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Dia Mundial da Luta contra o Câncer

Qualidade de vida e rotina de exames são peças-chave na prevenção e tratamento do câncer de mama

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) aproveita o Dia Mundial da Luta contra o Câncer, em 8 de abril, para alertar sobre a importância de uma vida saudável na pós-menopausa, aliada a uma rotina de exames, para prevenção e tratamento do câncer de mama.

Pesquisa recente da Universidade de Colorado, nos EUA, realizada com roedores, reforçou o que os médicos já sabiam: a obesidade na pós-menopausa aumenta o risco relativo da doença.

Segundo o presidente da Comissão Nacional Especializada em Mastologia da Federação, Afonso Celso Pinto Nazario, esse aumento é em torno de 1,2%. Isso quer dizer que se o risco em uma determinada população é de 100 casos para cada 100 mil mulheres, em obesas na pós-menopausa, passa a ser de 120 casos para cada 100 mil mulheres.

“Sabe-se que o estilo de vida saudável, que se constitui no tripé alimentação balanceada, prática regular de atividade física e controle do stress físico-emocional, ao diminuir a ansiedade e depressão, pode contribuir para reduzir o risco de câncer de mama”, afirma o médico.

O presidente da Comissão Nacional Especializada em Mamografia da Febrasgo, Paulo Mauricio Soares Pereira, explica que o tecido adiposo na pós-menopausa é o responsável pela conversão periférica do estrogênio e a atuação deste no tecido mamário aumenta a proliferação celular, uma das condições necessárias para o desenvolvimento das neoplasias, ou seja, células do câncer.

“A busca pela saúde deve ser uma constante independente da faixa etária. Isto significa a busca por uma melhor qualidade de vida”, incentiva Paulo Mauricio Soares Pereira.

Após 40 anos, mamografia é fundamental

Por ser uma doença multifatorial, ou seja, decorrente de diversos fatores interligados, não existe uma única medida preventiva para o câncer de mama. Por isso, é importante que na pós-menopausa a mulher continue a ser acompanhada por um médico especialista que saberá como identificar e orientá-la na evidência de qualquer alteração que coloque em risco a saúde e a vida.

Afonso Nazario reforça que a principal arma contra o câncer ainda é a detecção precoce por meio de mamografia anual a partir dos 40 anos. Ao ser diagnosticado em fases iniciais, as taxas de cura podem chegar a 90 – 95%. E o melhor, com tratamentos pouco agressivos e mantendo o aspecto estético das mamas.

Mesmo com informações disponíveis, muitas mulheres deixam de fazer a mamografia com a periodicidade necessária por não apresentarem sintomas ou pela dificuldade de acesso ao exame na rede pública. “É comum também as mulheres se despreocuparem da prevenção porque não têm nenhum parente próximo com a doença, mas isto é um erro: 90% das vítimas não possuem histórico familiar”, alerta o presidente da Comissão de Mastologia da Febrasgo.

O câncer de mama é o de maior incidência entre as brasileiras e também o que mais mata mulheres no país. Em 2010, foram mais de 12 mil mortes. Para 2013, estima-se que 52.680 mulheres sejam diagnosticadas com a doença, segundo estudo do Instituto Nacional do Cancer (INCA).

Mulheres de primeira viagem: início da vida sexual deve ser tratado com naturalidade pelos pais

O ingresso no universo da mulher é um momento marcante para toda jovem. Um período de alegria e entusiasmo, e que, por isso mesmo, exige atenção. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lembra a importância de os pais conversarem com suas filhas sobre sexualidade e cuidados com a saúde.
A iniciação sexual deve ser tratada com clareza e sinceridade pelos pais, sem preconceitos e tabus.

“As crianças devem aprender sobre sexualidade da mesma maneira que aprendem sobre outras questões do cotidiano. O tema não deve ser abordado de forma sigilosa, mas sim de maneira aberta e franca. Os limites, deveres e direitos devem ser aprendidos”, aconselha Dra. Zuleide Aparecida Félix Cabral, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia e Obstetrícia Infanto-Puberal da Febrasgo.

Diálogo aberto: lembrar os riscos, sem esquecer o bem-estar

O índice de adolescentes grávidas no Brasil vem caindo, mas dados do último censo do IBGE, em 2009, ainda mostram números altos: mais de 444 mil partos em meninas de 10 a 19 anos. Contudo, os perigos de uma vida sexual ativa não se limitam a uma gestação indesejada.

