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FEBRASGO participa como jurado de Prêmio de Inovação em Medina da Revista Saúde É Vital!

Este mês, a Febrasgo esteve presente na Cerimônia de entrega do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica, com a curadoria da Revista Saúde. O objetivo é  reconhecer projetos e profissionais médicos que fazem a diferença nas áreas científica, clínica e assistencial.

O nosso presidente, Dr. Cesar Fernandes, foi um dos jurados de uma das cinco categorias do Prêmio: Inovação em Tratamento. O vencedor foi o projeto: uso da pele de tilápia para tratar queimaduras, apresentado pelos autores Edmar Maciel Lima Júnior, Manoel Odorico de Moraes Filho, Maria Elisabete Amaral de Moraes, Felipe Augusto Rocha Rodrigues, Carlos Roberto Koscky Paier e Marcelo José Borges de Miranda.

As instituições envolvidas foram Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM/UFC) e Centro de Tratamento de Queimados do Instituto Dr. José Frota (CTQ/IJF)
 

Comunicado vacina HPV - SBIm/SBP/SBI/Febrasgo


Diante da disseminação de falsas informações sobre a segurança e eficácia das vacinas que previnem a infecção pelo HPV e seus desfechos, as sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP), Infectologia (SBI) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) destacam:

• Até outubro de 2018, 85 países e nações1 — o que representa 44% do total dos países — haviam implementado a vacinação contra o HPV em seus programas públicos de imunização. Entre eles, alguns com alto índice de desenvolvimento econômico, como a Austrália, Alemanha, Estados Unidos, França e Reino Unido.

• Mais de 270 milhões de doses das vacinas que previnem o HPV já foram distribuídas. O relatório mais recente do Comitê Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial da Saúde (GACVS – OMS, na sigla em inglês)2, elaborado a partir da revisão sistemática de diversos estudos que envolveram milhões de pessoas3, reitera que as vacinas HPV não estão associadas a aumento de eventos adversos graves quando comparadas ao grupo placebo ou outras vacinas como controle, exceto anafilaxia, que pode ocorrer com qualquer outro imunobiológico ou substância. A incidência de anafilaxia é de 1.7 caso/milhão de doses, semelhante à de outras vacinas4.

• No Brasil, após a introdução da vacina HPV, em 2014, foram notificados pelos estados e municípios 4.420 eventos adversos pós-vacina HPV (3.258 em mulheres e 1.162 em homens). Destes, 4.219 foram notificados como eventos não graves e 201 como graves, com uma incidência de 0,7 por cada 100.000 doses administradas (total de doses administradas – 30.631.098). Os números são inferiores à incidência de eventos adversos graves esperados na literatura.

• A maioria reações adversas são locais: dores, vermelhidão e inchaço no local da aplicação. Manifestações sistêmicas, como fadiga, febre, urticária, erupções na pele, síncope (desmaio), dores musculares, articulares e de cabeça também podem ocorrer, com menos frequência4.


• Em 2014, teve ampla repercussão na mídia o caso de três adolescentes de Bertioga, no litoral de São Paulo, hospitalizadas com fraqueza muscular nos membros inferiores horas depois de serem vacinadas. Todas as jovens se recuperaram em menos de uma semana, sem sequelas ou necessidade de tratamento específico. Os exames realizados durante o período de internação — físicos, de imagem (ressonância magnética/tomografia), eletroencefalograma e eletroneuromiografia — descartaram qualquer consequência física ou orgânica. A conclusão foi a de que os casos se trataram de reação psicogênica pós-vacinal, comum nesse grupo etário5.

• Um estudo realizado entre 2005 e 2010, com mais de 21 mil adolescentes vacinadas contra o HPV e 180 mil não vacinadas, demonstrou que a vacina não induz comportamento sexual de risco6.

• O HPV é extremamente comum: estimativas apontam que a probabilidade de infecção em algum momento da vida é de 91,3% para homens e 84,6% para mulheres. Mais de 80% das pessoas de ambos os sexos contraem o vírus antes dos 45 anos7.

