A Quimioterapia do câncer da mola é muito ruim?
Quarta, 13 Setembro 2017 17:17
Após o esvaziamento uterino 73 a 80% das pacientes com mola completa e 95% daquelas com mola parcial evoluirão para cura sem a necessidade de nenhum outro tratamento. O esvaziamento uterino leva à queda gradual dos níveis do hCG (hormônio gonadotrofina coriônica humana) até atingir níveis normais não gravídicos (< 5 mUI/ml).
Entretanto, 20 a 27% das pacientes com mola completa e 5% com mola parcial não terão normalizados os níveis de hCG, tornando necessários outros tratamentos com o objetivo de curar.
Quando ao dosarmos semanalmente o hCG e verificarmos que durante três semanas seguidas os níveis estão se elevando ou durante quatro semanas eles se mantém em um platô, isto é, mantendo mesmo resultado e não decrescendo, é sinal de que a mola evoluiu para o câncer da placenta. Isto se deve ao fato de que o tecido placentário anormal tornou a crescer e devemos entender que a paciente desenvolveu uma ¨NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL ¨. (NTG)
O tratamento para NTG é a quimioterapia, mas antes de iniciá-la, devemos fazer alguns exames para determinar a localização do tecido trofoblástico anormal (chamados de metástases), portanto vamos fazer o que denominamos de estadiamento da doença.
Assim: Estadio I: doença localizada no útero
Assim: Estadio I: doença localizada no útero
Estadio II: doença já invadiu a pelve
Estadio III: compromete os pulmões.
Estadio IV: compromete fígado, cérebro ou outros órgãos.
Em seguida vamos caracterizar a neoplasia como de baixo ou de alto risco conforme critérios abaixo.

Cerca de 95% de pacientes com mola hidatiforme que desenvolvem NTG, são de baixo risco (score 0 – 6).
A medicação para doença não metastática e para a maioria das pacientes com doença metastática é o METHOTREXATE (MTX) e seu antídoto ÁCIDO FOLÍNICO. Ele consegue curar 90% das pacientes com NTG de baixo risco estadio I e de 57 a 70% nos estádios II e III.
Nos casos de resistência ao MTX, pode-se utilizar a ACTINOMICINA-D e se continuar a resistência utilizamos uma quimioterapia combinada cujo regime de escolha é o EMA-CO (ETOPOSIDE, METHOTREXATE, ACTINOMICINA D CICLOFOSFAMIDA e ONCOVIN) atingindo a cura em 100% das pacientes. Este último regime também é o utilizado para pacientes com NTG de alto risco
As quimioterapias serão feitas até ocorrer a negativação do hCG e, após isto os pacientes devem receber mais 3 ciclos de consolidação.
E os efeitos colaterais da quimioterapia?
MTX que é em geral a medicação mais utilizada tem poucos efeitos colaterais Ele é utilizado nos dias 1, 3, 5 e 7 e o seu antídoto Ácido Folínico (folinato de cálcio) deve ser utilizado na dose de 15 mg via oral nos dias 2,4, 6 e 8, para evitar ou atenuar algum efeito colateral.
Felizmente, o efeito colateral mais temido pelas pacientes é a queda de cabelos que não ocorre com este esquema. Pode ocorrer aftas em 2 a 10% das pacientes, as náuseas são pouco frequentes, assim como a irritação do globo ocular e dor no tórax. Todos estes efeitos são bem tolerados e atenuados por medicamentos. Importante é durante o uso do MTX, não utilizar anti-inflamatórios e evitar a exposição ao sol.
A Actinomicina-D causa mais náuseas, mas que são controladas pelo uso de antieméticos. A queda de cabelo pode ocorrer, assim como aftas e manchas na pele.
No caso do esquema EMA-CO os efeitos colaterais são mais frequentes, notadamente náuseas, vômitos, queda de cabelos, falta de apetite, aftas e formigamentos em mãos e pés. Importante que antes de cada ciclo sejam feitas avaliações pelo hemograma, pois os quimioterápicos podem reduzir a produção de células de defesa (células brancas) necessárias para combater infecções, e de plaquetas.
Concluindo, a quimioterapia da mola é muito rim?
O que podemos dizer é que, em virtude do benefício que ela causa com cura de mais de 90% das pacientes com NTG e que a maioria das pacientes vai utilizar o MTX que tem pouquíssimos efeitos colaterais, consideramos que a quimioterapia para a NTG não pode ser considerada ruim!
RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Em seguida vamos caracterizar a neoplasia como de baixo ou de alto risco conforme critérios abaixo.

Cerca de 95% de pacientes com mola hidatiforme que desenvolvem NTG, são de baixo risco (score 0 – 6).
A medicação para doença não metastática e para a maioria das pacientes com doença metastática é o METHOTREXATE (MTX) e seu antídoto ÁCIDO FOLÍNICO. Ele consegue curar 90% das pacientes com NTG de baixo risco estadio I e de 57 a 70% nos estádios II e III.
Nos casos de resistência ao MTX, pode-se utilizar a ACTINOMICINA-D e se continuar a resistência utilizamos uma quimioterapia combinada cujo regime de escolha é o EMA-CO (ETOPOSIDE, METHOTREXATE, ACTINOMICINA D CICLOFOSFAMIDA e ONCOVIN) atingindo a cura em 100% das pacientes. Este último regime também é o utilizado para pacientes com NTG de alto risco
As quimioterapias serão feitas até ocorrer a negativação do hCG e, após isto os pacientes devem receber mais 3 ciclos de consolidação.
E os efeitos colaterais da quimioterapia?
MTX que é em geral a medicação mais utilizada tem poucos efeitos colaterais Ele é utilizado nos dias 1, 3, 5 e 7 e o seu antídoto Ácido Folínico (folinato de cálcio) deve ser utilizado na dose de 15 mg via oral nos dias 2,4, 6 e 8, para evitar ou atenuar algum efeito colateral.
Felizmente, o efeito colateral mais temido pelas pacientes é a queda de cabelos que não ocorre com este esquema. Pode ocorrer aftas em 2 a 10% das pacientes, as náuseas são pouco frequentes, assim como a irritação do globo ocular e dor no tórax. Todos estes efeitos são bem tolerados e atenuados por medicamentos. Importante é durante o uso do MTX, não utilizar anti-inflamatórios e evitar a exposição ao sol.
A Actinomicina-D causa mais náuseas, mas que são controladas pelo uso de antieméticos. A queda de cabelo pode ocorrer, assim como aftas e manchas na pele.
No caso do esquema EMA-CO os efeitos colaterais são mais frequentes, notadamente náuseas, vômitos, queda de cabelos, falta de apetite, aftas e formigamentos em mãos e pés. Importante que antes de cada ciclo sejam feitas avaliações pelo hemograma, pois os quimioterápicos podem reduzir a produção de células de defesa (células brancas) necessárias para combater infecções, e de plaquetas.
Concluindo, a quimioterapia da mola é muito rim?
O que podemos dizer é que, em virtude do benefício que ela causa com cura de mais de 90% das pacientes com NTG e que a maioria das pacientes vai utilizar o MTX que tem pouquíssimos efeitos colaterais, consideramos que a quimioterapia para a NTG não pode ser considerada ruim!
RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Braga A, Grillo B, Silveira E, Uberti E, Maestá I, Madi JM, Andrade J, Viggiano M. Mola – Manual de informações sobre doença trofoblástica gestacional. Sociedade Brasileira de Doença Trofoblástica Gestacional. Rio de Janeiro, 1ªed, p 1-12.