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Amamentação deve ser suspensa por 10 dias, se a mãe receber vacina contra febre amarela nos primeiros seis meses de vida do bebê

Recomendação da Comissão Nacional Especializada de Aleitamento Materno da Febrasgo e interrupção deve durar 10 dias

 

        Mulheres que estão amamentando (em especial com crianças com menos de seis meses), preferencialmente não devem ser vacinadas contra a febre amarela.

        Porém, as que residirem em áreas de risco e aquelas obrigadas a viajar para uma destas regiões têm de ser vacinadas.

        Então, será necessária a suspensão do aleitamento materno por dez dias após a vacinação. A orientação é importante para manter a produção do leite materno e garantir o retorno à amamentação.

        De acordo com Corintio Mariani Neto, presidente da Comissão Nacional Especializada de Aleitamento Materno da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a recomendação vale para todo o Brasil e é muito importante insistir na informação sobre a necessidade de a amamentação ser suspensa por 10 dias, se a mãe receber vacina contra febre amarela nos primeiros seis meses de vida do bebê, pois trata-se de cuidado e educação em saúde.

Gestantes ou lactantes, mulheres com doenças autoimunes, em uso de quimioterápicos ou imunossupressoras

        Não devem tomar a vacina. Se morar em área de risco, há necessidade de conversar com seu médico para avaliar a vida média do medicamento e a possibilidade de suspendê-lo por um prazo prévio à vacinação.

        Em situação de vacina aplicada em mulher que não tinha conhecimento da gravidez: existem relatos de vacinação indevida, sem que tenha havido teratogênese ou comprovada doença fetal.

Febrasgo entrega proposta de rastreamento para o câncer do colo uterino ao Ministério da Saúde

Rastreamento do câncer uterino traz propostas para enfrentar a terceira enfermidade mais recorrente entre as mulheres

        Organizar o sistema de rastreamento do câncer de colo uterino, inserir o teste de DNA –HPV como primário, seguido da citologia oncótica, encaminhar mulheres positivas no teste primário diretamente à colposcopia e utilizar auto coleta para as que não aceitarem realizar o exame com profissionais e para as que vivem em áreas longínquas são propostas do documento  da FEBRASGO, entregue ao Ministério da Saúde para ser acrescidas às diretrizes de rastreamento do câncer de colo elaborada pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer) e atualmente em vigência.

        Elaborado pelas Comissões Nacionais Especializadas de Patologia do Trato Genital Inferior (PTGI) e Ginecologia Oncológica durante o 57º CBGO (Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia), o  documento  foi entregue pela Diretoria Científica da Febrasgo  para a coordenadora de Saúde das Mulheres do Ministério da Saúde, Dra Mônica Neri, em reunião em Brasília.

        O câncer de colo de útero é o terceiro mais recorrente entre as brasileiras, a despeito de discreta redução no número de incidência e de óbitos na última década. Mas apenas 20% dos casos são diagnosticados no estágio inicial e por meio do rastreamento.

        O restante é detectado em mulheres que não participam do rastreamento, significando que existe baixa cobertura na população alvo ou baixa eficiência do programa vigente de rastreamento. No Brasil grande parte das mulheres que deveria participar dos programas de rastreamento não o faz por estar fora da faixa etária ou porque realiza o teste em intervalos maiores  do que o recomendado.

        O dossiê da FEBRASGO propõe que mulheres entre 25 e 30 anos que tiverem a citologia oncótica negativada devem repetir o exame a cada três anos. Se der positivo, ela será encaminhada para realizar a colposcopia.

        Entre as mulheres de 30 a 64 anos, o teste a ser feito deve ser a genotipagem para HPV. Quando negativo, a repetição deve acontecer em cinco anos. Se positivo, a paciente deve ser encaminhada para a colposcopia e outros tipos de citologia. Quando este grupo tiver teste de HPV de alto risco negativado, o exame pode ser repetido em cinco anos. Ao contrário, deve ser realizada a citologia. Se o resultado for negativo, ela repete o processo em um ano. Já em caso de positivo, será encaminhada para a colposcopia.

