FEBRASGO alerta: dor abdominal persistente em meninas pode ser sinal de tumor ovariano

Segunda, 24 Novembro 2025 09:51

No Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-Juvenil (23/11), entidade reforça o papel da Atenção Primária e da Emergência no diagnóstico precoce e no cuidado integral de meninas e adolescentes.

Em alusão ao dia 23 de novembro, Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-Juvenil (Lei nº 11.650/2008), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) chama a atenção de pediatras, médicos de família, ginecologistas e equipes de pronto-atendimento para dois sinais que não podem ser subestimados: dor abdominal persistente e aumento progressivo do volume abdominal em meninas e adolescentes. Esses sintomas, frequentemente atribuídos a cólicas, distensão ou “gases”, podem ser os primeiros indícios de tumores ovarianos, a neoplasia ginecológica mais comum nessa faixa etária. O diagnóstico precoce é determinante para ampliar as chances de cura, que podem chegar a 80% quando o tratamento é iniciado oportunamente em centros especializados.

“Reconhecer sinais de alerta e acionar rapidamente a rede de referência é fundamental para mudar desfechos”, afirma a ginecologista Dra. Elaine da Silva Pires Araujo, ginecologista da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia na Infância e Adolescência da FEBRASGO.

Tumor ovariano: principal neoplasia ginecológica em meninas

No atendimento primário, o aumento abdominal é a principal queixa que sugere massa ovariana. Na urgência, o quadro costuma se manifestar como dor abdominal intensa, podendo estar associado à torção ovariana ou ruptura de cistos. Muitas vezes, o tumor é identificado justamente durante a investigação desse episódio agudo.

A FEBRASGO destaca que cistos simples de ovário são comuns na infância e adolescência e, embora geralmente benignos, podem crescer, torcer e exigir intervenção. A diferenciação entre cistos funcionais, tumores benignos e neoplasias malignas depende de ultrassonografia e, quando necessário, de avaliação por serviços especializados em oncologia pediátrica e ginecologia da infância e adolescência.

Quando a dor merece investigação

Dor pélvica, distensão abdominal e irregularidade menstrual fazem parte das queixas comuns da adolescência. No entanto, sinais como dor persistente, crescimento abdominal, sensação de massa e sintomas associados (náuseas intensas, perda de peso, mal-estar importante) devem motivar investigação imediata com ultrassonografia e, diante da suspeita, encaminhamento adequado.

“A orientação é clara: dor que não passa e barriga que aumenta não podem ser tratadas repetidamente como cólica menstrual. É preciso examinar, solicitar imagem e referenciar”, reforça a Dra. Elaine Araujo.

Tratamento que preserva a vida e o futuro reprodutivo

No manejo de tumores ginecológicos – ou em casos em que adolescentes serão submetidas a quimio ou radioterapia por outros cânceres – a preservação da fertilidade deve fazer parte do planejamento terapêutico desde o início.

Segundo a FEBRASGO, a discussão sobre oncofertilidade deve ocorrer assim que o risco de comprometimento ovariano ou uterino é identificado. Estratégias podem incluir cirurgias poupadoras, preservação de tecido ovariano ou preservação de óvulos em situações específicas, sempre avaliadas por equipe multidisciplinar.

Cuidado integral: prevenção e saúde sexual

A FEBRASGO reforça que o cuidado de meninas e adolescentes em contexto oncológico deve incluir orientação em saúde sexual, uso de preservativos e atualização vacinal, especialmente a vacina contra o HPV, fundamental para prevenir cânceres do trato genital no futuro.

Para a entidade, o Novembro Dourado é uma oportunidade para ampliar a visibilidade da saúde ginecológica na oncologia pediátrica. “Ver a criança ou adolescente como um todo significa incluir a saúde reprodutiva, a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e o planejamento da vida adulta desde o início do tratamento”, conclui a Dra. Elaine Araujo.


Mais conteúdos

Parto prematuro responde a 11% dos nascimentos no Brasil

Parto prematuro responde a 11% dos nascimentos no Brasil

Parto prematuro não afeta só o bebê, revela especialista ...
-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site