Luta contra a violência e discriminação das mulheres médicas é uma responsabilidade coletiva

Sexta, 22 Novembro 2024 09:28

Pesquisa conduzida pela Associação Médica Brasileira e pela Associação Paulista de Medicina revela que 51,14% das médicas já sofreram agressões verbais ou físicas

No Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reforça a importância de olhar para o ambiente de trabalho das mulheres no setor médico, promovendo a construção de espaços mais seguros e respeitosos para todas as profissionais da saúde. A FEBRASGO reafirma seu compromisso com a luta contra a violência e a discriminação, buscando garantir que as mulheres possam exercer sua profissão com dignidade, sem medo de sofrer qualquer tipo de abuso ou assédio.

A realidade é alarmante: dados apontam que seis em cada dez mulheres médicas já relataram algum tipo de assédio, seja moral ou sexual, no ambiente de trabalho. A pesquisa, conduzida pela Associação Médica Brasileira e pela Associação Paulista de Medicina, revela que 51,14% das médicas já sofreram agressões verbais ou físicas. Esses números evidenciam a necessidade urgente de políticas de prevenção e de apoio, não apenas para combater a violência, mas também para promover a equidade e o respeito nas instituições de saúde.

A FEBRASGO, por meio de seu núcleo feminino, dedica-se a apoiar iniciativas que implementem políticas eficazes no combate a todas as formas de violência, incluindo o assédio sexual e moral. “O objetivo é incentivar a criação de redes de apoio entre especialistas, promovendo a troca de experiências, fortalecendo a solidariedade entre as profissionais e implementando programas de mentoria que conectem médicas experientes com as recém-formadas, contribuindo para o desenvolvimento e o empoderamento no ambiente de trabalho”, diz a Dra. Célia Regina da Silva, da Comissão de Defesa e Valorização Profissional.

Além disso, a FEBRASGO participou da elaboração de uma cartilha voltada à violência contra mulheres médicas, lançada em agosto deste ano pelo CREMERJ, que se tornou uma ferramenta essencial para educar e conscientizar sobre as diversas formas de abuso que essas profissionais podem enfrentar. O documento oferece diretrizes claras sobre como identificar, denunciar e combater o assédio, o abuso e outras formas de violência, estabelecendo padrões importantes para a proteção das médicas. Ao proporcionar informações cruciais e apoio contínuo, a cartilha fortalece a rede de proteção e promove um compromisso coletivo na construção de um ambiente de trabalho mais justo, seguro e livre de violência para todas as mulheres na medicina.

"É essencial se engajar em grupos que defendem os direitos das mulheres e a igualdade de gênero na medicina. Promover debates e ações que sensibilizem a sociedade sobre a violência contra mulheres médicas é fundamental. Além disso, estabelecer parcerias com organizações de direitos humanos e instituições governamentais fortalece a rede de apoio e amplia o impacto das iniciativas voltadas à proteção e valorização dessas profissionais", destaca a médica.

 

A luta contra a violência e a discriminação das mulheres médicas é uma responsabilidade coletiva que exige o comprometimento de todos os setores da sociedade. Iniciativas como a elaboração de cartilhas, o engajamento em grupos de defesa dos direitos das mulheres e a formação de parcerias com organizações de direitos humanos são passos fundamentais para a construção de um ambiente de trabalho mais seguro, justo e respeitoso. A FEBRASGO, ao promover essas ações, contribui para fortalecer a rede de apoio às profissionais da saúde, garantindo que elas possam exercer suas funções com dignidade, sem o temor de enfrentarem abusos ou assédio. “Somente por meio de um esforço conjunto será possível alcançar uma medicina mais inclusiva, equitativa e livre de violência”, finaliza a especialista.


Mais conteúdos

FEBRASGO vai a Belo Horizonte para o CMGO 2025

FEBRASGO vai a Belo Horizonte para o CMGO 2025

Presidido pela Dra. Inessa Beraldo de Andrade Bonomi, o 27º Congresso ...
Menopausa: Cerca de 17 milhões de mulheres no Brasil estão no climatério

Menopausa: Cerca de 17 milhões de mulheres no Brasil estão no climatério

Especialista da FEBRASGO responde às principais dúvidas   Ginecologista da ...
Nota de falecimento Dr. Paulo Cesar Serafini

Nota de falecimento Dr. Paulo Cesar Serafini

Dr. Paulo Cesar Serafini foi pioneiro na Reprodução Assistida ...
-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site