Menopausa: ginecologistas revelam maneiras de fugir dos desconfortos do período
Dia 18 de outubro é lembrado o Dia Mundial da Menopausa. A data foi criada com o intuito de alertar as mulheres sobre as mudanças que ocorrem nesse período e incentivá-las a procurar um especialista que possa ajudar a passar por essa fase da sua vida com mais tranquilidade.
Segundo dados do Estudo Brasileiro de Menopausa, que teve como um dos seus autores o Dr. Luciano de Melo Pompei, ginecologista e presidente da Comissão de Climatério da Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (Febrasgo), com o total de 1500 mulheres de todo o Brasil, a idade mediana de ocorrência da menopausa (a última menstruação da vida feminina) relatada pelas participantes foi de 48 anos.
As mulheres passam um terço ou mais de suas vidas na fase da pós-menopausa. “A menopausa é parada definitiva das menstruações, representando um marco: a última menstruação” ressalta o ginecologista.
O Dr. Luciano explica sobre a transição menopausal “o climatério abrange toda a transição do período reprodutivo para o não-reprodutivo, indo até a última menstruação. Nesta fase, a mulher já apresenta alterações menstruais e, frequentemente, já começa a ter sintomas da menopausa, tais como as ondas de calor. Todavia, ela ainda apresenta ciclos menstruais (irregulares), mas os apresenta”.
Menopausa Precoce
Conhecida também a insuficiência ovariana prematura, é quando o ovário deixa de produzir os hormônios e a mulher entra em menopausa e para de menstruar totalmente antes dos 40 anos.
O Dr. Luciano esclarece que na maioria das vezes é difícil determinar uma causa, o que a medicina denomina como idiopática. Claro que deve existir uma causa por trás da menopausa precoce idiopática, mas ainda não existem exames que consigam detectar que causa é essa. “Entretanto, em muitos casos é possível a detecção do que causa a menopausa precoce, por exemplo, doenças autoimunes, quando corpo produz anticorpos contra o próprio organismo; tratamentos oncológicos como quimioterapia e radioterapia; fatores genéticos e cromossômicos" destaca o ginecologista.
Causas
A ginecologista Lucia Helena Simões, vice-presidente da Comissão de Climatério esclarece que “os principais sintomas da menopausa, na verdade, são muitos, por exemplo vasomotores que são as chamadas ondas de calor os muitas vezes acompanhado de sudorese, palpitação, despertar noturno. A mulher pode ter uma onda de calor e acaba acordando várias vezes à noite, tendo dificuldade para voltar a pegar no sono, então isso leva a insônia, cansaço, indisposição, alterações psicológicas, ansiedade, irritabilidade, humor mais depressivo ou agravamento de uma depressão que ela já pode ter. Problemas vaginais, ressecamento vaginal, dor para ter relações sexuais, incontinência urinária alterações da memória também podem ser outros exemplos de consequências”.
Alteração de Humor
A médica da Febrasgo fala sobre como é momento de alteração de humor na vida das mulheres. “Existem outras condições que acontecem nesse período da vida da mulher que podem agravar o estado do humor, como problemas psicológicos. Por exemplo, a síndrome do ninho vazio, em que os filhos chegam à fase adulta e vão saindo de casa, logo a mulher se vê sozinha ou somente com o parceiro, e isso pode acarretar alterações de humor. Do ponto de vista de carreira de trabalho, também pode haver algum comprometimento, e essas são outras questões sociais que envolvem esse período” enfatiza Lúcia.
Tratamento
A Dra. Lúcia diz que para aliviar os sintomas a mulher pode recorrer à terapia hormonal. “O tratamento do climatério se baseia em orientação alimentar, atividade física, aporte psicológicos necessários e terapia de reposição manual para controle dos sintomas, além outras medicações não hormonais quando a mulher não pode ou não deseja usar a terapia de reposição hormonal. “A terapia é feita de forma individualizada, levando em consideração as necessidades da mulher e os riscos que cada mulher apresenta”.
Gratuita, vacina contra HPV evita lesões extremamente infecciosas, mas adesão ainda é baixa, alerta FEBRASGO
Dia Nacional da Imunização
Gratuita, vacina contra HPV evita lesões extremamente infecciosas, mas adesão ainda é baixa, alerta FEBRASGO
A vacina, que está disponível gratuitamente para adolescentes desde 2014, impede a infecção pelo vírus
Um estudo realizado pela empresa Famivita, divulgado este mês, mostrou que 43% das brasileiras ainda não se vacinaram contra o vírus e 17% não têm ideia de que o HPV pode ser sexualmente transmitido. No Dia Nacional da Imunização, a Febrasgo chama a atenção de mulheres que ainda não se vacinaram contra o HPV (Papilomavírus Humano) quanto a importância desta imunização.
