morte fetal, malformações congênitas, atraso de crescimento intrauterino, entre outros problemas. É importante observar que as vacinas de vírus vivo atenuado são contraindicadas durante a gestação, como é o caso da rubéola.
“A mulher adulta pode ser suscetível a doenças infecciosas por diversos motivos, tais como: ter evitado a infecção natural; não ter recebido vacinas atualmente recomendadas, já que muitas delas não estavam disponíveis há 10-15 anos; ter perdido a imunidade após ter tido a doença, pois algumas delas não conferem imunidade permanente, como é o caso da difteria, tétano e coqueluche; ter perdido a imunidade apesar de ter sido vacinada, pois algumas vacinas requerem reforços ao longo da vida; ter recebido um esquema vacinal incompleto”, salientou.
Portanto, a mulher adulta deverá estar em dia com as recomendações de calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim) e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Vale ressaltar que o papel do médico na vigilância e na prevenção das doenças infecciosas é muito importante. Em especial o ginecologista/obstetra, que acompanha a mulher desde a adolescência até a terceira idade, deve ter conhecimentos acerca do tema e passar informações corretas, de forma segura e convincente sobre a percepção de risco das doenças, os benefícios das vacinas na prevenção das doenças e suas formas graves, além de informações sobre a segurança das diversas vacinas comprovada pelas pesquisas científicas. A prescrição é um ato médico e deve ser exercida a cada mulher, a cada consulta.
Brasil implementa dose única na vacinação contra o HPV
O Ministério da Saúde divulgou que a vacina contra o HPV, um vírus associado a mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero, será administrada em dose única no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A orientação é direcionada a um grupo específico: crianças e adolescentes com idades entre 9 e 14 anos com regaste até 19 anos. Para os demais grupos (pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente, imunossuprimidos e vítimas de violência sexual), mantem se as recomendações vigentes.
A Doutora Susana Aidé, presidente da Comissão de Vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), ressalta que essa indicação se baseia nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), as quais são fundamentadas em estudos que demonstram a imunogenicidade em pessoas de 9 a 20 anos de idade que não possuem imunossupressão com uma única dose. Comparável a duas ou três doses em países que possuem alta cobertura vacinal.
Este ano marca o décimo aniversário do Programa Nacional de Imunizações, que introduziu a vacinação gratuita contra o HPV. “Ao longo desses 10 anos, não observamos a redução esperada no câncer de colo do útero. Uma das razões é a falta de uma cobertura vacinal alta, acima de 90%. Assim, o objetivo da redução de doses é aumentar a adesão à vacinação.Isso possibilitará alcançar uma parcela maior da população na faixa etária de 9 a 14 anos, com oportunidade de resgate até os 19 anos, 11 meses e 29 dias, para completar o esquema vacinal com uma única dose”, destaca a médica.
A FEBRASGO está empenhada em promover melhorias na cobertura vacinal, elaborando um documento chamado Febrasgo Position Statement. Este documento é o resultado das discussões realizadas no fórum e grupo de especialistas em vacinação, incluindo a Comissão Nacional de Vacinas da Febrasgo, que se reuniram em outubro do ano passado. Durante esse fórum, foi discutida a possibilidade de manter duas doses da vacina, provavelmente para a faixa etária de 9 a 19 anos e 11 meses e 29 dias. Essa orientação visa à saúde individual, mantendo duas doses nesse intervalo de idade.
Junho Laranja: FEBRASGO faz um alerta para os impactos da anemia não tratada para a saúde da mulher
No mês de conscientização, saiba mais sobre a doença que prejudica o desempenho físico e intelectual do público feminino
Junho Laranja é o mês de conscientização sobre anemia e leucemia, duas doenças importantes do sangue - a primeira se trata da queda de glóbulos vermelhos e a segunda se refere a um câncer da célula de sangue. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 29% das mulheres em fase adulta têm anemia, que pode ser causada pela deficiência de ferro. Diante deste cenário, a Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) faz um alerta sobre os impactos para a saúde da mulher de uma anemia não tratada.
