NOTA OFICIAL – IMPLANTES HORMONAIS MANIPULADOS .
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reitera que há mais de 60 anos promove o aperfeiçoamento técnico-científico de ginecologistas e obstetras. Tendo como premissa a ciência e o compromisso com a segurança do paciente, a Federação mantém comissões especializadas em várias áreas específicas da Ginecologia e Obstetrícia, e aquelas dedicadas à ética, defesa e valorização profissional, residência médica e educação médica continuada, promovendo atividades científicas e cursos permanentes de atualização.
Em conformidade com a sua missão na defesa da saúde da mulher, a FEBRASGO, em conjunto com a Associação Médica Brasileira (AMB) e quase 40 sociedades de especialidades médicas, apresentou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e ao Ministério da Saúde a “Resolução contra os Implantes Hormonais não Aprovados”.
No documento, respaldado por evidências científicas, foi destacada a complexidade indiscutível da ação dos hormônios no corpo humano, sendo solicitada a proibição da fabricação, importação, manipulação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de medicamentos com ação hormonal em tipos farmacológicos, combinações, doses ou vias não registradas na ANVISA em todo o território nacional.
No dia 18 de outubro, a ANVISA publicou a resolução favorável à petição e confirmou a proibição dos implantes hormonais manipulados. A FEBRASGO, que atuou ativamente na campanha, considera a iniciativa um avanço importante para a segurança dos pacientes, já que a falta de fiscalização e controle sobre esse tipo de implante coloca em risco a saúde da população.
A desinformação é uma preocupação crescente da FEBRASGO porque a divulgação de conteúdos sobre saúde sem embasamento técnico, especialmente em redes sociais, coloca em risco a saúde da população. Os implantes hormonais manipulados são produzidos sem um controle rigoroso de dosagem e dos possíveis efeitos colaterais. Por serem produzidos em farmácias de manipulação, são dispensados de rigor em demonstração de estudos de farmacocinética, eficácia ou de segurança. Dessa forma, a FEBRASGO reforça que sua ação contra os implantes hormonais manipulados vem ao encontro do aumento significativo de pacientes que têm apresentado efeitos colaterais graves como sangramento, infecções, hipertrofia do clitóris, tromboembolismo, pressão arterial elevada, além de complicações hepáticas, dermatológicas, psiquiátricas, renais e musculares.
A simples plausibilidade biológica de uma molécula ou relatos de boas experiências sintomáticas não sustentam o lançamento e comercialização de um novo medicamento. Para que ocorra a liberação, existem protocolos necessários a serem seguidos. A pesquisa pré-clínica e clínica tem papel fundamental neste contexto porque ela permite uma análise detalhada dos efeitos da substância no organismo, a dose e a via adequada para administração do medicamento e seus possíveis efeitos colaterais. Por estas razões, a FEBRASGO defende o tratamento individualizado da paciente, desde que seja baseado em evidências cientificas e regulamentado, garantindo a eficácia da terapia e a segurança da paciente.
Como entidade que atua na valorização dos ginecologistas e obstetras e na defesa à saúde da mulher, a FEBRASGO reitera seu apoio à decisão da ANVISA sobre a proibição dos implantes hormonais manipulados.
Para otimizar sua experiência durante a navegação, fazemos uso de cookies. Ao continuar no site consideramos que você está de acordo com a nossa Política de Privacidade.