O aleitamento materno é capaz de prevenir mais de 820 mil mortes em crianças de até 5 anos por ano no mundo, diz estudo
Além de seguro, o aleitamento materno reduz riscos de doenças e traz benefícios tanto ao bebê quanto à mãe
São Paulo, agosto de 2021. O leite materno é o melhor alimento nos primeiros meses de vida e a recomendação é de que a amamentação seja feia até os dois anos ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida. São inúmeros os benefícios para a mãe e para o bebê. Inclusive, recente pesquisa realizada pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil – ENANI-2019 reforça o papel protetor da amamentação contra doenças infecciosas e crônicas da infância, e ainda conclui que mais de 820 mil mortes de crianças menores de cinco anos por ano no mundo poderiam ser evitadas com o ato de amamentar. “O aleitamento materno é principal arma no combate à desnutrição e mortalidade infantil, é rico em imunoglobulinas, anticorpos e várias proteínas, lípides e carboidratos adequados para nutrição do recém-nascido. Assim, previne contra as principais doenças do recém-nascido e da infância”, alerta a obstetra Dra. Silva Regina Piza, presidente da Comissão Nacional Especializada em Aleitamento Materno da Febrasgo.
A pesquisa ainda revela que aumentou a taxa de adesão das mulheres que promovem a amamentação exclusiva. Os dados mostram que, em 2019, a prevalência foi de 60% no Brasil, sendo que o percentual mais elevado foi na região Sudeste, que registrou 63,5%; e o menor índice foi no Nordeste, com 55,8%. Ainda assim, as taxas globais de aleitamento materno permanecem baixas, com apenas 43% dos recém-nascidos iniciando o aleitamento materno dentro da primeira hora após o parto e 41% dos bebês com menos de seis meses de idade exclusivamente amamentados. Embora 70% das mulheres continuem amamentando por pelo menos um ano, as taxas de aleitamento materno caem para 45% aos dois anos de idade.
O Brasil é referência internacional em doação de leite materno, e possui a maior rede de Banco de Leite Humano (BLH), com 225 pontos de coleta, espalhados em todos os estados, que recebem anualmente cerca de 160 mil litros. “O projeto foi desenvolvido por cientistas e médicos brasileiros, dentro do SUS, e ajuda a salvar milhares de vidas todos os anos”, conta Dra. Silvia, que também complementa: “sempre promovemos ações de proteção e apoio ao aleitamento materno, junto as equipes de saúde e sociedade. Nosso objetivo é conscientizar tanto as mães quanto à sociedade como um todo sobre a importância de incentivar e apoiar as mulheres a amamentarem”.
- Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil ENANI – 2019. Disponível: https://enani.nutricao.ufrj.br/wp-content/uploads/2020/08/Relatorio-preliminar-AM-Site.pdf
Aleitamento materno em época de pandemia:
A pandemia da COVID-19 apresentou desafios em várias áreas da saúde e uma delas foi em relação à mulher gestante e lactante. A orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de manter o aleitamento materno, tanto para gestantes e lactantes que adquiriam covid-19, bem como para aquelas que foram imunizadas por meio de vacinas.
Um estudo recente publicado na revista científica JAMA Pediatrics revela que mulheres infectadas e que foram imunizadas podem transferir anticorpos protetores para os bebês de forma eficiente, especialmente, no início da gravidez.
De acordo com a recomendação do Programa Nacional de Imunizações, a vacina ainda é a maior arma no combate contra a COVID-19, sendo o benefício da imunização muito maior que o risco de se contrair o coronavírus na gestação e no pós-parto.
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