Revistas

×

Atenção

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 257

Neste 7 DE Abril, Dia Mundial da Saúde, FEBRASGO Alerta sobre a importância da prevenção

A primeira visita ao ginecologista há algum tempo tinha foco nas orientações sobre a menarca, o início da vida sexual e sobre anticoncepção. Atualmente a consulta ocorre, sendo uma das primeiras informações, a prática sexual sem proteção. Na sequência, queixas genitais relacionadas a atividade sexual e suspeita ou constatação de gestação indesejada. Procedimentos singelos, como o não uso do preservativo e de outros métodos anticonceptivos têm refletido no aumento das taxas de gravidez precoce, com desfechos, muitas vezes, dramáticos. Segundo relatório divulgado no ano passado pela Organização Mundial de Saúde, milhares de adolescentes morrem por dia no mundo em decorrência de problemas no parto. Os riscos se estendem às doenças sexualmente transmissíveis, incluindo as infecções virais pelo HPV e HIV.

Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Etelvino Trindade, este 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, é uma data importante para reforçar a importância da prevenção. “É preciso disseminar informações sobre a necessidade da prevenção que inclui o uso do preservativo, masculino e feminino. Com esse cuidado simples, doenças podem ser evitadas. Associado a isso, as orientações sobre o uso de contraceptivos seguros. As informações e os esclarecimentos constituem parte da boa prática médica, devem ser transmitidos pelos médicos e promovem o envolvimento e participação da sociedade”, diz.

Dr. Trindade faz referência ao aumento da sífilis no Brasil, que, de acordo com dados do Ministério da Saúde, é quatro vezes mais frequente nas gestantes do que a infecção pelo HIV. “Após confirmada a gravidez é preciso que as mulheres tenham consciência do acompanhamento pré-natal, onde é feito o teste para sífilis que, se detectada e tratada, evita que o bebê nasça com graves problemas de saúde”, destaca o especialista.

As recomendações preventivas também incluem a vacinação contra o HPV para meninas de 11 a 13 anos estendendo dos 9 aos 26 anos, pois a imunização ajuda a prevenir casos de câncer de colo do útero. Embora a vacinação previna, o preservativo continua sendo indispensável, principalmente quando o sexo não é seguro. “A meta de vacinação estabelecida pelo governo tem sido abaixo do esperado e está sendo fornecida a segunda dose da vacina contra o HPV. Cabe a nós, médicos, auxiliar no esclarecimento para a adesão das meninas e das famílias”, orienta Trindade.

Dr. Etelvino Trindade alerta que é preciso, também, as mulheres saberem da importância do exame de detecção do HIV, pois o tratamento precoce ajuda a evitar o desenvolvimento do vírus. A finalidade é ter mais qualidade de vida. Não é somente detectar o vírus. Ainda acresce a necessidade da adesão ao tratamento.

Estudo divulgado neste 7 de abril de 2015 pela revista científica Public Library of Science (PLOS) está abordando esse assunto. Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, avaliaram mais de 50 mil pacientes soropositivos em 111 países e constataram que um pequeno grupo de mutações virais, responsáveis​​ pela maioria dos casos de resistência ao tratamento, está relacionado ao uso descontinuo dos medicamentos. Vale lembrar que no Brasil cerca de 734 mil pessoas são portadoras do vírus HIV. Destas, 589 mil estão diagnosticadas e, dentre elas, somente 404 mil aderiram ao tratamento.

“O que preocupa não é apenas a descoberta da doença para o correto tratamento, mas as pessoas que têm o HIV e deixam de tomar os antirretrovirais. São quase 200 mil pessoas, no Brasil, que sabem da condição de serem soropositivas, mas ainda não buscaram ajuda especializada. O cenário precisa mudar. É preciso investir em campanhas imediatas de saúde para a população”, finaliza Etelvino Trindade.

Doença inflamatória pélvica: diagnóstico ainda difícil

Uma em cada quatro mulheres com doença inflamatória pélvica (DIP) acabam tendo sequelas a longo prazo. A infertilidade é uma delas – podendo afetar 30 a 40% das mulheres.

A inflamação pélvica não é só uma dor. Trata-se de uma infecção do trato genital feminino que pode incluir o endométrio, as trompas uterinas e os ovários. Apesar de estar associada às doenças sexualmente transmitidas (DST’s) do trato genital inferior, a DIP é o resultado de um processo polimicrobiano.  Ou seja, vários micro-organismos podem estar envolvidos e o uso de preservativo representa uma importante barreira contra eles.

