Governo realiza consulta pública para inclusão de vacina contra o vírus sincicial respiratório em gestantes
VSR é responsável por 57,8% dos casos recentes da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de até dois anos de idade
A consulta pública para ouvir a opinião da sociedade sobre a incorporação da vacina Abrysvo, desenvolvida pela Pfizer e aprovada no Brasil em abril deste ano para a prevenção de doenças respiratórias causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), está disponível até o dia 9 de dezembro.
A crescente circulação do vírus sincicial respiratório (VSR) resultou em um aumento significativo na incidência e mortalidade da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de até dois anos de idade. O VSR é responsável por 57,8% dos casos recentes de SRAG com identificação de vírus respiratório. Essas informações foram divulgadas no Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
A Dra. Susana Aidé, presidente da Comissão Nacional Especializada de Vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), destaca a importância da inclusão do imunizante no calendário vacinal das gestantes. “A incorporação dessa vacina ao Programa Nacional de Imunizações é crucial para ampliar o acesso à proteção, fortalecendo a saúde pública no combate ao vírus sincicial respiratório”, afirma.
Atualmente, o Ministério da Saúde, por meio da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), está avaliando a possibilidade de incluir a vacina Abrysvo no Calendário Nacional de Vacinação da Gestante, dentro do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A proposta é a aplicação de uma dose única entre as semanas 32 e 36 da gestação, para que os bebês já nasçam com resposta imunológica ao VSR. A vacina também está disponível em centros e clínicas de vacinação particulares em todo o país, para mulheres com gestação entre 24 e 36 semanas, conforme a indicação aprovada no Brasil.
A especialista destaca a importância da vacinação durante a gestação como estratégia de imunização passiva com passagem de anticorpos via transplacentária, na prevenção do VSR, especialmente nos primeiros meses de vida do bebê, período de maior prevalência das formas graves da infecção pelo vírus. Ela enfatiza que, até o momento, não há tratamento específico para a infecção, apenas cuidados de suporte. “A vacinação durante a gestação é uma ferramenta essencial para proteger os bebês contra o VSR. Bebês com menos de seis meses têm maior risco de hospitalização por infecção respiratória grave, e a vacina demonstrou ser eficaz na prevenção. As reações adversas mais comuns da vacina são locais, como dor no local da injeção, mas os benefícios superam esses efeitos”, conclui.
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