FEBRASGO participa como jurado de Prêmio de Inovação em Medina da Revista Saúde É Vital!
Este mês, a Febrasgo esteve presente na Cerimônia de entrega do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica, com a curadoria da Revista Saúde. O objetivo é reconhecer projetos e profissionais médicos que fazem a diferença nas áreas científica, clínica e assistencial.
O nosso presidente, Dr. Cesar Fernandes, foi um dos jurados de uma das cinco categorias do Prêmio: Inovação em Tratamento. O vencedor foi o projeto: uso da pele de tilápia para tratar queimaduras, apresentado pelos autores Edmar Maciel Lima Júnior, Manoel Odorico de Moraes Filho, Maria Elisabete Amaral de Moraes, Felipe Augusto Rocha Rodrigues, Carlos Roberto Koscky Paier e Marcelo José Borges de Miranda.
Comunicado vacina HPV - SBIm/SBP/SBI/Febrasgo

• Em 2014, teve ampla repercussão na mídia o caso de três adolescentes de Bertioga, no litoral de São Paulo, hospitalizadas com fraqueza muscular nos membros inferiores horas depois de serem vacinadas. Todas as jovens se recuperaram em menos de uma semana, sem sequelas ou necessidade de tratamento específico. Os exames realizados durante o período de internação — físicos, de imagem (ressonância magnética/tomografia), eletroencefalograma e eletroneuromiografia — descartaram qualquer consequência física ou orgânica. A conclusão foi a de que os casos se trataram de reação psicogênica pós-vacinal, comum nesse grupo etário5.
• Um estudo realizado entre 2005 e 2010, com mais de 21 mil adolescentes vacinadas contra o HPV e 180 mil não vacinadas, demonstrou que a vacina não induz comportamento sexual de risco6.
• O HPV é extremamente comum: estimativas apontam que a probabilidade de infecção em algum momento da vida é de 91,3% para homens e 84,6% para mulheres. Mais de 80% das pessoas de ambos os sexos contraem o vírus antes dos 45 anos7.
• Dados preliminares do “Estudo POP-Brasil: resultados e ações para o enfrentamento da infecção pelo HPV”, realizado em 26 capitais e no Distrito Federal, demonstraram a presença do vírus em 54,6% dos participantes. A idade média dos entrevistados foi de 20,6 anos. A maioria informou estar em uma relação afetiva estável: 41,9% namorando; 33,1% casados (ou morando com o(a) parceiro(a)). O restante estava sem relacionamento8.
• Há cerca de 150 tipos de HPV, dos quais por volta de 13 são capazes de causar câncer9. O HPV está relacionado a 99% dos casos de câncer de colo de útero, 63% dos casos de câncer de pênis, 91% dos casos de câncer de ânus, 75% dos casos de câncer de vagina, 72% dos casos de câncer de orofarinfe e 69% dos casos de câncer de vulva10. O vírus também pode acarretar verrugas genitais, importante problema de saúde pública.
• Diante da constatação de que praticamente todos os registros de câncer de colo de útero são atribuíveis ao HPV, é importante frisar que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 6.385 mulheres morreram devido a esse tumor maligno em 2017. A estimativa de novos casos é de aproximadamente 16.000 por ano11.
A análise de 65 estudos envolvendo dados de 60 milhões de pessoas em 14 países verificou que15:
o De cinco a oito anos após a introdução da vacina quadrivalente no sistema público houve redução de prevalência do HPV 16 e 18 em 83% nas meninas de 13 a 19 anos; 66% nas mulheres de 20 a 24 anos; e 37% nas mulheres de 25 a 29 anos.