A presidente da Comissão Tromboembolismo Venoso e Hemorragia na Mulher da FEBRASGO, Dra. Venina Barros, explica que a anemia no caso das mulheres pode ocorrer por sangramentos uterinos anormais, especialmente durante o período menstrual. “É crucial que diante de qualquer sangramento uterino fora do padrão, a consulta com um ginecologista seja prioritária para investigar a causa”, reforça.
Entre os sintomas mais comuns de anemia entre as mulheres estão o cansaço, a indisposição e a fraqueza. Quando a anemia é aguda, decorrente de um sangramento significativo, pode apresentar taquicardia, queda de pressão arterial, desmaio e até mesmo alteração da memória.
O hemograma completo é o exame de triagem para anemia. Valores de hemoglobina abaixo de 12mg/dl em mulheres não gestantes e abaixo de 11mg/dl em gestantes já indicam anemia. Outros exames, como ferritina, saturação de transferrina e ferro sérico, confirmaram se é uma anemia por deficiência de ferro. “Existem vários tipos de anemia, mas a anemia por deficiência de ferro é a mais comum”, destaca a médica.
Prevenção
Na adolescência, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a prevenção da anemia por meio da reposição de ferro elementar, que consiste em 40mg por dia durante 2 meses ao longo do ano, ou a ingestão de 1 comprimido por dia durante o período menstrual.
“Para gestantes, é essencial suplementar ferro durante toda a gravidez devido às altas demandas do feto. Além disso, é recomendado pela FEBRASGO e pela Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo realizar um hemograma completo e avaliar os níveis de ferritina em cada trimestre da gravidez para garantir a saúde materna e fetal”, alerta a Dra. Venina.
A dieta balanceada pode ser uma grande aliada na prevenção da doença e deve incluir alimentos ricos em ferro, como carne vermelha, feijão, outros legumes, gema de ovo e vegetais de folhas escuras, como couve e brócolis. Miúdos, como bife de fígado, também são fontes importantes de ferro. Além disso, é recomendado consumir alimentos ricos em vitamina C durante as refeições para auxiliar na absorção do ferro, como laranja, limonada e abacaxi. No entanto, é importante notar que alimentos lácteos, ricos em cálcio, podem prejudicar a absorção do ferro da dieta. Mulheres vegetarianas e veganas devem garantir uma dieta balanceada para garantir a ingestão adequada de ferro.
Complicações por falta de tratamento
A anemia não tratada prejudica o desempenho físico e intelectual das mulheres, além de poder levar a uma queda na imunidade, tornando-as mais suscetíveis a infecções. “Em casos mais graves, podem ocorrer complicações cardíacas e desmaios. Além disso, uma anemia severa pode exigir transfusão de sangue. No pós-parto, a anemia não tratada pode precipitar quadros de depressão e redução na produção de leite. Gestantes com anemia por deficiência de ferro podem experimentar um nível significativo de fadiga, o que dificulta os cuidados com o recém-nascido”, conclui a ginecologista.
Mortes maternas entre mulheres negras representa mais que o dobro de mulheres brancas no Brasil
No Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, 28 de maio, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reforça a importância do olhar para a saúde da mulher negra no Brasil, cuja a taxa de mortalidade materna é superior a de mulheres brancas em mais que o dobro de acordo com o relatório submetido pela Anistia Internacional à ONU, com base em dados do Ministério da Saúde de 2022.
Para o presidente da Comissão Especializada em Perinatologia da FEBRASGO, Dr. Conrado Coutinho, os principais fatores que contribuem para as maiores taxas de mortalidade materna entre as mulheres negras estão no contexto de desigualdade socioeconômica e as particularidades decorrentes do racismo estrutural, ainda presente no País. Ele explica que, de forma geral, as mulheres pardas e negras tendem a residir em áreas com menor poder econômico e em localidades mais remotas, onde o acesso aos serviços de saúde costuma ser mais limitado.
