Parto Adequado avança durante o FIGO
Importante reunião sobre o projeto Parto Adequado foi realizada por inciativa da FEBRASGO durante o Congresso da FIGO no Rio de Janeiro. Além do presidente César Eduardo Fernandes, participaram, entre outros, os diretores Corintio Mariani Neto e Juvenal Barreto de Andrade, além de Rita de Cássia Sanchez, do Hospital Albert Einstein, Dra Jaqueline Torres da ANS .
O debate ocorreu em momento bastante propício, pois, às vésperas do congresso, a OMS divulgou os resultados de um estudo internacional, de renomados professores, como Luz Gibbons, José M. Belizán, Jeremy A Lauer, Ana P. Betrán, Mario Merialdi e Fernando Althabe, com os números globais e custos adicionais decorrentes da prática de cesarianas desnecessárias.
Atualmente, o Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial, superado apenas pela República Dominicana. Aliás, dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2016, 55,6% dos nascimentos no Brasil foram por cesarianas e que, na rede privada, este número sobe para 82,6%.
O projeto Parto Adequado visa identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de cesarianas sem indicação clínica, tanto na saúde pública, quanto na suplementar, especialmente nesta última.
A iniciativa visa ainda oferecer às mulheres e aos bebês o cuidado certo, na hora certa, ao longo da gestação, durante todo o trabalho de parto e pós-parto, considerando a estrutura e o preparo da equipe multiprofissional, a medicina baseada em evidências e as condições socioculturais e afetivas da gestante e da família.
Segundo Mariani Neto, “as maternidades brasileiras que participaram na segunda fase do Parto Adequado aumentaram em 8% o total de partos normais em um ano, de acordo com resultados preliminares referentes a 2017, divulgados em abril passado. Cento e trinta e sete hospitais privados, 25 hospitais públicos e 65 operadoras de planos de saúde participam deste esforço”.
César Fernandes compreende que é preciso agir com celeridade para mudar o padrão atual, reduzindo o número de cesarianas.
“Desde que esteja correndo tudo bem e este for o seu desejo, o melhor parto para essa mulher, certamente, é o normal. Quando não for possível, e for mandatória, que se faça a cesárea porque, nestas circunstâncias, será benéfica para a mãe e o recém-nascido. Todos nós temos de atender a expectativa das parturientes; afinal, são elas as protagonistas.”
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