Recomendações Febrasgo para diminuir a hesitação vacinal
Recomendações Febrasgo para diminuir a hesitação vacinal
Risco de complicações da Covid-19 na gestação
Com dois anos de pandemia da Covid 19 no mundo, já temos as evidências suficientes sobre o risco de maiores complicações da doença durante a gestação e puerpério imediato, quando comparamos com as mulheres da mesma faixa etária que não se encontram no período gravídico e puerperal. Os dados disponíveis indicam um risco aumentado para doença grave, para maior admissão às unidades de cuidado intensivo, para maior necessidade de ventilação mecânica e maior risco de óbitos na comparação com a população geral de mulheres. Esse risco é maior nas gestantes/puérperas que tem comorbidades como cardiopatia, diabetes e obesidade.
Vacinação contra Covid-19
A Febrasgo e o Programa Nacional de Imunizações [PNI] recomendam que as gestantes e puérperas recentes recebam as duas doses da vacina da Pfizer [mRNA] e alternativamente a de vírus inativado [Coronavac] nos locais aonde não estiver disponível a da Pfizer. A Febrasgo e o PNI contra indicam as vacinas de vetor viral [AstraZeneca e Janssen] para as mulheres nesse período especial.
Com o potencial risco que representa a doença na gestação, é importante que os ginecologistas e obstetras abordem o tema nas consultas de rotina de suas pacientes.
Durante as consultas os médicos devem oferecer informações sobre o risco da doença e a segurança das vacinas aprovadas no país, sobretudo com a necessidade de ter o esquema completo das duas doses. Lembrar sempre da importância da segunda dose e também para as mulheres que completaram seu esquema vacinal há mais de 6 meses e que agora se encontram gestantes, recomendar a dose de reforço ou terceira dose com esquema homólogo, se a vacinação anterior utilizou as vacinas recomendadas na gestação, ou heterólogo com a vacina da Pfizer. Os trabalhos recentes indicam uma perda de imunidade após 6 meses da segunda dose. Daí a necessidade de se recomendar a dose de reforço.
Até o momento, não existem evidências de eventos adversos graves na gestante e nem nos fetos, e os dados vem demonstrando a segurança das vacinas na gestação.
Concluindo, para diminuir a hesitação vacinal, os ginecologistas e obstetras devem esclarecer suas pacientes sobre o risco da infecção pelo SarsCoV2 , sobre a eficácia da vacinação em proteger as gestantes e seus filhos, bem como a segurança das vacinas e, sobretudo, devem reforçar a importância da imunização completa com duas doses e, nos casos indicados, a dose de reforço em qualquer trimestre da gestação.
Comissão Nacional Especializada de Vacinas
Comissão Provisória da Febrasgo COVID-19 e Gestação
Posicionamento Febrasgo sobre Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
Caros Colegas Ginecologistas e Obstetras brasileiros,
Vimos à sua presença para alertá-los sobre um fato que nos foi dado a conhecer, que nos traz profundas preocupações, e que nos obriga a expressar a nossa reprovação.
Estamos falando da criação de uma Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia encabeçada por um grupo de médicos autônomos que resolveram por conta própria constituí-la à margem da nossa histórica e tradicional representação que é exercida há mais de 60 anos pela FEBRASGO, esta sim, constituída por mais de 25.000 ginecologistas do país.
Cabe esclarecer que a criação de uma Academia Brasileira de qualquer natureza, à exemplo da Academia Brasileira de Letras (ABL), da Academia Nacional de Medicina (ANM), entre outras, deve ser norteada por princípios da imparcialidade, senso de justiça, legitimidade, honradez, probidade e, sobretudo, reconhecimento meritório dos patronos que ocupam as suas cadeiras. Ou seja, uma academia de notáveis deve ter critérios rígidos e bem definidos para escolher os seus membros com definições aprovadas por colegiados independentes, sem jamais servir a grupos de pessoas, a interesses financeiros ou dar espaços para princípios de compadrios.
Uma Academia Brasileira não pode, sob qualquer pretexto, contaminar suas indicações para incluir eventuais membros que não preencham os critérios meritórios e, tampouco, excluir colegas que, reconhecidamente, tenham história merecedora para, como membros, ocupar uma de suas cadeiras. Deve ao final orgulhar a todos que desta Academia se nutrem, sempre em prol do engrandecimento, do prestígio e da notoriedade da classe que representa. Portanto, seus princípios régios devem também incluir lisura, transparência e dignidade.
Pelos motivos expostos, a FEBRASGO não reconhece a Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, inscrita no CNPJ sob n.º 42.368.041/0001-85, que se diz fundada em 21/05/2021, localizada na cidade de Goiânia – GO, como entidade associada e/ou federada a seu quadro, tampouco conhece seus objetivos junto à classe médica da Ginecologia e Obstetrícia.
A criação da Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia é um sonho de há muito acalentado pela Febrasgo em seus 62 anos de atuação, sempre respeitada pelos seus associados, pela Medicina e pela Sociedade como um todo. Por fim, informamos que estamos em processo de criação da Academia de Notáveis em Ginecologia e Obstetrícia com critérios definidos de escolhas dos seus patronos, com metodologia meritória, decisões colegiadas e com a transparência democrática que se faz necessária em projetos dessa envergadura. Certamente, teremos como ocupantes de suas cadeiras, os ginecologistas e obstetras com as biografias mais respeitadas do país independente de vínculos de amizade ou de cumplicidade. Este, vale repetir sempre, é um projeto que não se presta a interesses econômicos, pessoais ou políticos. Trata-se do interesse de todos e não de grupos específicos de pessoas.
A FEBRASGO se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas a respeito do tema, bem como, se compromete a sempre buscar a clareza e veracidade de todas as manifestações que de alguma forma atinjam aos colegas associados.
Com o nosso maior respeito
Cordialmente,
Diretoria da Febrasgo.