Nota Técnica - Realização de exames com radiação na gestação na pandemia da COVID-19
Francisco Herlânio Costa Carvalho - https://orcid.org/0000-0002-6400-4479CNE Assistência Pré-Natal da FEBRASGO
Fernanda Garanhani de Castro Surita
Lilian de Paiva Rodrigues Hsu
Adriana Gomes Luz
Edson Gomes Tristão
Eliana Martorano Amaral
Eugenia Glaucy Moura Ferreira
Francisco Herlânio Costa Carvalho
Joeline Maria Cleto Cerqueira
José Meirelles Filho
Luciana Silva dos Anjos França
Marianna Facchinetti Brock
Mary Uchiyama Nakamura
Patricia Gonçalves Teixeira
Renato Ajeje
Sérgio Hecker Luz
2. Orientações gerais sobre exposição à radiação durante gestação
3. Quantidade de radiação emitida por exame diagnóstico
Veja Tabela 1 com estimativa da exposição fetal para os principais exames diagnósticos (Adaptado das referências 3,5,6,7):
4. Considerações Finais
Estudos de imagem são importantes auxiliares na avaliação diagnóstica de condições agudas e crônicas. Quando necessário, radiografias e tomografias podem ser realizadas na gestação. Devem ser pesados os riscos da exposição à radiação com o risco de não diagnóstico e/ou agravamento da doença. Planejamento com serviço de imagem torna-se útil para modificação da técnica e diminuição da dose total de radiação quando esses estudos são indicados. O paciente deve usar avental de chumbo para minimizar exposição fetal à radiação sempre que locais não abdomino-pélvicos estiverem sendo visualizados. A radiografia digital também pode ser usada para reduzir a exposição total de radiação. Obturadores podem ser empregados para colimar o feixe de radiação e reduzir a dispersão. Quando a tomografia computadorizada é realizada na gravidez, usando colimação estreita e tom amplo (isto é, a paciente se move através do scanner a uma taxa mais rápida) resulta em uma qualidade de imagem ligeiramente reduzida, mas fornece uma grande redução na exposição à radiação. Minimizar os exames repetidos. Levar sempre em conta o princípio conhecido como ALARA (As Low As Reasonably Achievable - Tão baixo quanto razoavelmente possível 3. Uma radiografia (RX) de tórax carrega uma dose muito baixa de radiação fetal de 0,0005 a 0,01 mGy. A tomografia computadorizada (TC) deve ser realizada, se indicado, pois a dose de radiação fetal para uma TC de rotina no tórax também é baixa e não está associada a um risco aumentado de anomalias fetais ou perda da gravidez. No entanto, algumas autoridades têm defendido o ultrassom pulmonar para o diagnóstico rápido de pneumonia em mulheres grávidas com alta suspeita de infecção materna por COVID-19 8. Portanto, entende-se que os protocolos institucionais devem ser seguidos sem comprometer o bem estar materno e/ou fetal. Nos casos de ausência de protocolos institucionalizados, os caso devem ser individualizados em busca da melhor assistência ao binômio materno-fetal. O aconselhamento da paciente grávida é importante para diminuir a ansiedade associada aos procedimentos de diagnóstico e para fins médico-legais. É importante usar termos que possam ser entendidos pelo paciente. A paciente deve ser informada que a maioria dos procedimentos diagnósticos não apresenta nenhum risco de anomalias congênitas, aborto espontâneo ou retardo mental e que a exposição será feita pela menor dose e menor tempo possível. Embora o risco de desenvolvimento de câncer e leucemia na infância seja real, é pequeno se comparado a outros riscos espontâneos durante gravidez e deve ser sempre pesado com os reais benefícios na decisão ante a realização dos exames. As opções de imagem disponíveis devem ser descritas e as consequências de atrasar ou recusar a imagem também devem ser explicadas.
REFERÊNCIAS:
1. WHO recommendations on antenatal care for a positive pregnancy experience, 2016. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/250796/9789241549912-eng.pdf;jsessionid=E15FAE016E07E0B15DB6D0D5223BB51D?sequence=12. 2. ACOG - Novel Coronavirus 2019 (COVID 19) . Practice Advisory. July 2020 https://www.acog.org/en/Clinical/Clinical%20Guidance/Practice%20Advisory/Articles/2020/03/Novel%20Coronavirus%202019. 3. ACOG. Committee on Obstetric Practice. Committee Opinion No. 723: Guidelines for Diagnostic Imaging During Pregnancy and Lactation [published correction appears in Obstet Gynecol. 2018 Sep;132(3):786]. Obstet Gynecol. 2017;130(4):e210-e216. doi:10.1097/AOG.0000000000002355.4. Cunningham FG, Leveno KJ, Bloom SL, Spong CY, Dashe JS, Hoffman BL, et al. General considerations and maternal evaluation. In: Williams obstetrics. 24th ed. New York (NY): McGraw Hill Medical; 2014. p. 926–39.5. Gjelsteen AC, Ching BH, Meyermann MW, Prager DA, Murphy TF, Berkey BD, et al. CT, MRI, PET, PET/CT, and ultrasound in the evaluation of obstetric and gynecologic patients. Surg Clin North Am 2008;88:361–90.6. Patel SJ, Reede DL, Katz DS, Subramaniam R, Amorosa JK. Imaging the pregnant patient for nonobstetric conditions: algorithms and radiation dose considerations. Radiographics 2007;27:1705–22.7. Tremblay E, Therasse E, Thomassin-Naggara I, Trop I. Quality initiatives: guidelines for use of medical imaging during pregnancy and lactation. Radiographics 2012;32:897–911. 8. Moro F, Buonsenso D, Moruzzi MC, et al. How to perform lung ultrasound in pregnant women with suspected COVID-19 infection. Ultrasound Obstet Gynecol 2020.