O diagnóstico nem sempre é fácil. O sintoma mais comum é a dor abdominal baixa. Mas ela pode se manifestar com dor durante o ato sexual, dor lombar, febre, calafrios, náuseas, além de corrimento, coceira, sangramento e forte odor na vagina. Mas há mulheres que não apresentam nenhum sintoma clássico.

E por que reforçamos tanto a atenção para esta doença? Pacientes com danos leves têm 3% de chance de terem dificuldade para engravidar no futuro. Danos moderados aumentam o índice para 13%. Quando a inflamação pélvica causa danos tubários graves, essas chances chegam a 29%.

Além do histórico de doenças inflamatórias prévias, outros fatores de risco predispõem a paciente a novos episódios, como a existência de múltiplos parceiros sexuais (mais de dois num período de 30 dias) e fazer sexo sem uso de preservativo.

Um alerta sobre as adolescentes: jovens que já manifestaram doença inflamatória pélvica devem passar por consulta periodicamente para serem orientadas de forma correta sobre a prática do sexo seguro. 

Tensão Pré Menstrual

Desconforto, inchaço, irritação, cólicas, vontade de comer doces. O conjunto de sintomas compõe a clássica Tensão Pré-Menstrual, a TPM.

Todo mês, o período que antecede a menstruação pode causar alguns incômodos físicos e emocionais. 

A TPM pode se apresentar de forma diferente em cada mulher – algumas podem, inclusive, nem sentir os efeitos dessa etapa. Porém, a grande maioria – 80% somente entre as brasileiras – sabe o quanto os sintomas desse período podem atrapalhar a rotina. 

A boa notícia é que algumas medidas podem ser tomadas para tornar a convivência com a TPM melhor: um estilo de vida saudável e, sobretudo, a alimentação balanceada podem minimizar os seus efeitos adversos e tornar seus sinais mais brandos.

Afinal, qual a explicação para a TPM? Desde o início do ciclo menstrual, que se inicia no primeiro dia de fluxo, os hormônios femininos estrogênio e progesterona têm alterações intensas nos seus níveis, chegando a picos e declínios entre o início e o fim do período. Quando a fase conhecida como TPM se aproxima, esses hormônios chegam ao nível mais baixo de produção, e toda essa “gangorra hormonal” é a responsável pelas variações de humor e sintomas físicos na mulher.

No período que antecede a menstruação, a produção de serotonina também é prejudicada. Esse neurotransmissor, conhecido também como “hormônio do bem-estar”, sofre influência direta das alterações dos hormônios sexuais e as consequências são visíveis: a mulher fica emotiva, ansiosa, impaciente e até mesmo depressiva. 

Os sinais da TPM costumam variar em cada mulher. Conheça:

Ansiedade: a mulher fica propensa à irritabilidade, tensão e dificuldade para se concentrar ou dormir.

Compulsão alimentar: quem sofre desse tipo de TPM tem o desejo por guloseimas. A explicação é a necessidade energética maior do organismo nesta fase. Além disso, o “mecanismo de recompensa” do cérebro vai buscar alimentos capazes de suprir essa necessidade da forma mais rápida, através de alimentos de alto índice glicêmico.

Depressão: as mulheres sofrem com a queda da autoestima durante esse período, também se irritam com maior facilidade, ficam pessimistas e podem até mesmo apresentar sintomas depressivos.

Inchaço: as mulheres que se enquadram nesta categoria sofrem com o inchaço acentuado e maior sensibilidade nas mamas e em diversas regiões do corpo. Isso ocorre devido à tendência à maior retenção de líquidos no período.

Como lidar com a menopausa de maneira tranquila

O corpo da mulher começa a se preparar para a menopausa entre os 45 e 55 anos. A menopausa é o nome que se dá à última menstruação e esta fase traz uma série de mudanças e adaptações ao corpo da mulher. Algumas mulheres, nesta fase, podem sentir alterações no organismo, que causam diversos sintomas, como ondas de calor, tonturas, palpitações, suores noturnos, distúrbios do sono, depressão, irritabilidade, irregularidade menstrual, diminuição da libido, entre tantos outros.