São Paulo, 19/11/2019
Referências
2https://www.who.int/vaccine_safety/initiative/tools/HPV_vaccine_rates_information_sheet_1217.pdf
3 https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21645515.2016.1168952
4 https://www.who.int/vaccine_safety/committee/topics/hpv/June_2017/en/
5 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036- 46652019005000223
&lng=en&nrm=iso&tlng=en
6 https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2109856
7https://journals.lww.com/stdjournal/Fulltext/2014/11000/The_Estimated_Lifetime_Probability_of_Acq uiring.4.aspx
8 http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/estudo-apresenta-dados-nacionais-de-prevalencia-da-infeccao-pelo-hpv
9 https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/hpv
10 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/ijc.2910520513
11 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero
12 https://www.cdc.gov/vaccines/pubs/pinkbook/downloads/hpv.pdf
13 Hawkins MG, Winder DM, Ball SL, et al . Detection of specific HPV subtypes responsible for the pathogenesis of condyloma acuminata. Virol J 2013;10:137.doi:10.1186/1743-422X-10-137
14 Efficacy and safety of prophylactic HPV vaccines. A Cochrane review of randomized trials. Expert Rev Vaccines. 2018 Dec;17(12):1085-1091. doi: 10.1080/14760584.2018.1548282. Epub 2018 Nov 29. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Arbyn%20M%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_ui d=30495978
15 https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(19)30298-3/fulltext
Faça do download do documento, clicando abaixo:
Qual a melhor hora para ter um bebê? Especialistas explicam como deve ser o planejamento
Médicos debateram como fazer o planejamento para a chegada do bebê e o que levar em conta antes de dar curso ao projeto. E as conclusões são convergentes: é impossível traçar uma regra para todas, uma vez que as variáveis envolvidas são muito particulares.
É sabido que há um limite da natureza para a reprodução humana: o potencial reprodutivo da mulher cai com a idade e este processo se acelera em algum ponto entre os 35 e os 40 anos. E não há medicamento, ganho de qualidade de vida, exercício ou alimentação que adie a mudança — resume Bruno Ramalho, ginecologista do Distrito Federal com atuação em reprodução humana — Mas se formos falar em melhor momento para ter o bebê e como se planejar, isto dependerá de cada caso.
Fosse considerada apenas a condição biológica feminina, o apogeu reprodutivo seria entre 18 e 25 anos, complementa o médico César Eduardo Fernandes, presidente da Federação de Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Mas este período coincide exatamente com uma fase em que as pessoas estão obtendo a formação superior, iniciando a jornada profissional e formando patrimônio financeiro, pondera ele. E isso muitas vezes leva ao adiamento da maternidade.
César Eduardo Fernandes, presidente da Febrasgo
Muitas vezes a etapa de composição de estofo profissional vai até os 29, 30 anos. Depois, há a formação do patrimônio. Então, muitos casais deixam para incluir o filho no seu planejamento apenas depois destas etapas, aos 33, 34 anos — contextualiza Fernandes — E quando se decide, a mulher depara com uma queda drástica de seu potencial reprodutivo. Não é por menos que temos muitas clínicas de fertilidade surgindo — completa.
A sugestão dos médicos é que a mulher que chegue aos 35 anos sem começar a tentar reproduzir — seja por não ter encontrado o parceiro adequado, por estar insegura financeiramente ou quaisquer outros fatores — que comece a se planejar para contar com a ciência para que, no futuro, possa ter seu bebê.
Após os 34 anos da mulher, será importante ao casal considerar procurar um processo de fertilização e guardar o embrião para implantar mais tarde, tendo em vista a dificuldade de concepção com a idade. Há também a possibilidade de congelar óvulos, embora não haja garantia que estes sejam recuperados adequadamente para serem fecundados no futuro — explica Fernandes.
Conforme Bruno Ramalho, em linhas gerais, a matemática sugere que mulheres com menos de 35 anos tenham 90% de chance de sucesso na fecundação se congelarem de 15 a 20 óvulos. O importante, diz o médico, é que a mamãe esteja preparada para lidar com os desafios da chegada de um bebê, independentemente da idade.
Bruno alerta para possibilidade de congelar óvulos
Erik Farina / Agência RBS