Câncer de mama: sete mitos ou verdades com especialista da FEBRASGO

Terça, 07 Outubro 2025 10:00

Mamas densas são sinal de que é necessário realizar ultrassonografia, além da mamografia

#OutubroRosa

 

O Outubro Rosa foi criado para salvar vidas por meio da informação, incentivando que mulheres façam o rastreamento adequado, já que o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura. Porém diante de tanta desinformação ainda existente – principalmente na internet e nas redes sociais -, o Dr. Felipe Pereira Zerwes, ginecologista vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Mastologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO, vem esclarecer o que é mito e o que é verdade sobre esse assunto.

  1. A alimentação pode influenciar no risco para câncer de mama.

Verdade. Existem sugestões e recomendações de estudos que uma dieta mediterrânea baseada em legumes, vegetais, frutas e fibras, tudo isso pode ajudar na diminuição do risco futuro de câncer, enquanto uma dieta, por exemplo, com gordura trans e/ou saturadas, carnes processadas, embutidos, bebidas alcoólicas pode aumentar o risco para câncer, inclusive o câncer de mama.

  1. O exercício físico ajuda durante e após o tratamento do câncer de mama.

Verdade. O exercício diminui o risco de câncer de mama e ajuda a diminuir recidiva nas pacientes que tiveram a doença. Durante o tratamento, seja medicamentoso, como quimioterapia ou hormonioterapia, também previne os efeitos das medicações. Então, o exercício físico é muito importante.

  1. Terapia de reposição hormonal (TH) pode causar câncer de mama.

Aqui é preciso analisar caso a caso. A literatura científica diz que a terapia de reposição hormonal somente com estrogênio, e por um período de tratamento menor que cinco anos, não está associada ao risco de câncer de mama. Vale dizer que a TH deve ser realizada de forma individualizada e quando os benefícios superam os riscos.

  1. Mulheres que fizeram quimioterapia ficam inférteis.

Depende. Mulheres que fizeram quimioterapia podem ficar inférteis, o que não significa que, de fato, ficarão. Veja, a quimioterapia atua nos folículos ovarianos, diminuindo o número de folículos. Então, a paciente que está perto da menopausa, provavelmente, vai entrar na menopausa; a paciente mais jovem, provavelmente, vai voltar a ciclar e menstruar; já a paciente que está por volta de 40 anos pode ou não entrar na menopausa. Existe o risco de, mesmo numa paciente jovem, a quimioterapia agir diminuindo drasticamente o número de folículos e ela, sim, se tornar infértil.

  1. Minha mãe teve câncer de mama, então terei também.

Mito. A filha de uma paciente com câncer de mama tem aumento de risco de desenvolver a doença, mas não quer dizer que vai desenvolver a doença. O câncer é uma doença multifatorial. A história familiar e algumas mutações genéticas podem ser fatores de risco, mas o estilo de vida deve ser considerado.

  1. Aborto induzido causa aumento real do risco de câncer de mama.

Mito, aborto induzido não causa aumento de risco para câncer de mama.

  1. Mamas densas “mascaram” lesões na mamografia, reduzindo sua sensibilidade.

Verdade. Mamas densas podem mascarar lesões na mamografia, por isso que uma paciente com essa característica deve fazer também exame de rastreamento com ultrassonografia mamária, ou em casos especiais, a ressonância magnética.

Mensagem para as mulheres que estão em tratamento para câncer de mama

“Felizmente, hoje em dia temos muitas possibilidades para os tratamentos, que são cada vez mais efetivos, com possibilidade de cura extremamente elevada garantindo a qualidade de vida. Essa busca por qualidade de vida tem sido cada vez mais importante, já que algumas medicações trazem uma série de efeitos, e muitas pacientes param o tratamento por causa disso. Quando isso acontece, é importante o diálogo aberto e franco entre paciente e médico, que deverá avaliar alternativas terapêuticas. O melhor tratamento é aquele que a paciente consegue seguir”, finaliza Dr. Felipe.


-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site