Sentir dor abdominal intensa durante o período menstrual não é normal

Quinta, 17 Outubro 2024 09:54

Apesar da cólica menstrual estar presente na vida das mulheres, dor incapacitante pode ser sinal de endometriose, alerta FEBRASGO

 

 

De acordo com dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), cerca de 50% das mulheres em idade reprodutiva sentem cólica menstrual, sendo que 10% delas apresentam dores intensas, muitas vezes incapacitante. Embora o sintoma seja frequente durante a menstruação, o Dr. Ricardo Quintairos, presidente da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da FEBRASGO, reforça que sentir dor não é “normal” e, em alguns casos, o desconforto excessivo pode indicar uma endometriose.

 

O especialista esclarece que a dor é comum durante os primeiros dias do ciclo, porém a intensidade merece atenção, principalmente quando impede a mulher de exercer qualquer tipo de atividade. “Se a dor compromete a rotina, deve ser investigada. Cólicas menstruais severas, dores abdominais fora do período menstrual e durante relações sexuais podem ser sintomas de uma endometriose”, afirma.

 

A cólica menstrual é resultado do movimento causado pela contração e relaxamento do músculo uterino para a expulsão do endométrio - tecido que reveste a parte interna do útero e o prepara para receber um óvulo fecundado. Quando não ocorre a fecundação, a mucosa espessa que foi formada precisa ser eliminada, então ocorre a menstruação. A endometriose é uma doença inflamatória que acontece quando as células do endométrio não são completamente eliminadas e migram para outros locais como ovário, parte posterior do útero e bexiga.

 

Além das cólicas extremamente intensas, o médico explica que a endometriose pode apresentar outros sintomas como alterações intestinais e urinários durante o período menstrual, sangramento menstrual intenso e irregular, dor pré-menstrual - que pode ocorrer uma ou duas semanas antes do início do período menstrual, distensão abdominal, fadiga e cansaço e dificuldade maior para engravidar.

O Dr. Rodrigo de Almeida ressalta que o diagnóstico da doença não é simples e vai além dos sintomas citados. “Exige uma avaliação clínica detalhada, análise do histórico do paciente, além de exames físicos e de imagem, como ressonância magnética e ultrassonografia”, diz. “Embora as complicações sejam raras, a endometriose pode resultar na obstrução do intestino. Nestes casos, a paciente pode apresentar dificuldade para evacuar e dor intensa”, completa.

 

O tratamento pode ser categorizado em duas abordagens: clínica ou cirúrgica. Os tratamentos clínicos envolvem terapias hormonais que têm o efeito de suprimir a menstruação, além do uso de anti-inflamatórios e analgésicos. Em casos mais graves, uma cirurgia por meio de videolaparoscopia é realizada.

 

Para o especialista, a adoção de um estilo de vida saudável também faz parte do tratamento. “Praticar atividade física e manter uma alimentação equilibrada é fundamental para que a paciente tenha qualidade de vida. O mais importante é entender que sentir dor não é normal. E se a dor priva a mulher de algo que faça parte da sua rotina, é a hora de procurar o médico”, completa.


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