• Dados preliminares do “Estudo POP-Brasil: resultados e ações para o enfrentamento da infecção pelo HPV”, realizado em 26 capitais e no Distrito Federal, demonstraram a presença do vírus em 54,6% dos participantes. A idade média dos entrevistados foi de 20,6 anos. A maioria informou estar em uma relação afetiva estável: 41,9% namorando; 33,1% casados (ou morando com o(a) parceiro(a)). O restante estava sem relacionamento8.

• Há cerca de 150 tipos de HPV, dos quais por volta de 13 são capazes de causar câncer9. O HPV está relacionado a 99% dos casos de câncer de colo de útero, 63% dos casos de câncer de pênis, 91% dos casos de câncer de ânus, 75% dos casos de câncer de vagina, 72% dos casos de câncer de orofarinfe e 69% dos casos de câncer de vulva10. O vírus também pode acarretar verrugas genitais, importante problema de saúde pública.

• Diante da constatação de que praticamente todos os registros de câncer de colo de útero são atribuíveis ao HPV, é importante frisar que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 6.385 mulheres morreram devido a esse tumor maligno em 2017. A estimativa de novos casos é de aproximadamente 16.000 por ano11.

• O Brasil tem, em 2019, duas vacinas HPV licenciadas: a bivalente, que previne os tipos 16 e 18; e a quadrivalente, que previne os tipos 6, 11, 16 e 18. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece a vacina quadrivalente para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos e indivíduos de 9 a 26 anos de ambos os sexos nas seguintes condições: convivendo com HIV/Aids; pacientes oncológicos em quimioterapia e/ou radioterapia; transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea.
Os tipos 16 e 18, presentes na vacina, são responsáveis por 70% dos cânceres de colo de útero12. Os tipos 6 e 11, também inclusos na vacina, estão associados a 90% das verrugas genitais13. A eficácia de ambas as vacinas é próxima de 100%14.

A análise de 65 estudos envolvendo dados de 60 milhões de pessoas em 14 países verificou que15:



          o      De cinco a oito anos após a introdução da vacina quadrivalente no sistema público houve redução de prevalência do HPV 16 e 18 em 83% nas meninas de 13 a 19 anos; 66% nas mulheres de 20 a 24 anos; e 37% nas mulheres de 25 a 29 anos.


          o      De cinco a nove anos após a introdução da vacina quadrivalente no sistema público houve queda de 51% das lesões pré-cancerosas grau II no colo do útero (NICII) em meninas de 15 a 19 anos; e 31% nas mulheres de 20 a 24 anos.


          o     De cinco a oito anos após a introdução da vacina quadrivalente no sistema público houve queda de 67% nas verrugas genitais em meninas de 15 a 19 anos; 54% nas mulheres de 20 e 24 anos; e 31% nas mulheres de 25 a 29 anos. No que diz respeito ao sexo masculino, as ocorrências foram 48% menores em meninos de 15 a 19 anos; 32% em homens de 20 a 24 anos; e 31% em homens de 25 a 29 anos.


O uso de camisinha diminui a chance, mas não elimina a possibilidade de infecção pelo HPV. Com exceção da abstinência sexual por toda a vida, a vacina é a medida preventiva mais eficaz.
 
Em resumo, as vacinas que previnem o HPV são seguras, eficazes e, na prática, podem ser consideradas vacinas capazes de prevenir o câncer. Ações que tentem desacreditá-las, especialmente partindo de profissionais da saúde, devem ser vistas com grande preocupação, pois se tratam de um desserviço e de uma ameaça à saúde pública.