É sabido que a infecção por HPV está associada com o câncer de colo de útero e com outras neoplasias genitais na mulher. Nos homens está associado a cânceres de penis e reto e também está associado a cânceres de outras localizações como de orofaringe em ambos sexos. “A vacinação evita lesões benignas como as verrugas genitais em homens e mulheres, que apesar de benignas, são extremamente infecciosas e desconfortáveis” explica a Dra. Cecília Maria Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Febrasgo.
No Brasil o Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza gratuitamente a vacinação para adolescentes desde 2014. Atualmente estão incluídos meninas e meninos de 9 a 14 anos. “As mulheres maiores de 15 anos que ainda não se vacinaram, podem se beneficiar da vacinação disponível na rede privada, em esquema de três doses” complementa Dra. Cecília. O PNI também contempla homens e mulheres imunocomprometidos até 45 anos de idade.
Para a Organização Mundial da Saúde, a vacina contra o HPV é de extrema importância para a prevenção do vírus e de um futuro câncer de colo de útero.
Uso de anticoncepcionais e reposição hormonal na menopausa é ponto de atenção para trombose, alerta FEBRASGO
A doença atinge mais de 180 mil pessoas por ano no país
Dia 13 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Conscientização e Combate à Trombose, data estabelecida pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia e que tem o objetivo de alertar sobre os riscos e formas de prevenção. A doença ataca principalmente as veias das pernas (Trombose Venosa Profunda) e os pulmões (embolia pulmonar).
De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), com base dados do Datasus, do Ministério da Saúde, no Brasil, 113 pessoas por dia, em média, são internadas na rede pública para o tratamento de trombose venosa. A doença é silenciosa e com difícil diagnóstico clínico e atinge mais de 180 milhões de brasileiros no país.
A ginecologista Venina Isabel de Barros, presidente da Comissão Nacional de Especializada em Tromboembolismo Venoso da Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (Febrasgo), explica que a doença ocorre por uma interrupção do fluxo da veia por um coágulo (veia entupida).
“A trombose pode ser causada por um trauma que obstrui a veia, por exemplo, acidente de carro ou moto. E também pode ser provocada por aumento da viscosidade do sangue, ou seja, por uma desidratação, vômitos excessivos ou viagens prolongadas por mais de 4 horas, como é o caso do avião, além do ar seco, existe a imobilização. Além de situações como o uso de alguns anticoncepcionais e alguns hormônios para tratar menopausa”, alerta Venina.
Trombose e a Gestação
A médica da Febrasgo alerta que a gravidez aumenta em 5 vezes o risco de trombose, devido ao aumento dos hormônios, fatores de coagulação e compressão pelo útero das veias das pernas.
Vale ressaltar que as infecções graves, como pneumonias e infecções urinárias graves (pielonefrites) podem aumentar o risco de trombose, principalmente na gravidez.
“O risco de trombose aumenta 30 vezes no pós parto. Todas as mulheres precisam estar cientes disso. A Febrasgo disponibiliza de forma gratuita o Manual de Prevenção da Trombose na Hospitalização de gestantes. Todos os ginecologistas podem acessar e calcular o risco de trombose de suas gestantes”, salienta a ginecologista.
Varizes e Trombose
Os pacientes que têm varizes dos membros inferiores têm maior risco de desenvolver trombose venosa profunda do que os indivíduos que não sofrem com veias varicosas.
Prevenção
A Dra. Venina dá dicas para evitar a doença, e destaca a importância de manter um controle do peso, atividades físicas regulares e manter a hidratação. Além de não comprimir as pernas por longo período. Atenção nas viagens de longa distância. Discutir com seu médico o uso de pílulas e tratamentos hormonais mais adequados para cada pessoa.
“Manter uma atividade física regular ajuda a prevenir a trombose em todas as fases da vida. Importante manter atividade física na gravidez e pós parto. No momento de qualquer hospitalização, lembre- se de levantar ou mover as pernas sempre que possível” orienta Venina.
Tratamento
O tratamento é bastante eficaz e consiste em medicamentos para ‘afinar’ o sangue ou anticoagulantes. O medicamento a ser utilizado vai depender de cada situação.
