A queixa sexual no consultório do ginecologista

Quarta, 18 Abril 2018 12:21

        Jorge José Serapião

 

        Na maioria das vezes a queixa sexual surge na anamnese ginecológica em uma das quatro circunstâncias:

  1. - Por falar nisso, doutor (a), na próxima vez gostaria de tratar de uma falta de desejo sexual que apareceu depois que tive o neném.

        Se o (a) ginecologista tem proficiência na área, o que não é o mais frequente, aceita o desafio de abrir uma discussão sobre o tema. Se não, irá referencia-la rapidamente a um especialista: um sexólogo, um psicólogo ou a um psiquiatra.

  1. A paciente foi referenciada ao (a) ginecologista por um outro profissional de saúde e as vezes até por um colega ginecologista, sabedor de sua experiência como sexólogo(a), e aí a queixa principal já retratará uma questão sexual a ser abordada.

        - O Dr. me disse que o Sr. (a) poderia me ajudar na questão da dificuldade que tenho de ter prazer na relação sexual.

  1. A questão sexual aflora quando o (a) ginecologista experiente vê, numa queixa ginecológica aparentemente não relacionada a questões sexuais, a possibilidade de uma ligação entre elas.

- Tenho tido ultimamente muita dor no baixo ventre principalmente durante a relação sexual.

  1. O (a) ginecologista questiona diretamente a mulher, o que não é frequente, sobre sua vida sexual.

        - Você tem alguma dificuldade no campo sexual sobre a qual queira falar?

        Em qualquer uma dessas circunstâncias cabe, na continuidade do diálogo com a paciente, a afirmação oportuna do (a) ginecologista:

        - Fale um pouco mais sobre isso.

        Isto representará um acolhimento à mulher no estilo Rogeriano que prega, em qualquer relacionamento terapêutico, a consideração positiva incondicional, a empatia e a congruência (1).

        A partir daí o (a) ginecologista terá a oportunidade de fazer um check-list de tudo mais que precisaria inquerir a paciente. Este conjunto de interrogações poderá ser memorizada, acessada discretamente ou ainda a ser consultada para aplicação numa nova entrevista na medida em que dificilmente o assunto se esgotará num único encontro.

        Assim, o (a) ginecologista estará, com as respostas às questões que se seguem, construindo a história da queixa sexual da paciente, a história de sua vida sexual e uma hipótese dos fatores etiológicos de sua disfunção.

 


Mais conteúdos

DIU hormonal ou não hormonal?

DIU hormonal ou não hormonal?

Entenda a diferença, os benefícios e as contraindicaçõ...
Asma e gravidez: Até 40% das gestantes com asma podem apresentar piora clínica

Asma e gravidez: Até 40% das gestantes com asma podem apresentar piora clínica

Manter o tratamento iniciado 12 meses antes da concepção pode ...
-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site