O HPV é um dos maiores vilões entre as adolescentes. Estudo da Fundação Oswaldo Cruz aponta que uma em cada quatro jovens no início da atividade sexual está contaminada com o vírus que pode causar câncer de colo de útero. A análise mostrou que o índice é ainda maior nas adolescentes com cinco anos de vida sexual: 40% de infectadas.

Mas é claro que a atividade sexual não traz apenas riscos e malefícios. “Os pais devem abordar a sexualidade também como forma de bem-estar, prazer, felicidade, companheirismo, respeito, mas que exige responsabilidades e deveres”, enfatiza Zuleide.

O preparo dos jovens para as relações sexuais começa desde a infância quando na escola e em seus lares, os pais e educadores já devem discutir sobre as questões positivas e negativas que envolvem a iniciação sexual.

A representante da Ferbrasgo orienta que é importante também conversar com os filhos homens, que devem ser igualmente responsáveis e responsabilizados nas decisões da vida sexual, como no uso do preservativo.

Quando visitar o ginecologista?

De acordo com Zuleide Cabral, não existe um momento certo para a primeira consulta ao ginecologista. Isso depende do desejo ou necessidade da jovem e de seus familiares. Algumas situações são as mais frequentes, como a primeira menstruação, queixa de corrimento genital, cólica menstrual, dentre outras.

“O ideal é que antes de iniciarem as relações sexuais as meninas procurem um ginecologista para exames clínicos e complementares. Após, médico e paciente podem escolher juntos um método de contracepção, discutem a dupla proteção e como devem ser agendadas as consultas de seguimento. As meninas após os nove anos de idade já têm a opção de usar as vacinas contra o vírus do HPV. Outras indicações de vacinas também são orientadas pelos ginecologistas”, explica a especialista.

Educar muda comportamento, apenas informar, não

As informações estão disponíveis a todos, mas não são suficientes se o jovem não souber aproveitá-las. Zuleide reforça que educar muda comportamento, informar, não necessariamente. Por isso, é preciso que os pais atuem de maneira efetiva na educação sexual de seus filhos, tirando dúvidas, dando conselhos e os encaminhando para o acompanhamento profissional do ginecologista. “É fundamental que as filhas tenham liberdade para conversar sobre tudo o que desejarem. Por isso, criar esse espaço na relação é tão essencial e é papel dos pais”, acrescenta a médica.

I ENCM 2015 debaterá temas polêmicos

Lideranças médicas de todo o país participarão na próxima semana, nos dias 4 e 6 de março, em Belo Horizonte, do I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina 2015 (I ENCM 2015). O evento vai debater temas latentes, como a violência obstétrica, a integração dos médicos do Mercosul e novos cenários da Residência Médica no Brasil, entre outros temas. Devem participar do evento, representantes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal.

Outros temas a serem debatidos são o exercício da medicina na América do Sul, Central e Caribe, a busca por crianças desaparecidas e o exercício da especialidade de alta complexidade. Durante o I ENCM 2015 também serão apresentadas as contas de 2014 do Conselho Federal de Medicina (CFM) e o relatório da Comissão de Assuntos Político (CAP) da autarquia.

O I ENCM 2015 será antecedido, no dia 3 de março, por uma reunião entre a diretoria do Conselho Federal de Medicina (CFM) e os presidentes dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Na ocasião, serão debatidos temas de interesse da categoria e das autarquias, com o objetivo de integrar ações e estimular a troca de experiências.

Para o presidente do CFM, Carlos Vital, a realização dos ENCM possibilitam uma ação harmoniosa do sistema conselhal. “Essa sintonia tem feito com que as autarquias estejam mais próximas dos médicos, respondendo aos pleitos de forma efetiva, com ações que buscam a valorização da medicina e uma assistência de qualidade”, disse.

Confirmaram presença no I ENCM o procurador Diaulas da Costa Ribeiro; o presidente da Federação das Associações Brasileiras de Gionecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Etelvino Trindade; o desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Miguel Kfouri; o presidente da Confederação Médica Latino-americana e do Caribe, Carlos Jañez; representantes de entidades da categoria da Venezuela (Douglas Leon Natera), da Costa Rica (Alexis Castillo) e da Bolívia (Aníbal Cruz); e os professores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Milton de Arruda Martins e Maria do Patrocínio Tenório Nunes.