A obesidade feminina e as consequências na saúde ginecológica
A obesidade feminina e as consequências na saúde ginecológica
Mulheres sofrem mais com obesidade no país, com 60% da população feminina acima do peso
O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade é celebrado em 11 de outubro, com intuito de alertar sobre os diversos riscos que a doença apresenta e conscientizar sobre a importância do cuidado com o corpo para prevenção.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é um dos problemas de saúde mais graves hoje em dia. No ano de 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso e 700 milhões de pessoas com obesidade.
Estar atento à obesidade feminina é essencial, visto os malefícios que ela pode causar para a fertilidade e a saúde da mulher. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNE), o sobrepeso atinge mais as mulheres: 62,6% estão obesas ou com excesso de peso, enquanto entre os homens o problema alcança 57,5%.
A ginecologista e presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (Febrasgo), Cristina Laguna Benetti, explica porque essa doença é mais frequente com público feminino. “De modo geral, as mulheres têm mais massa gorda do que massa magra, proporcionalmente, do que os homens, e nas mulheres o tecido adiposo tende a se localizar na região central do abdome, quadril, coxas, e essa obesidade, quando mais centralizada, se reflete em inúmeros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, diabete, alterações na qualidade do sono”.
A ginecologista esclarece também sobre o reflexo da obesidade em problemas ginecológicos: mulheres com sobrepeso e com obesidade têm alterações hormonais que levam com mais frequência a distúrbios ovulatórios. A anovulação pode causar dificuldade de engravidar. Desta forma, há um índice maior de infertilidade em mulheres obesas.
Síndrome do Ovário Policístico e Obesidade: uma relação frequente
A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é um problema comum que se manifesta por irregularidade na menstruação, com atrasos frequentes ou ausência de menstruação, além de manifestações como acne, aumento de pelos, estes associados ou não a aumento na produção de testosterona (hormônio masculino que a mulher também produz). “A SOP associa a irregularidade menstrual com hiperandrogenismo, alteração nos hormônios androgênicos ou manifestações no corpo como acne, pelos ou eventualmente até queda de cabelo, e um terceiro critério que são ovários aumentados de tamanho com vários folículos. Para ter a síndrome, tem que ter uma combinação de duas dessas três características. Existem, por exemplo casos de mulheres que tem anovulação e hiperandrogenismo mas não tem ultrassom alterado, anovulação com ultrassom alterado, e tem também mulheres que conjugam a anovulação com sinais de hiperandrogenismo e também com ultrassom alterado” destaca Laguna. Mas, apenas a alteração no ultrassom, sem nenhuma das outras características, não faz diagnóstico de SOP.
Existem muitas mulheres que já apresentam as manifestações da Síndrome desde as primeiras menstruações, mas é preciso acompanhar as adolescentes para ter certeza de que estas alterações irão se manter. A obesidade é frequente em mulheres com SOP e piora suas manifestações. “Mulheres com SOP mais frequentemente têm obesidade do que as sem a síndrome. As mulheres com SOP obesas têm mais problemas metabólicos do que mulheres com a doença que são magras. Embora ambas possam ter resistência insulínica, por exemplo, as obesas mais precocemente e com maior frequência mostram alteração de colesterol, de diabetes e de apneia do sono. Também têm maior dificuldade para engravidar, com pior resultado quando precisam de tratamento. Podemos dizer que a obesidade potencializa as manifestações e complicações que a SOP traz às mulheres”, enfatiza Cristina.
A redução do peso pode melhorar as manifestações da SOP, reduzindo a pilificação, melhorando a ovulação e facilitando a gravidez, melhorando os distúrbios metabólicos.
Como Prevenir a Obesidade
A médica da Febrasgo orienta que as mulheres mudem os hábitos de vida, com prática de atividades físicas, movimentando mais o corpo, melhorando o tipo de hábito alimentar, comendo menos alimentos processados e utilizando alimentos pobres em gorduras e açúcares. Hábitos saudáveis de vida são a primeira escolha de tratamento para a obesidade e também para auxiliar no tratamento de mulheres com SOP e sobrepeso ou obesidade.
Acompanhamento Médico
“O acompanhamento médico no caso de obesidade é importante porque o especialista vai orientar a melhor forma de redução do peso, indicar o tratamento para essas alterações metabólicas, e também avaliar se essas alterações estão presentes. Quando necessário, o tratamento medicamentoso pode ser prescrito, sempre em associação aos hábitos saudáveis de vida. É essencial que o paciente assuma o seu papel mudando o estilo de vida e não considerando que o controle da obesidade está somente revertido à responsabilidade do tratamento medicamentoso. Ainda, os hábitos saudáveis são extremamente importantes no sentido de manutenção do peso. Mesmo que no momento de perder peso seja necessária orientação medicamentosa e nutricional, o paciente tem uma grande responsabilidade para não voltar a ter hábitos que fazem com que o peso volte a se acumular”, explica a Dra. Cristina.
