Comissão de Comunicação Digital
A Comissão de Comunicação Digital dá suporte aos projetos da FEBRASGO e atua nas rotinas da instituição para que ela sempre esteja referenciada nas melhores práticas em ginecologia e obstetrícia.
Comissão Nacional do TEGO
A Comissão Nacional do TEGO preza pelo aperfeiçoamento técnico e científico por meio de instrumentos que qualificam realmente o tocoginecologista com as melhores práticas, em busca da constante atualização que visam a evolução do exercício da profissão.
Comissão Nacional Especializada
As Comissões Nacionais Especializadas têm um papel fundamental nos objetivos da FEBRASGO e dão suporte ao aperfeiçoamento técnico e científico, com a participação de profissionais com formação de alto nível, aliada a experiências acadêmicas para exercer as atividades de educação continuada junto aos associados.
Pesquisa relaciona fumo na gestação e meningite em bebês
Os prejuízos do fumo durante a gestação são há muito conhecidos por médicos e pacientes. Um único cigarro é capaz de acelerar os batimentos cardíacos do feto e alterar seu desenvolvimento. Agora, um novo estudo estabelece a relação entre o tabagismo e a meningite: o risco de o bebê desenvolver a doença é três vezes maior se sua mãe fumou durante a gestação. Além disso, o fumo passivo durante a infância duplica as chances do aparecimento do problema. Essas foram as conclusões da pesquisa realizada na Universidade de Nottingham, no Reino Unido, que analisou 18 estudos anteriores sobre o tema.
Para Renato Sá, presidente da Comissão Nacional Especializada em Medicina Fetal da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo, uma hipótese para esse aumento dos riscos seria a Teoria de Baker:
“O epidemiologista David Baker observou que existe uma relação entre o peso de um bebê ao nascer e o surgimento de doenças cardíacas e cerebrais na idade adulta. Parece que quando um feto recebe pouco oxigênio, ele sacrifica o seu próprio crescimento e gera alterações importantes nas funções do coração e cérebro. Assim, as variações normais na transferência de alimento das mães para os bebês têm profundas implicações de longo prazo para a saúde da geração seguinte”.
As últimas descobertas mostram que a composição do corpo da mulher e da dieta no momento da concepção e durante a gestação têm efeitos importantes sobre a saúde posterior dos filhos.
“Se pudermos fazer uma correlação desta teoria com o fumo, é possível que o efeito em relação à meningite esteja relacionado ao mesmo mecanismo: uma alteração intraútero do sistema imune fetal, à semelhança do que ocorre posteriormente na infância”, explica Sá.
Outros riscos
Eduardo Fonseca, Presidente da Comissão Nacional Especializada em Perinatologia da Febrasgo alerta que a gestante que fuma tem o dobro de chance de ter um recém-nascido classificado como baixo peso (<2.500 gramas) e com menor comprimento. Alguns trabalhos sugerem também maior prevalência de aborto espontâneo, partos pré-termos, baixo peso ao nascer, mortes fetais e de recém-nascidos, entre outras consequências. “Estes problemas se devem, principalmente, aos efeitos nocivos do monóxido de carbono e da nicotina sobre o feto, após a absorção pelo organismo materno”, afirma Fonseca.
Nicotina via leite materno
A mãe que fuma no período de amamentação coloca em risco à saúde de ambos, pois a nicotina passa pelo leite e é absorvida pelo bebê. Com isso, crianças amamentadas por mães fumantes têm ganho de peso em até 40% mais lento.
Mulheres de primeira viagem: início da vida sexual deve ser tratado com naturalidade.
O ingresso no universo da mulher é um momento marcante para toda jovem. Um período de alegria e entusiasmo, e que, por isso mesmo, exige atenção. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lembra a importância de os pais conversarem com suas filhas sobre sexualidade e cuidados com a saúde.
A iniciação sexual deve ser tratada com clareza e sinceridade pelos pais, sem preconceitos e tabus.
“As crianças devem aprender sobre sexualidade da mesma maneira que aprendem sobre outras questões do cotidiano. O tema não deve ser abordado de forma sigilosa, mas sim de maneira aberta e franca. Os limites, deveres e direitos devem ser aprendidos”, aconselha Dra. Zuleide Aparecida Félix Cabral, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia e Obstetrícia Infanto-Puberal da Febrasgo.
Diálogo aberto: lembrar os riscos, sem esquecer o bem-estar
O índice de adolescentes grávidas no Brasil vem caindo, mas dados do último censo do IBGE, em 2009, ainda mostram números altos: mais de 444 mil partos em meninas de 10 a 19 anos. Contudo, os perigos de uma vida sexual ativa não se limitam a uma gestação indesejada.
