SUMMIT FEBRASGO – Inovação em GO: highlights de especialistas
Os três dias imersivos de debates e atualização científica com grandes especialistas nacionais e internacionais da Ginecologia e Obstetrícia reuniu cerca de 1500 congressistas, no centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. Abaixo, alguns dos especialistas da FEBRASGO deixam suas impressões sobre o 10º Congresso Internacional de Medicina Obstétrica do Hospital e Maternidade Santa Joana, Birth 2025 e Summit FEBRASGO Inovação em Ginecologia e Obstetrícia.
O que gostaria de destacar no evento?
“Esse congresso tem sido fundamental para que possamos observar o que o mundo está fazendo em relação ao parto. No Brasil, enfrentamos muitos desafios — especialmente nossas taxas elevadas de cesariana e de mortalidade materna. Trazer esse congresso para o país é uma oportunidade de refletir sobre esses pontos e discuti-los com especialistas de diversas partes do mundo. É essencial destacarmos a questão da mortalidade materna, que permanece estagnada globalmente, mas que, no Brasil, segue estagnada em níveis muito elevados. Isso reforça a necessidade urgente de unirmos esforços para reduzir esses índices.”– Dra. Rossana Pulcineli Vieira Francisco, presidente da CNE de Mortalidade Materna
O que aprendeu hoje?
“Das aulas que assisti, o que considero mais relevante — e que todos deveriam conhecer — foi a apresentação do professor Barinov. Tive a oportunidade de conversar longamente com ele sobre o balão de Zhukovsky vaginal para o tratamento de hematoma e para o controle de hemorragia durante uma miomectomia realizada no contexto de uma cesariana. Depois da aula, sentamos juntos, ele me mostrou diversos vídeos e artigos publicados, trocamos contatos e discutimos detalhes técnicos. Como também estudei balões no meu doutorado, essa troca foi especialmente enriquecedora.
Claro que houve muitas outras apresentações excelentes, inclusive de colegas da FEBRASGO: a aula do professor Gabriel sobre hemorragia, a apresentação da professora Marair sobre trauma perineal — com vídeos muito ilustrativos — e a do professor Elias Melo, meu amigo, cujo conteúdo sobre parto vaginal operatório e uso do vácuo-extrator aprecio muito. É difícil escolher apenas uma!– Dr. Álvaro Luiz Lage Alves, presidente da CNE de Urgências Obstétricas
“Assisti a palestras excelentes sobre inovação tecnológica, e acredito que o grande aprendizado é termos consciência de que a tecnologia não vai substituir o nosso trabalho ou presença como seres humanos. Na verdade, ela vai caminhar ao nosso lado, aprimorando a qualidade da assistência em qualquer área da ginecologia ou obstetrícia.
A tecnologia também nos ajuda a economizar tempo — tempo para investir na carreira e, igualmente, na vida pessoal. Ainda temos muito a aprender nessa trajetória, inclusive para superar os desafios que surgirão.
O evento está muito bacana, altamente tecnológico. Há salas simultâneas abordando diferentes temas e, se algo chama a atenção, basta um clique para mudar e assistir a outra palestra de altíssimo nível. Para quem circula em congressos internacionais, posso dizer: não deixa nada a desejar aos grandes eventos da área. Está sendo uma experiência excelente.” – Dra. Rívia Lamita, presidente da CNE de Reprodução Assistida
Qual novidade apresentada no congresso que gostaria de destacar?
“Vi aulas muito boas. A aula de obesidade, por exemplo, que acabou de acontecer, foi extremamente importante — trabalho muito com obesidade e diabetes e, embora não faça parte diretamente da Comissão de Gestação de Alto Risco, esses fatores têm impacto direto nessa área.
As aulas sobre prematuridade também foram destaque. Sempre trazem discussões relevantes. O que considero mais interessante é que, em geral, a obstetrícia costuma ser menos valorizada nos congressos — as pessoas tendem a buscar outros temas. Aqui, ao contrário, falou-se muito sobre parto, algo fundamental. É um assunto que muitos acham que dominam, mas não dominam, e é justamente onde ocorrem complicações e mortes maternas. Neste evento, discutiu-se amplamente o parto normal e suas complicações, o que é excelente.”– Dra. Rosiane Mattar, presidente da CNE de Gestação de Alto Risco
Quais temas debatidos nas sessões entraram no seu radar?
“A questão da Inteligência Artificial foi, para mim, muito interessante. A mesa que assisti hoje esclareceu muitos pontos. A aula do professor Chao Lung Wen organizou várias ideias que eu tinha sobre o tema. Todos os palestrantes contribuíram muito. Foi uma mesa que realmente trouxe novidades.”– Dra. Sue Yazaki Sun, presidente da CNE de Doença Trofoblástica Gestacional
O que gostaria de dizer aos residentes? E quais assuntos mais a impactaram?
“Os temas apresentados focaram muito nas dificuldades, nas emergências e nas melhores práticas da obstetrícia no mundo — como o próprio congresso propõe, voltado ao nascimento. Considero fundamental a avaliação adequada nas emergências e na condução do parto normal. O congresso trouxe exatamente isso: o que fazer, como conduzir, o que há de mais atualizado, e como nós, profissionais, podemos atuar de forma clara e atualizada para reduzir a mortalidade materna e fetal.
O que mais me impactou foram as aulas sobre emergências incomuns na obstetrícia. Porque sobre eclâmpsia e hemorragias estudamos muito. Mas temas como aneurisma dissecante de aorta, cesáreas em pacientes com obesidade mórbida e o uso do ultrassom pelo obstetra para avaliar derrame pericárdico ou hematoma subcapsular chamaram muita atenção. São conhecimentos que certamente levarei para a prática diária no meu estado.” – Dra. Vanessa Chaves Miranda, Diretora Científica da SOGOMAT-SUL