Obstetra é o primeiro profissional a detectar sinais de depressão em gestantes e puérperas
Obstetra é o primeiro profissional a detectar sinais de depressão em gestantes e puérperas, reforça Febrasgo
A depressão pós-parto atinge 1 a cada 4 mulheres brasileiras e diversos fatores estão por trás dessa condição
Segundo um estudo realizado pela Fiocruz em 2016, mas recentemente divulgado, cerca de 25% das mães de recém-nascidos são diagnosticadas com depressão pós parto. A pesquisa também aponta que o grupo mais favorável a desenvolver depressão são mães de baixa condição socioeconômica, com histórico de doenças mentais e que não planejaram a gravidez. Neste Dia Mundial de Saúde a Febrasgo chama a atenção dos diversos profissionais da saúde envolvidos no cuidado de gestantes e puérperas para quadros depressivos.
O Professor Titular da disciplina de Obstetrícia da Faculdade de Jundiaí e membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Febrasgo, Dr. Ricardo Porto Tedesco, afirma que o obstetra é o primeiro profissional a ter contato com os sintomas depressivos de pacientes e portanto devem ter atenção e sensibilidade a lidar com esses casos. “O grande problema é você não diagnosticar oportunamente e a situação tomar uma proporção maior, o que fica mais difícil de tratar e deixa sequelas que se estabelecem na relação da mãe com o bebê” diz o professor.
A depressão pós-parto pode estar relacionada a diversos fatores como físicos, hormonais, emocionais, ou o estilo de vida da mãe ou pode estar ligado a transtornos psiquiátricos anteriores, como depressão e ansiedade previamente diagnosticados. “A depressão é uma situação crônica, que tem altos e baixos, então na primeira consulta que o médico faz com a gestante é preciso ser feito esse questionamento se já houve um quadro depressivo anterior", comenta Dr. Ricardo, que também afirma que esse é um grande fator de risco para o desenvolvimento da doença durante a gravidez e principalmente no pós-parto. A falta de um grupo de apoio, seja familiar, do parceiro ou de amigos durante a gestação e após o parto pode colaborar para o desenvolvimento de um quadro depressivo.
O doutor explica que dependendo do quadro a prevenção é feita com terapia e até mesmo com antidepressivos, e que algumas dessas medicações podem ser usadas com segurança durante a gestação. Ele também menciona a importância do obstetra acolher a gestante, que pode muitas vezes chegar às consultas fechada e receosa, “Se o médico der espaço, a paciente vai falar sobre seus medos e anseios” afirma Tedesco.
Sinais depressivos que podem ser manifestações de cansaço, moleza e sonolência excessivos, vontade de se isolar, ou a queixa de que não está tão vibrante com a gestação como deveria estar são apontamentos de que a mulher não está bem no ponto de vista emocional e o papel do obstetra é identificar esses casos.
O pós-parto é quando a situação se acentua, pois entra a privação do sono que afeta e agrava o quadro depressivo. “O obstetra precisa saber que existe um período entre duas ou três semanas após o parto em que sintomas depressivos são comuns e 80% das mulheres têm, que é o chamado blues puerperal” explica Dr. Ricardo. O blues puerperal não quer dizer que a mulher tem uma depressão pós-parto, mas caso se estenda por mais do que esse período de três semanas ou dependendo da intensidade dos sintomas, se a mulher está muito chorosa ou apresentando uma rejeição ao bebê também deve fazer o obstetra ter a percepção de que algo não está bem.
“Apesar de ser uma complicação da gestação, o tratamento não é da ossada do obstetra, é um distúrbio psiquiátrico e tem que ser tratado por um psiquiatra, o obstetra tem que ter a sensibilidade para fazer o reconhecimento para depois encaminhar adequadamente” conclui o médico.
Recomendação oficial FEBRASGO junto ao CFM acerca de idade gestacional na interrupção de gravidez
Recomendamos aos médicos realizarem todos os esforços para que o abortamento previsto em lei, de gestações que resultem de violência sexual, seja realizado nas etapas mais precoces da gestação e, sobretudo, antes de 22 semanas de idade gestacional.
O médico deve ser imparcial, acolher, não emitir julgamentos e informar para a gestante todos os seus direitos.
Na impossibilidade local para realizar o abortamento previsto em lei, a gestante deve ser encaminhada, com a maior brevidade possível, para outro serviço que reúna as condições para efetuar o procedimento.
