Os alimentos aliados da saúde intestinal das grávidas
Os alimentos aliados da saúde intestinal das grávidas
Maior consumo de água e fibras ajuda a evitar desconfortos como a constipação
Muitas mulheres podem vivenciar situações de intestino preso – ou constipação - durante a gestação. Isso ocorre porque durante essa nova fase de gerar o bebê existe o aumento da produção de alguns hormônios, entre eles a progesterona.
Uma das funções da progesterona é diminuir os movimentos uterinos (contrações uterinas), evitando aborto e parto prematuro, segundo a médica Dra. Fernanda de Castro Surita, professora associada do Departamento de Tocoginecologia da Unicamp e presidente da CNE de Assistência Pré-Natal da Febrasgo.
Porém, o aumento da progesterona no sangue pode reduzir a movimentação de outros músculos, como os movimentos peristálticos do intestino, levando à constipação. Além disso, durante a gestação, a necessidade hídrica é maior e se não adequada pela mulher, o consumo insuficiente de água pode tornar as fezes mais secas e difíceis de serem eliminadas.
Para melhorar o quadro de constipação é preciso aumentar o consumo de água e de fibras. A nutricionista Dra. Maira Pinho-Pompeu, especialista em saúde materna e perinatal pela Unicamp, explica que existem dois tipos de fibras, as fibras solúveis que absorvem a água dos alimentos e a água que tomamos como hidratação, ajudando na motilidade do intestino. E as fibras insolúveis, que não absorvem água e que ajudam a formar o bolo fecal. “Ambas as fibras são essenciais para a saúde intestinal e são encontras em alimentos integrais, frutas (principalmente em suas cascas), leguminosas, legumes e verduras”, diz a nutricionista.
Além disso, é interessante que a mulher dê preferência aos alimentos laxativos, como a ameixa e o mamão. Os probióticos, microrganismos vivos que ingeridos em quantidades adequadas fazem bem à saúde, podem contribuir para a melhora intestinal, mas para terem este efeito é preciso ter uma alimentação saudável e equilibrada.
Apesar de não ter contraindicação em relação à suplementação de probióticos, é indicado que a mulher tenha uma avaliação nutricional ou médica, uma vez que existem diversos tipos de probióticos e com diferentes funções.
Mitos e Verdades sobre nutrição das mulheres que querem engravidar
Mitos e Verdades sobre nutrição das mulheres que querem engravidar
Alguns hábitos e consumos de alimentos precisam de atenção da mulher que pretende engravidar. A alimentação adequada também na fase pré-gestacional exerce um papel importante. As nutricionistas Dra Maira Pinho Pompeu e Dra Daiane Paulino esclarecem alguns mitos e dizem o que são verdades para ajudar as mulheres antes da gravidez.
Confira:
Mulheres que querem engravidar não podem consumir canela ou cúrcuma
Mito - O uso destes ingredientes como tempero, por exemplo canela na banana ou cúrcuma no frango, não prejudica a fertilidade da mulher. Porém, não devem ser suplementados na fórmula de cápsulas ou consumidos como chás e shots.
O consumo de álcool deve ser descontinuado antes da gravidez
Verdade- O álcool é prejudicial para a maturação dos ovócitos femininos e também para a produção espermática no homem, por isso, deve ser descontinuado quando o casal decide engravidar.
Consumir chás naturais ajudam a engravidar
Mito - Os chás, por mais comum e naturais que sejam, apresentam compostos fitoterápicos que vão agir de formas diferentes no nosso organismo, podendo inclusive diminuir a fertilidade do casal. Por isso, é preciso orientações sobre chás permitidos no ciclo gravídico-puerperal.
O café deve ser evitado pelas mulheres que estão tentando engravidar
Verdade - Assim como o álcool, o consumo excessivo de cafeína pode reduzir as chances do casal engravidar. Por isso, deve ser descontinuado ou ter seu consumo reduzido quando o casal decide engravidar. A cafeína está presente nas bebidas que contêm café, em refrigerantes de cola, chás mate, verde e preto, além de energéticos. Quanto ao café, esse pode ser consumido sem preocupação se for descafeinado.
Grávidas vegetarianas precisam de um planejamento nutricional
Grávidas vegetarianas precisam de um planejamento nutricional
Alimentação deve ser balanceada para a boa saúde da futura mamãe e do bebê
As gestantes que são vegetarianas ou veganas devem ter atenção em relação ao cuidado nutricional. O ideal é que essas mulheres tenham uma orientação individualizada e que considere o tipo de vegetarianismo que é seguido.
A alimentação vegetariana pode ser classificada em vegetarianos estritos, que não consomem laticínios ou ovos e nenhum tipo de carne; ovolactovegetarianos (consomem ovos e laticínios, mas não consomem nenhum tipo de carne); lactovegetariano (consomem laticínios, mas não consomem ovos nem carne). São considerados veganos quem não consome nem utiliza nenhum produto de origem animal. Essa modalidade envolve não só a alimentação, mas também vestuário ou qualquer atividade que envolva sofrimento animal (ex. espetáculos com animais).
Segundo a nutricionista Dra. Daiane Paulino, supervisora do Serviço de Nutrição do Hospital da Mulher da Unicamp, as dietas vegetarianas balanceadas não trazem riscos para a saúde materna nem fetal. “No entanto, é importante considerar o tipo de regime alimentar que é seguido, as quantidades e a variedade de alimentos que são consumidos para se estabelecer uma adequação da ingestão de nutrientes que são importantes no período gestacional”, afirma a nutricionista.
A médica Dra. Fernanda de Castro Surita, professora associada do Departamento de Tocoginecologia da Unicamp e presidente da CNE de Assistência Pré-Natal da Febrasgo, lembra que as evidências científicas mostram que dietas vegetarianas bem balanceadas não apresentam riscos para a gestação. “Entretanto, temos que ter atenção maior com as gestantes veganas e com os nutrientes que são encontrados principalmente em alimentos de fonte animal, como a vitamina B12, ferro, cálcio, colina, vitamina D e ômega-3”, esclarece a médica.
Por isso, em algumas situações a suplementação ou o consumo de alimentos vegetarianos fortificados podem ser necessários para a estas mulheres.
Vale lembrar que os cuidados adotados durante a gestação devem ser mantidos também no pós-parto. “Devemos também ter atenção à proteína, cuja necessidade é maior para aquelas mulheres que amamentam”, descreve a Dra Daiane.