O que é Picamalácia e quais seus efeitos no organismo da gestante
O que é Picamalácia e quais seus efeitos no organismo da gestante
Comer terra, giz ou substâncias não alimentares e sem nutrientes não faz bem para gestante e o bebê
A picamalácia, ou síndrome de pica, é o nome que se dá ao desejo de comer coisas que não fazem parte da alimentação, como tijolo, terra, sabonete, giz, dentre outros. Embora seja comum sentir desejos estranhos na gravidez, é muito importante comentar com o médico durante o pré-natal e explicar com que frequência esse desejo ocorre.
Muitas vezes o desejo acontece, mas a gestante não busca por aquilo ou acaba comendo algo que tem ao seu alcance. Mas se a vontade é permanente e a ingestão acontece com frequência, a mulher não pode ter vergonha de pedir ajuda a um profissional da saúde, pois esse hábito pode causar complicações para a gestante e para o feto.
As causas da picamalácia são pouco conhecidas, mas há estudos que relacionam esse costume com a carência de ferro no corpo e com os desconfortos digestivos, dois aspectos também comuns na gravidez. Qualquer que seja o motivo, o diagnóstico precisa ser feito o quanto antes para evitar, por exemplo, doenças parasitoses (verme ou lombriga) ou que o organismo absorva menos nutrientes que o esperado dos alimentos.
Veja abaixo algumas das causas da picamalácia:
Mudanças hormonais:
Desde o início da gravidez, a produção dos hormônios passa por mudanças. Alguns hormônios o corpo vai produzir menos e outros mais, o que pode gerar desconfortos como náuseas, prisão de ventre e refluxo.
Um tipo de desejo comum é o por fruta verde com sal, muito relacionado a um possível alívio desses incômodos digestivos ou gastrointestinais.
Fatores nutricionais:
Um estudo feito com 227 gestantes atendidas pela Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ME/UFRJ), no Rio de Janeiro, entre Junho de 2005 a Janeiro de 2007, mostra que quase 15% delas praticaram picamalácia, com início no segundo ou terceiro trimestre.
Se ocorre carência de zinco ou ferro durante a gravidez, as enzimas cerebrais reguladoras do apetite ficam alteradas, ocasionando desejos que nem mesmo a gestante consegue explicar. Por outro lado, comer terra, tijolo ou argila pode causar deficiência de ferro e atrapalhar na absorção de nutrientes pelo organismo.
Recomendação da OMS sobre a dose única da vacina HPV: a realidade do Brasil
Recomendação da Organização Mundial de Saúde sobre a dose única da vacina HPV: a realidade do Brasil
Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma estratégia visando à eliminação do câncer de colo de útero, classificado como um problema de saúde pública em todo o mundo. Essa estratégia sinaliza os objetivos a serem alcançados até 2030, que são:
- 90% de meninas vacinadas com a vacina para papilomavírus humano (HPV) aos 15 anos de idade;
- 70% das mulheres rastreadas com um teste de alta qualidade aos 35 anos e novamente aos 45 anos de idade;
- 90% das mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero recebendo tratamento (90% das mulheres com neoplasias precursoras tratadas e 90% com câncer invasor sob tratamento).
Em reunião entre os dias 4 e 7 de abril de 2022, o grupo conselheiro de estratégias em imunização (SAGE) da OMS comparou as evidências da eficácia da dose única das vacinas HPV com as evidências da eficácia de duas ou três doses nos esquemas recomendados. Com a revisão científica realizada pelo SAGE, concluiu-se que uma dose de uma das vacinas disponíveis no mundo pode oferecer proteção significativa e não desprezível contra o vírus que causa o câncer de colo de útero (HPV), em algumas situações, podendo ser equivalente às duas doses que são recomendadas atualmente para adolescentes. Essas observações possibilitariam também que o esquema de duas doses fosse ampliado para idades acima de 14 anos. Adotar a dose única como estratégia poderá ser um importante passo para aumentar as coberturas e proporcionar a proteção para um número maior de meninas que não têm acesso à imunização contra o HPV.
O câncer de colo uterino é uma doença silenciosa que apresenta alta mortalidade e é prevenível pela imunização, assim, a possibilidade do uso da vacina em dose única tem o propósito de aumentar as coberturas vacinais, principalmente nos países de baixa renda.
Mais de 95% dos casos de câncer de colo de útero, o quarto tipo de câncer mais frequente entre as mulheres em todo o mundo, são causados por HPV, de transmissão predominantemente sexual. Entre esses casos, 90% ocorrem em mulheres vivendo em países de média e baixa renda.
Essas recomendações do SAGE permitirão que mais adolescentes e mulheres adultas sejam vacinadas, o que, consequentemente, auxiliará na prevenção do câncer de colo uterino e suas consequências.
Recomendações atuais do SAGE relativamente à vacina HPV:
- Dose única ou duas doses para meninas de 9 a 14 anos de idade;
- Dose única ou duas doses para mulheres jovens de 15 a 20 anos de idade;
- Duas doses com seis meses de intervalo para mulheres maiores de 21 anos de idade.
Os imunocomprometidos, incluindo aqueles vivendo com HIV/Aids, devem receber o esquema de três doses ou, quando isso não for possível, pelo menos duas doses. Não existem evidências em relação à eficácia da dose única nessa população.
A dose única é mais custo-efetiva e mais fácil de administrar e facilita a implementação de campanhas com catch-up em todas as idades. Também reduz os desafios de registros para a chamada para uma segunda dose e permite o redirecionamento de recursos para outros programas de saúde também prioritários, como o da malária, o do tracoma, entre outros.