SBI, SBU, FEBRASGO E SBPC/ML Publicam Recomendações Consensuais para ITUs não complicadas em Mulheres
Prezado (a) Associado (a).
Pela Primeira vez no Brasil quatro sociedades médicas se uniram para chegar a um consenso sobre um tema de comum interesse a máxima importância para todos os envolvidos.
Os resultados são as recomendações para o Manejo Clínico das Infecções do Trato Urinário Inferior em Gestantes e Não Gestantes: SBI, SBU, FEBRASGO E SBPC/ML que acabam de ser publicadas no The Brazilian Journal of Infectous Diseases , da SBI.
Essa publicação multidisciplinar constitui um corpo de conhecimento baseado nas evidências mais atuais e consolida um conjunto de recomendações que as socidades participantes convidam toda classe médica brasileira a colocar em prática o mais breve possível.
Para conhecer o conteúdo intergral da publicação, clique aqui.
ATUALIZAÇÃO SOBRE AS RECOMENDAÇÕES DA COMISSÃO ESPECIALIZADA DE SEXOLOGIA DA FEBRASGO FRENTE ÀS PRÁTICAS SEXUAIS DURANTE A EPIDEMIA DO CORONAVÍRUS
Sandra Cristina Poerner Scalco
Flávia Fairbanks
Julia Kefalás Trocon
Carmita Helena Abdo
Teresa Cristina Souza Barroso Vieira
Jaqueline Brendler
Sidney Glina
Andréa Rufino
Thiago Apolinário Dornela
Gerson Pereira Lopes
Diante dos crescentes avanços científicos em busca de esclarecimentos para comportamentos sexuais durante a pandemia COVID-19, bem como a rapidez de novas comportamentos do vírus, faz-se necessária uma reavisão da recomendação emitida pela Comissão Nacional Especializadas de Sexologia da FEBRASGO sobre a possibilidade de relações sexuais e risco de contaminação.
As estratégias de prevenção contra o COVID-19 envolvem higiene respiratória, lavar as mãos frequentemente ou uso de álcool a 70%, limitação da movimentação para fora de casa e isolamento social (7). Isso significa que o confinamento em casa favorece a proximidade dos casais, o que pode resultar em aumento da atividade sexual. Assim, é importante a recomendação médica sobre as práticas sexuais seguras para a vida reprodutiva e sexual.
A busca pela identificação do vírus no corpo humano levou ao conhecimento de que o leite materno e o líquido amniótico de gestantes infectadas estavam livre do COVID-19 (3). Estudos analisando o conteúdo vaginal já foram publicados, mas as evidencias ainda são de baixa qualidade, uma vez que derivam de relato de series de caso. Uma mulher de 34 anos que testou positivo para SARS-COV2 na orofaringe e nas fezes, o teste do conteúdo vaginal foi negativo (4). Uma gestante que testou positivo para o vírus na orofaringe apresentou teste negative no conteúdo vaginal. Essa paciente teve parto normal, a criança não foi contaminada e permaneceu com testes negativos para o SARS-COV2 durante o período de seguimento (5) indicando, indiretamente, a que o conteúdo vaginal estava livre do vírus. Outro dado importante é que a carga viral pode permanecer detectável, e mesmo alta, no período de convalescência da infecção pelo COVID-19 (6). Um estudo observacional evidenciou que, nas pessoas infectadas, a carga viral máxima na saliva, ocorre na primeira semana após os sintomas e declina com o passar do tempo. Um dos pacientes em seguimento, o RNA viral permaneceu detectável durante 25 dias, após o início dos sintomas (8). Outro estudo também evidenciou que a carga viral permanece alta no período de convalescência (6).
As evidencias disponíveis até o momento são limitadas, e são necessários mais estudos para a confirmação dos achados. Mas, esses achados causam preocupação e incertezas sobre como fazer uma orientação segura sobre as práticas sexuais em tempos de COVID-19, para as pessoas sadias, sintomáticos e para aqueles que estão na fase de convalescência. Diante das evidências atuais é possível fazer as seguintes recomendações a respeito das práticas sexuais levando em consideração dois cenários:
Na suspeita de contaminação, exposição conhecida, ou na vigência de um parceiro contaminado sem sintomas ou com sintomas leves.
Nota: Esse parecer será atualizado na medida que novas evidencias surgirem a respeito dessa temática
Referências:
Miomas: a importância de se discutir alternativas à histerectomia
Highlights 2020
Acesse o site do Evento
Com propósito de fomentar avanços contínuos e ser pioneira na construção da cultura de inovação na Ginecologia e Obstetrícia, A Febrasgo está organizando o Congresso Highlights 2020 - Inovação ampliando conhecimentos, que acontecerá nos dias 21 a 24 de outubro.
Assembleia Geral das Federadas 2020 será on-line
A pandemia pelo novo coronavírus trouxe uma nova dinâmica para sociedade e para os eventos que estão ocorrendo, durante esse período. Adequar-se ao on-line é quase inevitável, e isso também aconteceu com a Assembleia Geral das Federadas (AGF 2020).
A AGF, realizada entre os dias 31 de julho e 1° de agosto, aconteceu de maneira digital, neste ano. Essa foi a primeira reunião da nova diretoria e chegou com uma experiência nova para todos. A gestão está muito otimista com essa profunda transformação digital, em que muitas ideias inovadoras têm surgido e fomentado a parceria e troca com as federadas