Além desse grupo de expositores, também participarão das diferentes mesas os conselheiros federais: José Hiran Gallo, Sidnei Ferreira, Alceu Pimentel, Emmanuel Fortes, Cláudio Franzen, Jeancarlo Fernandes Cavalcante, José Fernando Maia Vinagre, Dalvélio Madruga, Wirlande Santos da Luz, Henrique Batista e Silva, Mauro Ribeiro, Jecé Brandão, Celso Murad e Hermann von Tiesenhausen. Confira a programação abaixo.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), Itagiba de Castro Filho, a entidade está orgulhosa de sediar o I ENCM 2015. “Trata-se de um momento de extrema importância para o movimento conselhal, pois durante as diferentes atividades teremos a oportunidade de analisar questões de peso para o ético exercício da medicina. Estou certo de que os debates e conclusões ajudarão na tomada de futuras decisões”, disse.

I ENCONTRO NACIONAL DOS CONSELHOS DE MEDICINA DO ANO DE 2015
DATA: 04, 05 e 06.03.2015
LOCAL: Sede do CRM-MG – Belo Horizonte-MG

PROGRAMAÇÃO

04.03.2015 – (QUARTA-FEIRA)

8h30 – Credenciamento

9h às 10h – Solenidade de Abertura
Dr. Carlos Vital Tavares Corrêa Lima – Presidente do CFM
Dr. Itagiba de Castro Filho – Presidente do CRM-MG

10h às 11h - TEMA: Violência Obstétrica na Assistência ao Parto? 
Apresentação: Dr. Henrique Batista e Silva – Secretário-Geral do CFM
Conferencista: Dr. Diaulas Costa Ribeiro – Procurador do MPDFT

11h às 12h20 - TEMA: Autonomia do Obstetra e do paciente na condução do parto
Coordenador: Dr. José Hiran da Silva Gallo – Tesoureiro do CFM
Secretário: Dr. Sidnei Ferreira – 2º Secretário do CFM
Expositores: Dr. Diaulas Costa Ribeiro – Procurador do MPDFT – O princípio básico da autonomia
Dr. Eduardo Valério Borges da Fonseca – Membro da CT de Parto Normal do CFM – Resolução da ANS
Dr. Alceu José Peixoto Pimentel – Conselheiro Federal – Projeto de Lei Dep. Jean Wyllys
Dr. Etelvino Trindade – Presidente da FEBRASGO – Parto normal x cesariano – Disponibilidade Obstétrica

12h20 às 12h50 – Intervalo

12h50 às 14h Debates

05.03.2015 – (QUINTA-FEIRA)

9h às 10h - TEMA: Mercosul: Integração dos médicos: Visão da CONFEMEL 
Apresentação: Dr. Carlos Vital Tavares Corrêa Lima – Presidente do CFM
Conferencista: Dr. Carlos Jorge Jañez – Presidente da CONFEMEL

10h às 11h40 - TEMA: Atualidades sobre o exercício da medicina na América do Sul, Central e Caribe
Coordenador: Dr. Emmanuel Fortes da Silveira Cavalcanti – 3º Vice-Presidente do CFM
Secretário: Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen – Conselheiro Federal
Expositores: Dr. Douglas Leon Natera – Vice-Presidente de Assuntos Profissionais da CONFEMEL(Venezuela)
Dr. Alexis Castillo Gutiérrez – Vice-Presidente da Região Centro América e do Caribe da CONFEMEL (Costa Rica)
Dr. Aníbal Cruz – Vice-Presidente Institucional da CONFEMEL (Bolívia)
Dr. Jeancarlo Fernandes Cavalcante – Conselheiro Federal(Brasil)

11h40 às 12h40 Debates

12h40 às 13h10 Intervalo

13h10 às 15h - TEMA: Apresentação das Contas do CFM – 2014
Coordenadores: Dr. José Hiran da Silva Gallo – Tesoureiro do CFM
Secretário: Dr. Dalvélio de Paiva Madruga – 2º Tesoureiro do CFM

15h às 16h TEMA: Apresentação de Relatório da CAP – Comissão de Assuntos Políticos do CFM
Expositores: Dr. Wirlande Santos da Luz – Conselheiro Federal
Dr. Alceu José Peixoto Pimentel – Conselheiro Federal
Napoleão Salles – Assessor Parlamentar do CFM

16h – Atividade Institucional do CRM-MG

06.03.2015 – (SEXTA-FEIRA)

9h às 10h TEMA: Crianças desaparecidas 

Conferencista: Dr. Ricardo Paiva – Membro da Comissão de Ações Sociais do CFM
Apresentação: Dr. José Fernando Maia Vinagre _ Corregedor do CFM