É fundamental que a mulher tenha o acompanhamento de um ginecologista nesta fase para aliviar o desconforto. Para ter qualidade de vida na menopausa, seguem algumas dicas no dia a dia:

  • Pratique atividades físicas, principalmente exercícios aeróbicos e de fortalecimento da musculatura
  • Converse com o seu médico sobre o consumo diário de cálcio.
  • Exercite seu cérebro em jogos de raciocínio e palavras cruzadas. Isso ajuda a reduzir o risco de perda de memória durante a pós-menopausa
  • Aprenda a ter bons hábitos de sono. Você sabia que a falta de sono pode contribuir para a confusão mental e baixa libido?
  • A reposição hormonal é um assunto de extrema importância para discutir com o médico. Faça uma lista com ele com os prós e contras sobre a terapia de reposição hormonal. Ela não é recomendada para mulheres em situação de risco para câncer de mama, trombose ou doença cardíaca

 

Queixas ocultas

A mulher madura também tem outras queixas e nem sempre ela tem coragem de desabafar. Falta de desejo sexual, falta de excitação, ausência de orgasmo e dor no ato sexual são comuns. A consulta com o ginecologista vai discutir aspectos tanto físicos quanto emocionais.  Terapias hormonais podem auxiliar para o aumento da libido. Mas apenas um médico, após avaliação e até exames laboratoriais, é quem pode indicar.

Especialistas apontam que, muitas vezes, o próprio processo natural de envelhecimento causa desconforto nas mulheres.

O tratamento medicamentoso depende muito dos sintomas que a paciente relata, porém ele pode ser realizado também com antidepressivos, fitoterápicos e cremes vaginais, tanto hormonais quanto lubrificantes, que diminuem o ressecamento local.

Cisto no ovário: nem sempre ‘vai embora’ sozinho

A presença de cistos nos ovários nem sempre é algo que “vai passar com o tempo” e pode ser ignorada. Principalmente no caso da síndrome dos ovários policísticos (SOP), distúrbio caracterizado por alterações hormonais formação de pequenos cistos nos ovários.

As principais queixas das mulheres com SOP são o aumento de pelos em áreas de distribuição corporal tipicamente masculina, que ocorre em 75% dos casos, acne e irregularidade menstrual, muito comum, presente em até 85% dos casos. A obesidade também é um dos sinais que acomete até 60% das pacientes.

Mas muitas vezes existe demora no diagnóstico. Uma pesquisa feita em dezembro do ano passado, com cerca de 1.300 mulheres da América do Norte e da Europa, mostrou que o diagnóstico demorou mais de 2 anos para 33% dessas pacientes. E quase metade – 47% das mulheres – precisou passar em consulta por três profissionais de saúde para receber o diagnóstico. Apenas 15% das pacientes estavam satisfeitas com as informações fornecidas no momento do diagnóstico.

Geralmente, as primeiras manifestações começam ainda na adolescência - após 2 anos da primeira menstruação - com persistência de atrasos ou ausência dos ciclos menstruais, estendendo-se até o início do período da transição para a menopausa. A SOP acomete cerca de 6 a 10% da população feminina entre 18 e 45 anos.

A detecção dessa síndrome é feita por meio de um conjunto de critérios  - sintomas, exames de laboratório e ultrassonografia.

Segundo especialistas, o tratamento é direcionado às necessidades particulares de cada mulher, dependendo do desejo ou não de engravidar e na prevenção de futuras complicações em virtude da frequente associação com outras doenças.

O tratamento engloba perda de peso e podem ser necessárias orientações cosméticas, incluindo depilação a laser e medicações para normalizar a função menstrual.

Mioma uterino: um problema muito comum e quase silencioso

Mioma: o nome assusta muitas mulheres. Miomas são nódulos benignos constituídos de músculo liso que se formam no útero.  Eles também são conhecidos como fibromas. Estima-se que 80% das mulheres em idade fértil tenham miomas. Eles podem se localizar dentro da cavidade uterina (miomas submucosos), dentro da parede uterina (miomas intramurais) ou na superfície do útero (miomas subserosos).

De onde eles vêm? A origem é desconhecida, mas segundo especialistas, o seu crescimento tem relação direta com alterações genéticas de cada mulher.

Geralmente, os sintomas mais comuns destes nódulos são sangramento uterino anormal, dor, compressão de órgãos ao redor do útero como bexiga e intestino, podendo, por vezes, causar dificuldade para engravidar, aborto e anemia. Porém, na maior parte das mulheres os miomas não causam sintomas.

A partir dos 30 anos, a mulher deve ficar mais atenta em relação à presença de miomas. Na consulta de rotina com o ginecologista, é importante conversar sobre o assunto, principalmente se tiver casos de antecedentes familiares, como mãe e irmã.

