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Pouco investimento em pesquisa interfere no tratamento da adenomiose, analisa especialista da FEBRASGO

Pouco investimento em pesquisa interfere no tratamento da adenomiose, analisa especialista da FEBRASGO

 

A doença, que é benigna e se apresenta como a presença de tecido menstrual na camada muscular do útero, afeta principalmente mulheres de 40 a 50 anos

 

A adenomiose é uma doença que atinge principalmente mulheres entre as idades de 40 a 50 anos. É benigna e sua caraterística principal é a presença do tecido menstrual (endométrio) na camada muscular do útero (miométrio). Ela pode ser assintomática ou causar sangramento menstrual excessivo, dor pélvica e cólicas menstruais.

 

“A causa da adenomiose ainda não está estabelecida, acredita-se que a exposição ao estrogênio contribua para o desenvolvimento da doença”, explica a Dra. Márcia Mendonça Carneiro, da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da FEBRASGO. A ginecologista, que também é Professora Titular do Departamento de Ginecologia da UFMG, elucida que entre os fatores de risco, além da idade, estão menarca precoce, antes dos 10 anos de idade; ciclos menstruais curso, menos de 24 dias de intervalo; uso prévio de contraceptivos hormonais e tamoxifeno; IMC elevado; multiparidade, mais de duas gestações; histórico de abortamento; e cirurgias uterinas prévias.

 

Em 2021, segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 11.463 procedimentos ambulatoriais e 3.791 procedimentos hospitalares relacionados ao diagnóstico da adenomiose. Existem evidências de que a doença é causa de infertilidade desse grupo entre 40 e 50 anos, mas também tem afetado mulheres mais novas.

 

Segundo a Dra. Márcia, com o avanço do diagnóstico por imagem através da ultrassonografia e da ressonância magnética, é possível ter como opção um tratamento conservador para quem desenvolve a adenomiose sintomática. “O tratamento engloba tanto o uso de medicação quanto o emprego de técnicas cirúrgicas conservadoras, que mantêm o útero e as chances de gravidez”, diz.

 

O tratamento medicamentoso se baseia no uso de hormônios que bloqueiam a menstruação. “Ainda não foi estabelecida a melhor forma de tratamento para a adenomiose, e as dificuldades estão relacionadas à presença de sintomas variados e à associação com outras condições ginecológicas, como miomas, pólipos e endometriose”, esclarece.

 

Quanto ao papel do ginecologista, a Dra. Márcia diz que cabe ao profissional fazer uma avaliação completa e tranquilizar a mulher sobre o diagnóstico e tratamento. “Infelizmente não há como prevenir a doença”, complementa. “Os cuidados com a saúde reprodutiva são vários e incluem dieta saudável, manutenção do peso, atividade física regular, uso de preservativo para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, e sobretudo, planejar a maternidade caso a mulher tenha planos de engravidar”, constata ao orientar esses esclarecimentos pelos médicos.

 

A integrante da Comissão de Endometriose da FEBRASGO ainda diz que, apesar dos avanços nas pesquisas nos últimos 20 anos, a adenomiose permanece com vários pontos que precisam ser esclarecidos, desde sua gênese até sua possível influência sobre a fertilidade e até perdas gestacionais. “Investir em pesquisas para encontrar formas adequadas de tratamento é fundamental. Infelizmente, as doenças benignas femininas como a adenomiose e a endometriose recebem poucos investimentos e, por isso, as pesquisas avançam em passos lentos”, conclui.

Nutrição e alimentação são pontos fundamentais à Saúde da Mulher, alerta especialista da FEBRASGO.

 
Especialistas alertam que a falta de nutrientes pode causar infecções e doenças mentais

 

O Dia Nacional da Saúde e Nutrição é celebrado dia 31 de março. A  data tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da alimentação saudável e equilibrada para o bom funcionamento do organismo. Em alusão a este dia, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca a importância da equilibrada na Saúde da Mulher, especialmente no que tange à ingestão balanceada de nutrientes. Especialmente no período gestacional, por exemplo, o compromisso quanto à alimentação aumenta, visto que isso afeta diretamente no desenvolvimento também do bebê.

