Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial: Há instrumentos e informação para evitar todas as mortes por hipertensão gestacional, alerta médica da Febrasgo
Há instrumentos e informação para evitar todas as mortes por hipertensão gestacional, alerta médica da Febrasgo
No próximo 26 de abril é lembrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Os dados mais atualizados do Ministério da Saúde, de 2019, apontam a hipertensão gestacional como uma das três maiores causas de morte de mulheres grávidas no Brasil, ao lado de hemorragia pós-parto e infecção puerperal. A presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Gestação de Alto Risco da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Dra. Rosiane Mattar, afirma que óbitos maternos decorrentes destes quadros podem ser evitados em sua totalidade.
Isso porque decisões tomadas na atenção primária, afirma Rosiane, com providências de urgência quando de uma predisposição à hipertensão gestacional evitam agravamento de casos que resultam em óbitos. “É no acompanhamento pré-natal que se identifica o momento adequado para que uma paciente gestante, com sinais ou predisposição à hipertensão gestacional, seja devidamente medicada e acompanhada”, ressalta.
A FEBRASGO, com o compromisso de garantir assistência à mulher, busca através de capacitações contínuas, publicações atualizadas, cursos de emergência orientar médicos - que podem multiplicar conhecimento quanto à medicação, uso do sulfato de magnésio, corretos e antecipação de parto às equipes multidisciplinares. “Atualmente também existem caixas de assistência nas secretarias de Saúde da maioria dos estados e municípios, que garantem acesso imediato a tratamentos para evitar mortes por hipertensão e outras comorbidades características da gestação”, lembra a especialista.
“Infelizmente, a pandemia da COVID-19 impulsionou o número de mortes por causas evitáveis no Brasil, muito por conta do receio de contaminações que, por sua vez, aumentou o número de adiamentos de consultas e eventual redução de atendimentos ambulatoriais para acompanhamento de comorbidades, entre outros fatores”, explica Rosiane ao finalizar enfatizando que diagnóstico e tratamento precoces evitam, além de mortes, outros problemas decorrentes da hipertensão gestacional, entre eles, os neurológicos, cardíacos ou renais no futuro dessas pacientes.
Apoio à Portaria GM/MS No. 715 que amplia o atendimento no SUS com nova rede para atenção materna e infantil
Posicionamento Febrasgo
Alinhada a seu objetivo principal de garantir assistência integral à saúde da mulher, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) manifesta seu apoio à Portaria GM/MS Nº 715, de 4 de abril de 2022, que institui a Rede de Atenção Materna e Infantil (Rami).
A portaria, publicada no início deste mês, tem o objetivo de reestruturar a rede de assistência às gestantes e bebês de todo o Brasil, e assegurar à mulher o direito ao planejamento familiar e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério; às crianças, o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.
A Febrasgo atenta às questões que impactam o acesso a saúde das mulheres, gestantes, lactantes e puérperas, bem como de recém-nascidos, compromete-se a observar constantemente todas as ações, trazer informes e posicionamentos aos seus associados, pois reafirmamos que é nosso compromisso o apoio à garantia dos direitos e do acesso à saúde sexual e reprodutiva as mulheres brasileiras.
Clique aqui e leia o documento na integra:
A publicação da Portaria GM/MS Nº 715 foi realizada no Diário Oficial da União (DOU).
Dia do Obstetra: Do processo gestacional ao valor do ofício
No dia 12 de abril comemora-se o Dia do Obstetra. Nesta data tão importante para a especialidade e para as vidas de milhares de mulheres, futuras mamães e os filhos e filhas que nelas serão gerados, a Febrasgo parabeniza os profissionais da área pela nobre tarefa de atendimento ao parto seguro e respeitoso.
A Febrasgo preconiza aos mais de 30 mil ginecologistas e obstetras brasileiros, que para prestar uma melhor assistência ao cuidado materno e perinatal respeitoso e eficaz, é necessário fornecer cuidados seguros, inclusivos e universalmente acessíveis.
Sabemos que, diagnósticos assertivos nos consultórios, atendimento ético nas salas de parto e um olhar atento para as necessidades físicas e emocionais da mulher e do bebê que está se formando e virá ao mundo é fundamental para garantir uma assistência digna e respeitosa durante toda a gravidez, parto e puerpério.
Para isso, a Federação através da sua diretoria e da Comissão de Defesa e Valorização Profissional propõe constantes discussões que elevem o exercício profissional e, sobretudo, proporcionem melhores condições a saúde integral da mulher, além de promover ações em defesa do ato médico, reforçando a importância do papel do obstetra atuando frente a equipes multidisciplinares.
Parabéns e nosso reconhecimento a todos os obstetras que estão sempre presentes em um dos momentos mais importantes da vida da mulher!