10h às 11h TEMA: Exercício da especialidade de alta complexidade

Coordenador: Dr. Mauro Britto Ribeiro – 1º Vice-Presidente do CFM
Secretário: Dr. Jecé Freitas Brandão – 2º Vice-Presidente do CFM

Expositores: Dr. Denis Calazans Loma – Vice Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Dr. Miguel Kfouri Neto – Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do PR – Aspectos Jurídicos
Dr. Roberto Luiz d’Ávila – Assessor do CFM

11h às 12h Debates

12h às 12h30 Intervalo

12h30 às 13h30 TEMA: Novos Cenários da Residência Médica no Brasil
Coordenador: Dr. Hermann Alexandre Vivacqua von Tiesenhausen
Secretário: Dr. Celso Murad
Expositores: Prof. Dr. Milton de Arruda Martins
Dra. Maria do Patrocínio Tenório Nunes
Dr. Arthur Hirschfeld Danila – Presidente da ANMR
Ministro da Educação ou seu representante

13h30 às 15h Debates

15h Encerramento

Fonte: Portal CFM 

Neste 7 DE Abril, Dia Mundial da Saúde, FEBRASGO Alerta sobre a importância da prevenção

A primeira visita ao ginecologista há algum tempo tinha foco nas orientações sobre a menarca, o início da vida sexual e sobre anticoncepção. Atualmente a consulta ocorre, sendo uma das primeiras informações, a prática sexual sem proteção. Na sequência, queixas genitais relacionadas a atividade sexual e suspeita ou constatação de gestação indesejada. Procedimentos singelos, como o não uso do preservativo e de outros métodos anticonceptivos têm refletido no aumento das taxas de gravidez precoce, com desfechos, muitas vezes, dramáticos. Segundo relatório divulgado no ano passado pela Organização Mundial de Saúde, milhares de adolescentes morrem por dia no mundo em decorrência de problemas no parto. Os riscos se estendem às doenças sexualmente transmissíveis, incluindo as infecções virais pelo HPV e HIV.

Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Etelvino Trindade, este 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, é uma data importante para reforçar a importância da prevenção. “É preciso disseminar informações sobre a necessidade da prevenção que inclui o uso do preservativo, masculino e feminino. Com esse cuidado simples, doenças podem ser evitadas. Associado a isso, as orientações sobre o uso de contraceptivos seguros. As informações e os esclarecimentos constituem parte da boa prática médica, devem ser transmitidos pelos médicos e promovem o envolvimento e participação da sociedade”, diz.

Dr. Trindade faz referência ao aumento da sífilis no Brasil, que, de acordo com dados do Ministério da Saúde, é quatro vezes mais frequente nas gestantes do que a infecção pelo HIV. “Após confirmada a gravidez é preciso que as mulheres tenham consciência do acompanhamento pré-natal, onde é feito o teste para sífilis que, se detectada e tratada, evita que o bebê nasça com graves problemas de saúde”, destaca o especialista.

As recomendações preventivas também incluem a vacinação contra o HPV para meninas de 11 a 13 anos estendendo dos 9 aos 26 anos, pois a imunização ajuda a prevenir casos de câncer de colo do útero. Embora a vacinação previna, o preservativo continua sendo indispensável, principalmente quando o sexo não é seguro. “A meta de vacinação estabelecida pelo governo tem sido abaixo do esperado e está sendo fornecida a segunda dose da vacina contra o HPV. Cabe a nós, médicos, auxiliar no esclarecimento para a adesão das meninas e das famílias”, orienta Trindade.

Dr. Etelvino Trindade alerta que é preciso, também, as mulheres saberem da importância do exame de detecção do HIV, pois o tratamento precoce ajuda a evitar o desenvolvimento do vírus. A finalidade é ter mais qualidade de vida. Não é somente detectar o vírus. Ainda acresce a necessidade da adesão ao tratamento.

Estudo divulgado neste 7 de abril de 2015 pela revista científica Public Library of Science (PLOS) está abordando esse assunto. Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, avaliaram mais de 50 mil pacientes soropositivos em 111 países e constataram que um pequeno grupo de mutações virais, responsáveis​​ pela maioria dos casos de resistência ao tratamento, está relacionado ao uso descontinuo dos medicamentos. Vale lembrar que no Brasil cerca de 734 mil pessoas são portadoras do vírus HIV. Destas, 589 mil estão diagnosticadas e, dentre elas, somente 404 mil aderiram ao tratamento.