Diagnóstico precoce garante cura de 95% dos casos de câncer de mama
Outubro Rosa
Outubro Rosa: diagnóstico precoce garante cura de 95% dos casos de câncer de mama
Outubro Rosa é uma campanha internacional que visa ao estímulo à luta contra o câncer de mama, a ação iniciou-se em 1997, nos Estados Unidos, e foi ganhando forma de conscientização acerca da importância de um diagnóstico precoce. O tumor é o segundo mais incidente em mulheres e o de maior mortalidade para elas, de acordo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Se a pessoa for diagnosticada precocemente, as chances de cura podem chegar a 95%, de acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA). O mastologista Felipe Zerwes, presidente da Comissão Especializada em Mastologia da Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (Febrasgo), alerta sobre a sobre alguns cuidados que podem ser tomados para prevenção da doença.
“Temos a prevenção primária do câncer de mama que foca em eliminar fatores de risco que causem a doença, se dá através de uma alimentação saudável, prática de atividade física, não fumar, não consumir bebidas em excesso, não usar terapia hormonal com estrogênio e progesterona por mais de cinco anos. Temos também a prevenção secundária, que ocorre através de exames de imagem como a mamografia, vale ressaltar que o exame não previne o aparecimento do câncer de mama, mas previne que ele seja diagnosticado numa fase mais avançada”, destaca o mastologista.
A Dra. Heloísa de Andrade Carvalho, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da FEBRASGO explica sobre os tipos de exames genéticos que avaliam a chance da pessoa ter um câncer de mama. “ Temos, por exemplo, mutações nos genes BRCA1 e 2 que indicam que a mulher tem um alto risco de desenvolver um câncer não só de mama, como de ovário também. Uma vez constatada essa mutação, deve-se conversar com o médico e definir o que fazer. Pode-se simplesmente fazer um acompanhamento mais intensivo ou então partir para abordagens mais radicais como a cirurgia. Vale ressaltar que a avaliação genética é recomendada principalmente para mulheres de famílias com alta incidência de câncer ou então descendentes diretas da pessoa que teve um câncer sem histórico familiar”.
Sintomas
Os principais são nódulos palpáveis que aparecem no exame de imagem ou não, secreção pelo mamilo, dor incomum, retração na pele ou no mamilo, alterações nos exames de imagem.
Tipos de câncer de mama
Invasivo: é um tipo de câncer de mama, que se desenvolve quando as células da mama se dividem e crescem sem seus controles normais. Ele tem a capacidade de sair da mama e ir para o sistema linfático (linfonodos) ou através do sistema sanguíneo para outros órgãos do corpo chamado metástases.
Carcinoma intraductal: O carcinoma ductal in situ, também conhecido como carcinoma intraductal, é considerado não invasivo ou câncer de mama pré-invasivo. Isso significa que as células que revestem os ductos são cancerígenas, mas não se disseminaram através das paredes dos ductos para o tecido mamário adjacente.
Tratamento
O tratamento do câncer compreende a utilização de múltiplas abordagens com o objetivo de retirar a área tumoral e impedir a proliferação celular descontrolada.
Loco- regionais: os tratamentos loco-regionais englobam a radioterapia e a cirurgia para retirada do tumor. O procedimento cirúrgico visa tratar a mama e os linfonodos, e sempre que a cirurgia não for radical (conservando a glândula mamária) é acompanhada de radioterapia complementar.
Sistêmico: feito para tratar “o corpo inteiro”, sendo constituído através da hormonioterapia, que é geralmente feito a base se comprimidos, da quimioterapia que é elaborada a base de terapia endovenosa.
Imunoterapia: A imunoterapia é um tratamento que busca fortalecer o sistema imunológico do paciente com câncer. A terapia é feita com medicamentos que oferecem ferramentas para o corpo perceber as células cancerígenas e combater o seu crescimento.
Autoexame
O Dr. Felipe esclarece sobre o auto exame, “o auto exame deve ser realizado uma vez ao mês. Para as mulheres que estão menstruando, a época ideal seria uma semana após a data da menstruação, para quem não menstrua mais em qualquer data do mês. A paciente deve examinar a mama inteira com calma, a maneira mais fácil é imaginar a mama como um relógio e começar ao meio dia e palpando a parte superior até o mamilo, seguindo uma hora, duas horas e assim por diante em ambas as mamas. Qualquer alteração que ela sinta: nodulação, depressão, área mais endurecida na mama ou secreção pelo mamilo é recomendado procurar um serviço de saúde para uma orientação profissional”.