Dia Internacional da Mulher: a importância do ginecologista na atenção integral à saúde feminina, da infância ao pós menopausa

Sexta, 07 Março 2025 10:24

Em 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher, uma data marcada pela reflexão sobre a importância do bem-estar feminino em diversas esferas, incluindo a saúde. Neste contexto, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca o importante papel do ginecologista em todas as fases da vida da mulher.

Desde a adolescência até a pós-menopausa, a mulher exige cuidados médicos contínuos e integrados para prevenir doenças ginecológicas e garantir uma vida mais saudável. Dentre os fatores críticos que demandam atenção médica estão as alterações no ciclo menstrual, sangramentos anormais, dor pélvica, nódulos mamários, infertilidade, além de sintomas relacionados à sexualidade e bem-estar emocional.

Infância e Adolescência: Começando o autocuidado cedo

A adolescência, período entre os 10 e 19 anos, é a fase inicial em que a saúde ginecológica da mulher deve ser acompanhada de perto. A primeira consulta ao ginecologista deveria ocorrer por volta dos 10 anos, conforme orientações da Organização Mundial da Saúde.

A Dra. Rosana Maria dos Reis, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto-Puberal da FEBRASGO, explica que a adolescência é um momento muito interessante para que os médicos iniciem o acompanhamento, pois a paciente tende a se sentir mais à vontade e descontraída. “Essa confiança facilita a abordagem sobre temas delicados como sexualidade e prevenção de doenças”, diz a médica.

É importante que as jovens não esperem por problemas como menstruação irregular ou início das relações sexuais para buscar atendimento. O ginecologista é o profissional que pode orientá-las sobre os cuidados com a saúde menstrual, sexualidade, nutrição e atividade física.

Além disso, a especialista destaca ser essencial que as adolescentes aprendam sobre autocuidado, com foco em hábitos saudáveis como alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas, e cuidados com saúde mental e emocional. A prevenção de doenças, como as sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidez não planejada, também faz parte da orientação dessa faixa etária.

Vida adulta: O olhar atento da ginecologia

A mulher entre 20 e 40 anos passa por várias mudanças, como o início da vida sexual, possíveis gravidezes e outras questões de saúde específicas. A ginecologista Andrea Prestes Nácul, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina da FEBRASGO, destaca: "É fundamental que a mulher consulte o ginecologista pelo menos uma vez ao ano. Queixas como cólica menstrual intensa, sangramentos anormais e dor nas relações sexuais, por exemplo, não devem ser ignoradas".

Esse período é um momento crucial para exames preventivos, como o Papanicolau, que ajuda a detectar precocemente o câncer de colo do útero. O acompanhamento médico também é importante para o planejamento familiar, orientação sobre contracepção, preservação da fertilidade no caso em que há uma necessidade de postergar a maternidade e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Menopausa: Saúde no climatério e pós-menopausa


A menopausa, que ocorre em média entre os 48 e 51 anos, marca o fim do período reprodutivo. O Dr. Jaime Kulak, membro da Comissão de Climatério da FEBRASGO, explica que já na transição menopausal, as mulheres apresentam alterações menstruais e sintomas como ondas de calor e insônia. "O climatério abrange toda a transição do período reprodutivo para o não-reprodutivo. É um momento em que as mulheres necessitam de acompanhamento especializado para lidar com os sintomas e os riscos à saúde", ressalta o médico.

A abordagem no climatério inclui orientações sobre alimentação, prática regular de exercícios e, quando indicado, terapia hormonal para controle dos sintomas. O tratamento deve ser individualizado, considerando as necessidades e riscos de cada mulher. O acompanhamento médico contínuo durante essa fase da vida é essencial para o controle da saúde óssea, cardiovascular e emocional.

“O cuidado médico da mulher deve ser integral e contínuo, considerando cada fase de sua vida. Da adolescência à menopausa, a atenção à saúde ginecológica não só previne doenças, mas também promove qualidade de vida. A conscientização sobre a importância do acompanhamento médico ao longo da vida é um passo fundamental para garantir o bem-estar das mulheres em todas as idades”, finaliza o Dr. Jaime.


Mais conteúdos

Febrasgo participa de reunião da ANS sobre boas práticas no cuidado do câncer de mama

Febrasgo participa de reunião da ANS sobre boas práticas no cuidado do câncer de mama

A Febrasgo participou, na tarde desta segunda-feira (25/03), de uma reuniã...
Síndrome de Down: diagnóstico pode ser realizado durante a gestação

Síndrome de Down: diagnóstico pode ser realizado durante a gestação

Ultrassonografia permite avaliar o risco da condição com base ...
Mulheres negras são as mais afetadas por eclâmpsia e mortalidade materna

Mulheres negras são as mais afetadas por eclâmpsia e mortalidade materna

Ginecologistas alertam que a falta de acesso adequado aos tratamentos é ...
-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site