Estudo sobre TEV pretende diminuir as chances de morte entre as mulheres
Considerando os diversos riscos de tromboembolismo venoso (TEV) que as mulheres enfrentam ao longo da vida, uma pesquisa elaborada pela Comissão Nacional Especializada de Tromboembolismo da FEBRASGO (CNE-TEV) foi enviada para todos os ginecologistas do País. A meta, compilar informações atuais, precisas e relevantes, base para a qualificação do atendimento às pacientes.
De acordo com o ginecologista Dr. André Malavasi, membro da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia, TEV é o termo designado para falar de duas doenças principais: a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP), sendo a maior causa de morte intra-hospitalar evitável entre as mulheres.
Os métodos profiláticos das doenças são capazes de evitar quatro entre cinco mortes por TEV. A gravidez e o uso de hormônios, anticoncepcionais e pílulas estão entre os fatores que podem aumentar o risco de trombose. Malavasi alerta que outro ponto importante é a questão da trombofilia, ou seja, a tendência, genética ou adquirida.
“O que acontece? Há excesso de pesquisas de trombofilia, infelizmente com mulheres que não têm indicação. A pesquisa é cara e não há benefício em saber, na maioria das vezes, se ela tem ou não trombofilia”.
O estudo é alicerçado em um questionário com 50 questões, enviado para todos os ginecologistas e obstetras do Brasil. Já há cerca de 1000 respostas. As perguntas são relacionadas à identificação dos riscos de trombose, à indicação da pesquisa de trombofilia e ao uso e como se estabelece o tratamento.
A ideia veio da necessidade de identificar as formas de atendimento prestadas às pacientes com TEV.
“Queremos entender como o ginecologista e o obstetra lidam com essa questão tão importante que é o tromboembolismo venoso da mulher e a trombofilia. Desejamos trazer dados confiáveis para a sociedade, para a FEBRASGO, a pesquisa, já que até hoje não houve nenhum levantamento nesse sentido”, explica Malavasi.
A Comissão pretende ainda mapear as maiores dificuldades dos especialistas em lidar com essas doenças. Isso para oferecer aos especialistas informação de alta qualidade, baseada em evidências científicas e que possam auxiliar a detectar riscos e ministrar adequadamente o tratamento às pacientes.