Febrasgo elabora ação para suspender trecho de RN que autoriza a enfermagem a realizar consultas de pré-natal por convênios
A Febrasgo tem realizado estrito acompanhamento da situação em torno da recente aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde – entre eles, incluindo a consulta de pré-natal realizada por enfermagem na lista obrigatória da saúde suplementar (convênios). Embora a aprovação da Resolução Normativa (RN) que trata dessa pauta date do último 24 de fevereiro, essa discussão ocorre há, pelo menos, dois anos, juntamente com a Câmara Técnica de Ginecologia e-Obstetrícia do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Em 2020, a Febrasgo encaminhou um ofício à ANS solicitando uma análise da proposta de aprovação das Diretrizes de Utilização (DUT) da consulta pré-natal pela enfermagem. “O entendimento defendido foi de que o embasamento científico apresentado para justificar a implementação (de relação custo-benefício e qualidade assistencial) não nos pareceu adequado do ponto de vista de crítica metodológica”, comenta a Dra. Maria Celeste Wender, diretora de Defesa e Valorização Profissional. Contudo, a ANS não se mostrou sensível ao ofício e deu seguimento à questão, colocando-a em consulta pública. Em meio a elevado volume de procedimentos de várias outras especialidades, dispostos na mesma RN, a pauta sobre consulta pré-natal recebeu um grande número de manifestações.
Mais recentemente, neste março de 2021, a Agência de Saúde Suplementar validou todos os procedimentos colocados em consulta pública, no ano anterior. Deste modo, ao fim deste mês, todos os procedimentos listados terão legitimidade. Frente a isso, a Febrasgo, junto ao CFM, elaboraram uma ação número: 1019069-83.2021.4.01.3400, conjunta para tentar impedir que a introdução da consulta pré-natal realizada pelo enfermeiro seja ofertada pelos convênios.
A Febrasgo entende que a participação da enfermagem, junto de uma equipe multiprofissional com obstetra, pode adicionar qualidade à assistência das gestantes e puérperas, mas não vê necessidade na oferta de consulta pré-natal pela enfermagem na saúde suplementar (convênio).
Febrasgo lança protocolo sobre Prevenção dos defeitos abertos do tubo neural
Em face do compromisso de difundir informações atualizadas para melhor nortear a prática do profissional de GO, a FEBRASGO lança o protocolo 35/2021. Produzido pela Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal, o documento debruça-se sobre a Prevenção dos Defeitos Abertos do Tubo Neural (DTN). De origem multifatorial, o evento apresenta-se em sete casos a cada 10000 nascidos.
O Protocolo aborda manifestações clínicas, grupos de risco para o desenvolvimento da má formação, orientação, dietética, suplementação e outros dados e recomendações, como o cuidado com eventual uso excessivo de ácido fólico na gestação. O material está disponível no site FEBRASGO a todos os associados.
FEBRASGO alerta para necessidade de atenção ao diagnóstico de Câncer de Mama e de Colo Uterino
No Dia Mundial de Luta contra o Câncer a FEBRASGO alertou sociedade civil, poder público e comunidade médica sobre a necessidade de atenção ao diagnóstico de neoplasias de mama e de colo uterino. No último ano, observou-se a redução de 23,4% na realização de mamografias e biópsias de colo uterino, segundo dados do Ministério da Saúde. Ao relacionar esse dado com estimativas de novos casos do Instituto Nacional do Câncer, projeta-se que hoje cerca de 25 mil brasileiras possam apresentar essas doenças e não saber.
Para maior engajamento da população sobre a rotina de cuidados com a saúde, a comunicação da FEBRASGO promoveu o assunto, por meio da imprensa, gerando dezenas de reportagens sobre o tema, em todo o país. Dentre os resultados mais expressivos figuram a entrevista que o presidente Dr. Agnaldo Lopes concedeu à rádio CBN, gerando um espaço qualificado de diálogo mais aprofundado para o público leigo. E também as participações do Dr. Felipe Zerwes e Dr. Francisco Pimentel, da CNE de Mastologia, em reportagens da TV Band (RS) e Record TV (CE), respectivamente.
Abril marca o Dia do Obstetra
Em meio a um dos meses mais desafiadores para a especialidade, em decorrência da pandemia por Covid-19, celebrou-se o Dia do Obstetra, no último dia 12 de abril. Na ocasião, lembrou-se que a infecção pelo novo coronavírus é apenas parte do complexo cotidiano destes profissionais, visto que, mensalmente, realizam cerca de 500 mil atendimentos para realização de partos e consultas pré-natais, de acordo com estimativas do Sistema Único de Saúde (SUS) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A mesma valorização que a população deposita sobre a especialidade é reiterada também dentro da FEBRASGO. Atualmente mais de 160 profissionais dividem-se em 12 Comissões Nacionais Especializadas para acompanhar os avanços técnicos, políticos e sociais que podem impactar o exercício da profissão e a missão de promover a saúde de mulheres e bebês.
O incansável compromisso com a vida e bem-estar merece ser valorizado a todo o momento, sobretudo em tempos de negação da ciência. E, nessa data símbolo, reforça-se o reconhecimento à tamanha dedicação.
Covid: Febrasgo explica como gestante pode se vacinar
Obstetras têm acompanhando agravamento dos casos de infecção de grávidas, sobretudo, no último trimestre da gestação
São Paulo, abril de 2021. Em virtude da recente inclusão de gestantes e puérperas no grupo prioritário para recebimento de vacinas contra a Covid-19, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) elenca as principais informações para que mulheres gestantes ou que deram a luz há até 45 dias tenham acesso à imunização. Segundo a presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Febrasgo, a ginecologista Dra. Cecília Roteli Martins, a comunidade médica tem acompanhando um agravamento dos casos de infecção de mulheres grávidas, sobretudo, no último trimestre da gestação. “A vacinação é a única forma de proteção dessas gestantes”.
A médica ressalta que, neste primeiro momento, as vacinas serão ofertadas às gestantes e puérperas que apresentam alguma comorbidade (diabetes, hipertensão, obesidade, cardiopatias e outras), dado o elevado risco obstétrico. Para receber a imunização, as mulheres interessadas devem comparecer às unidades de vacinação com algum comprovante da presença de alguma dessas doenças como um relatório médico ou exames ou receitas. Se ela já for cadastrada nos sistemas das Unidades de Saúde, basta comparecer com o cartão SUS.
Para facilitar a compreensão, a Dra. Cecilia Roteli reforça que:
- As vacinas a serem disponibilizadas às gestantes são de categoria B (produzidas por meio de plataforma de vírus inativado, vetor viral ou mRNA). Algumas dessas vacinas são produzidas com tecnologias semelhantes às atualmente ofertadas a esse grupo no Plano Nacional de Imunização como, por exemplo, a vacina da gripe. Outras têm trabalhos já publicados assegurando a segurança da aplicação em gestantes.
- A vacinação pode ocorrer a qualquer momento da gestação;
- Puérperas e lactantes podem tomar a vacina com segurança, sendo orientadas a não interromperem o aleitamento materno;
- Deve-se respeitar o intervalo de 14 dias entre a administração da vacina de Covid-19 e outra do calendário vacinal (como a influenza). Caso o recebimento desta segunda vacina ocorra no intervalo entre as doses da imunização contra a Covid, se necessário, as gestantes e puérperas podem postergar o recebimento da segunda dose, sem prejuízo no seu efeito protetivo.
- Embora as vacinas contra a Covid atualmente disponíveis em nosso país não terem incluído gestantes nas pesquisas que embasaram suas aprovações, estudos realizados em animais não observaram eventos teratogênicos.