HIV/AIDS: especialista da FEBRASGO comenta avanços na prevenção e no tratamento
1 de dezembro: Dia Mundial de Luta Contra a Aids
#DezembroVermelho
O Brasil mantém atenção constante sobre os índices de infecção por HIV. A ginecologista Dra. Helaine Maria Besteti Pires Mayer Milanez, membro da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), destaca progressos significativos nas últimas décadas, tanto na prevenção quanto na terapia antirretroviral. “Hoje, a prevenção primária deve ser baseada no uso consistente de métodos de barreira. Para pessoas com dificuldade de adesão a esses métodos ou com maior risco de exposição, contamos com a PrEP, que é a profilaxia pré-exposição realizada com o uso de antirretrovirais antes da exposição à relação sexual”, explica.
A especialista também enfatiza a evolução dos tratamentos. “A terapia antirretroviral se transformou profundamente. Os esquemas atuais, como tenofovir, lamivudina e dolutegravir, são eficazes, com baixa ocorrência de efeitos adversos e geralmente administrados em apenas dois comprimidos ao dia. Isso melhorou de forma extraordinária a qualidade e a expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV”, afirma a médica, que acompanha pacientes desde 1990.
O diagnóstico precoce e a introdução imediata da medicação são decisivos para impedir a progressão da doença e manter a saúde dos pacientes. “O HIV, quando tratado, torna-se uma condição crônica manejável. O tratamento reduziu drasticamente as complicações cardiovasculares, hepáticas e imunológicas, além de contribuir de forma importante para a queda da transmissão vertical”, reforça.
A Dra. Helaine destaca ainda a importância da informação, da testagem regular e da redução do estigma que ainda envolve as infecções sexualmente transmissíveis. “Enquanto a sífilis ainda apresenta desafios importantes e não registrou avanços significativos na redução da transmissão vertical, o cenário do HIV é bastante diferente. No caso do HIV, houve um progresso expressivo na prevenção da infecção em crianças, evitando que recém-nascidos desenvolvam a doença, condição que pode ser especialmente grave no período neonatal e pediátrico. Sem dúvida, o diagnóstico precoce associado ao início imediato do tratamento transformou radicalmente o curso da infecção pelo HIV, garantindo melhor qualidade de vida às pessoas que convivem com o vírus.”