                                                                                                                                 São Paulo, 19/11/2019

Sociedade Brasileira de Imunizações
Sociedade Brasileira de Pediatra
Sociedade Brasileira de Infectologia
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Referências 
1https://www.who.int/immunization/sage/meetings/2018/octoer/SAGE_october_2018_HPV_Goodman. pdf
2https://www.who.int/vaccine_safety/initiative/tools/HPV_vaccine_rates_information_sheet_1217.pdf
3 https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21645515.2016.1168952
4 https://www.who.int/vaccine_safety/committee/topics/hpv/June_2017/en/
5 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036- 46652019005000223
&lng=en&nrm=iso&tlng=en
6 https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2109856
7https://journals.lww.com/stdjournal/Fulltext/2014/11000/The_Estimated_Lifetime_Probability_of_Acq uiring.4.aspx
8 http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/estudo-apresenta-dados-nacionais-de-prevalencia-da-infeccao-pelo-hpv
9 https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/hpv
10 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/ijc.2910520513
11 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero
12 https://www.cdc.gov/vaccines/pubs/pinkbook/downloads/hpv.pdf
13 Hawkins MG, Winder DM, Ball SL, et al . Detection of specific HPV subtypes responsible for the pathogenesis of condyloma acuminata. Virol J 2013;10:137.doi:10.1186/1743-422X-10-137
14 Efficacy and safety of prophylactic HPV vaccines. A Cochrane review of randomized trials. Expert Rev Vaccines. 2018 Dec;17(12):1085-1091. doi: 10.1080/14760584.2018.1548282. Epub 2018 Nov 29. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Arbyn%20M%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_ui d=30495978
15 https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(19)30298-3/fulltext

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Qual a melhor hora para ter um bebê? Especialistas explicam como deve ser o planejamento

Fosse considerada apenas a condição biológica feminina, o apogeu reprodutivo seria entre 18 e 25 anos

O eterno debate sobre como conciliar os planos de ser mãe com a trajetória profissional voltou à tona nesta quinta-feira (14) durante o 58° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, que vai até este sábado (16) no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), na Capital.

Médicos debateram como fazer o planejamento para a chegada do bebê e o que levar em conta antes de dar curso ao projeto. E as conclusões são convergentes: é impossível traçar uma regra para todas, uma vez que as variáveis envolvidas são muito particulares.

É sabido que há um limite da natureza para a reprodução humana: o potencial reprodutivo da mulher cai com a idade e este processo se acelera em algum ponto entre os 35 e os 40 anos. E não há medicamento, ganho de qualidade de vida, exercício ou alimentação que adie a mudança — resume Bruno Ramalho, ginecologista do Distrito Federal com atuação em reprodução humana — Mas se formos falar em melhor momento para ter o bebê e como se planejar, isto dependerá de cada caso. 

Fosse considerada apenas a condição biológica feminina, o apogeu reprodutivo seria entre 18 e 25 anos, complementa o médico César Eduardo Fernandes, presidente da Federação de Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Mas este período coincide exatamente com uma fase em que as pessoas estão obtendo a formação superior, iniciando a jornada profissional e formando patrimônio financeiro, pondera ele. E isso muitas vezes leva ao adiamento da maternidade.


César Eduardo Fernandes, presidente da Febrasgo

Muitas vezes a etapa de composição de estofo profissional vai até os 29, 30 anos. Depois, há a formação do patrimônio. Então, muitos casais deixam para incluir o filho no seu planejamento apenas depois destas etapas, aos 33, 34 anos — contextualiza Fernandes — E quando se decide, a mulher depara com uma queda drástica de seu potencial reprodutivo. Não é por menos que temos muitas clínicas de fertilidade surgindo — completa.

A sugestão dos médicos é que a mulher que chegue aos 35 anos sem começar a tentar reproduzir — seja por não ter encontrado o parceiro adequado, por estar insegura financeiramente ou quaisquer outros fatores — que comece a se planejar para contar com a ciência para que, no futuro, possa ter seu bebê.

Após os 34 anos da mulher, será importante ao casal considerar procurar um processo de fertilização e guardar o embrião para implantar mais tarde, tendo em vista a dificuldade de concepção com a idade. Há também a possibilidade de congelar óvulos, embora não haja garantia que estes sejam recuperados adequadamente para serem fecundados no futuro — explica Fernandes.

Conforme Bruno Ramalho, em linhas gerais, a matemática sugere que mulheres com menos de 35 anos tenham 90% de chance de sucesso na fecundação se congelarem de 15 a 20 óvulos. O importante, diz o médico, é que a mamãe esteja preparada para lidar com os desafios da chegada de um bebê, independentemente da idade.


Bruno alerta para possibilidade de congelar óvulos 
Erik Farina / Agência RBS

O segredo é ter parcimônia e entender que maternidade faz parte da vida da mulher e da família. Não é determinante para a felicidade, tenho convicção disso, mas se faz parte do projeto de vida, é preciso se adequar ao planejamento do casal, pois exige tempo, esforço, sacrifícios e abdicação de algumas coisas — conclui Bruno.
 



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