Posicionamento da Febrasgo
A CNE em Vacinas da Febrasgo reuniu-se no dia 11 de maio de 2022 e está atenta a essas novas recomendações da OMS, sempre discutindo os dados publicados e a aplicabilidade no nosso país, e recomenda: “Toda vacina contra HPV aplicada tem fundamental importância, principalmente se aplicada antes dos 15 anos de idade, e deve ser insistentemente recomendada por todos os médicos, particularmente pelos ginecologistas e obstetras. Uma maior facilidade de acesso com expansão da cobertura vacinal, em função de um menor número de doses e esquemas simplificados, poderá favorecer o controle das patologias relacionadas ao HPV e resultar num impacto real e definitivo, particularmente na mortalidade pelo câncer de colo uterino, importante agravo à saúde da mulher brasileira.”
Até o momento, está bem sedimentada a eficácia do esquema de duas doses da vacina HPV em adolescentes, para os diversos desfechos da infecção, porém, para o esquema com dose única, ainda faltam evidências mais consistentes, que poderão ser obtidas nos próximos anos com os resultados de estudos em andamento. No Brasil, atualmente, não há falta de disponibilidade de vacinas HPV.
A CNE em vacinas da Febrasgo sugere, neste momento, manter a recomendação do esquema de duas doses da vacina HPV (com intervalo de 6 a 12 meses entre as doses), aguardando-se mais evidências que sustentem uma mudança no calendário, e ao mesmo tempo intensificar as ações integradas de melhoria das coberturas vacinais de adolescentes no nosso país, especialmente com a vacinação em base escolar, aliada a uma campanha nacional de conscientização da população, para atingirmos as metas estabelecidas pela OMS.
Comissão Nacional Especializada (CNE) em Vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Residência Médica
Em um esforço conjunto entre a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Associação Médica Brasileira (AMB), os autores compilam teorias e métodos validados internacionalmente para o treinamento e a avaliação de profissionais da saúde, facilitando o acesso a um tema atual e necessário a todos os envolvidos na educação médica no Brasil, com o objetivo final de oferecer uma melhor atenção à saúde.Morte materna acontece porque não se dá a devida atenção às mulheres na nossa sociedade, alerta Febrasgo
Febrasgo aponta a importância do acompanhamento médico no cenário da mortalidade materna e da saúde da mulher em 28 de maio, quando é celebrado o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna
São Paulo, maio de 2022. De acordo o Painel de Monitoramento de Mortalidade Materna, em 2021, foram registrados mais de 92,5 mil óbitos maternos no Brasil, o que indica que houve 107 mortes a cada 100 mil nascimentos. Esse número está acima dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODC) do parametrizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que estima média de 70 óbitos por 100 mil nascimentos. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) aponta que, dentre as principais causas de morte de gestantes e puérperas estão a hipertensão, hemorragias e infecção puerperal.
O tema volta ao centro do debate, pois 28 de maio é marcado como o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. A data foi criada com o intuito de alertar e conscientizar a população sobre o assunto.
O vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Mortalidade Materna da Febrasgo, Dr. Rodolfo de Carvalho Pacagnella, explica que “para reduzir a mortalidade materna, é necessária uma atuação sistêmica em todo o sistema de saúde. É importante reconhecer o papel central da mulher na nossa sociedade. A morte materna acontece porque não se dá a devida atenção às mulheres na nossa sociedade”.
Óbitos maternos são evitáveis desde que haja qualidade na assistência durante a gravidez, no parto e o puerpério. Dr. Rodolfo assinala que há três fases que comprometem a qualidade dessa assistência. “É preciso ter um investimento em todo o sistema de saúde, de maneira que se evite três demoras que levam a morte. A demora na fase um, em reconhecer que há um problema de saúde, ou seja, a mulher reconhecer que há um problema no corpo dela. É preciso ter educação para reduzir esse intervalo. A segunda é a demora em chegar a uma unidade de saúde. Para isso, é preciso ter transporte e uma rede de assistência adequada. E a demora de fase três, que diz respeito ao diagnóstico adequado e ao tratamento oportuno que vai ser oferecido à essas mulheres assim que elas chegarem no sistema de saúde.”
Segundo Pacagnella, as altas taxas de mortalidade materna estão relacionadas a problemas sociais. “Quanto maiores as taxas, maiores as desigualdades daquele país ou região. Países de alta renda, com igualdade entre gêneros, têm taxa de mortalidade materna muito baixas”, explica.
Saúde da Mulher
Para o especialista da Febrasgo, o mais indicado para a prevenção e o tratamento de doenças como HPV, a endometriose, o câncer de mama e de colo de útero, fibromialgia, depressão e obesidade - que figuram entre as maiores incidências de agravamento e morte entre mulheres no Brasil - são consultas e exames regulares, práticas que podem fazer a diferença na saúde da mulher, já que o diagnóstico tardio pode prejudicar o processo de tratamento e cura. Um dos maiores desafios da saúde pública é oferecer serviços de qualidade à saúde integral da mulher.
Para o Dr. Rodolfo, esses desafios existem, por consequência da forma como a mulher é vista pela sociedade. “Em uma sociedade que enxerga a mulher como um ser de segunda categoria, se investe pouco na vida das mulheres, se investe pouco na qualidade de vida dessas mulheres, se investe pouco no reconhecimento dessas mulheres como fundamentais para a constituição de um país, de uma sociedade justa e igualitária”, finaliza.
A Febrasgo, engajada com este tema, promove ações que visam educar e treinar os especialistas de Ginecologia e Obstetrícia para reduzir a mortalidade materna no Brasil.
Com esse intuito realizará uma Febrasgo Play sobre o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna no dia 26 de maio, às 20h00. A live terá transmissão aberta pelos canais Youtube e Facebook. Participe!
Youtube -> https://www.youtube.com/watch?v=H6kS8u6N0Wk
Facebook -> https://www.facebook.com/593379307339998/posts/5405342319476982/