SUS otimiza o diagnóstico do HPV com a implementação de um novo teste molecular

Terça, 12 Março 2024 17:17

A testagem emerge como uma opção eficaz para prevenção e identificação precoce do câncer de colo do útero

 

O extermínio do câncer do colo do útero assumiu posição central na agenda de saúde pública no Brasil. Como parte das iniciativas de aprimoramento, o Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) a tecnologia de testagem molecular para detecção do vírus HPV e rastreamento do câncer do colo do útero. A formalização dessa medida ocorreu por meio da publicação da portaria no Diário Oficial da União na última sexta-feira (8), visando agilizar diagnósticos e aumentar a precisão, fundamentais para uma abordagem eficaz diante desse sério desafio de saúde.

 

O diretor científico da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Dr. Agnaldo Lopes, esclarece que a Organização Mundial de Saúde já preconiza a transição da citologia oncótica de Papanicolau para o teste de DNA do HPV. “O teste em questão visa identificar o vírus responsável pela grande maioria dos casos de câncer do colo do útero, o papiloma vírus humano (HPV). Sua sensibilidade é notavelmente superior tanto à citologia quanto ao exame de Papanicolau. Por essa razão, sua implementação é fundamental em qualquer país que almeje um controle eficaz do câncer cervical. Além disso, destaca-se pela facilidade de padronização, tornando-se uma opção viável e eficiente”, destacou.

 

O câncer de colo uterino representa um desafio significativo para a saúde pública global, e o Brasil não está imune a essa realidade. Anualmente, o país registra aproximadamente 17 mil novos casos e 7 mil mortes por câncer cervical, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A Organização Mundial de Saúde lançou a campanha "Call to Action" há algum tempo, estabelecendo três pilares fundamentais para a possibilidade de erradicação do câncer cervical em todo o mundo. Esses pilares incluem a vacinação, o rastreamento do câncer de colo uterino, bem como o tratamento de  lesões precursoras como componentes cruciais.

 

A decisão de implementar essa estratégia em todo o País representa um benefício significativo para as mulheres. Além de ser uma tecnologia eficiente para detecção e diagnóstico precoce, ela oferece o ganho de ampliar o intervalo entre os exames. Enquanto o método atual de rastreamento, através do exame de Papanicolau, requer uma frequência trienal, aumentando para anual em caso de detecção de alguma lesão, a testagem é recomendada a cada cinco anos. Essa modificação promove uma maior adesão e simplifica o acesso ao exame.


Confira a portaria no site oficial.