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Neste 7 DE Abril, Dia Mundial da Saúde, FEBRASGO Alerta sobre a importância da prevenção

Quarta, 24 Maio 2017 13:43

A primeira visita ao ginecologista há algum tempo tinha foco nas orientações sobre a menarca, o início da vida sexual e sobre anticoncepção. Atualmente a consulta ocorre, sendo uma das primeiras informações, a prática sexual sem proteção. Na sequência, queixas genitais relacionadas a atividade sexual e suspeita ou constatação de gestação indesejada. Procedimentos singelos, como o não uso do preservativo e de outros métodos anticonceptivos têm refletido no aumento das taxas de gravidez precoce, com desfechos, muitas vezes, dramáticos. Segundo relatório divulgado no ano passado pela Organização Mundial de Saúde, milhares de adolescentes morrem por dia no mundo em decorrência de problemas no parto. Os riscos se estendem às doenças sexualmente transmissíveis, incluindo as infecções virais pelo HPV e HIV.

Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Etelvino Trindade, este 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, é uma data importante para reforçar a importância da prevenção. “É preciso disseminar informações sobre a necessidade da prevenção que inclui o uso do preservativo, masculino e feminino. Com esse cuidado simples, doenças podem ser evitadas. Associado a isso, as orientações sobre o uso de contraceptivos seguros. As informações e os esclarecimentos constituem parte da boa prática médica, devem ser transmitidos pelos médicos e promovem o envolvimento e participação da sociedade”, diz.

Dr. Trindade faz referência ao aumento da sífilis no Brasil, que, de acordo com dados do Ministério da Saúde, é quatro vezes mais frequente nas gestantes do que a infecção pelo HIV. “Após confirmada a gravidez é preciso que as mulheres tenham consciência do acompanhamento pré-natal, onde é feito o teste para sífilis que, se detectada e tratada, evita que o bebê nasça com graves problemas de saúde”, destaca o especialista.

As recomendações preventivas também incluem a vacinação contra o HPV para meninas de 11 a 13 anos estendendo dos 9 aos 26 anos, pois a imunização ajuda a prevenir casos de câncer de colo do útero. Embora a vacinação previna, o preservativo continua sendo indispensável, principalmente quando o sexo não é seguro. “A meta de vacinação estabelecida pelo governo tem sido abaixo do esperado e está sendo fornecida a segunda dose da vacina contra o HPV. Cabe a nós, médicos, auxiliar no esclarecimento para a adesão das meninas e das famílias”, orienta Trindade.

Dr. Etelvino Trindade alerta que é preciso, também, as mulheres saberem da importância do exame de detecção do HIV, pois o tratamento precoce ajuda a evitar o desenvolvimento do vírus. A finalidade é ter mais qualidade de vida. Não é somente detectar o vírus. Ainda acresce a necessidade da adesão ao tratamento.

Estudo divulgado neste 7 de abril de 2015 pela revista científica Public Library of Science (PLOS) está abordando esse assunto. Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, avaliaram mais de 50 mil pacientes soropositivos em 111 países e constataram que um pequeno grupo de mutações virais, responsáveis​​ pela maioria dos casos de resistência ao tratamento, está relacionado ao uso descontinuo dos medicamentos. Vale lembrar que no Brasil cerca de 734 mil pessoas são portadoras do vírus HIV. Destas, 589 mil estão diagnosticadas e, dentre elas, somente 404 mil aderiram ao tratamento.

“O que preocupa não é apenas a descoberta da doença para o correto tratamento, mas as pessoas que têm o HIV e deixam de tomar os antirretrovirais. São quase 200 mil pessoas, no Brasil, que sabem da condição de serem soropositivas, mas ainda não buscaram ajuda especializada. O cenário precisa mudar. É preciso investir em campanhas imediatas de saúde para a população”, finaliza Etelvino Trindade.


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