No âmbito dos cuidados obstétricos, em comparação com outros grupos, elas têm taxas mais elevadas de internação para atenção ao aborto, são geralmente mais jovens, têm menor nível de escolaridade, menor participação no mercado de trabalho remunerado, maior probabilidade de estar em situação conjugal sem parceiro, maior número de gestações e maior incidência de complicações hipertensivas. “É importante ressaltar que essas disparidades não podem ser atribuídas à cor da pele, mas sim às diferenças socioeconômicas entre os grupos", disse o especialista.
Do ponto de vista pré-natal, mulheres pretas e pardas também enfrentam maiores taxas de desassistência, começam o acompanhamento mais tardiamente, realizam um número menor de consultas e exames durante o processo, têm menor vínculo com a maternidade onde darão à luz e enfrentam uma maior peregrinação para ter acesso aos serviços de saúde - fatores contribuem para as maiores taxas de mortalidade e de casos graves entre as populações de cor preta e parda.
Estratégias para a redução da mortalidade
O presidente da Comissão enfatiza a importância da transversalização da temática étnico-racial em todas as ações, programas e iniciativas promovidas ou apoiadas pelo Ministério da Saúde, e reforça a necessidade de promover ações afirmativas na composição da força de trabalho em todos os níveis, assim como a capacitação contínua para a promoção do antirracismo.
“É essencial que haja uma crescente inclusão de profissionais negros e pardos nas equipes assistenciais multidisciplinares de saúde, que compreendam as dificuldades e necessidades específicas dos cuidados obstétricos nessas populações”, comenta Coutinho. Para o médico, é necessário proporcionar educação continuada permanente, com foco nos aspectos relacionados à etnia e à violência de gênero, para gestores e profissionais de saúde, a fim de qualificar o acesso e o acolhimento das demandas das mulheres negras nos diversos serviços de saúde. “Também é de suma importância fortalecer o monitoramento dos dados pré-natais e dos resultados gestacionais dessas diferentes populações, com auditoria regular dos resultados e reeducação das equipes, visando aprimorar os processos”, conclui.
Causas
O início tardio do pré-natal dificulta a identificação de doenças pré-existentes e o tratamento adequado para as gestantes. De acordo com os Ministérios da Saúde e da Igualdade Racial, a mortalidade materna por hipertensão, por exemplo, aumentou 5% entre mulheres pretas no período de 2010 a 2020.
O Dr.José Geraldo Lopes, vice-presidente da Comissão de Hipertensão e Gestação da FEBRASGO, destaca que a implementação de cuidados pré-natais adequados pode contribuir significativamente para a detecção precoce e o tratamento eficaz da hipertensão durante a gestação, reduzindo assim o risco de mortalidade materna. ”A identificação precoce dos fatores de risco é uma etapa fundamental para prevenir desfechos maternos e perinatais desfavoráveis relacionados às síndromes hipertensivas, bem como o uso precoce de medicamentos como o AAS e Cálcio que previnem a Pré-eclâmpsia. No contexto da hipertensão arterial durante o ciclo gravídico-puerperal, o principal motivo de encaminhamento para o pré-natal de alto risco ocorre quando a hipertensão arterial crônica está presente durante a gravidez. Nestes casos, quando há suspeita ou confirmação de pré-eclâmpsia, é recomendada uma avaliação rápida em uma unidade de saúde que possa verificar prontamente a condição clínica e laboratorial da gestante, bem como a vitalidade fetal. Geralmente, essa avaliação rápida só é possível quando a gestante é atendida em maternidades ou unidades de pronto atendimento”, alertou.
Para garantir a eficiência do encaminhamento, é essencial que haja uma articulação eficaz entre os diferentes níveis de atenção à saúde (primária, secundária e terciária) que compõem a Rede de Atenção Materno-Infantil. Isso requer uma coordenação assertiva por parte da gestão, que deve englobar também uma atuação comprometida dos profissionais de saúde da equipe multidisciplinar.