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o peso ideal para a gestação deve considerar o estado nutricional da gestante e o seu peso até a 13ª semana. Com estes dados, calcula-se o IMC (índice de massa corporal). A OMS aponta 14,5 kg como o peso ideal para uma grávida ganhar até o parto.

 

O ginecologista Sérgio Hecker Luz, membro da Comissão de Assistência Pré-natal, alerta: “Para prevenir a desnutrição na gravidez, a mãe deve ter uma alimentação adequada que inclua a quantidade de energia e todos os elementos necessários para a formação do feto, banco de gordura, defesa do organismo etc. A gestante deve priorizar as seis refeições diárias, que tenham todos os elementos essenciais; além da ingestão de líquidos, e também como é recomendado pelo Ministério da Saúde a suplementação de ferro na gestação e após três meses do parto”.

 

Em caso de desnutrição extrema, pode haver morte uterina, aborto e má formação fetal. No período de gestação, a mãe tem uma tarefa que exige fornecer muita energia, para formar a formação do feto, sendo assim ela produz naturalmente um banco de gordura para poder amamentar o recém-nascido. Se não tiver essa energia a mãe poderá ter um feto pequeno para idade gestacional ou parir prematuramente. A grávida precisa dessa energia para desenvolver a capacidade de aguentar o trabalho da gestação tanto físico como emocional. Além disso, pela falta de nutrientes ela pode ser mais suscetível a infecções, doenças mentais etc.

 

Vale ressaltar que o pré-natal tem como objetivos acompanhar, prevenir, esclarecer, educar, orientar a gestante para que o resultado gestacional seja o melhor possível nos aspectos físicos, emocionais e sociais. Incluindo amamentação, anticoncepção, vida sexual, atividade física e volta ao estado não gravídico.

 

“Se a gestante tiver uma alimentação saudável e equilibrada e fizer exercícios físicos ela terá menos chances de complicações na sua gestação. Aqui enfatizo que uma alimentação saudável equilibrada é o fundamental. Se isto for seguido, não precisamos detalhar a quantidade de cada elemento. O elemento a ser suplementado é o sulfato ferroso, conforme indicação do Ministério da Saúde”, destaca o Dr. Sérgio.

 

 

Campanha Nutrindo Amor

Visando fazer um alerta para o papel da alimentação em todo o processo gestacional, a FEBRASGO promoveu entre 2021 e 2022 a Campanha Nutrindo Amor que, entre outras ações, disponibilizou uma série de conteúdos informativos com materiais educativos, que podem ser conferidos em https://www.febrasgo.org.br/pt/download-nutrindo-o-amor

Nota oficial AMB. Medida provisória (MP) Nº 1.165/2023 Reativação do Programa Mais Médicos - AMB

Reativação do Programa Mais Médicos

 

A Associação Médica Brasileira (AMB), cumprindo seu dever na defesa do bom exercício da medicina e à assistência médica de qualidade, vem a público externar sua preocupação com a edição da nova Medida Provisória (MP) nº 1.165/2023 que altera o programa Mais Médicos.

Esta Medida Provisória permite a disponibilização de “médicos” à sociedade brasileira sem a Revalidação dos seus respectivos diplomas obtidos no exterior (Revalida), expondo pacientes a profissionais sem a comprovada confirmação das competências exigidas para o exercício da Medicina em nosso país.

Para discutir a questão, a AMB convocará na próxima semana as suas 27 Associações Federadas e 54 Sociedades de Especialidade para debater o impacto da Medida Provisória e apresentar novas propostas para o seu aperfeiçoamento.

A Associação Médica Brasileira reforça seu compromisso na busca de uma assistência médica qualificada e resolutiva às demandas de nosso país, ao mesmo tempo em que se coloca à disposição do Ministério da Saúde para contribuir e debater esta e quaisquer outras questões pertinentes à formulação das políticas públicas de saúde.

São Paulo, 22 de março de 2023.

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA

Clique aqui para acesso à nota oficial no site AMB

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