O tratamento da paciente dependerá da localização, do tamanho e da quantidade de miomas e poderá ser clínico ou cirúrgico. A retirada cirúrgica do mioma deve ser indicada apenas quando os tumores tiverem um volume considerável ou se oferecer algum tipo de risco para mulheres grávidas ou para o bebê no momento do parto.

Apesar de alta incidência, nem todas as mulheres precisam de tratamento e, na maior parte dos casos, os miomas nem chegam a apresentar manifestações clínicas. 

DIU: longa ação e menos preocupação no dia a dia

Escolher um método anticoncepcional de longa ação, como o dispositivo intrauterino, o DIU, requer uma boa conversa com o ginecologista. No consultório, o médico avalia as expectativas da paciente e vai mostrar as vantagens e desvantagens do método. Se você é daquelas mulheres que precisam de lembretes, alertas no celular para não esquecer a hora de tomar a pílula, o DIU pode ser o ideal.

O DIU é um contraceptivo que associa facilidade de utilização ao bloqueio da fertilidade pelo tempo desejado. Isso significa prevenir a gravidez por muito mais tempo sem exigir compromisso periódico e permite o retorno da fertilidade depois da sua retirada, geralmente após a próxima menstruação.

“O DIU é muito recomendado para quem esquece de tomar um anticoncepcional na mesma hora ou nem lembra.  No Brasil, existem dois. Um com o cobre e um com o hormônio progesterona. Tanto o DIU de cobre quanto o DIU com hormônio são colocados dentro do útero”, explica o ginecologista Rogério Bonassi, presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da FEBRASGO.

O procedimento para qualquer um dos métodos é simples, rápido e costuma ser realizado no consultório médico.  “Os dispositivos evitam a chegada dos espermatozóides até as trompas”, descreve o médico.

O DIU com cobre (que é um metal) pode ser utilizado por até 10 anos. O cobre tem ação espermaticida, isto é, destrói os espermatozóides, impedindo sua penetração no útero.  

Já o DIU com hormônio libera a progesterona no útero gradualmente, por cinco anos. Esse hormônio altera a secreção do colo uterino impedindo e dificultando a penetração dos espermatozóides.

O uso de qualquer um deles é reversível, ou seja, pode ser interrompido se houver o desejo pela maternidade em qualquer momento. Quando retirados, ocorre o retorno rápido da fertilidade pré-existente, não importando por quanto tempo a pessoa utilizou o método. Nenhum método contraceptivo é 100% eficaz, mas as taxas de falha de um DIU são muito baixas.

Em alguns casos, o DIU com o hormônio levonorgestrel pode alterar a menstruação (um sangramento irregular no início com tendência a diminuição). Após cerca de seis meses, algumas mulheres podem apresentar redução ou ficar sem menstruar. Há aquelas que menstruam normalmente. Mas importante destacar que isso em nada afeta a eficácia do método, nem traz risco para a saúde.

Métodos contraceptivos: conhecer para escolher

Escolher um método contraceptivo é algo pessoal, mas é fundamental a orientação de um médico. Só ele pode explicar quais as vantagens e desvantagens e qual vai se adequar ao momento de vida.

“Hoje, no consultório, quando o assunto são contraceptivos, fazemos uma pergunta: quando você quer engravidar. Se falar daqui um ano, a mulher é candidata a métodos de curta duração, como pílulas, adesivo ou injeções”, explica o ginecologista Rogério Bonassi, presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo.

Segundo o especialista, caso os planos de ter um bebê ainda incluem uma espera de anos ou é desejo da mulher não engravidar, recomendam-se métodos de longa duração.

“É uma tendência a mulher escolher o método junto com o médico”, diz Benassi.

Apesar de seguros, nenhuma alternativa é 100% eficaz. Conheça abaixo os métodos contraceptivos temporários – que podem ser interrompidos a qualquer momento.

Contraceptivo oral
É o método mais usado. Pode evitar a gravidez e ajudar a combater a TPM, acne, endometriose, cólica e síndrome dos ovários policísticos. Regula o ciclo menstrual. Exige disciplina para ingestão oral diária.

Injeção
Com os mesmos princípios da pílula, a injeção de hormônios pode ser feita mensalmente. Existe uma injeção de progesterona que é usada a cada 3 meses. Dispensa a disciplina da ingestão oral diária.

Página 124 de 138
-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site