Diagnóstico tardio de câncer em crianças e adolescentes torna a doença mais difícil de tratar.
INCA estima quase 8 mil novos casos de câncer infantojuvenil por ano até 2025
O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, celebrado em 23 de novembro, tem como objetivo promover ações educativas e ampliar o debate sobre as políticas públicas de atendimento integral a crianças e adolescentes com câncer. Nesta data, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca a importância da conscientização e do apoio no combate ao câncer infantojuvenil.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que, até 2025, o Brasil terá 7.930 novos casos de câncer infantojuvenil por ano. A taxa de incidência é de 134,8 diagnósticos a cada 1 milhão de crianças e adolescentes no país, um dado que chama a atenção da comunidade médica.
O Dr. Eduardo Cândido, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da FEBRASGO, destaca que, na infância, os tipos de câncer mais comuns são as leucemias (câncer da medula óssea), os linfomas (câncer do sistema linfático) e os tumores do sistema nervoso central.
O ginecologista alerta que o diagnóstico tardio de qualquer tipo de câncer que afeta crianças e adolescentes pode transformar a doença em um quadro mais difícil de tratar. Embora o câncer seja incurável em estágios avançados, ele continua sendo tratável quando identificado precocemente. “Por isso, é fundamental que o diagnóstico seja feito o quanto antes, a fim de evitar a disseminação da doença e aumentar as chances de sucesso no tratamento. Quanto mais rápido o diagnóstico, maiores as possibilidades de cura e menor o risco de complicações graves”, afirma.
O especialista destaca que muitos dos sintomas iniciais do câncer infantojuvenil podem ser confundidos com condições mais comuns, como viroses ou outras doenças benignas. Por isso, a conscientização sobre os sinais de alerta é fundamental, tanto para os pais quanto para os profissionais de saúde. Quando detectados precocemente, sinais como dor persistente, cansaço excessivo, alterações no apetite ou no peso, hematomas sem causa aparente, entre outros, podem ser indicativos de uma condição mais grave, como o câncer. O acompanhamento médico regular e a atenção cuidadosa aos sinais do corpo são fundamentais para garantir um diagnóstico mais rápido e, consequentemente, aumentar as chances de um tratamento eficaz. Em última instância, o diagnóstico precoce não só melhora o prognóstico, mas também oferece à criança e à família um maior suporte emocional e psicológico, ao proporcionar mais tempo para planejar e iniciar o tratamento adequado.
“Os tratamentos de tumores infantis têm evoluído muito, e as chances de cura estão aumentando cada vez mais, principalmente nas fases iniciais da doença. Por isso, o ideal é fazer o diagnóstico precoce”, finaliza o médico.