FEBRASGO destaca os Riscos dos Implantes Hormonais não aprovados pela ANVISA em Congresso.
O evento incluiu o lançamento da plataforma VIGICOM
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) esteve presente no 36º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia (CBEM 2024), realizado em Recife de 11 a 15 de outubro. A Dra. Lia Cruz, diretora de defesa e valorização da FEBRASGO, representou a diretoria e presidência da federação.
No evento, a Dra. Lia participou de uma mesa redonda sobre implantes hormonais, moderada por Annelise Meneguesso e Diana Viegas. Ela apresentou uma palestra sobre farmacodinâmica, abordando a questão: "Existem dados disponíveis?" A discussão evidenciou uma preocupação compartilhada entre ginecologistas, obstetras e endocrinologistas em relação ao uso inadequado de hormônios manipulados no Brasil. “Foi destacado o risco de doses inseguras, sem estudos que comprovem eficácia, segurança, eventos adversos, biodisponibilidade e efeitos a longo prazo dessas aplicações subcutâneas. Essa questão gera grande apreensão entre as sociedades científicas, especialmente quando esses hormônios são associados a outras medicações”, disse a Dra. Lia.
Além disso, durante o painel, a FEBRASGO participou do lançamento da plataforma VIGICOM, criada como um repositório para relatos sobre efeitos adversos decorrentes do uso inadequado de hormônios. Essa plataforma foi desenvolvida com total conformidade com diretrizes éticas e científicas, visando aprimorar a segurança e a responsabilidade na utilização hormonal.
"Essa interação é extremamente importante, pois promove uma troca valiosa de conhecimentos. No painel de lançamento do VIGICOM, contamos com a participação de profissionais de diversas áreas, como psiquiatria e hepatologia, que compartilham interesses comuns na regulamentação e na segurança do uso de hormônios. Essa colaboração multidisciplinar é fundamental para abordar de forma abrangente as questões relacionadas aos efeitos adversos e garantir melhores práticas no tratamento”, destacou.
Entre as diversas palestras, foram abordados temas como menopausa, climatério e alterações hormonais, incluindo a utilização da terapia hormonal durante o climatério. Também foram discutidas as alterações endócrinas na síndrome dos ovários policísticos e distúrbios endocrinológicos em geral que afetam a saúde da mulher. Esses tópicos, que são frequentemente rastreados pelo ginecologista, incluem questões relacionadas à tireoide, glicemia e outras condições relevantes.
"Manter a saúde endócrina é fundamental para o bem-estar geral da mulher. A compreensão e o manejo adequado das condições hormonais não apenas melhoram a qualidade de vida, mas também previnem complicações futuras. É essencial que profissionais de saúde trabalhem em conjunto para oferecer um cuidado integrado e eficaz”, finalizou a Dra. Lia.