“O que preocupa não é apenas a descoberta da doença para o correto tratamento, mas as pessoas que têm o HIV e deixam de tomar os antirretrovirais. São quase 200 mil pessoas, no Brasil, que sabem da condição de serem soropositivas, mas ainda não buscaram ajuda especializada. O cenário precisa mudar. É preciso investir em campanhas imediatas de saúde para a população”, finaliza Etelvino Trindade.

Doença inflamatória pélvica: diagnóstico ainda difícil

Uma em cada quatro mulheres com doença inflamatória pélvica (DIP) acabam tendo sequelas a longo prazo. A infertilidade é uma delas – podendo afetar 30 a 40% das mulheres.

A inflamação pélvica não é só uma dor. Trata-se de uma infecção do trato genital feminino que pode incluir o endométrio, as trompas uterinas e os ovários. Apesar de estar associada às doenças sexualmente transmitidas (DST’s) do trato genital inferior, a DIP é o resultado de um processo polimicrobiano.  Ou seja, vários micro-organismos podem estar envolvidos e o uso de preservativo representa uma importante barreira contra eles.

O diagnóstico nem sempre é fácil. O sintoma mais comum é a dor abdominal baixa. Mas ela pode se manifestar com dor durante o ato sexual, dor lombar, febre, calafrios, náuseas, além de corrimento, coceira, sangramento e forte odor na vagina. Mas há mulheres que não apresentam nenhum sintoma clássico.

E por que reforçamos tanto a atenção para esta doença? Pacientes com danos leves têm 3% de chance de terem dificuldade para engravidar no futuro. Danos moderados aumentam o índice para 13%. Quando a inflamação pélvica causa danos tubários graves, essas chances chegam a 29%.

Além do histórico de doenças inflamatórias prévias, outros fatores de risco predispõem a paciente a novos episódios, como a existência de múltiplos parceiros sexuais (mais de dois num período de 30 dias) e fazer sexo sem uso de preservativo.

Um alerta sobre as adolescentes: jovens que já manifestaram doença inflamatória pélvica devem passar por consulta periodicamente para serem orientadas de forma correta sobre a prática do sexo seguro. 

Tensão Pré Menstrual

Desconforto, inchaço, irritação, cólicas, vontade de comer doces. O conjunto de sintomas compõe a clássica Tensão Pré-Menstrual, a TPM.

Todo mês, o período que antecede a menstruação pode causar alguns incômodos físicos e emocionais. 

A TPM pode se apresentar de forma diferente em cada mulher – algumas podem, inclusive, nem sentir os efeitos dessa etapa. Porém, a grande maioria – 80% somente entre as brasileiras – sabe o quanto os sintomas desse período podem atrapalhar a rotina. 

A boa notícia é que algumas medidas podem ser tomadas para tornar a convivência com a TPM melhor: um estilo de vida saudável e, sobretudo, a alimentação balanceada podem minimizar os seus efeitos adversos e tornar seus sinais mais brandos.

Afinal, qual a explicação para a TPM? Desde o início do ciclo menstrual, que se inicia no primeiro dia de fluxo, os hormônios femininos estrogênio e progesterona têm alterações intensas nos seus níveis, chegando a picos e declínios entre o início e o fim do período. Quando a fase conhecida como TPM se aproxima, esses hormônios chegam ao nível mais baixo de produção, e toda essa “gangorra hormonal” é a responsável pelas variações de humor e sintomas físicos na mulher.

No período que antecede a menstruação, a produção de serotonina também é prejudicada. Esse neurotransmissor, conhecido também como “hormônio do bem-estar”, sofre influência direta das alterações dos hormônios sexuais e as consequências são visíveis: a mulher fica emotiva, ansiosa, impaciente e até mesmo depressiva. 

Os sinais da TPM costumam variar em cada mulher. Conheça:

Ansiedade: a mulher fica propensa à irritabilidade, tensão e dificuldade para se concentrar ou dormir.

Compulsão alimentar: quem sofre desse tipo de TPM tem o desejo por guloseimas. A explicação é a necessidade energética maior do organismo nesta fase. Além disso, o “mecanismo de recompensa” do cérebro vai buscar alimentos capazes de suprir essa necessidade da forma mais rápida, através de alimentos de alto índice glicêmico.

Depressão: as mulheres sofrem com a queda da autoestima durante esse período, também se irritam com maior facilidade, ficam pessimistas e podem até mesmo apresentar sintomas depressivos.