O HPV é um dos maiores vilões entre as adolescentes. Estudo da Fundação Oswaldo Cruz aponta que uma em cada quatro jovens no início da atividade sexual está contaminada com o vírus que pode causar câncer de colo de útero. A análise mostrou que o índice é ainda maior nas adolescentes com cinco anos de vida sexual: 40% de infectadas.
Mas é claro que a atividade sexual não traz apenas riscos e malefícios. “Os pais devem abordar a sexualidade também como forma de bem-estar, prazer, felicidade, companheirismo, respeito, mas que exige responsabilidades e deveres”, enfatiza Zuleide.
O preparo dos jovens para as relações sexuais começa desde a infância quando na escola e em seus lares, os pais e educadores já devem discutir sobre as questões positivas e negativas que envolvem a iniciação sexual.
A representante da Ferbrasgo orienta que é importante também conversar com os filhos homens, que devem ser igualmente responsáveis e responsabilizados nas decisões da vida sexual, como no uso do preservativo.
Quando visitar o ginecologista?
De acordo com Zuleide Cabral, não existe um momento certo para a primeira consulta ao ginecologista. Isso depende do desejo ou necessidade da jovem e de seus familiares. Algumas situações são as mais frequentes, como a primeira menstruação, queixa de corrimento genital, cólica menstrual, dentre outras.
“O ideal é que antes de iniciarem as relações sexuais as meninas procurem um ginecologista para exames clínicos e complementares. Após, médico e paciente podem escolher juntos um método de contracepção, discutem a dupla proteção e como devem ser agendadas as consultas de seguimento. As meninas após os nove anos de idade já têm a opção de usar as vacinas contra o vírus do HPV. Outras indicações de vacinas também são orientadas pelos ginecologistas”, explica a especialista.
Educar muda comportamento, apenas informar, não
As informações estão disponíveis a todos, mas não são suficientes se o jovem não souber aproveitá-las. Zuleide reforça que educar muda comportamento, informar, não necessariamente. Por isso, é preciso que os pais atuem de maneira efetiva na educação sexual de seus filhos, tirando dúvidas, dando conselhos e os encaminhando para o acompanhamento profissional do ginecologista. “É fundamental que as filhas tenham liberdade para conversar sobre tudo o que desejarem. Por isso, criar esse espaço na relação é tão essencial e é papel dos pais”, acrescenta a médica.
Neste 7 de Abril, Dia Mundial da Saúde, FEBRASGO Alerta sobre a importância da prevenção
A primeira visita ao ginecologista há algum tempo tinha foco nas orientações sobre a menarca, o início da vida sexual e sobre anticoncepção. Atualmente a consulta ocorre, sendo uma das primeiras informações, a prática sexual sem proteção. Na sequência, queixas genitais relacionadas a atividade sexual e suspeita ou constatação de gestação indesejada. Procedimentos singelos, como o não uso do preservativo e de outros métodos anticonceptivos têm refletido no aumento das taxas de gravidez precoce, com desfechos, muitas vezes, dramáticos. Segundo relatório divulgado no ano passado pela Organização Mundial de Saúde, milhares de adolescentes morrem por dia no mundo em decorrência de problemas no parto. Os riscos se estendem às doenças sexualmente transmissíveis, incluindo as infecções virais pelo HPV e HIV.
Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Etelvino Trindade, este 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, é uma data importante para reforçar a importância da prevenção. “É preciso disseminar informações sobre a necessidade da prevenção que inclui o uso do preservativo, masculino e feminino. Com esse cuidado simples, doenças podem ser evitadas. Associado a isso, as orientações sobre o uso de contraceptivos seguros. As informações e os esclarecimentos constituem parte da boa prática médica, devem ser transmitidos pelos médicos e promovem o envolvimento e participação da sociedade”, diz.
Dr. Trindade faz referência ao aumento da sífilis no Brasil, que, de acordo com dados do Ministério da Saúde, é quatro vezes mais frequente nas gestantes do que a infecção pelo HIV. “Após confirmada a gravidez é preciso que as mulheres tenham consciência do acompanhamento pré-natal, onde é feito o teste para sífilis que, se detectada e tratada, evita que o bebê nasça com graves problemas de saúde”, destaca o especialista.