        A proposta, na íntegra, poderá ser acessada no site da Febrasgo https://www.febrasgo.org.br/noticias/item/456-dossie-de-estrategias-do-rastreamento-do-cancer-de-colo-uterino-no-brasil

FEBRASGO estimula integração de entidades latino-americanas

Vice-presidente Sudeste, Agnaldo Lopes da Silva leva pauta de atuação conjunta ao Congresso da FLACONDE no Panamá

        Pleitear uma integração cada vez mais afinada do Brasil com a FLASOG (Federacion Latinoamericana de Sociedades Obstetrícia y Ginecologia). Este foi o tema central da participação de Agnaldo Lopes da Silva, vice-presidente da região Sudeste da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), no Congresso da Congresso da FLACONDE (Federação De Ginecologistas e Obstetras da América Central). 

         “O encontro aconteceu no Panamá e aproveitamos para analisar as possibilidades de uma maior participação do Brasil no cenário da América Latina, a despeito da barreira da língua. A Febrasgo tem muito a contribuir em benefício da saúde da mulher em colaboração com a Flasog”. 

Como facilitador para que o pleito seja atendido, a FEBRASGO se propôs a manter uma versão de sua página na Internet em espanhol além de participar das tomadas de decisão nas políticas referentes à saúde feminina.

        “Outra proposta que levamos é a de ter uma sessão destinada a Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai durante o 58º Congresso Brasileiro de Ginecologia, que ocorrerá em Porto Alegre, em 2019”.

        Também ocupou a pauta de debates as poucas inscrições de médicos latino-americanos para o Congresso da FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia), que será realizado no Rio de Janeiro, em outubro.

        “Pedimos às demais federações da América Latina que reforcem a relevância científica do evento e de comparecer com delegações robustas”, finaliza Agnaldo.

 

Protocolo FEBRASGO para o manejo de diabetes gestacional

        O Brasil é o quarto país com maiores taxas de Diabetes  Mellitus (DM)  na população adulta, com um total de 14,3 (12,9-15,8) milhões de pessoas de 20 a 79 anos com DM, com um gasto anual estimado de pelo menos US$ 21,8 bilhões (1). As estimativas populacionais de frequência de hiperglicemia na gestação no País são conflitantes, porém, estima-se que a prevalência de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) no Sistema Único de Saúde (SUS) seja de aproximadamente 18%, utilizando-se os critérios diagnósticos atualmente propostos na literatura.

        O DMG decorre do aumento do nível de açúcar no sangue (hiperglicemia) causado por fatores   e ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando a insulina produzida, por algum motivo, não atua como deveria. Os fatores de risco para o seu aparecimento são obesidade, idade, engordar muito durante a gravidez, histórico familiar, já ter tido diabetes gestacional, entre outros.

        Em mulheres com diabetes na gestação, a principal complicação fetal é a macrossomia, que se associa à obesidade infantil e ao risco aumentado de síndrome metabólica na vida adulta e aundo não bem controlado   pode levar inclusive à   morte do feto. Em primeiro de agosto de 2016, considerando-se a relevância do Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), tanto por sua prevalência como pelas consequências para o binômio materno-fetal a curto e  longo prazos, foi realizado, em São Paulo, um fórum de discussão sobre o tema, com o objetivo de se definir uma proposta para um diagnóstico de DMG para o Brasil.

        Participaram da reunião médicos especializados na assistência a mulheres com DMG   representando a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), consultores da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS no Brasil) e assessores técnicos do Ministério da Saúde.

        Como produto do Fórum, foi elaborado um protocolo para rastreamento da DM na gestação, aliás, já incorporado pelo Ministério da Saúde. Também foi considerado pela OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) modelo para todos os países latino-americanos.

        Para a elaboração daquele protocolo foram analisados alguns pontos relevantes:

 

  • Fatores clínicos de risco: A utilização de fatores clínicos de risco como forma de rastrear gestantes que devem ser submetidas a testes diagnósticos para DMG não é ideal, pois apresenta baixa sensibilidade.
  • Diagnóstico universal: deve-se proporcionar a todas as gestantes a possibilidade de diagnóstico de DMG.
  • Viabilidade financeira e disponibilidade técnica do teste proposto: o método diagnóstico a ser utilizado deve ser o melhor possível dentro da capacidade da região.
  • Teste com melhor sensibilidade/especificidade: considera-se que o teste com melhor sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de DMG é o TOTG com 75g, com os valores propostos pela IADPSG e referendados pela OMS 2013 e FIGO 2015.

