Mulheres idosas com câncer ginecológico

Terça, 17 Abril 2018 11:49

         O ano de 2018 será o Ano de Valorização e Defesa dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa conforme estabelece a Lei 13.646/2018, publicada em 10.04.2018, no Diário Oficial da União.

         Com o envelhecimento da população e a estreita associação entre a idade avançada e o câncer, nós ginecologistas precisamos estar preparados para atender estas novas demandas no cuidado de nossas pacientes. Na Ginecologia oncológica ainda não existe a figura do onco-geriatra, treinado para lidar com as demandas específicas desta parcela da população. Entretanto não é difícil perceber que esta será uma tarefa cada vez mais frequente e necessária nos anos vindouros. Velhos conceitos precisam ser revistos à luz dos novos conhecimentos: Qual a idade limite para indicar um tratamento cirúrgico? Qual a extensão da cirurgia na mulher idosa?  O que muda no tratamento sistêmico ou na radioterapia?

         A pessoa idosa tem fragilidades que comprometem a reserva biológica, que resulta em menor resistência devido ao declínio de múltiplos sistemas. Estas pacientes nem sempre se beneficiem dos tratamentos padrões devido a excessiva toxicidade, porém mesmo pacientes vulneráveis beneficiam-se de tratamentos oncológicos com graus variáveis de toxicidade.

         O mais importante, entretanto, é não se fixar apenas na idade cronológica para determinar a fragilidade, mas determinar da forma mais adequada possível a idade biológica. Pessoas da mesma idade apresentam grande heterogeneidade na vulnerabilidade, tolerância ao tratamento e risco de complicações. Sempre que possível é aconselhável guiar-se por avaliações objetivas e para isto já existem recomendações estruturadas para estas situações.

         Tratar em demasia, como se mulheres idosas fossem iguais às mulheres jovens perante os protocolos de conduta, ou deixar de tratar devido à idade demais avançada, são condutas igualmente não recomendáveis. O ponto de equilíbrio deve ser buscado ouvindo todos os atores do tratamento. O plano de cuidado de pacientes com câncer é sempre uma atividade multidisciplinar.

         Jesus Paula Carvalho – CNE de Ginecologia Oncológica

         Referência: Suh et. Al. Management of the Elderly Patient With Gynecologic Cancer. Int J Gynecol Cancer 2012;22: 161-169

 


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