Violência obstétrica é assunto na imprensa
Nesses quatro anos, o assunto “violência obstétrica”, foi explorado pela mídia em desfavor do médico obstetra.
Algumas práticas passaram a ser contestadas e taxadas de violência obstétrica. Entretanto, no Brasil, muitas situações colocadas com esta terminologia, estão relacionadas com situações de políticas públicas, como falta de vagas em maternidades no país inteiro, dificuldade de acesso a serviços de qualidade com assistência multidisciplinar, entre outras, e não estão ligadas diretamente à assistência. A posição da FEBRASGO sobre este debate foi sempre a recomendação para a aplicação de boas práticas obstétricas na assistência, todas baseadas em evidências científicas. Nestas situações de conflito estivemos sempre ao lado do médico associado.
Sobre a disponibilidade obstétrica, prática legítima não aceita pelas operadoras de saúde suplementar, foram exaustivamente discutidas, e pleiteamos junto ao Conselho Federal de Medicina durante todo o ano de 2019, a mudança de redação do parecer 39/2012, que à época de sua divulgação foi muito útil, mas agora necessita de adequação, para que o Poder Judiciário não julgue improcedentes as ações em andamento na Justiça.
FEBRASGO participa como jurado de Prêmio de Inovação em Medina da Revista Saúde É Vital!
Este mês, a Febrasgo esteve presente na Cerimônia de entrega do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica, com a curadoria da Revista Saúde. O objetivo é reconhecer projetos e profissionais médicos que fazem a diferença nas áreas científica, clínica e assistencial.
O nosso presidente, Dr. Cesar Fernandes, foi um dos jurados de uma das cinco categorias do Prêmio: Inovação em Tratamento. O vencedor foi o projeto: uso da pele de tilápia para tratar queimaduras, apresentado pelos autores Edmar Maciel Lima Júnior, Manoel Odorico de Moraes Filho, Maria Elisabete Amaral de Moraes, Felipe Augusto Rocha Rodrigues, Carlos Roberto Koscky Paier e Marcelo José Borges de Miranda.
Comunicado vacina HPV - SBIm/SBP/SBI/Febrasgo

• Em 2014, teve ampla repercussão na mídia o caso de três adolescentes de Bertioga, no litoral de São Paulo, hospitalizadas com fraqueza muscular nos membros inferiores horas depois de serem vacinadas. Todas as jovens se recuperaram em menos de uma semana, sem sequelas ou necessidade de tratamento específico. Os exames realizados durante o período de internação — físicos, de imagem (ressonância magnética/tomografia), eletroencefalograma e eletroneuromiografia — descartaram qualquer consequência física ou orgânica. A conclusão foi a de que os casos se trataram de reação psicogênica pós-vacinal, comum nesse grupo etário5.
• Um estudo realizado entre 2005 e 2010, com mais de 21 mil adolescentes vacinadas contra o HPV e 180 mil não vacinadas, demonstrou que a vacina não induz comportamento sexual de risco6.
• O HPV é extremamente comum: estimativas apontam que a probabilidade de infecção em algum momento da vida é de 91,3% para homens e 84,6% para mulheres. Mais de 80% das pessoas de ambos os sexos contraem o vírus antes dos 45 anos7.
• Dados preliminares do “Estudo POP-Brasil: resultados e ações para o enfrentamento da infecção pelo HPV”, realizado em 26 capitais e no Distrito Federal, demonstraram a presença do vírus em 54,6% dos participantes. A idade média dos entrevistados foi de 20,6 anos. A maioria informou estar em uma relação afetiva estável: 41,9% namorando; 33,1% casados (ou morando com o(a) parceiro(a)). O restante estava sem relacionamento8.
• Há cerca de 150 tipos de HPV, dos quais por volta de 13 são capazes de causar câncer9. O HPV está relacionado a 99% dos casos de câncer de colo de útero, 63% dos casos de câncer de pênis, 91% dos casos de câncer de ânus, 75% dos casos de câncer de vagina, 72% dos casos de câncer de orofarinfe e 69% dos casos de câncer de vulva10. O vírus também pode acarretar verrugas genitais, importante problema de saúde pública.
• Diante da constatação de que praticamente todos os registros de câncer de colo de útero são atribuíveis ao HPV, é importante frisar que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 6.385 mulheres morreram devido a esse tumor maligno em 2017. A estimativa de novos casos é de aproximadamente 16.000 por ano11.
A análise de 65 estudos envolvendo dados de 60 milhões de pessoas em 14 países verificou que15:
o De cinco a oito anos após a introdução da vacina quadrivalente no sistema público houve redução de prevalência do HPV 16 e 18 em 83% nas meninas de 13 a 19 anos; 66% nas mulheres de 20 a 24 anos; e 37% nas mulheres de 25 a 29 anos.
São Paulo, 19/11/2019
Referências
2https://www.who.int/vaccine_safety/initiative/tools/HPV_vaccine_rates_information_sheet_1217.pdf
3 https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21645515.2016.1168952
4 https://www.who.int/vaccine_safety/committee/topics/hpv/June_2017/en/
5 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036- 46652019005000223
&lng=en&nrm=iso&tlng=en
6 https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2109856
7https://journals.lww.com/stdjournal/Fulltext/2014/11000/The_Estimated_Lifetime_Probability_of_Acq uiring.4.aspx
8 http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/estudo-apresenta-dados-nacionais-de-prevalencia-da-infeccao-pelo-hpv
9 https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/hpv
10 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/ijc.2910520513
11 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero
12 https://www.cdc.gov/vaccines/pubs/pinkbook/downloads/hpv.pdf
13 Hawkins MG, Winder DM, Ball SL, et al . Detection of specific HPV subtypes responsible for the pathogenesis of condyloma acuminata. Virol J 2013;10:137.doi:10.1186/1743-422X-10-137
14 Efficacy and safety of prophylactic HPV vaccines. A Cochrane review of randomized trials. Expert Rev Vaccines. 2018 Dec;17(12):1085-1091. doi: 10.1080/14760584.2018.1548282. Epub 2018 Nov 29. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Arbyn%20M%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_ui d=30495978
15 https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(19)30298-3/fulltext
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