As recomendações preventivas também incluem a vacinação contra o HPV para meninas de 11 a 13 anos estendendo dos 9 aos 26 anos, pois a imunização ajuda a prevenir casos de câncer de colo do útero. Embora a vacinação previna, o preservativo continua sendo indispensável, principalmente quando o sexo não é seguro. “A meta de vacinação estabelecida pelo governo tem sido abaixo do esperado e está sendo fornecida a segunda dose da vacina contra o HPV. Cabe a nós, médicos, auxiliar no esclarecimento para a adesão das meninas e das famílias”, orienta Trindade.
Dr. Etelvino Trindade alerta que é preciso, também, as mulheres saberem da importância do exame de detecção do HIV, pois o tratamento precoce ajuda a evitar o desenvolvimento do vírus. A finalidade é ter mais qualidade de vida. Não é somente detectar o vírus. Ainda acresce a necessidade da adesão ao tratamento.
Estudo divulgado neste 7 de abril de 2015 pela revista científica Public Library of Science (PLOS) está abordando esse assunto. Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, avaliaram mais de 50 mil pacientes soropositivos em 111 países e constataram que um pequeno grupo de mutações virais, responsáveis pela maioria dos casos de resistência ao tratamento, está relacionado ao uso descontinuo dos medicamentos. Vale lembrar que no Brasil cerca de 734 mil pessoas são portadoras do vírus HIV. Destas, 589 mil estão diagnosticadas e, dentre elas, somente 404 mil aderiram ao tratamento.
“O que preocupa não é apenas a descoberta da doença para o correto tratamento, mas as pessoas que têm o HIV e deixam de tomar os antirretrovirais. São quase 200 mil pessoas, no Brasil, que sabem da condição de serem soropositivas, mas ainda não buscaram ajuda especializada. O cenário precisa mudar. É preciso investir em campanhas imediatas de saúde para a população”, finaliza Etelvino Trindade.
A data passa a ser lembrada todo terceiro domingo do mês de outubro
O Plenário do Senado Federal aprovou a criação do Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita (PLC nº 146/2015), instituído no terceiro sábado do mês de outubro em todo o Brasil. O projeto agora segue para sanção presidencial.
A diretora do Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), Adele Benzaken, comemora a decisão. “É importante, para a resposta à sífilis, que tenhamos um dia para que as pessoas e os gestores possam se lembrar dessa doença, tantas vezes relegada”. Benzaken parabeniza o Congresso pela aprovação e revela que o presidente Eunício Oliveira cumpriu a promessa feita a ela, ontem, durante as comemorações do Dia Internacional da Mulher no Senado Federal. “Quando falei com o presidente do Senado sobre o PLC, ele imediatamente se comprometeu a colocá-lo na pauta de votações. De fato, uma excelente notícia para toda a população e para as sociedades de classe dos profissionais da área da saúde, em especial para a Sociedade Brasileira de DST, que iniciou o processo”.
A proposta é de autoria do deputado Chico D’Angelo (PT-RJ), primeiramente apresentada por meio do Projeto de Lei nº 228, em 2007. O projeto ficou parado até 2015, quando voltou a ser debatido na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania na Câmara dos Deputados, por solicitação do DIAHV.
O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita já era comemorado no terceiro sábado do mês de outubro de cada ano, com mobilização dos estados, municípios, movimentos sociais e associações/sociedades/conselhos de classe para o enfrentamento da doença.
O Ministério da Saúde lançou no ano passado uma agenda de ações estratégicas para a redução da sífilis congênita no Brasil. A agenda teve adesão de mais de 20 organizações e conselhos de classe.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO – Todos os tipos de sífilis – em adultos, em gestantes e congênita (em bebês) – são de notificação obrigatória no país há, pelo menos, cinco anos. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%; a sífilis em gestantes, de 20,9%; e a sífilis congênita, de 19%.
Em 2015, o número total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878. No mesmo período, a taxa de detecção foi de 42,7 casos por 100 mil hab., sendo a maioria em homens, ou seja, 136.835 casos (60,1%). No período de 2010 a junho de 2016, foi registrado um total de 227.663 casos de sífilis adquirida.
Em gestantes, no ano de 2015, a taxa de detecção de sífilis foi de 11,2 casos de sífilis em gestantes a cada 1.000 nascidos vivos, considerando o total de 33.365 casos da doença. Já de janeiro de 2005 a junho de 2016, foram notificados 169.546 casos. Com relação à sífilis congênita, em bebês, em 2015, foram notificados 19.228 casos da doença, uma taxa de incidência de 6,5 por 1.000 nascidos vivos. De 1998 a junho de 2016, foram notificados 142.961 casos em menores de um ano. O incremento entre os anos de 2013 e 2014 foi de 26,77% e entre os anos de 2014 e 2015 foi de 20,91% no número absoluto de casos novos diagnosticados.
Fonte: Governo Federal