Número de exames diagnósticos de cânceres que acometem mulheres reduz em dois anos no Brasil
Dia Mundial de Combate ao Câncer
Número de exames diagnósticos de cânceres que acometem mulheres reduz em dois anos no Brasil
Em 8 de abril é lembrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam os cânceres de mama e de colo de útero entre os mais incidentes entre mulheres no Brasil historicamente. No caso do de colo de útero, apesar de altamente prevenível, o enfrentamento da doença também tem enfrentado desafios, como a baixa taxa de vacinação contra o HPV (Vírus do Papiloma Humano), seu agente causador, e a queda nos diagnósticos devido à pandemia da Covid-19, e tem preocupado especialistas quanto ao aumento nos óbitos.
O Inca estima que, anualmente, sejam diagnosticados 16.710 novos casos de câncer de colo do útero, com uma prevalência de morte em aproximadamente 39,5% dos casos, segundo dados mais atuais, de 2019. Com isso, a doença é a segunda causa de morte por tumores na população feminina, havendo mais óbitos somente entre diagnosticadas com câncer de mama. De 2008 a 2018, a taxa de mortalidade saltou 33%, resultando em uma vítima a cada 90 minutos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Já o câncer de mama, segundo dados de pesquisa divulgada pela Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), 62% das mulheres entrevistadas não realizaram exame preventivo entre 2020 e 2021.
Especialistas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) explicam que entre os obstáculos para o combate ao câncer de colo de útero no Brasil estão o elevado número de mulheres que não realizam exames preventivos periodicamente, a escassez de centros especializados no tratamento do câncer e a reduzida cobertura da vacinação contra o HPV.
A pandemia da Covid-19 também influenciou na baixa no número de diagnósticos, visto que muitas consultas precisaram ser canceladas ou reagendadas. Além disso, o presidente da Febrasgo, o Dr. Agnaldo Lopes, acrescenta que aspectos sociais, como a baixa escolaridade e marcadores de raça-etnia tornam-se indicadores que revelavam as diferenças no acesso a medidas preventivas e ao diagnóstico precoce.
“O SUS atende mais de 75% dos pacientes com câncer no país. Para além do diagnóstico, temos o desafio do início do tratamento. Antes da pandemia, o período entre o diagnóstico e o primeiro tratamento durava mais de 60 dias, em 58% dos casos. Hoje esse tempo de espera pode ser bem maior. Devido a fatores como esses, quase nove em cada dez óbitos por câncer do colo do útero, por exemplo, ocorrem em regiões menos desenvolvidas”, diz Lopes.
Queda no número de exames - Em uma busca no Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) foi identificado que, enquanto em 2019, ano em que começou a pandemia da Covid-19, foram realizados quase 6,5 milhões de exames citopatológicos - um dos exames solicitados segundo as diretrizes para diagnóstico do câncer de colo do útero - entre pessoas do sexo feminino de todas as idades no Brasil, em 2020, o número de solicitações desse exame caiu cerca de 43% e, em 2021, reduziu em torno de 11%.
A prevenção também é importante - Além do diagnóstico precoce, a ginecologista Dra. Walquíria Quida Salles Pereira Primo, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da Febrasgo, explica que a forma mais eficaz de prevenção do câncer de colo de útero se dá por meio da vacinação contra o HPV.
A vacina distribuída gratuitamente pelo SUS, de acordo com a especialista, protege contra quatro tipos do vírus: 6, 11, 16 e 18 – sendo os dois últimos relacionados a 70% dos casos de câncer de útero. Mas a cobertura vacinal para o HPV no país ainda fica aquém do desejado. “A Febrasgo tem defendido que para uma ação efetiva, a cobertura vacinal seja de 90%. Hoje é de 46%”, diz.
A dificuldade de acesso ou a falta de hábito de se consultar regularmente com profissionais de ginecologia é outro entrave à prevenção, identificação e, consequente, tratamento do câncer de colo do útero. Pesquisa da Febrasgo, realizada em 2018, revelou que 13% das mulheres, com mais de 16 anos, nunca foram ou não costumam ir ao ginecologista. Outro dado que incide negativamente no combate à doença aponta que 60% da população feminina chega, pela primeira vez, ao consultório do ginecologista com cerca de 20 anos de idade em decorrência de algum problema instalado, por suspeita de gravidez ou por já estar grávida. Para Pereira Primo, uma forma de incentivar a procura por acompanhamento médico preventivo seria atrelá-lo a programas sociais do governo.
Posicionamento FEBRASGO contra o termo violência obstétrica
Qualidade na assistência ao parto e cuidado seguro e respeitoso da saúde materna e fetal.Clique e veja o documento na íntegra.