Inchaço: as mulheres que se enquadram nesta categoria sofrem com o inchaço acentuado e maior sensibilidade nas mamas e em diversas regiões do corpo. Isso ocorre devido à tendência à maior retenção de líquidos no período.

Como lidar com a menopausa de maneira tranquila

O corpo da mulher começa a se preparar para a menopausa entre os 45 e 55 anos. A menopausa é o nome que se dá à última menstruação e esta fase traz uma série de mudanças e adaptações ao corpo da mulher. Algumas mulheres, nesta fase, podem sentir alterações no organismo, que causam diversos sintomas, como ondas de calor, tonturas, palpitações, suores noturnos, distúrbios do sono, depressão, irritabilidade, irregularidade menstrual, diminuição da libido, entre tantos outros.

É fundamental que a mulher tenha o acompanhamento de um ginecologista nesta fase para aliviar o desconforto. Para ter qualidade de vida na menopausa, seguem algumas dicas no dia a dia:

  • Pratique atividades físicas, principalmente exercícios aeróbicos e de fortalecimento da musculatura
  • Converse com o seu médico sobre o consumo diário de cálcio.
  • Exercite seu cérebro em jogos de raciocínio e palavras cruzadas. Isso ajuda a reduzir o risco de perda de memória durante a pós-menopausa
  • Aprenda a ter bons hábitos de sono. Você sabia que a falta de sono pode contribuir para a confusão mental e baixa libido?
  • A reposição hormonal é um assunto de extrema importância para discutir com o médico. Faça uma lista com ele com os prós e contras sobre a terapia de reposição hormonal. Ela não é recomendada para mulheres em situação de risco para câncer de mama, trombose ou doença cardíaca

 

Queixas ocultas

A mulher madura também tem outras queixas e nem sempre ela tem coragem de desabafar. Falta de desejo sexual, falta de excitação, ausência de orgasmo e dor no ato sexual são comuns. A consulta com o ginecologista vai discutir aspectos tanto físicos quanto emocionais.  Terapias hormonais podem auxiliar para o aumento da libido. Mas apenas um médico, após avaliação e até exames laboratoriais, é quem pode indicar.

Especialistas apontam que, muitas vezes, o próprio processo natural de envelhecimento causa desconforto nas mulheres.

O tratamento medicamentoso depende muito dos sintomas que a paciente relata, porém ele pode ser realizado também com antidepressivos, fitoterápicos e cremes vaginais, tanto hormonais quanto lubrificantes, que diminuem o ressecamento local.

Cisto no ovário: nem sempre ‘vai embora’ sozinho

A presença de cistos nos ovários nem sempre é algo que “vai passar com o tempo” e pode ser ignorada. Principalmente no caso da síndrome dos ovários policísticos (SOP), distúrbio caracterizado por alterações hormonais formação de pequenos cistos nos ovários.

As principais queixas das mulheres com SOP são o aumento de pelos em áreas de distribuição corporal tipicamente masculina, que ocorre em 75% dos casos, acne e irregularidade menstrual, muito comum, presente em até 85% dos casos. A obesidade também é um dos sinais que acomete até 60% das pacientes.

Mas muitas vezes existe demora no diagnóstico. Uma pesquisa feita em dezembro do ano passado, com cerca de 1.300 mulheres da América do Norte e da Europa, mostrou que o diagnóstico demorou mais de 2 anos para 33% dessas pacientes. E quase metade – 47% das mulheres – precisou passar em consulta por três profissionais de saúde para receber o diagnóstico. Apenas 15% das pacientes estavam satisfeitas com as informações fornecidas no momento do diagnóstico.

Geralmente, as primeiras manifestações começam ainda na adolescência - após 2 anos da primeira menstruação - com persistência de atrasos ou ausência dos ciclos menstruais, estendendo-se até o início do período da transição para a menopausa. A SOP acomete cerca de 6 a 10% da população feminina entre 18 e 45 anos.

A detecção dessa síndrome é feita por meio de um conjunto de critérios  - sintomas, exames de laboratório e ultrassonografia.

Segundo especialistas, o tratamento é direcionado às necessidades particulares de cada mulher, dependendo do desejo ou não de engravidar e na prevenção de futuras complicações em virtude da frequente associação com outras doenças.

O tratamento engloba perda de peso e podem ser necessárias orientações cosméticas, incluindo depilação a laser e medicações para normalizar a função menstrual.

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