 

        Recentemente, um grupo de trabalho, composto por ginecologistas, obstetras, endocrinologistas, nutricionistas, enfermeiros e fisioterapeutas vindos de todas as partes do País discutiu propostas para tratamento não farmacológico e farmacológico da diabetes gestacional. Estavam representadas a FEBRASGO, Sociedade Brasileira de Diabetes, a OPAS e OMS.

        “Avançamos na produção de novas orientações sobre os cuidados após o diagnóstico”, esclarece Rossana Pulcineli Francisco, presidente da Comissão Nacional de Hiperglicemia e Gestação da FEBRASGO e da SOGESP. “É um trabalho multiprofissional porque o manejo do diabetes requer envolvimento de áreas distintas. O maior desafio do projeto é produzir um consenso que possa ser implantado em todas as regiões do País. Quando montamos o protocolo de diagnóstico tivemos esse cuidado. Então, também estamos tendo essa precaução, pois convivemos com diferenças enormes entre as regiões, principalmente quanto aos recursos”.

        No primeiro momento, o rastreamento implicou em investimento em consultas e exames. Agora, na parte do tratamento, novas demandas de investimentos se imporão para a viabilização do protocolo de tratamento.

        “Vamos apresentar esta proposta ao Ministério da Saúde, a quem cabe a última palavra. É evidente para a aprovação levará em conta a viabilidade econômica e a logística para sua implantação. O Brasil tem dimensões continentais e com diferenças regionais importantes, não só do ponto de vista econômico, mas também sociais, como hábitos e costumes alimentares próprios em cada uma”, ressalta Marcos Felipe.   “É desperdício de tempo e de recursos uma abordagem que não possa ser aplicada no Brasil todo. Precisamos atingir desde Belém do Pará até Porto Alegre. Existem locais no Brasil em que há dificuldade até para a realização do teste de sobrecarga de glicose”.

        Além disso, existe a necessidade do treinamento dos agentes de saúde, médicos, enfermeiras e outros profissionais envolvidos. Neste aspecto educacional é que a Febrasgo poderá colaborar de maneira significativa para o sucesso da aplicação dos protocolos.

        Serão colocadas à disposição do MS todos os meios de comunicação (revistas, sites, mala direta, newsletters, tele-aulas, eventos científicos etc) para que as informações cheguem aos associados, que, em última análise, são os que fazem o atendimento das gestantes em todo o País.

 

Brasil concorre à secretaria geral da FIGO

Presidente da Comissão de Perinatologia da FEBRASGO, professor Eduardo Fonseca tem apoio do atual presidente e do secretário geral da Federação Internacional

 

      O Brasil tem candidato a secretário geral da FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia). É o obstetra Eduardo Valério Borges da Fonseca, presidente da Comissão Nacional de Perinatologia da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

        Formado pela Universidade Federal da Paraíba, Fonseca concorre com mais quatro candidatos, mas conta com importantes apoios do atual presidente da FIGO, CN Purandere, e do secretário geral, Gian Carlo Di Renzo.

        A eleição ocorrerá durante o XXII Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia, a ser realizado de 14 a 19 de outubro, no Rio de Janeiro. Os representantes das 135 federações afiliadas da FIGO podem votar, desde que presencialmente.

     “Disputo com quatro candidatos fortíssimos, entre os quais a Professora Lesley Reagan, atual presidente do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG), Lesley Regan, e o alemão Frank Louwen, Diretor do Departamento de Medicina Materno Fetal da Universidade de Goethe e conhecido por suas técnicas de parto na apresentação pélvica”, revela Fonseca.

        “A meta central da candidatura é fortalecer a FEBRASGO e a América Latina, além de dar ênfase cada vez maior à ação da FIGO no campo da medicina materno fetal. Nesse sentido, o apoio da FEBRASGO na pessoa do Professor Cesar Eduardo Fernandes e de toda sua diretoria foi essencial no avançar desta empreitada”.

        É a primeira vez que um brasileiro concorre ao cargo de secretário geral. Porém a FIGO já foi comandada por um brasileiro, o professor José Aristodemo Pinotti, foi presidente em 1985.

        “Alegro-me que o Brasil esteja em nova disputa porque concorremos à presidência da FIGO e agora estamos disputando a secretaria geral, que é um cargo de extrema relevância no cenário internacional, e isto fortalece, o Brasil, a FEBRASGO e todos os ginecologistas e Obstetras brasileiros”, ressalta Fonseca.

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